Tempo e memória em Perto do coração selvagem, de Clarice Lispector

Diego Luiz Miiller Fascina, Éderson Luís Silveira

Resumo


No século XX, as formas de constituição de narrativas sofreram significativas modificações, sobretudo no que diz respeito a configurações específicas do tempo cronológico utilizado que, contrapondo-se à linearidade do romance do século XIX, foi retrabalhado, dando lugar à fusão do passado, presente e futuro, técnica conhecida como fluxo de consciência , situada no âmbito da memória dos personagens, dentre outros recursos de subjetivação intimamente ligados ao tempo psicológico. O presente artigo visa propor uma discussão, através da análise do romance Perto do Coração Selvagem, de Clarice Lispector, a respeito da temporalidade visando comprovar como a preocupação existencial e mística dos personagens é apresentada na oscilação entre os momentos atemporais e o tempo cronológico ao qual elas estão inevitavelmente presas.

DOI: 10.5935/2179-0027.20170014


Palavras-chave


Clarice Lispector, Narrativa, Memória, Tempo.

Texto completo:

PDF