Estabelecimento de Plântulas de Espécies Arbóreas em um Experimento de Controle de Taquaras (Bambusoideae) no Sul do Paraná, Brasil

Carlos Roberto Sanquetta, Ana Paula Dalla Côrte, Lisiane Vulcanis, Diego Morel Berni, Alberto Gappmayer Biscaia

Resumo


As taquaras (Bambusoideae) ocorrem abundantemente em florestas antropizadas com a presença de Araucaria angustifolia. A ocupação do espaço vital por essas plantas leva a crer que haja uma relação de dependência entre a sua presença e o grau de estabelecimento de espécies arbóreas dentro do ecossistema. Com o objetivo de avaliar o estabelecimento de plântulas espontaneamente regeneradas em áreas com forte presença de taquaras foi instalado um experimento de controle situado no município de General Carneiro, no extremo sul do Paraná, com área de 1,00 hectare. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com 5 tratamentos e 5 repetições. O estabelecimento dos juvenis arbóreos foi avaliado
diante dos seguintes tratamentos de controle mecânico das taquaras: T1 – Testemunha; T2 – Corte total da taquara e abandono; T3 – Corte total da taquara e retirada; T4 – Corte total da taquara e abandono (duas vezes); T5 – Corte total da
taquara + corte sub-dossel (DAP< 31,5 cm), sem retirada. Após 18 meses de avaliação foi analisado o estabelecimento das plântulas nos 5 tratamentos. Os resultados revelaram que o corte das taquaras, abundantemente ocorrentes no subdossel da floresta, provocou o reaparecimento de muitas espécies e também um grande aumento na densidade dos táxons arbóreos. No tratamento testemunha, ou seja, sem aplicação de tratamento de controle, apenas 288 plântulas foram registradas em 5 parcelas de 400 m2, ao passo que quando algum controle foi aplicado essa densidade, no mínimo, foi mais que o dobro (T4), atingindo no T3 1220 plântulas, o que corresponde a mais de 4 vezes a densidade da testemunha. O controle mecânico das taquaras via corte, combinada com remoção de sua biomassa e desbastes no subdossel (T5), promove o re-estabelecimento de plântulas da maioria das espécies, mas cada uma reage de forma diferente, dependendo de seu status sucessional. As espécies típicas dos estágios sucessionais iniciais (vassourões: ernonia discolor e Piptocarpha angustifolia) reaparecem de forma explosiva logo após o corte das taquaras. Espécies madeireiras típicas da Floresta de Araucária não tiveram de imediato sua regeneração induzida pelo controle das taquaras, o que poderá ocorrer futuramente. De modo geral, conclui-se que a resposta da floresta a intervenções é muito rápida. Em poucos meses, o efeito do controle das taquaras sobre a regeneração pôde ser sentido com muita clareza, o que indica que as práticas de manejo podem auxiliar a
restaurar ecossistemas degradados.

Palavras-chave


araucária; taquara; regeneração natural; estabelecimento de plântulas.

Texto completo:

RESUMO


Revista Ciências Exatas e Naturais - RECEN. Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO/PR, BRASIL.

Creative Commons License  Licenciada sob uma Licença Creative Common

ISSN 2175-5620 ON LINE; 1518-0352 IMPRESSO