Pesos e contrapesos no tempo presente: a vitalidade da filosofia política em contraposição ao eclipse político

Cláudio César de Andrade

Resumo


A reflexão contemporânea da novíssima filosofia política e sua relação intrínseca com a política do tempo presente é objeto pontual nas linhas que se seguem e tem como finalidade maior a exposição e reflexão acerca das principais idéias de autores consagrados como Castoriadis, Agamben, Rancière, Vattimo, Habermas e Bauman, dentre outros. A constatação de um diagnóstico sombrio e pouco alegre para a atualidade nos permite compreender o atual estágio de mal-estar mundial quanto à possibilidade da política enquanto essência do mundo vivido, artefato das ciências humanas. Evidenciando um cenário não-convencional, a presente pesquisa traz problematizações de trabalhos inéditos, reflexivos e esclarecedores, próprios do novo estatuto da filosofia política contemporânea, carregada de uma pureza de raciocínio jamais vista em outros tempos. Com uma problematização clara, o presente artigo quer, de forma lúcida, avaliar as raízes do divórcio e a iminente apartação total entre poder e política, decifrando ainda mais este sentimento de impotência, infantilização e paralisação da sociedade mundial em relação à política formal e institucional, hoje objeto e acessório da política hegemônica do capitalismo contemporâneo. Com abordagens da teoria crítica contemporânea através de recortesde uma apurada revisão de literatura, podemos afirmar o trágico e a unicidade do momento, na medida em que este momento de reflexão apurada da filosofia política tem coincidido com o esvaziamento da política convencional e com um estado de crise e oscilações que visualizamos na sobreposição do poder hegemônico e sistêmico sobre elementos do mundo vivido e cultural. Assim, a responsabilidade em diagnosticar o presente e o momento histórico em que vivemos nos permitirá enfrentar novos problemas e então descobrir as condições para a solução daquilo que chamamos de crise da pós-modernidade na política convencional. A partir daí é possível ter determinação política para resolvê-los. Tendo a finalidade de suprimir o hiato de poder e política e suas impropriedades, os arautos deste novo pensar da filosofia política não medem esforços para a defesa da essência da política e a supressão de uma pseudopolítica. É desta forma que visualizamos a possibilidade de uma política nova, a partir do advento desta nova incursão da filosofia política, hipoteticamente, quebrar o círculo da consensualidade impositiva e, possivelmente, reconduzir a humanidade denegada, mesmo que para muitos interlocutores isto seja pouco predizível ou realizável.


Palavras-chave


Filosofia Política. Hegemonia. Política. Poder e crise.

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ISSN 2179-9180

 

 

 
 
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