Do falar discursivo à fala falante: considerações sobre a linguagem em Heidegger e Merleau-Ponty

Alexandre de Oliveira Ferreira, William Botura Apostólico

Resumo


Resumo: De muitas maneiras a fenomenologia francesa assimilou a herança deixada pelas obras de Husserl e Heidegger, não de maneira passiva, mas criticamente e em consonância com uma tradição filosófica própria. O Ser e o Nada, de J. P. Sartre, e a Fenomenologia da Percepção, de M. Merleau-Ponty, são registros importantes de como os corpi husserliano e heideggeriano são recebidos por uma França fragmentada pela Segunda Guerra Mundial. No caso específico da filosofia de Merleau-Ponty, muitos paralelos podem ser traçados entre sua obra e, por exemplo, as Méditation Cartésienne e Ser e Tempo. Algumas dessas conexões são apresentadas explicitamente por Merleau-Ponty, que faz referência direta às principais obras da tradição fenomenológica alemã; outras são implícitas, desenvolvendo um debate silencioso que serve como pano de fundo e alicerce para toda a argumentação do autor. É essa segunda categoria que mais nos interessa no presente trabalho: elegendo um tema privilegiado, o da linguagem e do discurso, pretendemos mostrar como, no capítulo VI da primeira parte da Fenomenologia da Percepção, Merleau-Ponty trava intenso debate com o primeiro Heidegger, em especial com o §34 de Ser e Tempo, e como o fenomenólogo francês utiliza as considerações heideggerianas sobre o falar discursivo como ponto de partida para o desenvolvimento da sua própria concepção (preliminar, a ser reavaliada com a maturação da obra de Merleau-Ponty) de linguagem, expressa nos conceitos de fala falante e fala falada.


Palavras-chave


fenomenologia, Heidegger, Merleau-Ponty, falar discursivo, fala falante

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ISSN 2179-9180

 

 

 
 
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