Gerenciamento comunitário de recursos hídricos, uma questão de saúde: a água que temos e a água que queremos: percepção dos usuários de sociedades de água em um município rural da sub-bacia hidrográfica do Forqueta, RS

Community management of water.....

Laura Barbieri de Oliveira, Lydia Christmann Espindola Koetz, Eduardo Périco, Jane Márcia Mazzarino, Magali Teresinha Quevedo Grave

Resumo


Os Comitês de Bacia Hidrográfica (CBH) foram criados para democratizar e descentralizar a gestão das águas, compatibilizando os usos necessários para suprir as demandas de cada setor e garantindo a qualidade do recurso para as futuras gerações. Em áreas rurais da sub-bacia do rio Forqueta, assim como em outras regiões rurais do estado do Rio Grande do Sul, o abastecimento de água para a população é realizado por associações de moradores, chamadas por eles de sociedades de água. Este estudo objetivou discutir as percepções dos presidentes das sociedades de água sobre a gestão dos recursos hídricos, principalmente sobre aspectos quali-quantitativos locais. As informações foram coletadas a partir de entrevistas individuais e de rodas de conversa, realizadas com os presidentes das sociedades de água do município de Marques de Souza/RS e do acompanhamento das reuniões do Comitê Taquari-Antas. A pesquisa classifica-se como exploratória, observacional, qualitativa. Como potencialidades, os entrevistados apontam que as sociedades de água facilitaram o acesso à água, mas há uma desvalorização do recurso, retratada pelo desperdício e pela poluição, podendo impactar a saúde das comunidades. Para enfrentar esses fatores, foi sugerido o tratamento de esgoto, a preservação da mata ciliar, a limitação do uso da água e campanhas de educação quanto ao seu uso e preservação. Destaca-se que a população não está ciente dos dados qualitativos dos recursos hídricos da bacia hidrográfica, nem mesmo da possível contaminação de seus poços por agrotóxicos, aponta o que a necessidade de estratégias de educação ambiental. A falta de comunicação entre os etrevistados e o Comitê de Bacia ao qual pertencem é outro elemento que necessita ser trabalhado.

Abstract

The hydrographic Basin Monitoring Committees were created to democratize and decentralize water management, harmonizing the uses needed to meet the demands of each sector and ensuring the quality of the resource for future generations. In rural areas of the sub-basin of the Forqueta River as well as in other rural regions of the state of Rio Grande do Sul, the water supply for the population is carried out by local residents’ associations who call themselves “water societies”. This study aimed to discuss the perceptions of the presidents of the “water societies” on the management of water resources, mainly on local qualitative and quantitative aspects. Data were collected from individual interviews and conversation circles, carried out with the presidents of the “water societies” in the municipality of Marques de Souza/Rio Grande do Sul and from the follow-up meetings with the Taquari-Antas Committee. The research is classified as exploratory, observational and qualitative. The results show that the respondents point out that the “water societies” facilitated access to water, however there is a depreciation of the resource, evidenced by the waste and pollution, which can impact on the health of the communities. Thus, it was suggested sewage treatment, the preservation of riparian vegetation, water use restrictions and educational campaigns, focusing on the use and preservation of water. It is noteworthy that the population is not aware about the qualitative data of the water resources of the basin, but they also ignore about the possible contamination of their wells by pesticides, indicating the need for environmental education strategies. The lack of communication between the “water societies” and the Basin Monitoring Committee to which they belong is another element that needs to be worked.


Palavras-chave


hidrografia; saúde ambiental; degradação ambiental.

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AMBIÊNCIA

ISSN 1808-0251 (Print) - Ambiência ISSN 2175-9405 (Online)
QUALIS-CAPES 2017-2020: B4