Ecologia da polinização de Ipomoea longistaminea O’Donell (Convolvulaceae) na região semiárida da Bahia

Pollination ecology of Ipomoea longistaminea O’Donell (Convolvulaceae) in the semi-arid area of Bahia

Lúcia Helena Piedade Kiill, Carla Tatiana De Vasconcelos Dias Martins, Tamires Almeida da Silva, Jhonatan Thiago Lacerda Santos

Resumo


Ipomoea longistaminea se destaca entre as espécies do gênero por ser considerada como endêmica da Caatinga e de distribuição restrita nos Estados de Pernambuco e da Bahia. Neste trabalho, foi estudada a biologia da reprodutiva e os visitantes florais dessa espécie em área de Caatinga, na Fazenda São Luiz, em Juazeiro-BA. As atividades foram desenvolvidas nos anos de 2009 a 2012, no período de maio a agosto, entre 05h00 e 18h00, com 20 indivíduos de I. longistaminea. Para o estudo da biologia floral, flores foram marcadas e acompanhadas, sendo anotadas a antese e os visitantes florais. Experimentos de polinização foram feitos para determinar a estratégia reprodutiva. Ipomoea longistaminea é uma liana anual, como floração observada de maio a julho, caracterizada como do tipo cornucópia. As inflorescências são do tipo cimeira apresentando, em média, 10,6 ± 2,88 botões. As flores são infundibuliformes, com corola de cor vermelha e comprimento médio de 40,9 ± 3,68mm. O androceu é composto por cinco estames que, juntamente com estilete e estigma, fca exposto fora da corola. A antese é diurna, ocorrendo por volta das 05h00 e, nesta fase, o estigma está receptivo, o pólen está viável (93,4%) e disponível e o néctar é produzido em pequena quantidade (7,1 ± 2,1μL). Por volta das 15h00, as flores encontram-se com as pétalas desidratadas, fechando a fauce da corola. Ao longo da floração, foram registradas visitas de cinco espécies de beija-flores e três espécies de abelhas. Ipomoea longistaminea é uma espécie autocompatível e que apresenta atributos florais característicos da síndrome de ornitoflia, sendo Chlorostilbon sp., Eupetomena macroura e o beija-flor não identifcado seus polinizadores potenciais no local do presente estudo.

Abstract

Ipomoea longistaminea stands out among the species of the genus to be considered as endemic to the Caatinga and restricted distribution to the states of Pernambuco and Bahia. In this work the reproductive biology and floral visitors of this specie were studied in Caatinga area, in São Luiz farm, in Juazeiro, Bahia state. The activities were conducted in the years 2009 to 2012, from May to August, between 5:00 a.m. and 6:00 p.m., with 20 individuals of I. longistaminea. For the study of floral biology,flowers were marked and monitored, and the anthesis and flowers visitors were noted. Pollination experiments were done to determine the reproductive strategy. Ipomoea longistaminea is an annual liana with flowering observed from May to July, characterized as a cornucopian pattern of flowering. The flowers are gathered in cymes, on average 10.6 ± 2.88 buttons. The flowers are infundibuliform with a red corolla and average length of 40.9 ± 3.68 mm. The androecium consists of fve stamens, which together with style and stigma, are exposed outside the corolla. The anthesis is diurnal, occurring around 5:00 a.m. and at this stage the stigma is already receptive, pollen is viable (93.4%) and available and nectar is produced in small amount (7.1 ± 2.1 uL). Around 3:00 p.m., the flowers are dried with petals closing the fauce of corolla. During flowering, visits of 05 species of hummingbird and 03 species of bees were recorded. Ipomoea longistaminea is autocompatible and featuring floral traits characteristic of the syndrome ornithophily, where Chlorostilbon sp., Eupetomena macroura and unidentifed hummingbird were considered as potential pollinators in the site of this study.


Palavras-chave


ornitofilia, xenogamia, Chlorostilbon sp., Eupetomena macroura

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ISSN 1808-0251 (Print) - Ambiência ISSN 2175-9405 (Online)
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