MONITORAMENTO DE ENXAMES DE ABELHAS AFRICANIZADAS Apis mellifera L. NA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR- BA

Leandro Sena de Souza Vieira, Lucas da Silva Morais, Edgar Rodrigues de Araujo Neto, Katia Peres Gramacho

Resumo


O objetivo do presente trabalho foi estudar os aspectos biológicos e ecológicos dos enxames migratórios e fixos encontrados na Região Metropolitana de Salvador, registrar as ocorrências e retirar as colônias nidificadas em caixas de captura e, quando possível, em condições naturais, visando à prevenção de acidentes à comunidade com estas abelhas. O estudo foi realizado no período de junho de 2006 a outubro de 2007, na cidade de Salvador-BA. Com o intuito de verificar a distribuição e os fenômenos envolvidos na migração (enxameagem) e nidificação dos enxames de abelhas africanizadas. Foram instaladas 40 caixas iscas em diversos pontos da cidade, 20 em áreas verdes e 20 em áreas urbanizadas. Registrou-se total de 219 enxames, 79% fixos e 21% migratórios, para 74 localidades da região metropolitana de salvador e cidades interligadas. Observou-se que 38,2% dos enxames migratórios ocorreram no verão, 27,6% no inverno, 23,4% no outono e 10,6% na primavera. Capturaram-se 18 enxames nas caixas-iscas sendo 72,22% em áreas verdes e 27,78% em áreas urbanas, o que demonstra uma tendência das abelhas nidificarem em áreas verdes mesmo dentro da cidade, essas acabam servindo de refúgio para as mesmas. Conclui-se que os enxames demonstram certa preferência em nidificarem na maioria das vezes em locais construídos ou modificados pelo homem e a instalação de caixas-iscas para captura de enxames é uma boa alternativa para minimizar os riscos de acidentes com estes insetos, devendo ser adotada esta prática como modo preventivo, instalando-as em pontos estratégicos e em locais possíveis de acidentes.

Palavras-chave


Abandono; enxamegem; comportamento; caixas-iscas; acidentes.

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