Avaliação de indicadores para classificação de florestas com elevado valor de conservação no Planalto Sul Catarinense

Larissa de Souza Collet, Renata Diane Menegatti, Lauri Amândio Schorn

Resumo


Objetivou-se com este trabalho avaliar o uso de três grupos de indicadores ambientais, sendo eles: a composição vegetal, a fauna e aspectos da ecologia de paisagem na quantificação e qualificação de Florestas com Alto Valor de Conservação (FAVC), em três fazendas de um empreendimento florestal, instalado no Planalto Sul Catarinense. Para isso, realizou-se a caracterização da flora em unidades amostrais de 500 m², demarcadas aleatoriamente, enquanto a amostragem da fauna foi realizada por armadilhamento fotográfico, busca ativa por vestígios e relatos de visualização ocasionais. A caracterização da ecologia da paisagem foi realizada através da análise de imagens ao longo do tempo. As variáveis consideradas para a definição de FAVC foram: estrutura da paisagem, % de florestas em estágios avançados, presença de espécies da fauna e/ou flora com algum grau de ameaça e riqueza da fauna e/ou flora. Os indicadores ambientais da flora, fauna e ecologia da paisagem são capazes de indicar FAVC. Uma forte correlação entre os níveis de diversidade (H’) e riqueza (R) da fauna com a estrutura da vegetação arbórea e com as métricas da ecologia da paisagem sugerem que a combinação dos indicadores são capazes de definir áreas prioritárias para conservação em florestas do Planalto Sul Catarinense.


Palavras-chave


áreas prioritárias, certificação florestal, conservação.

Texto completo:

PDF

Referências


ACR. Associação Catarinense de Empresas Florestais. Anuário Estatístico de Base Florestal para o Estado de Santa Catarina 2016 (Ano Base 2015). Lages, SC. 2016.

BRANDÃO, C. F. L. S.; JUNIOR, F. T. A.; LANA, M. D.; MARANGON, J.C.; Feliciano, A. L. P. Distribuição espacial, sucessão e dispersão do componente arbóreo em remanescente de floresta atlântica, Igarassu, Pernambuco. Revista Verde, v. 6, n. 2, p. 218-229, 2011.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. O corredor central da Mata Atlântica: uma nova escala de conservação da biodiversidade. Brasilia: Ministério do Meio Ambiente. 2006. 52 p.

BRITEZ, R. M.; ALGERK, B.; BAUMGARTEN, J. E.; CASTELLA, P. R.; CULLEN, L. J.; FARIA, D. M. Manejo no entorno. In: Rambaldi DM, Oliveira DAS, organizadores. Fragmentação de ecossistemas: causas, efeitos sobre a biodiversidade e recomendações de políticas públicas. Brasília: MMA: SBF; 2003.

CASTELLON, T. D.; SIEVING, K. E. An experimental test of matrix permeabbility and corridor use by endemic understory bird. Conservation Biology, v. 20, n. 1, p. 135-145, 2006.

CNI. Confederação Nacional da Indústria. Florestas plantadas: oportunidades e desafios da indústria de base florestal no caminho da sustentabilidade / Confederação Nacional da Indústria, Indústria Brasileira de Árvores – Brasília : CNI, 2017.

CROOKS, R.; SANJAYAN, M. Conectivity conservation. Cambridge University Press. 2006.

FLORA DO BRASIL. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora. Acesso em: 31 mar. 2019.

HILTY, J. A.; LIDICKER, W. A.; MERENLENDER, A. M. Corridor Ecology: The science and practice of linking landscape for biodiversity conservation. Island Press, 2006.

JENNINGS, S.; NUSSBAUM, R.; JUDD, N.; EVANS, T. G. Guia para Florestas de Alto Valor de Conservação. 1ª ed. HCVF Toolkit, 2003.

LISTA DE ESPÉCIES DA FLORA DO BRASIL. 2016. Projeto Reflora: flora do Brasil 2020. Disponível em http:// floradobrasil.jbrj.gov.br. Acesso em: 17 abr. 2016.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Portaria nº 443, de 17 de dezembro de 2014. Espécies da Flora brasileira ameaçada de extinção. Ministério do Meio Ambiente, Brasília.

MISSOURI BOTANICAL GARDEN. Disponível em: . Acesso em: 31 mar. 2019.

LANG, S.; BLASCHKE, T. Análise da Paisagem com SIG. São Paulo: Oficina de Textos, p. 424, 2009.

LAURANCE, W. F. NASCIMENTO, H., LAURANCE, S.G., ANDRADE, A., RIBEIRO, J., GIRALDO, J.P., LOVEJOY, T.E., CONDIT, R., CHAVE, J., D’ANGELO, S. Rapid decay of tree-community composition in Amazonian forest fragments. Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 103, n. 50, p. 19010-19014, 2006.

MAGURRAN, A. E. Measuring biological diversity. Oxford, Blackwell Science, 2004.

MELO, A. S. O que ganhamos ‘confundindo’ riqueza de espécies e equabilidade em um índice de diversidade? Biota Neotrop., v. 8, n. 3, p.21-027, 2008.

MORAES, C. S. B. de; PUGLIESI, E. Auditoria e Certificação Ambiental. Curitiba: InterSaberes, 2014.

NEW YORK BOTANICAL GARDEN. Disponível em:. Acesso em: 31 mar. 2019.

PAIVA, S. N. de.; SILVA, D. A. da, ROCHADELLI, R.; HOSOKAWA, R. T.; OSHIRO, C. R. A Certificação florestal pelo FSC®: um estudo de caso. Floresta, v. 45, n. 2, p. 213 - 222, 2015.

PICINATTO FILHO, V. RAFFI, M.F. Diagnóstico da Biodiversidade: Mastofauna de médio e grande porte. Sumatra: Inteligência Ambiental. Florestal Gateados Ltda, Campo Belo do Sul/SC, p. 2016.

POGGIANI, F.; OLIVEIRA, R.E. Indicadores para conservação dos núcleos de vida silvestre. Série técnica, v. 12, n. 31, p. 45-52, 1998.

PSCHEIDT, F.; HIGUCHI, P.; SILVA, A. C.; RECH, T. D.; SALAMI, BB.; FERREIRA, T. de S.; BONAZZA, M.; BENTO, M. A. Efeito de borda como fonte de heterogeneidade do componente arbóreo de uma floresta com Araucárias no sul do Brasil. Ciência Florestal, v. 28, n. 2, p. 601-612. 2018.

SANTOS, T. W. dos; PELISSARI, A. L.; SANQUETTA, C. R. Quantificação e distribuição espacial dos certificados florestais FSC no Brasil. Agrarian Academy, v. 4, n. 8, p. 228, 2017.

SEOANE, C. E. S.; DIAZ, V. S.; SANTOS, T. L.; FROUFE, L. C. M. Corredores ecológicos como ferramenta para a desfragmentação de florestas tropicais. Pesquisa Florestal Brasileira, v. 30, n. 63, p. 207-216, 2010.

SPATHELF, P.; MATTOS, P. P. de; BOTOSSO, P. C. Certificação florestal no Brasil uma ferramenta eficaz para a conservação das florestas naturais? Floresta, v. 34, n. 3, 2004.

VIBRANS, A. C.; SEVEGNANI, L.; UHLMANNA, K.; SCHORN, L. A.; SOBRAL, M. G.; DE GASPERAL, R. Structure of mixed ombrophyllous forests with Araucaria angustifolia (Araucariaceae) under external stress in Southern Brazil. Revista de Biologia Tropical, n. 59, v. 3, p. 1371-1387, 2011.




AMBIÊNCIA

ISSN 1808-0251 (Print) - Ambiência ISSN 2175-9405 (Online)
QUALIS-CAPES 2017-2020: B4