Extrato de alho e óleo vegetal na quebra de dormência de gemas e no controle de doenças da videira

Leite,$space}Carla Daiane (carla.daiane@agricultura.gov.br)
Agronomia, Universidade Estadual do Centro-Oeste, UNICENTRO
fevereiro, 2010
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Graduada em Agronomia pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (2007). Mestre em Produção Vegetal pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (2010). Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em fitopatologia, fruticultura e produção orgânica.
(Texto informado pelo autor)
 

Resumo

Este trabalho teve por objetivo avaliar diferentes doses de extrato de alho (EA) e do óleo vegetal (OV), a base de soja na quebra de dormência de gemas de videira cv. Cabernet Sauvignon e no controle de doenças da videira. Para todos os experimentos preparou9se o EA através da maceração de bulbilhos em centrifuga de suco. No experimento instalado na Vinícola Dezem, em Toledo9PR, gemas de videira cv. Cabernet Sauvignon foram pulverizadas com os seguintes tratamentos: T1) testemunha (sem tratamento); T2) 20 mL L-1 EA; T3) 40 mL L-1 EA; T4) 60 mL L-1 EA; T5) 20 mL L-1 OV; T6) 20 mL L-1 EA + 20 mL L- 1 OV; T7) 40 mL L-1 EA + 20 mL L-1 OV; T8) 60 mL L-1 EA + 20 mL L-1 OV; T9) 20,8 g L-1 de H2CN2 (cianamida hidrogenada). Aos 30 e 45 dias após os tratamentos (DAT) avaliou-se o percentual de brotações de gemas de videira. Os melhores resultados foram propiciado pelo tratamento H2CN2 com 74, 9 e 78,1% de brotação aos 30 e 45 DAT, respectivamente. O tratamento 20 mL L-1 EA + 20 mL L-1 OV, também estimulou a superação da dormência, atingindo 48,4% de brotação, não diferindo estatisticamente do tratamento H2CN2, sendo, ainda, superior a testemunha que alcançou apenas 22,1%. Outros experimentos foram realizados no laboratório de Fitopatologia do Departamento de Agronomia da Universidade Estadual do Centro Oeste e em condições de campo em Guarapuava-PR. Nestes experimentos, utilizaram-se as doses de 0, 5, 10, 15, 20, 25 ou 30 mL L-1 de EA. Foi avaliado o crescimento micelial de Elsinoe ampelina e Phomopsis viticola, in vitro, aos 3, 5, 7 e 9 dias após a repicagem, adicionando o EA antes e após a esterilização em autoclave. Para ambos os fungos, observou-se redução drástica do crescimento mecelial. Na dose de 30 mL L-1 de EA o crescimento de E. ampelina e Phomopsis viticola foi reduzido entre 8,92 a 100%, quando adicionando antes e após a esterilização, respectivamente. Inibição total de Phomopsis viticola a partir da dose de 5 mL L-1 de EA sem esterilização. Outra variável analisada foi germinação de E. ampelina e de Plasmopara viticola divididos em três experimentos com os referidos tratamentos acrescido de 2,5 mL L-1 de OV, exceto no tratamento testemunha e um experimento com Plasmopara viticola. A germinação de E. ampelina foi avaliada nos períodos de 2 e 4 horas de incubação a 24°C e luz constante e o segundo nos períodos de 6 e 12 horas no escuro à 20oC. Tanto o EA e o OV inibiram a germinação dos patógenos acima de 85%. No campo pulverizou-se os referidos tratamentos a cada 15 dias ou 30 mm de precipitação e avaliou-se a severidade da antracnose da videira cv. Isabel, transformada em AACPD (área abaixo da curva do progresso da doença). Verificou-se redução da AACPD em 63,37% na dose de 25 mL L-1 de EA, em relação às plantas sem tratamento. O efeito do EA foi analisado sobre a germinação de Plasmopara viticola e AACPD da antracnose da videira cv. Isabel, in vivo. Além dos tratamentos com doses do EA, acrescentou o tratamento com calda bordalesa (1:1:100) e, o mancozeb (2 g L-1) somente no teste de germinação, por se tratar de um vinhedo orgânico. A calda e o mancozeb apresentaram menores percentuais na germinação de Plasmopara viticola em 62,6 e 55,4%, respectivamente. No campo, observou-se redução de 52% na AACPD do míldio, em relação à testemunha absoluta (sem tratamento), a partir da dose de 20 mL L-1 de extrato de alho. O OV teve algum efeito na germinação e na severidade do patógeno.