Desempenho econômico regional sob a ótica da dependência de trajetória
Regional economic performance under the optics of path dependence
Giomar Viana1, Luci Nychai2, Vitor Afonso Hoeflich3 e Anadalvo Juazeiro dos Santos4
1 Universidade Estadual do Centro Oeste, Brasil, Doutorado em Economia e Política Florestal, e-mail: gviana@unicentro.br
2 Universidade Estadual do Centro Oeste, Brasil, Doutorado em Economia, e-mail: nychai@ibest.com.br
3 Universidade Federal do Paraná, Brasil, Doutorado em Economia Aplicada, e-mail: vitor.ufr@gmail.com
4 Universidade Federal do Paraná, Brasil, Doutorado em Economia e Política Florestal, e-mail: ajsantos.ufpr@gmail.com
Recebido em: 23/05/2019 - Aprovado em: 01/08/2019 - Disponível em: 01/10/2019
Resumo
Este trabalho faz uma revisão de literatura focando os principais elementos relacionados à teoria da dependência de trajetória, bem como sua possível influência no desempenho econômico regional. Em inúmeras regiões as atividades desenvolvidas estão atreladas à sua vocação econômica-produtiva, as quais, na maioria dos casos, são resultados de uma dependência de trajetória regional. Essa dependência de trajetória pode ter influenciado tanto na formação e constituição dos agentes econômicos como das próprias instituições inseridas naquele cenário, impactando em um desempenho econômico microrregional diferenciado, ou seja, fazendo com que a dinâmica evolutiva regional ocorra de modo positivo, evidenciando que os agentes econômicos foram capazes de evoluir em um contexto de externalidades positivas, ou, negativo, gerando uma configuração que se tornou ineficiente com baixo dinamismo ao longo do tempo.
Palavras-Chave: Crescimento Econômico; Desempenho econômico microrregional; Dependência de Trajetória.
Abstract
This work reviews the literature focusing on the main elements related to trajectory dependence theory, as well as its possible influence on regional economic performance. In many regions the activities that are developed are linked to their economic-productive vocation, which, in most cases, are results of their dependence on regional trajectory. This dependence on trajectory may have influenced both the formation and constitution of economic agents and of the institutions included in that scenario, impacting in a differentiated micro-regional economic performance, that is, by making a regional evolutionary instance occur in a positive way, evidencing that the negative actions were able to evolve in a context of positive externalities, or, negative, generating a configuration that became inefficient with low dynamism over time.
Keywords: Economic Growth; Micro-regional economic performance; Path dependence.
1 INTRODUÇÃO
A trajetória de dependência do desempenho econômico também condiciona a sua evolução ou estagnação. Neste sentido, o crescimento econômico caracteriza as transformações interdependentes a partir do nível das atividades produtivas, o qual em trajetória dinâmica tende a se elevar de modo constante ao longo do tempo (PAELINCK, 1977). No espaço econômico microrregional a abordagem do desempenho econômico requer evidências de sua dependência de trajetória para instrução de como as heranças pretéritas influenciaram as condições correntes e as disparidades espaciais. Diversas teorias que justificam a dinâmica e as disparidades de desempenho econômico surgiram na Economia Regional. Dentre elas destaca-se a relacionada à dependência de trajetória. De acordo com North (1993), a dependência de trajetória econômica considera que o nível de desempenho ao longo do tempo depende da conjugação de fatores como o capital físico, o capital humano, os recursos naturais, a tecnologia, o nível de especialização em determinadas atividades produtivas, bem como o aparato político, econômico, institucional somado à herança histórica que norteia o ambiente econômico.
Destaca-se desse modo, que a evolução econômico-regional impulsionada por fatores ou setores produtivos específicos possui origens distintas de acordo com a vocação histórica de cada região. O nível de interação de tais fatores e da sua evolução através do tempo pode ocorrer por meio de um mecanismo de autorreforço (Lock-in) em favor de determinadas atividades econômicas, gerando uma dependência de trajetória. Este movimento, por sua vez, causa um processo de desenvolvimento microrregional diferenciado, de modo que o formato dessa trajetória (direcionamento tecnológico, político e institucional) resulta em retornos - positivo ou negativo - em termos de desempenho econômico ao longo do tempo.
Diante do exposto este artigo pretende apresentar algumas contribuições e argumentações teóricas sobre as implicações da dependência de trajetória no desempenho econômico regional envolvendo as teorias do crescimento econômico endógeno e exógeno e a influência da dependência de trajetória nesse contexto.
O trabalho está estruturado em três seções além desta introdução. A primeira contextualiza as principais correntes teóricas relacionados ao desempenho econômico regional exógeno e endógeno. A segunda expõe a abordagem da dependência de trajetória, caracterizando os principais autores que embasam essa temática no contexto do desempenho econômico e sua influência no âmbito regional. Por fim faz-se as considerações finais da pesquisa.
3 DISCUSSÕES: DESEMPENHO ECONÔMICO REGIONAL EXÓGENO vs ENDÓGENO
Diversas são as teorias que embasam a dinâmica de desempenho econômico e as causas da sua disparidade no espaço regional Dentre elas, destacam-se as teorias do desempenho econômico exógeno, caracterizada pela teoria dos Pólos de Crescimento proposta por Perroux (1964), a teoria de Causação Circular Cumulativa desenvolvida por Myrdal (1965), e, a teoria de Base da Exportação elaborada por North (1977). De outra forma apresenta-se a teoria relacionada ao crescimento endógeno (LUCAS, 1988; ROMER, 1990) fundamentada em fatores vocacionados internos para alcançar o desempenho econômico.
A análise do desempenho econômico regional passou a deter maior formalidade a partir da década de 1950, principalmente a partir dos estudos de Perroux (1964), Myrdal (1965) e North (1977), os quais consideravam que o desempenho econômico ocorreria a partir de um processo exógeno. A partir dos fatores exógenos estabelecem-se vantagens ou desvantagens no contexto regional, os quais promovem um fluxo contínuo do capital, tornando-se preponderante no processo de acumulação ou estagnação regional (LIMA; SIMÕES, 2009).
Contudo, o desempenho econômico pode ocorrer de modo irregular no espaço geográfico, em tempos distintos, com intensidades e efeitos variáveis como conseqüência do desenvolvimento de pólos de crescimento (PERROUX, 1964). Neste sentido, a teoria dos Pólos de Crescimento defende que o desempenho econômico ocorre a partir de um local caracterizado como enclave, que se destaca das demais localidades contíguas, aonde, a partir da instalação ou existência de uma indústria considerada como chave ou “motriz”, ocorre uma série de encadeamentos produtivos direcionados aos demais setores econômicos daquele conjunto econômico microrregional. Como conseqüência há uma demanda do pólo por mão de obra, dormitórios, alimentos, transporte ou pela necessidade de prestação de serviços específicos, implicando no desempenho das demais localidades regionais ao seu redor, as quais se caracterizam como fornecedoras, fomentando a dinâmica econômica regional. A teoria dos pólos de crescimento associa a regiões ao seu passado ou por meio de características distintas no contexto geográfico (ROLIM, 1982).
Quanto às disparidades econômicas regionais, Myrdal (1965) ressaltou que este problema é conseqüência da concentração da atividade produtiva, normalmente atividades industriais, que em determinadas regiões se fortalecem, causando um efeito multiplicador do crescimento econômico, chegando ao conceito do princípio da causação circular cumulativa ou progressiva, também denominado princípio da cumulatividade, o qual impacta de forma positiva ou negativa.
Esse processo tendencioso de concentração de forças em determinadas regiões, resulta em geração de progresso, produção e riqueza, fazendo com que haja uma canalização de recursos para estas regiões, as quais normalmente ocorrem em detrimento das regiões menos desenvolvidas, mantendo um processo contínuo de desequilíbrio econômico regional, denominado de efeitos regressivos (backwash effects). Outro condicionante é efeito propulsor (spread effects), segundo o qual uma atividade industrial instalada em determinada região pode gerar um efeito multiplicador às demais regiões em sua proximidade, uma vez que demandarão produtos de outros setores como o setor agrícola ou setor de serviços para fomentar a própria atividade industrial, estimulando o progresso técnico e, por conseqüência, o desempenho econômico regional. Se esse processo for fomentado pelo progresso técnico ou por uma intervenção governamental, haverá a possibilidade de neutralizar os efeitos regressivos; caso contrário, eles serão mantidos, causando a continuidade da disparidade econômica regional (MYRDAL, 1965).
Já a Teoria de Base da Exportação possui como fundamento o comércio exterior e tem por princípio específico que o desempenho econômico local e regional é função dos seus produtos de base exportadora. Esses produtos chamados de commodities são direcionados ao mercado externo, podendo ser de caráter primário, secundário ou terciário. Quando essa produção ocorre por meio de um processo dinâmico, gerando maior especialização em seu setor produtivo, fornece uma vantagem competitiva, gerando um excedente econômico capaz de induzir o desempenho das atividades não básicas de caráter local ou regional, denominadas como complementares a atividade base as quais são direcionadas ao mercado local, dinamizando o desempenho econômico regional (NORTH, 1977).
Para Piffer (2009) o início de uma dinâmica econômica regional de sucesso pode ocorrer por meio da exportação de produtos primários, sendo que quando esta atividade se intensifica, pode gerar maior dinamismo ao seu processo produtivo, causando um efeito multiplicador aos demais setores ou atividades econômicas daquela região.
No caso da teoria do desempenho econômico endógeno, a qual emergiu a partir dos anos de 1980, destacam-se os fatores internos regionais, os quais, quando integrados de modo conjunto e dinâmico, impactam sobre o processo de desenvolvimento. Essa teoria foi difundida a partir dos trabalhos de Lucas (1988) e Romer (1990) como alternativa às críticas de modelos neoclássicos de crescimento econômico que presumia que as mudanças tecnológicas eram determinadas exogenamente, levando à conclusão pessimista que políticas de governo e mercado nada podiam fazer para aumentar o crescimento econômico no longo prazo. A teoria do crescimento endógeno sugere que a mudança tecnológica é uma resposta aos incentivos econômicos no mercado que podem ser criadas e/ou afetados pelas instituições do governo ou do setor privado e que as diferenças no crescimento econômico e a qualidade de vida entre regiões desenvolvidas e em desenvolvimento refere-se à adoção da tecnologia como exógena e livremente disponível para todos. Assim, a diferença entre os padrões de vida está no fato de que as regiões têm significativamente menos capital e menor taxa de retorno de investimento adicional.
Então segundo Lucas (1988) e Romer (1990) as externalidades, o capital humano e as políticas geram efeitos de crescimento permanentes ou efeitos de crescimento transitórios duráveis. As políticas são levadas a cabo utilizando variáveis instrumentos que agem positivamente sobre o investimento em capital humano e sua composição, sobre o investimento em I&D e sua composição, sobre a tecnológica.
No Brasil, Barro (1990), Barquero (2001) e Souza (2009) defendem essa teoria como uma alternativa para promover maior impulso no processo de desempenho econômico regional e amenizar as disparidades regionais.
Segundo Barro (1990), tais modelos podem gerar crescimento econômico de longo prazo, sem incorporarem em sua análise, as modificações relacionadas aos avanços tecnológicos, ou ao crescimento populacional. Além disso, nos modelos de crescimento endógeno, os retornos do investimento podem ser constantes ou crescentes, devido às externalidades e o efeito de transbordamento de conhecimento.
De acordo com Barquero (2001), o processo de desenvolvimento endógeno leva em conta o acúmulo de capital e ao progresso da tecnologia como determinantes do desempenho econômico, além de dar importância aos agentes econômicos como uma das engrenagens da promoção do progresso econômico. No entanto, nesse processo os agentes locais são os reais precursores da dinâmica econômica regional.
No contexto regional, existe um ambiente interdependente o qual oferece um conjunto de alternativas para o desenvolvimento, fundamentado em seu potencial ou em suas vocações para a atividade produtiva, e, no Estado, a partir de seu potencial para gerar condições para o desempenho econômico. Assim, o processo de desempenho econômico regional endógeno está atrelado a uma conjunção de fatores internos regionais, abrangendo desde os agentes locais, as instituições, os aspectos culturais, até o próprio meio externo em que está inserido (BARQUERO, 2001).
Para Souza (2009, p.77), a essência que trata o desempenho regional endógeno é que a “região possui dentro de si as fontes de seu próprio crescimento”. Desse modo, a partir da interação entre os fatores internos regionais há uma tendência espontânea endógena para o desempenho econômico, uma vez que quando os recursos potenciais da região passam a ser utilizados, ocorre a formação de um excedente, gerando a produção de externalidades, as quais passam a induzir um processo dinâmico de crescimento econômico regional.
No entanto, Barquero (2001) complementa para que esse processo ocorra faz-se necessário a indução do processo produtivo, seja por meio da diversificação produtiva, pelo engajamento empresarial fomentado pelas economias de aglomeração, ou, pelo próprio fortalecimento institucional como um todo.
Tanto na teoria do crescimento exógeno quanto endógeno o estudo do desempenho garantido ou estacionário é fundamental no estudo da dinâmica econômica Harrod (1937, 1938, 1948). Neste caso insere-se tempo histórico que permite observar as variações no próprio valor da taxa garantida (warranted rate) e da própria constância, isto significa a inclusão do fenômeno de path-dependence (dependência de trajetória) a qual mais tarde foi amplamente difundida de Economia Institucional por meio de Douglass North.
3.1 A abordagem da dependência de trajetória
A análise da dependência de trajetória do desempenho econômico engloba um conjunto de abordagens que leva em conta questões exógenas, endógenas, a formação e evolução das instituições formais e informais e o desempenho econômico regional em termos de trajetória ao longo do tempo como resultado de sua herança história.
No período recente, a teoria da dependência de trajetória tem sido direcionada a inúmeros estudos de diversas áreas do conhecimento. Tais estudos encontram-se embasados em diversas correntes teóricas que procuram investigar as causas e conseqüências advindas de uma dependência de trajetória do desempenho econômico, a qual tem nos trabalhos de North (1977, 1984, 1993), David (1985), Arthur (1989) e Martin e Sunlay (2006) os principais expoentes.
Um processo de dependência de trajetória é aquele que apresenta um resultado que evolui como conseqüência de sua própria herança história. Tal processo ocorre de diversas formas, como exemplo, advindo de seqüência de desenvolvimento (biologia evolutiva) e dinâmicas sociais (interações sociais entre agentes econômicos e políticos por meio de retornos positivos e crescentes). (MARTIN e SUNLAY, 2006).
Nesta linha Martin e Sunlay (2006) mencionam que existem três principais correntes inter-relacionadas: Dependência de trajetória como “lock in” tecnológico vinculada aos trabalhos de David (1985); como retornos crescentes dinâmicos, fundamentados nos estudos de Arthur (1989) e como histerese institucional, caracterizada principalmente por meio dos estudos de North (1984; 1993), conforme caracteriza o quadro 1.
Quadro 1 - Principais direcionamentos relacionados à dependência de trajetória no contexto econômico
Fonte: Martin (2006, p.51).
David (1985) ilustra que a dependência de trajetória pode ocorrer por meio de uma escolha feita em determinada período do tempo, a qual passou a sofrer um autorreforço por meio de retornos crescentes no transcorrer da história, dificultando para que haja um processo de mudança dessa trajetória no período mais recente. Desse modo, pequenos “eventos” que ocorrem ao longo do tempo, podem implicar em externalidades positivas naquele período, as quais tendem a dificultar caminhos alternativos e influenciar no período futuro, gerando conseqüências a todo o sistema econômico.
Arthur (1989), por sua vez dedica sua pesquisa em relação às possíveis formas de retornos crescentes que podem desencadear uma dependência de trajetória econômica. Tais retornos, causados pelos efeitos de aprendizagem e de coordenação, caracterizam um autorreforço em termos de expectativas dos agentes econômicos, fazendo com que muitos resultados tornem-se possíveis. Assim, pequenos “eventos” da história tornam-se importantes condutores de um legado ao longo do tempo.
A abordagem da Nova Economia Institucional, NEI, caracterizada pela histerese institucional (North 1977, 1984, 1993) direciona um estudo particular que dá vínculo a um acontecimento passado, o qual interfere diretamente no presente e nas expectativas futuras. A partir desse processo, as instituições formais e informais, que dão suporte ao processo de desenvolvimento econômico, passam a evoluir vagarosamente, caracterizando desse modo, um modelo de causalidade com vínculo a uma dependência de trajetória (HALL e TAYLOR, 1996).
De acordo com North (1993), o desempenho econômico depende de fatores relacionados ao capital físico, humano, dos recursos naturais, da tecnologia e do conhecimento. No entanto, o âmbito institucional, político ou econômico, caracteriza-se como norteador desses recursos. Somado a isso, a herança histórica, por permitir a inserção (ou não) da evolução (econômica, social, institucional e organizacional) ao longo do tempo condiciona a análise da promoção do desempenho econômico.
Para North (1993), as organizações e instituições compostas por regras formais representadas pelas leis e normas informais representadas pela cultura, crenças e costumes quando adquirem estabilidade, passam a mudar lentamente ao longo do tempo. Além disso, podem atuar de forma positiva ou negativa, o que as faz conservar sua estrutura, tornando qualquer caminho ou rota de mudança dependente dessa trajetória. Nesse sentido, a história mantém o direcionamento de diversas estruturas, econômico, social ou institucional, gerando um mecanismo de autorreforço ao longo do tempo, ou seja, a histerese institucional.
As heranças do passado tendem a influenciar na evolução das atividades de um estado ou região, gerando reflexos no desempenho econômico e na possibilidade de mudança, a qual quando acontece se dá no nível incremental e não radical. Assim, as escolhas políticas, econômicas e os acontecimentos passados tendem a refletir-se no desempenho presente, de modo que mesmo ocorrendo mudanças nas questões políticas, econômicas e sociais, as forças relacionadas à dependência de trajetória ainda se mantém, pois essa trajetória desenvolvida ao longo do tempo exerce grande pressão sobre as mudanças, impactando no direcionamento das instituições e dos agentes econômicos (NORTH, 1993).
A dependência de trajetória se configura por meio de uma conjugação de fatores no tempo e determinam transformações nos direcionamentos econômicos e sociopolíticos, sendo que o resultado dessas transformações é dependente de sua história, bem como da sequência de atitudes promovida pelos agentes e instituições, de modo que a história impacta diretamente em tais resultados influenciando no desempenho econômico de um país ou região e da sociedade como um todo. (DAVID, 1997).
Dentre tais fatores, destacam-se os retornos crescentes, as economias de escala da atividade e os altos custos de investimentos, os quais dificilmente poderão ser revertidos para outra atividade. No momento que um país ou região opta por um direcionamento ao longo do tempo – um caminho –, ele tem seus custos aumentados para poder revertê-lo. Desta forma, quando comparadas às vantagens e desvantagens em relação à continuidade naquela atividade/trajetória, em inúmeros casos, as vantagens se sobressaem estabelecendo um autorreforço para que haja o prosseguimento daquela trajetória (FERNANDES, 2002; 2004; MENICUCCI, 2007).
Os acontecimentos passados que norteiam a dependência de trajetória podem estar atrelados a questões econômicas, culturais e institucionais, caracterizando-se como herança formada ao longo do tempo transformando em fator de controle no desempenho presente. Desta forma, para compreender de modo concreto o processo de dependência de trajetória é preciso distinguir os níveis, as formas e a sua natureza, pois ela pode ocorrer em diferentes estágios no passado histórico, podendo apresentar um vínculo a um passado distante ou a um período recente (PAGE, 2006).
Desse modo, analisar o desempenho econômico regional tomando como referência os pressupostos da teoria da dependência de trajetória é importante para compreensão da evolução da dinâmica econômica local e regional, bem como da própria disparidade em termos de desempenho econômico regional. Essa ideia é defendida por Enderle e Guerrero (2008), quando enfatizam que para compreender as questões relacionadas ao desempenho econômico de um país ou região é preciso analisar o contexto histórico do desenho econômico e institucional, bem como os aspectos ligados à cultura, aos hábitos e às crenças, uma vez que tais fatores são fundamentais para a percepção e decisão dos agentes econômicos no momento de direcionamento de uma atividade produtiva, impactando de modo positivo ou negativo em todo o contexto regional.
3.2 A influência da dependência de trajetória no desempenho econômico regional
Independentemente do tipo de abordagem de dependência de trajetória inserida na economia regional, primeiramente é preciso levar em conta que esse processo ocorre a partir de um cenário coletivo, formado por agentes econômicos, trabalhadores, unidades de negócios, organizações, indústrias, instituições, e, mais importante, por meio de interações e relações (diretas ou indiretas) intra e entre regiões, sendo que será para este espaço que os indivíduos, empresas, indústrias e instituições irão direcionar seu contexto de evolução (MARTIN e SUNLEY, 2006).
Esse processo de dependência de trajetória econômica regionalizada tende a conduzir-se a partir de fatores ou setores específicos, com origens distintas de acordo com cada região. Nesse sentido, Martin e Sunley (2006) relatam as possíveis fontes de dependência de trajetória regional, as quais levam em conta diversas características baseadas em recursos naturais, custos irrecuperáveis de ativos locais e infraestruturas, economias externas locais de especialização industrial, lock-in tecnológico regional, economias de aglomeração, dentre outras, conforme se destaca no quadro 2.
Quadro 2 - Possíveis fontes de dependência de trajetória regional
Fonte: Martin e Sunley (2006, p. 412, tradução nossa).
Portanto, a dependência de trajetória pode fundamentar-se a partir de diversos fatores, os quais, dependendo do nível de relações e interações, podem influenciar e direcionar tanto a trajetória de atividades ou setores específicos, quanto a conjuntura econômica regional.
Estudos como os de Arend e Cario (2010) e Sánchez-Zamora et al (2014) avaliaram a dependência de trajetória no tempo e no espaço. Arend e Cario (2010), avaliaram o setor industrial das regiões Norte e Sul do Rio Grande do Sul, concluindo que o processo de desempenho econômico está vinculado a fatores institucionais e tecnológicos. Na análise, os autores justificam que o setor é dependente de uma trajetória passada, pois ocorrem de modo cumulativo ou histórico.
Sánchez-Zamora et al (2014) utilizam dados referentes a 698 municípios para identificar os fatores determinantes de sucesso na dinâmica territorial em áreas rurais da região de Andalusia, Espanha, buscando determinar o impacto de diversas variáveis como capital natural, humano, social, financeiro, infraestrutura, direitos de propriedade, entre outros fatores, em relação ao progresso econômico. A partir da análise, os autores evidenciam que questões ligadas à diversificação econômica, recursos naturais e à capacidade institucional e de governança são fundamentais para a promoção do progresso econômico.
Quando se trata de espaço regional, as regiões desenvolvem um modelo de produção e especialização em determinadas atividades e mantêm esse processo ao longo do tempo, gerando um padrão de desempenho econômico diferenciado das demais com autorreforço para a continuidade nestas atividades, caracterizando um formato de dependência de trajetória regional. Destaca-se neste contexto, o estudo de Shikida e Perosa (2012) os quais fazem um estudo da relação da dependência de trajetória no sistema econômico institucional do álcool combustível, evidenciando que ao longo do tempo, em diversos momentos, houve um autorreforço a partir de ciclos de desenvolvimento do setor alcooleiro condicionado pelo contexto institucional e organizacional, gerando uma dependência de trajetória em favor da atividade.
Da mesma forma, Barbosa (2014) analisou o sistema agroindustrial da soja a partir da dependência de trajetória, evidenciando que o ambiente institucional do marco regulatório foi influenciado por escolhas históricas as quais caracterizaram as políticas públicas do setor e o legado presente para a produção de biodiesel da cana-de-açúcar no Brasil.
É preciso examinar, portanto, como ocorreu esse processo no passado e em qual o grau e formato ele se encontra no presente, de forma a visualizar se tal evolução não gerou um contexto de “lock-in” regional negativa, ou seja, ao mesmo tempo em que tal trajetória foi influenciando e moldando a evolução econômica, gerando taxas crescentes de desempenho econômico, aos poucos ela foi se estagnando, tornando-se mais inflexível em termos de adaptação à evolução tecnológica, à diversificação produtiva, a novas ideias e à inovação, ficando bloqueada somente em um determinado processo produtivo ou formato tecnológico.
Ressalta-se que, ao longo do tempo, as instituições e organizações evoluem. No entanto, em muitos casos seu padrão tecnológico e produtivo torna-se “bloqueado” passando a não ser tão atrativo como era no passado, ficando aos poucos ineficiente e obsoleto. Por conseqüência, esse processo passa a gerar taxas decrescentes em termos de desempenho econômico, pois as organizações tornam-se menos competitivas e mais arcaicas, questão que vem impactar em todo o contexto regional, já que parte, ou a maioria das interações/relações econômicas e sociais entre os agentes econômicos, estão moldadas a partir dessa trajetória econômica regional.
Para Martin (2006), a evolução econômica regional pode abranger esse processo, pois em diversos casos ocorre uma transição de fases de desempenho econômico positivo (“lock-in” positivo), envolvido em externalidades positivas com alto dinamismo regional, o qual pode acontecer durante décadas, mas que, no entanto, passa para uma fase econômica negativa, (“lock-in” negativo), fundamentado em externalidades negativas com elevada rigidez e inflexibilidade produtiva, podendo também estar amarrado a esse contexto durante um longo tempo.
Evidências desse processo são encontradas em Engstrand e Stam (2002), quando comparam duas regiões distintas da Suécia e Holanda, tomando como referência atividades determinantes no contexto produtivo daquelas regiões. Tal análise evidenciou que as mesmas atividades que desencadearam alto desempenho regional ao longo do tempo, tornaram-se uma fonte de baixo dinamismo no contexto econômico regional. Também é encontrada em Tonts, Plummer e Argent (2014), a partir de estudos locais relacionados a áreas rurais do ocidente da Austrália, os quais caracterizam que a evolução econômica daquela região evidenciou vínculo a uma dependência de trajetória, a qual resultou em cenário positivo e negativo para as diferentes regiões em análise, implicando no contexto do desempenho socioeconômico daquela região.
Nychai (2014), também, analisou a influência do modelo mental constituído por fatores socioculturais e pela dependência de trajetória sobre o desempenho da gestão fiscal dos municípios brasileiros e a evolução dos fatores socioculturais para 5250 deles. Em sua análise, a autora ressalta que houve indução no desempenho da gestão dos municípios advindo da dependência de trajetória condicionada por heranças de gestões anteriores, o que por conseqüência, causou desempenho diferenciado na gestão financeira municipal, bem como no progresso econômico desses municípios.
Um dos principais equívocos que as organizações cometem quando percebem que estão aprisionadas pelo autorreforço (lock-in) é que ao invés dos arranjos se abrirem para uma nova configuração, adaptando-se ao novo formato tecnológico e produtivo muitas vezes a opção é por reduzir investimentos em inovação e manter-se no mesmo processo, fechando suas portas a qualquer tipo de mudança, perdendo mercado e acentuando o processo de ineficiência competitiva regional (MARTIN e SUNLEY, 2006).
Na economia regional a configuração por uma dependência de trajetória a partir de determinada conjuntura produtiva, pode desenvolver-se por meio de diversos escolhas. Estas escolhas é que darão a direção de sua dinâmica de desempenho econômico ao longo do tempo. North (1993) apresenta diversas justificativas que podem ter gerado/reforçado o “bloqueio” ou “lock-in” negativo, como os elevados custos no investimento, dificultando mudanças necessárias ao empreendimento; os efeitos relacionados ao aprendizado, que conduzem a atividade ao mesmo direcionamento; o efeito da coordenação ligado à estrutura organizacional e institucional em que a atividade está inserida; e as expectativas futuras que geram incertezas e impactos diretos nas escolhas por certas atividades.
Assim sendo, é preciso encontrar alternativas/direcionamentos para se promover/induzir o desempenho econômico regional e evitar condições de lock-in negativo, uma vez que os modelos relacionados à dependência de trajetória podem explicar uma relação positiva ou relação negativa entre o fator preponderante para um determinado caminho e o desempenho econômico regional.
Bassanini e Dosi (1999) argumentam que muitas regiões desenvolvem um processo de evolução institucional e organizacional ao longo do tempo, apresentando uma seqüência de etapas/fases, elencada por diversos cenários que as permitem manter-se em um contexto contínuo de externalidades positivas. Nesse sentido, Martin e Sunley (2006) elencam algumas possibilidades que permitem fugir ou evitar as condições denominadas de lock-in negativo, conforme se verificar o quadro 3.
Quadro 3 - Possibilidades que permitem fugir de um lock-in negativo regional
Fonte: Martin e Sunley (2006, p. 420, tradução nossa).
Denota-se desse modo, que existem diversas alternativas que permitem a indução do desempenho econômico regional baseado em determinada trajetória para um contexto de retornos crescentes em termos de desempenho econômico, conforme denominado por Martin e Sunley (2006, p. 419) como uma “janela de oportunidades locacionais”. No entanto, primeiramente é preciso compreender as características específicas de cada região, para então direcionar o processo para um caminho de renovação constante.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise sobre o nível de desempenho econômico regional pode fundamentar-se no contexto do crescimento econômico regional exógeno e endógeno. No entanto, para se analisar o processo de desempenho econômico regional, além da análise dos fatores internos ou externos nesse processo, é preciso se avaliar quais são os fatores que influenciaram para o seu desempenho ao longo do tempo, bem como a influência da herança histórica regional em termos de interação e relação que influenciaram e influenciam o crescimento e o desenvolvimento.
A abordagem da dependência de trajetória permite essa análise, uma vez que leva em conta questões exógenas, endógenas e, a formação e evolução das instituições formais e informais ao longo tempo, caracterizando que o desempenho econômico regional está em função do resultado da sua própria trajetória histórica ao longo do tempo.
Esse resultado pode ocorrer de diversos modos e estar atrelado a determinadas fases do crescimento e do desenvolvimento, podendo assim, influenciar de forma positiva ou negativa no nível de desempenho econômico regional.
Assim, é preciso conhecer o processo de evolução econômica regional de forma a compreender seu vínculo histórico e as possíveis fontes em termos de possibilidade de uma dependência de trajetória regional. Essa análise torna-se importante para a compreensão de sua dinâmica evolutiva ao longo do tempo em relação ao presente, pois permite visualizar se os agentes foram capazes de evoluir dentro de um contexto positivo, mantendo uma configuração regional de externalidades positivas, ou se esses agentes foram incapazes de adaptar-se ao cenário competitivo inter-regional, gerando uma configuração (em determinado momento do tempo) que se tornou ineficiente com baixo dinamismo, motivando um declínio no desempenho econômico regional.
5 REFERÊNCIAS
AREND, M.; CARIO, S. A. F. Desenvolvimento e desequilíbrio industrial no Rio Grande do Sul: uma análise secular evolucionária. Economia e Sociedade, Campinas, v. 19, n. 2, p. 381-420, ago. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ecos/v19n2/a07v19n2.pdf>. Acesso em: 01 mar. 2019.
ARTHUR, W. B. Competing technologies, increasing returns, and ‘lock-in’ by historical events. Economic Journal, 99: 116–131. 1989. Disponível em: <http://www.im.ethz.ch/education/HS08/arthurlockin1989_2.pdf>. Acesso em: 01 mar. 2019.
BARBOSA, M. Z. Biodiesel e Agricultura Familiar: uma abordagem da dependência de trajetória. Textos para Discussão n. 35. 2014. Disponível em: <ftp://ftp.sp.gov.br/ftpiea/TD/td-35-2014.pdf>. Acesso em: 03 mar. 2019.
BARQUERO, V. A. Desenvolvimento endógeno em tempos de globalização. Porto Alegre: Fundação de Economia e Estatística, 2001.
BARRO, Robert J. Government spending in a simple model of endogeneous growth. Journal of Political Economy 98 (S5): 103-125. 1990.
BASSANINI, A.; DOSI, G. When and How Chance and Human Will Can Twist the Arms of Clio. LEM, Working Paper Series. Laboratory of Economics and Management Sant’Anna School of Advanced Studies. Pisa, Italy. 1999. Disponível em: <http://www.sssup.it/UploadDocs/5915_1999_05.pdf>. Acesso em: 05 abr. 2019.
DAVID, P. A. Clio and the economics of QWERTY. American Economic Review, 75: 332–337. 1985. Disponível em: <http://www.colorado.edu/ibs/es/alston/econ8534/SectionVI/David,_Clio_and_the_Economics_of_QWERTY.pdf>. Acesso em 10 abr. 2019.
DAVID, P. A. Path dependence and the quest for historical economics: one more chorus of the ballad of QWERTY. University of Oxford Discussion Papers in Economics and Social History nº 20. 1997. Disponível em: <http://www.nuff.ox.ac.uk/economics/history/paper20/david3.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2019.
ENDERLE, R.; GUERRERO, G. A. A herança patrimonialista na burocracia estatal do Brasil: path dependence patrimonialista e a falta da autonomia enraizada do estado brasileiro. In: ENCONTRO DE ECONOMIA DA REGIÃO SUL, 11., Anais. Curitiba: ANPEC Sul, 2008. 1-20. Disponível em: <http://www.economiaetecnologia.ufpr.br/XI_ANPEC-Sul/artigos_pdf/a1/ANPEC-Sul-A1-02-a_heranca_patrimonialist.pdf> Acesso em: 25 abr. 2019.
ENGSTRAND, A.; STAM, E. Embeddedness and economic transformation of manufacturing: a comparative research of two regions. Economic and Industrial Democracy, 23: 357–388. 2002. Disponível em: <http://eid.sagepub.com/content/23/3/357.full.pdf+html>. Acesso em: 25 abr. 2019.
FERNANDES, A. S. A. Path dependency e os Estudos Históricos Comparados. BIB, São Paulo, n° 53, p. 79-102. 2002. Disponível em: <http://portal.anpocs.org/portal/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=533&Itemid=435>. Acesso em: 24 mar. 2019.
FERNANDES, A. S. A. Gestão municipal e participação social no Brasil: a trajetória de Recife e Salvador, 1986-2000. São Paulo: Annablume, 2004.
HALL, P. A.; TAYLOR, R. C. R. Political science and the three new institutionalisms. Political Studies, v. 44, n. 4, p.936-957, 1996. Disponível em: <http://www.mpifg.de/pu/mpifg_dp/dp96-6.pdf>. Acesso em: 28 mar. 2019.
HARROD, R. F. Mr. Keynes and traditional theory, in Robert Lekachman, ed., Keynes’ General Theory: Reports of Three Decades, London: MacMillan & Co Ltd, 1937.
HARROD, R. F. An essay in dynamic theory: 1938 Draft. Edited by Daniele Besomi. History of Political Economy, v. 28, n. 2, 1996: 253-280, 1938.
HARROD, R. F. Towards a Dynamic Theory. Some Recent Developments of Economic Theory and their Applications to Policy. London: MacMillan, 1948.
LIMA, A. C. da C.; SIMÕES, R. F. Teorias do desenvolvimento regional e suas implicações de política econômica no pós-guerra: O caso do Brasil. Belo Horizonte: UFMG/Cedeplar, MG. 2009. Disponível em: <http://cedeplar.face.ufmg.br/pesquisas/td/TD%20358.pdf>. Acesso em: 28 mar. 2019.
LUCAS, Robert E. Jr. On the Mechanics of Development Planning. Journal of Monetary Economics, New York, v. 22, n. 1(July), 1988. p. 3-42.
MARTIN, R. L.. Pfadabhängigkeit und die ökonomischeLandschaft. In BERNDT, C. and
GLÜCKLER, J. (Eds). DenkanstößezueineranderenGeographie der Ökonomie. Bielefeld University Press. p. 47-76. 2006. Disponível em: <http://www.gbv.de/dms/bs/toc/505450259.pdf>. Acesso em: 05 mar. 2019.
MARTIN, R.; SUNLEY, P. Path dependence and regional economic evolution. Journal of Economic Geograthy. n.º 6, pp. 395-437. 2006. Disponível em: <http://www.transcript-verlag.de/978-3-89942-454-6/denkanstoesse-zu-einer-anderen-geographie-der-oekonomie>. Acesso em: 10 mar. 2019.
MENICUCCI, T. M. G. Público e privado na política de assistência à saúde no Brasil: atores, processos e trajetória. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2007.
MYRDAL, G. Teoria econômica e regiões subdesenvolvidas. Rio de Janeiro: Editora Saga,1965.
NORTH, D. C. Teoria da localização e crescimento econômico regional. In: Schwartzman, J. Economia regional: textos escolhidos. Belo Horizonte: Cedeplar, 1977.
NORTH, D.C. Structure and Change in Economic History. New York: W.W. Norton and Co., 1984.
NORTH, D. C. Instituciones, cambio institucional y desempeño económico. México: Fondo de Cultura Económica, 1993.
NYCHAI, L. Fatores socioculturais e dependência de trajetória no desempenho da gestão fiscal: uma abordagem a partir do modelo mental da Nova Economia Institucional. 224f. Tese (Doutorado em Economia) – Setor de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2014.
PAELINCK, J. A teoria do desenvolvimento regional polarizado. In: SCHWARTZMAN, J. (Org.). Economia regional: textos escolhidos. Belo Horizonte: Cedeplar, 1977. p. 157-194.
PAGE, S. E. Path Dependence. Quaterly Journal of Political Science, n.º 1; p. 87-115. 2006. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1561/100.00000006>. Acesso em: 25 mar. 2019.
PERROUX, F. A economia do século XX. 2. ed.Paris: Presses Universitaires de France, 1964.
PIFFER, M. A teoria da base econômica e o desenvolvimento regional do Estado do Paraná no final do século XX. 167 f. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Regional) – Setor de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade de Santa Cruz do Sul, RS, 2009. Disponível em: <http://repositorio.unisc.br/jspui/bitstream/11624/676/1/MoacirPiffer.pdf>. Acesso em: 11 abri. 2019.
ROLIM, C. F. C. Espaço e região: retorno aos conceitos originais. In: ANPEC – X Encontro Nacional de Economia. Águas de São Pedro. Anais... Brasília. 1982.
ROMER, P. M. Endogenous Technological change. The journal of Political Economy 98 (5), S71- S102. 1990.
SANCHEZ-ZAMORA, P.; GALLARDO-COBOS, R.; CEÑA-DELGADO, F. Rural areas face the economic crisis: Analyzing the determinants of successful territorial dynamics. Journal of Rural Studies n. 35. p. 11-25. 2014. Disponível em: <http://www.researchgate.net/publication/261716276_Rural_areas_face_the_economic_crisis_Analyzing_the_determinants_of_successful_territorial_dynamics>. Acesso em: 21 mar. 2019.
SHIKIDA, P. F. A.; PEROSA, B. B. Álcool Combustível no Brasil e Path Dependence. Revista RESR, Piracicaba-SP, vol. 50, nº 2, p. 243-262, Abr/Jun. 2012.
SOUZA, N. de J. de. Desenvolvimento regional. São Paulo: Atlas, 2009.
TONTS, M.; PLUMMER, P.; ARGENT, N. Path dependence, resilience and the evolution of new rural economies: Perspectives from rural Western Australia. Journal of Rural Studies 36. p. 362-375. 2014. Disponível em: <http://ac.els-cdn.com/S0743016714000461/1-s2.0-S0743016714000461-main.pdf?_tid=f125f500-7983-11e5-a0c6-00000aab0f02&acdnat=1445604509_796c17920d1d7661228f8f8c7716fb53>. Acesso em: 10 mar. 2019.
Direitos autorais 2019 Giomar Viana, Luci Nychai, Vitor Afonso Hoeflich, Anadalvo Juazeiro Dos Santos
Revista Capital Científico – Eletrônica (RCCe) Rua: Padre Salvador, 875 – Bairro Santa Cruz CEP: 85015-430 Guarapuava-Paraná-Brasil Campus Santa Cruz – Editora UNICENTRO ISSN 2177-4153 (Online)
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 3.0 Unported License.