The dark triad: uma análise do perfil dos estudantes de
Ciências Contábeis da Unicentro
The dark triad: an analysis of the profile of students in accounting sciences at Unicentro
Sonia Raifur Kos1 e Ingridy Laura Raifur Kos2
1 Universidade Estadual do Centro-Oeste, Brasil, Doutorado em Contabilidade, e-mail: soniarkos@yahoo.com.br
2 Universidade Estadual do Centro-Oeste, Brasil, Bacharel em Ciências Contábeis, e-mail: ilr.kos@hotmail.com
Recebido em: 29/11/2020 - Revisado em: 10/12/2020 - Aprovado em: 29/12/2020 - Disponível em: 02/01/2021
Resumo
Dark Triad é uma construção criada a partir de três traços de personalidades não patológicas, sendo eles o Narcisismo, o Maquiavelismo e a Psicopatia.Este estudo tem o objetivo de analisar e identificar quais são os traços de personalidade que predominam nos estudantes de Ciências Contábeis na Universidade Estadual do Centro Oeste - UNICENTRO. Para atingir o objetivo do estudo foram questionados 197 alunos matriculados no curso de Ciências Contábeis. Foi utilizado questionário validado por Lopes et al (2016), o qual contém 27 questões, sendo 9 de cada traço de personalidade. Constatou-se que o nível moderado de maquiavelismo foi o que mais se destacou na amostra estudada, sendo que dos três constructos, foi o único que apresentou uma média acima de 3,00 para os resultados, indicando que os respondentes têm tendências a este traço de personalidade. Os resultados permitiram ainda verificar que grande parte dos alunos possuem atitudes que os enquadram nos níveis baixo e moderado. Sendo assim, pode-se considerar que a maior parte dos estudantes analisados tendem a ser mais honestos, prezando pela sua moral e integridade, e tendo decoro e zelo em suas atitudes, no meio acadêmico e organizacional.
Palavras-Chave: Dark Triad; Narcisismo; Psicopatia; Maquiavelismo; Ciências Contábeis.
Abstract
Dark Triad is a construction created from three traits of non-pathological personalities, namely Narcissism, Machiavellism and Psychopathy. This study aims to analyze and identify which personality traits predominate in Accounting students in Midwest State University - UNICENTRO. To reach the objective of the study, 197 students enrolled in the Accounting Science course were questioned. A validated questionnaire was used by Lopes et al. (2016), which contains 27 questions, 9 of each personality trait. It was found that the moderate level of Machiavellianism was the one that stood out in the studied sample, and of the three constructs, it was the only one that presented an average above 3.00 for the results, indicating that the respondents tend to this trait. of personality. The results also showed that most students have attitudes that frame them at low and moderate levels. Thus, it can be considered that most of the students analyzed tend to be more honest, valuing their morals and integrity, and having decorum and zeal in their attitudes, in the academic and organizational environment.
Keywords: Dark Triad; Narcissism; Psicopatia; Machiavellianism, Accounting.
1. INTRODUÇÃO
Estudos têm buscado entender cada vez mais a influência da personalidade de um indivíduo dentro da esfera corporativa, buscando relações com comportamentos cínicos e antiéticos (NAIR, KAMALANABHAN, 2010), aplicação de recursos de terceiros em operações de risco (JONES, 2013), a incerteza constante na divulgação de relatórios financeiros (MAJORS, 2013) e manipulação de resultados por profissionais de contabilidade (SHAFER, WANG; 2011). O que evidencia uma preocupação por parte dos pesquisadores em compreender mais o impacto dos fatores psicológicos no ambiente organizacional (LOPES, et al., 2016).
Um estudo recente que vem para mensurar esses comportamentos é a analise a partir da Tríade Sombria (Dark Triad). O Dark Triad é um conceito que foi construído dentro da literatura da psicologia social e moldado tendo por base três elementos: o Maquiavelismo, o Narcisismo subclínico e a Psicopatia subclínica (PAULHUS; WILLIAMS, 2002). O Dark Triad é definido como um constructo, ou seja, o conceito é uma construção a partir da conciliação de elementos simples, com o intuito de compor uma teoria.
Por se tratar de fatores subclínicos as características definidoras destes transtornos de personalidade não podem compreender um quadro patológico. O desenvolvimento de uma forma de mensuração a níveis subclínicos tornou possível a realização de estudos direcionados a população em geral. Apesar de conceitualmente diferentes estas características da personalidade humana, apresentam empiricamente características sobrepostas e cuja participação é considerada comum na personalidade das pessoas (D’SOUZA; LIMA, 2014; PAULHUS; WILLIAMS, 2002).
Estas características, quando observadas dentro da universidade, mostram que quanto maior a presença da tríade em um determinado estudante, este tende a estar mais propenso a cometer algum tipo de fraude no meio acadêmico (NATHANSON; PAULHUS; WILLIAMS, 2006).
Diante do exposto, o presente estudo visa responder a seguinte questão de pesquisa: Qual o traço de personalidade mais presente nos alunos de ciências contábeis da Unicentro? Nesse sentido o objetivo do estudo é verificar o perfil dos estudantes de Ciências Contábeis da Universidade Estadual do Centro Oeste - UNICENTRO, com o objetivo de averiguar qual é o traço de personalidade mais presente. Enfatiza-se que a finalidade desta pesquisa é identificar traços não patológicos, ou seja, os autores desta pesquisa não têm a pretensão nem a competência para diagnosticar distúrbios mentais.
Ainda, o presente estudo busca alargar as pesquisas que rodeiam esse constructo, relativo ao aspecto psicológico da tríade, uma vez que é uma temática nova e ainda pouco explorada no cenário nacional, e por isso ainda não tem muitas fontes comparativas para se estabelecer um perfil profissional, geral, dos estudantes de ciências contábeis.
Ao promover a taxonomia do constructo Dark Triad na esfera organizacional e contábil, D’Souza e Lima (2014) realizaram um estudo das publicações acerca do conteúdo em periódicos nacionais e internacionais, no período de 2002 a 2014, formando uma base de dados com um total de 90 artigos, sendo que a apenas 19% das publicações versavam sobre o constructo Dark Triad, o que mostra a carência de estudos acerca deste assunto e a relevância em se conhecer mais este constructo.
O tema ainda foi pouco estudado no Brasil, isso traz relevância pois visa aumentar a pesquisa nessa área, onde tem muitas lacunas a serem preenchidas. Acredita-se que esse estudo deveria ser feito em todas instituições de ensino superior que ofertam o curso de ciências contábeis para afirmar com certeza o resultado, mas ainda sim é necessário começar de algum lugar.
Por isso, faz-se necessária essa pesquisa na Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO, já que ainda não existe registro de que uma pesquisa como esta foi desenvolvida com os estudantes do curso.
Há estudos relacionando os resultados com a dinâmica do contador no mercado depois que este deixa a universidade e começa a desenvolver seu trabalho. Como ética, honestidade, humildade entre outras características que são buscadas pelo empregador.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Principais fundamentos teóricos para se compreender a funcionalidade do constructo Dark Triad é uma análise detalhada de cada traço de personalidade que a tríade possui, quais sejam: Maquiavelismo, Narcisismo e Psicopatia.
A personalidade pode ser definida como o conjunto de características que determinam a individualidade de uma pessoa. As características psicológicas são ligadas com os pensamentos, as ações e as interpretações de um indivíduo, definindo suas atitudes e seu modo de lidar as situações do dia a dia. Portanto, a característica da personalidade se reflete diretamente no comportamento, nas percepções, na criatividade e na emissão de juízo de valores de um determinado indivíduo (D’SOUZA, 2016).
2.1. MAQUIAVELISMO
O perfil Maquiavelista nasceu a partir da obra O Príncipe (MAQUIAVEL, 1982), publicado pela primeira vez em 1532, na Itália, o termo “Maquiavelismo” passou a ser equivocadamente tratado durante anos como sinônimo de algo amoral e antiético, a partir do senso comum.
Características fáceis de observar no comportamento de pessoas com o perfil maquiavélico é o desapego emocional e uma aparência cínica que os capacitam para controlar seus impulsos e serem cuidadosos. Charmosos e simpáticos, eles preferem se utilizar de táticas sutis (charme, simpatia, auto-revelação, culpa), quando possível, para mascarar suas verdadeiras intenções e proporcionar uma base para uma negação plausível se forem descobertos. No entanto, eles podem se utilizar de pressões e ameaças quando for necessário.
2.2. NARCISISMO
O termo narcisismo nasce da Mitologia Grega, que conta a história de Narciso, um jovem belo que desprezou o amor da ninfa Eco e por isso foi condenado apaixonar-se por sua própria imagem refletida na água. Este amor excêntrico levou Narciso à morte, afogado em seu reflexo.
[...] Narciso estava mortalmente ferido, prostrado, por um amor sem esperança dirigido a um ser que era, na verdade, apenas uma imagem de sua própria criação. Nas águas da fonte mergulhou finalmente tentando alcançar a criatura que via ali refletida, e assim sua alma desceu ao reino de Plutão. Sua sombra atravessava já o sombrio rio Estige, e mesmo aí curvou-se no barco para que pudesse obter um vislumbre do ser amado nas águas escuras do rio. (LANG, 2003, p. 140).
A psicanálise usa o conceito grego de narcisismo para definir uma pessoa que admira copiosamente a sua própria imagem e nutre uma paixão por si mesma. Segundo Freud, o narcisismo é um aspecto normal em todos os seres humanos, pois está relacionado com o nosso desenvolvimento sexual (D´SOUZA, 2016).
Freud foi o principal responsável em contribuir o mito de Narciso fosse uma das histórias da mitologia grega que mais ficaram comentadas na história através de uma interpretação psicanalítica (BULFINCH, 2002). O autor acrescenta que no ensaio: Introdução ao Narcisismo, publicado em 1914, Freud descreve o comportamento narcísico como uma perversão sexual, na qual o indivíduo só alcança o prazer através da admiração e acariciamento do próprio corpo. Uma redução dos limites do prazer ao próprio Eu. Essa perversão é fruto de uma punção egoísta, na qual o indivíduo alimenta uma mania de grandeza e o desinteresse pelo mundo exterior.
Para o psicanalista, todos os indivíduos apresentam certos traços narcísicos, elemento constituinte de uma psique de sobrevivência: “[...] o narcisismo já não seria perversão, mas o complemento libidinoso do egoísmo do instinto de conservação, egoísmo que atribuímos justificadamente, em certa medida, a todo ser vivo” (FREUD, 1977, p. 249 apud BULFINCH, 2002).
Narcisistas costumam discordar sempre das orientações que recebem e, por se acharam acima dos melhores, raramente admitem erros e preferem culpar os outros por equívocos ou coisas que dão errado. Normalmente arrogantes, não se constrangem em cometer atitudes abusivas com subordinados ou pessoas próximas. A necessidade constante de ser o centro das atenções é marca registrada dos narcisistas. Ambiciosos e com dificuldade em ter empatia, são capazes de tudo para obter o que desejam, mesmo que signifique prejudicar o coletivo (D’SOUZA, 2016).
O narcisismo saudável é ligado a questões de autoestima, o que é importante para resistir às frustrações cotidianas, defender as opiniões e até mesmo inspirar confiança. No ambiente corporativo, o narcisismo é mais discutido e relacionado com os impactos destas características em posições de liderança e na tomada de decisões empresariais. (FIGUEREDO; SAMPAIO, 2014; D’SOUZA, 2016; LUBIT 2002).
2.3. PSICOPATIA
Inicialmente, a definição e o estudo da psicopatia estiveram associados a populações de prisioneiros e pacientes de manicômios judiciários. Contudo, atualmente, afirma-se que as características da psicopatia não se limitam a populações prisionais ou forenses (WILKOWSKI & ROBINSON, 2008).
A psicopatia a um nível clínico é um transtorno de personalidade caracterizado pela falta de empatia com os outros, não apresentando sentimento de culpa ou de remorso pelo desvio das normas sociais estabelecidas, apresentando uma tendência a atribuir a outros a culpa de suas ações (D’SOUZA, 2016).
Segundo Robert Hare, pesquisador de Psicologia Criminal e professor na Universidade da British Columbia aproximadamente 1% da população é de psicopatas, dos quais a maioria pode passar despercebida na sociedade, chegando, inclusive, a passar por bons trabalhadores e gestores.
Essas pessoas têm respostas para tudo, muitas vezes engenhosos e inteligentes, e são capazes de contar histórias interessantes que envolvem os ouvintes. Eles são charmosos, cortês e educados, nada tímidos e nunca tem medo de dizer o que pensam ou o que eles querem dizer. Também podem ser ouvintes atentos; fingem ter empatia com a outra pessoa para que desenvolva confiança entre eles e torná-lo mais vulnerável, para que mais tarde possam manipulá-lo à vontade (PAULHUS; WILLIAMS, 2002).
As mentiras e enganos são uma parte essencial dos psicopatas e as interações com os outros. Além de fingir conhecimentos em muitas áreas, eles fazem promessas que não cumprem e as afirmações que contradizem o seu comportamento. Eles têm uma grande facilidade para mentir e uma ausência de culpa sobre isso. Essas pessoas exploram as outras sem escrúpulos, com uma falta de preocupação e empatia pelos sentimentos e sofrimento das suas vítimas. Os psicopatas manipulam as pessoas ao seu redor para obter lucro pessoal a qualquer preço (JONES; PAULLHUS, 2014).
As características da psicopatia listadas por Cleckley (1941/1976) foram as seguintes: 1) Charme superficial e boa inteligência; 2) Ausência de delírios e outros sinais de pensamento irracional; 3) Ausência de nervosismo e manifestações psiconeuróticas; 4) Não-confiabilidade; 5) Tendência à mentira e insinceridade; 6) Falta de remorso ou vergonha; 7) Comportamento antissocial inadequadamente motivado; 8) Juízo empobrecido e falha em aprender com a experiência; 9) Egocentrismo patológico e incapacidade para amar; 10) Pobreza generalizada em termos de reações afetivas; 11) Perda específica de insight; 12) Falta de reciprocidade nas relações interpessoais; 13) Comportamento fantasioso e não convidativo sob influência de álcool e às vezes sem tal influência; 14) Ameaças de suicídio raramente levadas a cabo; 15) Vida sexual impessoal, trivial e pobremente integrada; 16) Falha em seguir um plano de vida.
2.4. DARK TRIAD
Faz-se necessário diferenciar também os conceitos de nível subclínico e nível clínico, uma vez que o estudo que envolve o Dark Triad tem relação com análise dos elementos da tríade no que concerne ao nível subclínico, não patológico, isto é, quando os traços de personalidades examinados não resultam comprometimento às relações interpessoais dos indivíduos e nem culminam na preocupação deles em sociedade. D’Souza (2016) declara que o subclínico se diferencia do nível clínico, já que o comportamento antissocial do psicopata subclínico, por exemplo, não interfere de modo radical na vida do indivíduo; já o psicopata clínico possui um comportamento inflexível e prejudicial, que faz com que seja incapaz de conviver de modo saudável com as demais pessoas. Destaca-se que o presente estudo se sustenta na identificação dos traços não patológicos, ou seja, não há a pretensão nem a competência para diagnosticar distúrbios mentais.
Ao realizarem um estudo empírico, D’Souza e Lima (2015) analisaram a influência da tríade no processo de tomada de decisão oportunista através de um questionário de auto relato aplicado a 131 estudantes de MBA sendo constatada uma correlação entre as altas características da tríade e o oportunismo na tomada de decisão.
Tendo em vista que o grupo de estudantes serão no futuro colaboradores da área contábil e geradores de informação para o mercado, pode-se compreender que as características da Dark Triad também serão levadas para o meio empresarial. A conduta do profissional frente situações de fraude, que possam ter objetivo de lesar pessoas por meio da manipulação de resultados, despertou maior atenção principalmente após os casos de escândalos e manipulações em várias empresas do mundo dos negócios como os casos da Arthur Andersen (2002), Enron (2001), Parmalat (2003), Odebrecht (2016) e Petrobrás (2016), nos quais tiveram a existência de fraude e manipulação de resultados, levando ao mercado informações que não representavam a realidade da empresa ou até mesmo que omitiam dados importantes (REINA; REINA; NASCIMENTO, 2008; D’SOUZA, LIMA, 2015).
Figura 1 -
Fonte: D’Souza (2016)
3. ASPECTOS METODOLÓGICOS
Esta pesquisa utiliza-se do método indutivo e quantitativo-exploratório, com o objetivo de investigar qual é o traço de personalidade mais marcante dos estudantes de ciências contábeis de uma Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO.
O curso de Ciências Contábeis é ofertado nos turnos matutino e noturno. A pesquisa se deu por meio de questionário, cuja aplicação ocorreu de forma presencial, em horário de aula, durante o mês de maio. A participação foi voluntária e a amostra foi constituída por adesão, sendo composta por 197 participantes.
O questionário é composto de duas partes. Primeiramente, os estudantes responderam questões que permitiram traçar o “perfil do respondente”, as quais reúnem os seguintes itens: gênero, idade, atuação na área contábil e estado civil. A segunda parte contém 27 questões relacionadas aos traços de personalidade dos estudantes – Maquiavelismo, Narcisismo e Psicopatia – nas quais foi utilizada escala lickert de 5 pontos, sendo 1 a opção do respondente quando discordava totalmente e 5 quando concordava totalmente com a assertiva.
Cabe destacar que foi utilizado o questionário que foi elaborado por Lopes, et al., (2016) e este já foi utilizado com o mesmo objetivo desta pesquisa, analisar o perfil do estudante de Ciências Contábeis de universidade pública não identificada, os quais se basearam no estudo de Jones e Paulhus (2014). O conjunto de questões de cada aspecto de personalidade está disponível no Quadro 1.
Quadro 1 - Assertivas relacionadas a cada traço de personalidade
Fonte: Lopes et al. 2016.
Por se tratar de um estudo quantitativo, as seguintes técnicas estatísticas foram utilizadas para analisar os resultados: Estatística Descritiva, Analise Fatorial, Correlação e Teste T de Student. A Estatística Descritiva permite avaliar o comportamento dos indicadores de cada constructo, bem como conhecer os traços de personalidade mais intensos dentro da amostra. A Análise Fatorial, por meio do modelo de Componentes principais, permite transformar os indicadores de cada constructo em um fator, o qual é utilizado na correlação, possibilitando conhecer se há relacionamento entre os constructos. Por fim o Teste T oferece a possibilidade de verificar se há diferença estatisticamente significativa entre os traços, considerando o perfil dos respondentes.
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
4.1. PERFIL DOS RESPONDENTES
Na Tabela 1 é apresentado o perfil do respondente quanto ao Turno, Série, Gênero, se atua na área contábil, Estado Civil e se possui outra graduação.
Tabela 1: Perfil dos respondentes
Fonte: Dados da pesquisa
A Tabela 1 mostra o resultado da primeira parte do questionário onde tinha como objetivo traçar o perfil dos estudantes que participaram dessa pesquisa, sendo estes matriculados tanto no turno da manhã (44,2%) como do noturno (55,8%), indicando que a maior parte dos alunos estão matriculados no período da noite.
Quanto às séries, vê-se que houve uma participação ligeiramente mais alta de alunos de 1.o e 3.o anos, porém há um equilíbrio entre as quatro séries investigadas. Quanto ao gênero, a amostra é formada por mais mulheres que homens, sendo 53,3% e 47,7% respectivamente.
Sobre a atuação na área, nota-se que a grande maioria ou não está trabalhando ou está fora da área contábil, visto que somente 28,4% afirmam trabalhar com contabilidade. Observou-se ainda que a amostra é formada pela maioria de solteiros quanto ao estado civil e não possuidor de outra graduação. E quanto a idade, tem-se um grupo jovem, no qual 95% possui até 30 anos de idade.
4.2. ESTATÍSTICA DESCRITIVA
Neste tópico está apresentada a Estatística Descritiva dos Constructos – Maquiavelismo, Narcisismo e Psicopatia, com seus respectivos indicadores. As questões estão numeradas nas Tabelas 2 a 4, com os mesmos números que apareceram no questionário de coleta de dados.
A Tabela 2 apresenta os indicadores, com a frequência absoluta e percentual das respostas apresentas em cada uma das notas, bem como a média e desvio-padrão de cada variável indicativa.
Tabela 2: Estatística Descritiva referente ao constructo Maquiavelismo
Fonte: Dados da pesquisa
A Tabela 2 apresenta o resultado da Estatística Descritiva sobre as assertivas relacionadas aos traços psicológicos do Maquiavelismo. Observa-se que as questões 1,8,10, 15 e 27 (destacadas) apresentaram médias superiores a 3, demonstrando que os respondentes tendem a concordar com as afirmações. Em contrapartida, as questões 4, 13, 14 e 17 tiveram média inferior a 3, o que remete a um volume maior de participantes discordando total ou parcialmente das afirmativas.
Neste constructo, a questão com maior média foi a 10, com média de 4,05. Os resultados mostram que mais de 72% dos respondentes concordaram parcial ou totalmente com essa assertiva, demonstrando que o estudante de contábeis entende que é importante guardar segredos.
Em consonância, a segunda questão com maior média (3,60) foi a questão 27, a qual afirma que “Existem coisas que você deve esconder das outras pessoas para preservar sua reputação”. Nota-se ainda que mais de 50% dos respondentes concordam que “a maioria das pessoas pode ser manipulada”, deixando transparecer um traço mais intenso de maquiavelismo.
Por outro lado, vê-se que a maior parte (53,3%) dos respondentes discordaram parcial ou totalmente que é “você deve esperar pelo momento exato para se vingar das pessoas”, demonstrando que o grupo não parece ser vingativo. Da mesma forma mais estudantes discordam (48,2%) que concordam (26,4%) que é correto manter pessoas importantes ao seu lado, a qualquer custo (questão 14).
Nota-se que a média geral para esse constructo foi de 3,12, indicando que a maior parte das respostas tendem a concordar com as afirmações.
Na sequencia, Tabela 3, está apresentado o resultado referente as questões do Narcisismo.
Tabela 3: Estatística Descritiva referente ao constructo Narcisismo
Fonte: Dados da pesquisa
Já a Tabela 3 apresenta o resultado da Estatística Descritiva sobre as assertivas relacionados aos traços psicológicos do Narcisismo. Observa-se que somente as questões 5 e 12 (destacadas) apresentaram médias superiores a 3, demonstrando que os respondentes tendem a não concordar com as afirmações. Em contrapartida, a maioria das questões tiveram média inferior a 3, o que remete a um volume maior de participantes discordando total ou parcialmente das afirmativas.
Neste constructo, a questão com maior média foi a 12, com média de 3,89. Os resultados mostram que aproximadamente 70% dos respondentes concordaram parcial ou totalmente com essa assertiva, sendo assim, vê-se que o estudante de contábeis concorda que “gosta de conhecer pessoas importantes”. Ainda em se tratando da maioria, a segunda questão que atingiu a média maior que 3, sendo ela de 3,86 foi a questão 5, a qual afirma que os alunos “insistem em receber o respeito que merecem”.
Nota-se que a média geral para esse constructo foi de 2,85, indicando que a maior parte das respostas tendem a não concordar com as afirmações.
Na Tabelas 4 é descrita a opinião dos respondentes quanto à Psicopatia.
Tabela 4: Estatística Descritiva referente ao constructo Psicopatia
Fonte: Dados da pesquisa
E por fim, a Tabela 4 que trás o resultado da Estatística Descritiva sobre as assertivas relacionados aos traços psicológicos da psicopatia. Diferente dos outros traços, esse perfil não apresentou nenhuma questão com média superior a três.
A questão que mais se aproximou da média foi a questão 23, que afirmava que “é verdade que posso ser cruel com as pessoas”, entretanto, como não atingiu a média ainda sim pode-se afirmar que a maioria dos respondentes não apresenta esse espectro da personalidade psicopata.
Nota-se que a média geral para esse constructo foi de 2,09, consideravelmente menor que a média, indicando que a maior parte das respostas tendem a não concordar com as afirmações.
Conforme os dados já descritos acima e as médias apresentadas de forma minuciosa nas tabelas 2, 3 e 4, para concluir essa análise, é importante apresentar os resultados de perfil de forma comparativa. O Gráfico 1 a seguir, permite observar a magnitude de cada constructo.
Gráfico 1: Média final de cada constructo
Fonte: Elaborado pela autoras
Por meio do Gráfico 1 é possível observar que o Maquiavelismo foi o traço psicológico mais presente nos respondentes, com média de 3,12 seguido do Narcisismo com 2,89 e Psicopatia com 2,09.
Destaca-se que a literatura considera que pessoas com o traço maquiavélico apresentam características como reputação, cinismo, cálculo estratégico, tática, orientação para o futuro e flexibilidade, a quais são necessárias para a execução dos trabalhos na área contábil. Por outro lado, esse perfil também demonstra baixos padrões de ética e moral e ausência de princípios e amoralidade, elementos que podem ser preocupantes especialmente no tocante a qualidade da informação produzida pelos profissionais.
4.3. CORRELAÇÕES ENTRE AS VARIÁVEIS
Para realização do teste de Correlação de Pearson, as variáveis foram reduzidas por meio da Análise de Componentes Principais, bem como cada constructo foi submetido ao teste de confiabilidade (Alfa de Cronbach), cujos resultados permitem agrupar as variáveis visto que os testes apresentaram dos seguintes resultados: KMO 0,770, 0,678 e 0,773; Alpha de Cronbach 0,70, 0,60 e 0,70 respectivamente para os constructos Maquiavelismo, Narcisismo e Psicopatia, resultados adequados segundo Hair et al (2009).
Na Tabela 6 é possível identificar o relacionamento das variáveis, permitindo observar se há comportamento semelhante entre elas.
Tabela 6: Correlação entre as Variáveis
Fonte: Dados da pesquisa
Os traços de personalidade maquiavélica estão correlacionados de forma estatisticamente significativa com as variáveis Turno e Gênero. Nota-se uma correlação baixa (0,185), porém positiva e significativa entre Maquiavelismo e Turno, demonstrando que os traços dessa personalidade são mais acentuados em alunos do turno noturno. Observa-se ainda uma correlação negativa com gênero, o que significa que as mulheres alocaram notas menores que os homens, ou seja, os traços de maquiavelismo estão mais fortemente presentes nos homens.
Já com relação aos constructos Narcisismo e Psicopatia, nota-se que os mesmos estão negativamente correlacionados com gênero, indicando que as mulheres apresentaram notas menores para esses constructos, ou seja, os homens da amostra tendem a ter traços mais fortes de Narcisismo e Psicopatia.
Ao analisar a correlação entre os próprios constructos, observa-se que todos estão correlacionados entre si, indicando que a medida que os respondentes apresentavam notas maiores para um, também o faziam com os outros dois.
4.4. TESTE T DE STUDENT
Retomando os dados da primeira parte da pesquisa, que tinha como objetivo demonstrar o perfil dos respondentes, onde continham perguntas sobre idade, gênero, estado civil, em qual série esta matriculado, turno e se já atua na área da contabilidade, busca-se agora comparar esses perfis para verificar se há diferença entre os mesmos quanto aos aspectos psicológicos investigados. A Tabela 7 apresenta os resultados dessa análise.
Tabela 7: Teste t entre variáveis de perfil e constructos
Fonte: Dados da pesquisa
A partir do cálculo das médias apresentadas na tabela acima (tabela 7), pode-se observar os grupos que apresentaram maior destaque para definir o traço da personalidade da Dark Triad. Os resultados em negrito apresentam as média que são estatisticamente diferentes entre os grupos, ou seja, é possível observar diferença no perfil quanto ao turno, gênero e idade.
Em se tratando do turno que o estudante frequenta as aulas do curso de Ciências Contábeis, pode-se observar que aqueles que vão para a aula a noite apresentam traços de maquiavelismo estatisticamente maiores que aqueles que pertencem ao turno diurno, pois a média dos alunos da manhã foi de 2,97 e dos alunos da noite chegou a ultrapassar o valor de três, apresentando um resultado de 3,23. Nos aspectos de Narcisismo e Psicopatia essa diferença não se manteve.
Outra questão que apresentou grande disparidade de respostas e, por conta disso, trás a necessidade de ser destacada foi a questão do gênero. Pode-se observar que os homens apresentaram média superior em todos os traços psicológicos da Dark Triad em relação as respostas das mulheres. Com isso conclui-se que os homens tendem a apresentar comportamentos que permite observar mais nitidamente esses traços do que nas mulheres, estatisticamente falando e considerando o conjunto de dados recolhidos nesta pesquisa.
Também apresentou média estatisticamente diferente no perfil narcisista quando se trata da questão da idade dos respondentes, mostrando que aqueles estudantes com mais de 20 anos, tendem a concordar mais com as questões que mencionavam o comportamento do narciso.
Por fim, as demais médias apresentadas na tabela não apresentaram uma diferença estatisticamente significante levando em conta o perfil dos respondentes e os traços psicológicos do maquiavelismo, narcisismo e psicopatia.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dark Triad é um constructo interdisciplinar entre as ciências sociais e a psicologia, tendo como objetivo identificar a relação entre os níveis de personalidade de um determinado grupo e seu reflexo no meio acadêmico. A aplicação desta tríade, focada na contabilidade, pode contribuir para o planejamento estratégico de uma organização frente ao comportamento desses profissionais, propondo ações preventivas no que concerne às atitudes errôneas dos funcionários e gerentes.
O presente estudo buscou identificar qual seria, dentre as 3 personalidades sombrias, a que mais se destacava nos alunos de contabilidade da Universidade Estadual do Centro Oeste- Unicentro, por meio da aplicação do questionário Short Dark Triad. Os resultados permitiram verificar que grande parte dos alunos possuíam atitudes que os enquadravam nos níveis baixo e moderado. Sendo assim, pode-se afirmar que a maior parte dos estudantes analisados tendem a ser mais honestos, prezando pela sua moral e integridade, e tendo decoro e zelo em suas atitudes, no meio acadêmico e organizacional.
Constata-se também que o nível moderado de maquiavelismo foi o que mais se destacou na amostra estudada, sendo que dos três constructos, foi o único que apresentou uma média acima de 3,00 para os resultados, indicando que os respondentes têm tendências a este traço de personalidade.
Por conseguinte, com os resultados do presente artigo, e com os de Lopes et al. (2016), de Castro et al. (2016) e Mendonça (2017), vêm à tona questionamentos a cerca de qual seria a personalidade que é a mais marcante nos discentes contábeis, visto que 3 pesquisas convergiram para o mesmo resultado, que foi o traço maquiavélico, como de maior tendência. E a resposta para essa indagação só será possível por meio de mais aplicações do questionário SD3 e do constructo Dark Triad em toda e qualquer universidade, visto que o que se procura é a tradução do perfil do futuro profissional contábil, independente dele vir de instituição pública ou privada.
No que diz respeito às limitações do presente artigo, é importante ressaltar que a realização do estudo em uma só instituição e em um dado período não pode concluir de maneira segura qual é, de fato, o traço de personalidade marcante dos estudantes da classe contábil em sua totalidade. E também que a aplicação do questionário SD3 é do tipo auto relato, e por isso pode trazer certa subjetividade e tendenciosidade nas respostas, gerando receio na marcação dos questionamentos, visto que algumas delas são um pouco chocante e até sobre assuntos mais íntimos, mesmo que durante a aplicação dos questionários tenha sido ressaltado que todos os dados eram sigilosos e só seriam usados para essa pesquisa. E por fim, a temática do Dark Triad ainda é um assunto novo no cenário de pesquisas acadêmicas na área contábil do Brasil, e identificam-se poucos estudiosos que realizaram tal pesquisa e em razão disso diminui a possibilidade de comparação dos resultados obtidos neste artigo.
Este estudo contribui para as pesquisas futuras, porque além de descrever as características de cada um dos traços sombrios de personalidade, elabora a metodologia da pesquisa de forma fácil e dinâmica, por meio de várias tabelas. Sendo uma contribuição metodológica, prática e teórica para as pesquisas por vir.
Para além disso, recomenda-se efetuar esse estudo em outras universidades, tanto públicas como privadas, e também nos diferentes âmbitos profissionais existentes, a fim de aumentar o poder de comparação deste constructo, além de aplicá-lo juntamente com avaliações de dados sócio-demográficos.
REFERÊNCIAS
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