Artigo 4

Capital intelectual: análise da base teórica para a produção científica

 

 

Intellectual capital: analysis of the theoretical basis for scientific production

 

 

Adriane Valquiria Wuitschik1, Loreni Maria dos Santos Braum2

e Valnir Alberto Brandt3

 

1 Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Brasil, Bacharel em Ciências Contábeis, e-mail: adriane.wuitschik@gmail.com

2 Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Brasil, Doutorado em Administração, e-mail: lorenibraum@hotmail.com

3 Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Brasil, Doutorado em Ciências Contábeis, e-mail: valniralberto@gmail.com

 

Recebido em: 09/10/2020 - Revisado em: 17/08/2021 - Aprovado em: 09/12/2021 - Disponível em: 01/01/2022

Resumo

O objetivo do artigo é identificar, por meio da análise de cocitações, quais são os autores que fornecem base teórica para estudos sobre Capital Intelectual. A fundamentação teórica trata da evolução histórica do tema bem como da definição, reconhecimento, mensuração e divulgação do capital intelectual. Na metodologia utilizou-se o método quantitativo. Realizou-se uma pesquisa bibliométrica por meio da análise de cocitações, usando a análise multivariada de dados, em seguida, procedeu-se leitura dos estudos agrupados em cada dimensão, buscando identificar o tema central dos documentos. A amostra para a análise de cocitações foi composta pelos documentos mais citados (pelo menos 6 ocorrências) nos 184 documentos resultantes da busca na base Scopus. Os resultados revelaram que o documento mais citado teve 78 ocorrências e, os autores que fornecem base teórica para estudos sobre capital intelectual agrupam-se em quatro dimensões as quais foram denominadas: relatórios anuais, divulgação voluntária, críticas ao conteúdo dos relatórios, divulgação do capital intelectual. A contribuição deste estudo volta-se, especialmente, para o campo teórico ao demonstrar quais são os autores que fornecem suporte teórico para estudos sobre capital intelectual. Para pesquisas futuras sugere-se que sejam analisados os relatórios contábeis de empresas para verificar se, mesmo de forma voluntária, elas estão evidenciando este ativo intangível.

Palavras-chave: Capital Intelectual. Produção Científica. Análise de Cocitações.

 

Abstract

The objective of the article is to identify, through the analysis of citations, which are the authors that provide theoretical basis for studies on Intellectual Capital. The theoretical foundation deals with the historical evolution of the subject as well as the definition, recognition, measurement and disclosure of intellectual capital. In the methodology, the quantitative method was used. A bibliometric research was carried out through the analysis of cocitations, using a multivariate data analysis, then the studies grouped in each dimension were read, seeking to identify the central theme of the documents. The sample for the citation analysis was composed of the most cited documents (at least 6 occurrences) in the 184 documents resulting from the Scopus database search. The results revealed that the most cited document had 78 occurrences and the authors that provide theoretical basis for studies on intellectual capital are grouped in four dimensions that were named: annual reports, voluntary disclosure, criticism of the reports’ content, disclosure of intellectual capital. The contribution of this study turns to the theoretical field by demonstrating which authors provide theoretical support for studies on intellectual capital. For future researches it is suggested to analyze the accounting reports of companies to verify if, even in a voluntary way, they are evidencing this intangible asset.

Keywords: Intellectual Capital. Scientific Production. Cocitation Analysis.

 

1. INTRODUÇÃO

Capital intelectual refere-se à capacidade da organização de atender as necessidades do mercado, por meio do conhecimento, informação, propriedade intelectual e experiências utilizadas para gerar a riqueza. Este tema vem despertando interesse na área de Ciências Contábeis, sobretudo no que se refere à criação de valor. Embora não exista normatização sobre a mensuração, reconhecimento, divulgação e evidenciação do capital intelectual nas demonstrações contábeis, tornando obrigatórias tais divulgações, algumas empresas optam por usar modelos que foram criados para mensurá-las e divulgá-las de forma voluntária.

As transformações ocorridas no mercado levam as organizações a enfrentarem novos desafios nos âmbitos de produtividade, competitividade, inovação e aprendizagem. Frente às mudanças que estão ocorrendo, considera-se que o capital intelectual seja um fator preponderante no processo de tomada de decisões tanto para empresas quanto para stakeholders. Porém, como pode ser constatado nos estudos de Guthrie e Petty (2000), Petty, Ricceri e Guthrie (2008) bem como de Kamath (2008), a falta de normatização e padronização para que as empresas o evidenciem faz com que esta informação não conste em seus relatórios contábeis, pois não há uma metodologia que seja aplicável e, também, pela falta de concordância sobre o conteúdo a ser divulgado. Desta forma, a divulgação ocorre principalmente de forma voluntária (MANGANELI; TINOCO; OTT, 2016), nas notas explicativas às demonstrações contábeis.

Considerando que um conjunto completo de demonstrações contábeis, o qual inclui as notas explicativas, é obrigatório para todas as empresas listadas na Bovespa, e que nesta listagem existem classificações em níveis que diferenciam as empresas em razão de sua governança corporativa, em que o Novo Mercado é o nível mais alto, acredita-se que as empresas enquadradas neste segmento apresentem, mesmo que de forma voluntária, informações referentes ao capital intelectual.

Cabe destacar que o capital intelectual pode ser definido como ativo intangível que fornece benefícios econômicos futuros para a entidade e deve ser gerenciado da mesma forma que se faz com os demais recursos (LEV, 2001). A evidenciação do capital intelectual é uma forma de munir os usuários de informações, sobretudo os externos, que pode alterar as suas decisões (QUINTEIRO, 2009).

Pelo fato deste tema ainda estar em evolução, especialmente em termos de reconhecimento, mensuração e evidenciação se faz necessário recorrer ao passado para verificar na literatura quais são os autores que fornecem a base teórica que dá suporte aos estudos desta temática. Assim, a questão que norteia o presente estudo é: Quais são os autores que fornecem a base teórica para estudos sobre capital intelectual?

Diante disso, o objetivo do artigo é identificar, por meio da análise de cocitações, quais são os autores que fornecem base teórica para estudos sobre Capital Intelectual. Para tanto, desenvolveu-se uma busca na base de dados Scopus usando os termos-chave “intellectual capital”; “disclosure” e “report”. Para análise das cocitações optou-se pela amostra composta pelos documentos mais citados. Desta forma, 97 documentos foram selecionados para verificar como se estruturam, na visão dos autores citantes, formando a base teórica que sustenta estudos nesta temática. O BibExcel foi usado para a organização dos dados e o SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) para realização da Análise Fatorial Exploratória - AFE.

O presente estudo traz contribuições teóricas ao demonstrar quais são os autores que fornecem suporte teórico para estudos sobre capital intelectual, podendo despertar o interesse de outros pesquisadores para desenvolverem novos estudos nesta temática.

Quanto às contribuições práticas, este artigo é relevante tendo em vista que a identificação do capital intelectual possibilita que as empresas conheçam seu valor de mercado, bem como identifiquem outros aspectos relevantes e que influenciam o processo de gestão e tomada de decisões, dentre eles: inovação e renovação estratégica, processos internos, recursos de competência organizacional, infraestrutura interna, clima organizacional, relacionamento com clientes, fornecedores e a imagem da empresa. Para os demais interessados (stakeholders) a evidenciação do capital intelectual pode ser decisiva na tomada de decisões, visto que tem condições de aproximar o valor justo da empresa. Desta forma, sua leitura pode despertar o interesse de gestores em aprofundar o entendimento das formas de mensuração, divulgação e evidenciação do capital intelectual e fazer uso nas empresas em que atuam.

Quanto à estrutura, além desta introdução, o artigo está estruturado em mais quatro seções, nas quais são apresentadas, respectivamente, a fundamentação teórica, os procedimentos metodológicos, os resultados e discussões e, por fim, as conclusões.

 

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O surgimento do termo capital intelectual ocorreu em meados da década de 50, quando Peter Ducker deu início às discussões sobre as tendências que levariam à sociedade do conhecimento. Nestas discussões, o autor vislumbrava mudanças relativas às novas tecnologias, alterações da sociedade e novas formas de comércio que promoveriam mudanças nas perspectivas da organização de forma que o capital principal passaria a ser um dos elementos mais relevantes para a criação de vantagem competitiva (DRUCKER, 1969). Sob este prisma buscou analisar elementos que intervissem na geração de valor das organizações em que o conhecimento passou a ser a chave para o sucesso.

Assim, o conhecimento deixou de ser apenas um elemento auxiliar para aumentar o poder monetário e a força física e passou a ser a essência e, por esse motivo, criou-se uma batalha pelo controle do conhecimento e dos meios de comunicação, sendo esse o substituto definitivo dos outros recursos (NONAKA; TAKEUCHI, 1997).

Por meio da criação de teorias e na tentativa de elaboração de modelos a respeito de Capital Intelectual por estudiosos como Brooking (1996), Edvinson e Malone (1998), Stewart (1998) e Sveiby (1997), percebeu-se a relevância desse recurso para o meio organizacional. Na Figura 1, é apresentada uma síntese a respeito do crescimento e reconhecimento do Capital Intelectual.

Figura 1: Síntese de crescimento sobre Capital Intelectual

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Fonte: Adaptado de Ponte et al. (2005)

 

Os estudos foram inicialmente elaborados voltando com foco no capital humano, o qual é um dos elementos constituem o capital intelectual (ANTUNES, 2000). O interesse pelas pesquisas sobre capital intelectual foram aumentando ao longo dos anos em especial no período de 2013 a 2019, conforme se demonstra na Figura 2:

 

Figura 2: Evolução do assunto ao longo dos anos

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Fonte: Elaborada com base nos dados disponíveis na base Scopus (2019)

Embora já tenha sido iniciada a discussão sobre esta temática a partir de meados da década de 1950, conforme dados da base Scopus, as publicações sobre capital intelectual em periódicos vêm evoluindo gradativamente a partir de 2002. A partir do ano de 2013, o assunto passou a despertar maior interesse por parte dos pesquisadores, sendo que neste segundo período que vai até o ano de 2019, ocorreram 105 publicações. Em 2019, até o mês de abril já havia 5 publicações. Estes números apresentam a atualidade do tema, o qual vem sendo discutido em diversos países no intuito de encontrar formas de identificar, mensurar e divulgar informações sobre o capital intelectual das empresas.

As áreas com maior quantidade de publicações são Negócios, Gestão e Contabilidade com 88,59% dos trabalhos, seguida de Ciências Sociais com 43,48% e Economia, Econometria e Finanças com 26,63% dos resultados.

 

2.1. Capital Intelectual

O capital intelectual é capaz de criar vantagem competitiva no mercado, pois refere-se ao conhecimento e à experiência aplicada, bem como à tecnologia organizacional, relacionamento com clientes e habilidade profissional (EDVINSSON; MALONE, 1998). Pode ser definido como ativo intangível que fornece benefícios econômicos futuros para a entidade que possui um adequado gerenciamento (LEV, 2001). O gerenciamento do capital intelectual representa uma nova reponsabilidade organizacional que está espalhada em diversos campos do conhecimento organizacional, como por exemplo: estratégia, recursos humanos, pesquisa e desenvolvimento, marketing, tecnologia da informação, contabilidade e controle gerencial (CASAS NOVAS, 2008).

Brooking (1996) esclarece que o processo contínuo de gestão do capital intelectual envolve algumas etapas sendo elas: identificação do capital intelectual, desenvolvimento de uma política de capital intelectual, auditoria do capital intelectual, documentação e arquivo de conhecimento do capital intelectual, proteção do capital intelectual, crescimento do capital intelectual e divulgação. Desta forma, o gerenciamento do capital intelectual pode ser feito por meio de indicadores como: crescimento do volume de negócios, porcentagem das vendas a clientes habituais, satisfação do cliente, reclamação do cliente, número de alianças com fornecedores e seu valor (OLIVEIRA, 2000).

Stewart (1998) considera que o capital intelectual é a capacidade da organização em suprir as exigências do mercado, através do conhecimento, informação, propriedade intelectual e experiências utilizadas para gerar a riqueza. A definição de Capital Intelectual está relacionada com elementos intangíveis e práticas desenvolvidas pelas organizações para se adaptarem e atuarem na realidade exigida pelo mercado (ANTUNES, 2004). Na visão de Bontis (1998) o capital intelectual pode ser divido em três tipos: capital estrutural, capital humano e capital relacional. O capital humano é o arranjo das ferramentas, conhecimentos e habilidades que cada funcionário possui para execução de suas tarefas, juntamente da filosofia e cultura da organização. O capital estrutural são as bases que dão suporte para a produtividade dos funcionários da empresa, como: sistema, estrutura organizacional, patentes e marcas. No capital relacional está contida a relação da empresa para com os seus clientes.

El Bannany (2008) explica que a mensuração do Capital Intelectual é baseada na ideia de que o capital físico e humano contribua para a geração de valor das empresas. O Capital Humano não pode agir sem o físico. Nessas condições faz-se necessária a divulgação, visto que sua utilidade para a geração de valor para a entidade que o detém. Mensurar o capital intelectual pode tornar-se um diferencial competitivo, uma vez que traz mais transparência aos valores reais da empresa que vão além daqueles contidos nos demonstrativos contábeis padronizados e usados pelas empresas, mostrando a parte que está oculta, mas que gera valor (ANTUNES; MARTINS, 2007).

A evidenciação do capital intelectual suprir algumas demandas de informações para os usuários externos (BACKES, 2005). Quinteiro (2009) corrobora com este entendimento ao considerar que é imprescindível que haja a evidenciação do Capital Intelectual para munir os usuários de informações que podem afetar suas decisões. Neste sentido, Bukh (2003) ressalta que o capital intelectual é considerado parte complementar da criação de valor das empresas, em razão disso, diversas pesquisas têm argumentado que a demanda de comunicação externa sobre capital intelectual é crescente sobretudo na sociedade atual que é baseada em conhecimento.

Algumas informações são consideradas pelo AICPA (2001), através do Special Committee on Financial Reporting (Jenkins Committee) como sendo relevantes e necessário que sejam incluídas nos relatórios das empresas, entre as quais destaca: evidenciações não financeiras a respeito de estratégias de ganhos futuros como, por exemplo: relacionamento com clientes, qualidade de produtos/serviços, know-how, produtividade e inovação; informações sobre capital intelectual e outros intangíveis que criam valor e proporcionam vantagem competitiva.

 

2.2 Temas Emergentes sobre Capital Intelectual

O assunto capital intelectual vem sendo abordado na literatura tanto, junto de temas afins para entender a relação entre o capital intelectual e outras variáveis, quanto tratando da divulgação ou evidenciação por parte das empresas em diversos países, conforme se aborda a seguir.

Manganeli, Tinoco e Ott (2016) analisaram o conteúdo dos relatórios da administração das companhias listadas na BM&FBOVESPA para verificar a evidenciação de informações voluntárias sobre capital intelectual, constatando que as companhias que mais divulgam são aquelas listadas no segmento Novo Mercado, seguindo-se do Nível 1, do Mercado Tradicional e do Nível 2 e, que as categorias que apresentaram maior frequência de sentenças divulgadas foram capital relacional do negócio e capital humano.

Os estudos de Nogueira (2010), Richieri (2007) e Rodrigues (2014), pesquisaram a relação entre o capital intelectual e a criação de valor dentro das empresas e concluíram que existe uma relação positiva entre as variáveis. Por sua vez, Jesus (2011), pesquisou o capital intelectual dentro de instituições bancárias e identificando que este tipo de organização divulga o capital intelectual e utiliza-se destas informações para tomada de decisões.

Peinado (2016) e Lima (2010) estudaram o capital intelectual dentro de indústria farmacêutica e concluíram que as empresas possuem uma gestão holística frente ao capital intelectual. Por outro lado, o estudo de Guthie e Petty (2000) buscou identificar como as empresas Australianas têm respondido aos desafios dos relatórios de capital intelectual, mas constaram que os principais componentes do capital intelectual são mal compreendidos, inadequadamente identificados, de forma ineficiente gerido, e não relatados dentro de um quadro consistente quando relatado em todos os aspectos. De forma geral, concluíram que as empresas estudadas não se comparam favoravelmente com várias empresas europeias na sua capacidade de medir e relatar seu capital intelectual no relatório anual.

Bozzolan, Favotto e Ricceri (2003) analisaram a divulgação voluntária do capital intelectual por empresas italianas em relatórios anuais do ano 2001 com o objetivo de identificar tanto a quantidade e o conteúdo publicado, quanto os fatores que influenciam no comportamento da divulgação voluntária, levando em conta o conteúdo e as informações. Concluíram que as empresas de alto e baixo perfil divulgam o mesmo tipo de informação.

O estudo de Abeysekera e Guthrie (2005), teve como objetivo mensurar a importância do capital intelectual para 30 empresas listadas na Bolsa de Valores de Colombo, durante o período de 2 anos e examinar os padrões utilizados para a demonstração. No estudo observaram que as empresas no Sri Lanka enfatizam o assunto capital intelectual e atendem a uma ampla quantidade de itens a respeito do tema. No entanto, o termo “capital intelectual”, não é utilizado em nenhum dos relatórios utilizados, demonstrando assim que carecem de estrutura e abordagem consistente para relatar a respeito.

Guthrie, Petty e Ricceri (2006) desenvolveram uma pesquisa cujo objetivo consistiu em investigar a divulgação voluntária sobre o tema capital intelectual nas companhias listadas na Austrália e Hong Kong. Os resultados mostraram que empresas Australianas em 2002, divulgaram mais informações sobre o assunto do que empresas Australianas de 1998 e Hong Kong em 2002. Porém em quase todos os casos o assunto era explorado de forma discursiva ao invés de termos numéricos, desta forma confirmando a visão generalizada de que as empresas não estão motivadas para atribuir valores em dólar para o capital intelectual.

Li, Pike e Haniffa (2008) investigaram a relação entre a divulgação do capital intelectual e as variáveis de governança corporativa, o controle de outras características específicas à firma, para uma amostra de 100 empresas do Reino Unido. Os resultados da análise indicaram significativa associação entre os fatores de governança com exceção para o papel de dualidade.

O objetivo do estudo de Striukova, Unerman e Guthrie (2008) foi contribuir para a compreensão empírica das práticas de capital intelectual entre empresas do Reino Unido. Com o estudo foi identificaram que as empresa dos setores mais intensivos em conhecimentos, não apresentam informações sobre o assunto.

Bontis (2003) identificou que o capital intelectual tem um impacto forte nos impulsionadores dos lucros futuros, mas é amplamente ignorado nos relatórios financeiros. Em razão disso, Bonitis (2003) recomenda que as corporações que estão preocupadas com sua relação com o mercado de capitais devem desenvolver iniciativas estratégicas e táticas para divulgação voluntária de capital intelectual. Estas iniciativas podem inicialmente ser usadas apenas para fins de gestão, no entanto, o relatório de foco externo das partes interessadas seria o objetivo final.

 

3. METODOLOGIA

Quanto aos objetivos trata-se de uma pesquisa descritiva, tendo como procedimentos a pesquisa bibliométrica e na abordagem do problema empregou-se o método quantitativo com o uso da Análise Fatorial Exploratória – AFE, buscando identificar as dimensões nas quais os autores cocitados agrupavam-se para, em seguida, proceder a leitura dos documentos afim de atribuir nomes às dimensões conforme os eixos temáticos centrais das pesquisas nelas agrupadas (CRESWELL, 2010).

Para a bibliometria, a busca dos documentos ocorreu na base de dados de artigos, revistas e jornais acadêmicos da Scopus. Nesta base de dados de propriedade da Elsevier, estão inclusas diversas editoras internacionais de periódicos nos campos técnico e científico. Na busca, realizada no mês de abril de 2019, foram usados os termos-chave: “intellectual capital” e “disclosure” e “report”, cujo resultado da busca totalizou 209 documentos. Porém, no refinamento optou-se somente pelos artigos que somavam 180 documentos e capítulos de livros que totalizavam 4, desta forma, tendo como amostra 184 trabalhos. Cabe destacar que no refinamento foram excluídos os artigos apresentados em eventos científicos, mas ainda não publicados em periódicos, pois acredita-se que a apresentação em eventos deste tipo seja uma etapa anterior à publicação, e que as sugestões dos avaliadores seja para contribuir com a melhoria da qualidade dos estudos apresentados. O período de análise não foi delimitado, mas os resultados da busca apresentaram publicações entre os anos de 2001 e 2019.

Ao todo, 378 documentos foram citados nos 184 documentos da amostra resultante da busca na base Scopus após o refinamento mencionado anteriormente, variando entre 78 e 2 citações, mas para a análise das cocitações optou-se pela amostra composta pelos documentos mais citados, com pelo menos 6 ocorrências. Desta forma, 97 documentos fazem parte da análise. Para fins de análise foram utilizados os programas BibExcel para organização dos dados e o SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) para realização da Análise Fatorial Exploratória - AFE.

Para identificar quais são os autores que fornecem a base teórica para estudos sobre capital intelectual optou-se pela análise de cocitações. Neste tipo de análise é possível identificar a frequência com que dois documentos ou autores são citados de forma simultânea.

Os 11 documentos mais citados na amostra selecionada são apresentados na Tabela 1. Ressalta-se que os demais artigos da amostra (86 documentos) tiveram entre 27 e 6 citações.

 

Tabela 1: Autores que fornecem base para estudos sobre Capital Intelectual e quantidades de citações

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Fonte: dados da pesquisa

Os 97 documentos selecionados para análise de cocitações foram organizados no Bibexcel e, em seguida, inseridos no SPSS iniciando-se a AFE, buscando agrupar os autores em dimensões que representem convergência em termos de conteúdo temático.

Destaca-se que cada autor foi tratado como sendo uma variável e os parâmetros iniciais para análise foram os seguintes: Medida Kaiser-Meyer-Olkin de adequação de amostragem (KMO) geral superior a 0,700, teste de esfericidade de Bartlett inferior a 0,05 e variância total explicada do modelo superior a 60%, conforme indicado por (HAIR et al., 2009). Estes parâmetros servem para verificar se os dados da amostra podem ser analisados por meio de Análise Fatorial Exploratória (AFE). O método de extração foi o de Componentes Principais e a rotação dos fatores foi o Varimax, pois são os mais indicados para se obter uma estrutura fatorial simplificada (HAIR et al., 2009).

Foram realizadas diversas tentativas de agrupamento, sem fixar e fixando a quantidade de fatores, em que se chegou à conclusão de que uma solução com 4 fatores seria a mais indicada para esta amostra. Ressalta-se que nas tentativas de realização de agrupamento pela AFE sem fixar fatores, identificou-se que seriam 16, mas em apenas 7 havia pelo menos 3 variáveis agrupadas (mínimo sugerido por Hair et al. (2019), e com cargas de pelo menos 0,500. Então, optou-se por fixar em 7 fatores, porém no fator 7, composto por 4 variáveis, apenas 2 delas tinha carga fatorial superior a 0,50, conforme recomendado pela literatura. Ao fixar em 6 fatores, no fator 6, composto por 4 variáveis, 2 tinham carga fatorial negativa e 1 carga fatorial de 0,186, demonstrando que este fator provavelmente deixaria de existir no decorrer das etapas de AFE.

Posteriormente, fixou-se em 5 fatores, cuja variância total explicada ficou em 63,50%, mas no fator 5, composto por 4 variáveis, somente 1 carga fatorial ficou superior a 0,50, indicando que este fator, provavelmente, deixaria de existir no decorrer das etapas de AFE. Portanto, optou-se pela fixação em 4 fatores por atenderem aos requisitos para iniciar o processo de redução dos dados.

A variância total explicada foi de 60,43%, atendendo o mínimo recomendado pela literatura para a realização da AFE. Embora o KMO tenha sido inferior a 0,700 este valor será atingido conforme forem sendo excluídas as variáveis atendendo aos demais critérios de ajuste do modelo sugeridos por Hair et al. (2009), pois este valor será modificado por meio das reduções das variáveis que são feitas seguindo os próximos parâmetros, os quais são apresentadas na Figura 3.

 

Figura 3: Parâmetros da Análise Fatorial Exploratória

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Fonte: adaptado de Hair et al. (2009)

Após todas as exclusões atendendo os critérios mencionados acima o modelo final ficou ajustado conforme sugerido pela literatura, com 68 variáveis (autores) que explicam 69,28% dos estudos referentes a temática evidenciação do capital intelectual, cujos valores do modelo final foram: KMO geral de 0,897, Teste de Esfericidade de Bartlett de 0,000 e a Variância total explicada de 69,28%. Nos ajustes do modelo, não houve necessidade de exclusão de variáveis por carga cruzada, pois não teve nenhuma ocorrência. Após as exclusões seguindo os parâmetros mencionados anteriormente as variáveis finais apresentaram: Comunalidade> 0,400, KMO individual > 0,600 e Carga fatorial > 0,500.

Adicionalmente se buscou verificar a confiabilidade das dimensões que foram formadas, por meio da alfa de Cronbach. Hair et al. (2009) sugerem que este valor seja superior a 0,7. No presente estudo os valores do alfa de Cronbach das dimensões 1, 2, 3 e 4 foram, respectivamente, 0,975; 0,891; 0,921 e 0,904.

 

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Finalizada a etapa quantitativa deu-se início à análise qualitativa das 4 dimensões formadas. Foi realizada a leitura dos estudos, buscando identificar o tema central de cada documento (variável) no intuito de constatar o assunto central de cada dimensão, assim nominando-os, conforme pode ser visualizado na Tabela 2.

 

Tabela 2: Agrupamento dos autores em dimensões conforme o foco dos estudos

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continua .......

 

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Fonte: dados da pesquisa

 

Na dimensão 1 agruparam-se 48 autores e foco central foi os relatórios anuais. A seguir são apresentados alguns destes estudos.

Vandemaele, Vergauwen e Smits (2005), investigaram relatórios de empresas de tecnologia da informação durante um período de três anos nos países da Holanda, Suécia e Reino Unido, a fim de verificar sobre a divulgação do capital intelectual dessas instituições. Foram analisados 180 relatórios durante os anos de 1998, 2000 e 2002, revelando que empresas Suecas divulgam mais a respeito do tema, quando comparada aos demais países da amostra.

Vergauwen e Van Alem (2005), replicaram e ampliaram a pesquisa da Bontis (2003) sobre as divulgações de capital intelectual. O estudo analisa as divulgações pelas empresas francesas CAC-40, Dutch AEX e XETRA-DAX para os anos 2000 e 2001. Nos resultados foi identificado que a divulgação voluntária difere significativamente, mas também que essa diferença pode ser explicada pela regulamentação específica do país e pelo conservadorismo do auditor.

Whiting e Woodcock (2011) examinaram a divulgação voluntária de capital intelectual em relatórios de empresas australianas e a influência das características da empresa (tipo de indústria, concentração de propriedade, idade de listagem, alavancagem e tipo de auditor). Os dados foram coletados a partir de relatórios anuais de 70 empresas australianas de capital aberto que usam a análise de conteúdo. As análises demonstraram que as indústrias de alta tecnologia ou intensivas em conhecimento, e empresas com grandes firmas de auditoria da Big Four, apresentam mais informações sobre capital intelectual do que as indústrias sem auditores da Big Four.

Schneider e Samkin (2008) buscaram avaliar a extensão e a qualidade das divulgações de capital intelectual em relatórios anuais do governo da Nova Zelândia. Os resultados indicam que o relato pelas autoridades é variado. Os itens mais reportados foram negócios colaborativos e processos de gestão, enquanto os itens menos reportados foram propriedade intelectual e acordos de licenciamento. A categoria de capital intelectual mais reportada foi o capital interno, seguido de capital externo e a menos reportada foi capital humano.

Yi e Davey (2010) analisaram a extensão e a qualidade da divulgação de capital intelectual de empresas chinesas que possuem ações com dupla listagem. O nível atual de divulgação do CI pelas empresas chinesas da China continental não é elevado. A maioria dos atributos do tema abordado é expressa em termos discursivos e não numéricos ou monetários. No entanto, o número médio de itens divulgados foi alto o suficiente para sugerirem que há uma clara consciência do significado da divulgação. Embora a qualidade da divulgação não seja considerada forte, sugerem que as empresas tenham um compromisso modesto de comunicar suas informações ao público externo.

Abdolmohammadi (2005) desenvolveu um quadro descritivo dos componentes do capital intelectual em relatórios anuais. Além disso, investigou os efeitos da divulgação sobre a capitalização de mercado. Foi usada uma amostra com 58 empresas da Fortune 500 no período de cinco anos de 1993-1997. A frequência de informações sobre processos de marcas e proprietários aumentou durante o período do estudo. Os resultados mostram efeito altamente significativo para a divulgação de capital intelectual sobre capitalização de mercado.

April, Bosma e Deglon (2003) apresentaram os resultados de uma investigação sobre medição, relato e gerenciamento de capital intelectual na indústria de mineração sul-africana. Para tanto realizaram a análise de conteúdo de relatórios anuais para as 20 maiores empresas combinadas com entrevistas junto aos indivíduos seniores dessas organizações. Concluíram que as empresas de mineração valorizam o capital intelectual, mas carecem de sistemas e estruturas apropriadas para administrar significativamente o tema abordado.

Oliveras et al. (2008) buscaram contribuir para o crescente campo de literatura de capital intelectual analisando as divulgações corporativas lideradas por 12 empresas espanholas ao longo de um período de três anos, de 2000 a 2002. Um aumento estatisticamente significante foi encontrado no volume de divulgações, tendo apresentado de forma mais expressiva a área de capital externo.

White et al. (2010) buscaram comparar a natureza e a extensão das divulgações voluntárias de capital intelectual por empresas de biotecnologia britânicas e australianas. A pergunta de pesquisa motivadora foi se a natureza e a extensão do DCI voluntário por preparadores de dados de relatórios financeiros nesses países refletiam a maturidade relativa do Reino Unido, em comparação com a indústria australiana, sendo que os resultados demonstraram que a extensão do índice, as divulgações têm uma relação significativa com o país e tamanho.

Na dimensão 2 agruparam-se 12 autores e foco central foi a divulgação voluntária. As pesquisas realizadas em alguns estudos agrupados nesta dimensão são apresentadas a seguir.

O objetivo de Raffournier (1995) foi relacionar a extensão da divulgação nos relatórios anuais de empresas suíças listadas a possíveis determinantes que representam agência e política custos. A amostra foi composta por 161 empresas (industrial e comercial) e os resultados revelaram que as variáveis tamanho e internacionalidade desempenharam papel importante na política de divulgação de empresas, além disso, instituições grandes e internacionalmente diversificadas tendem a divulgar mais informações do que pequenas empresas puramente domésticas.

Eng e Mak (2003) examinaram o impacto da estrutura de propriedade e da composição do conselho na divulgação voluntária. Os resultados revelaram que os quesitos pré-estabelecidos afetam a publicação.

Singh e Van Der Zahn (2008), por sua vez, investigaram a relação entre níveis de divulgação de capital intelectual em prospectos de 444 listagens de IPOs na Bolsa de Valores de Cingapura entre 1997 e 2006, e três potenciais determinantes explicativos: apropriação e retenção, custos dos proprietários e estrutura de governança corporativa. Os resultados demonstraram uma associação positiva entre a divulgação de capital intelectual e retenção de propriedade, no quesito custos dos proprietários, contataram a existência de influência negativa, porém a governança influenciou significativamente a interação negativa de propriedade dos custos na retenção de propriedade.

Chow e Wong-Boren (1987) investigaram as práticas voluntárias de divulgação financeira das empresas mexicanas relacionando a extensão da disseminação ao tamanho da empresa, à alavancagem financeira e à proporção de ativos em vigor, para tanto realizaram a pesquisa com uma amostra composta por 52 empresas listadas na Bolsa de Valores. Os resultados demonstraram que a extensão está significativa e positivamente relacionada ao tamanho da empresa, mas não à alavancagem financeira e ativos em vigor.

Cordazzo (2005) buscou verificar se a divulgação de capital intelectual possui alguns pontos de contato com relatórios ambientais e sociais, ou se pode ser considerado como um novo modelo de relatório, que é completamente separado e independente pelos outros dois. Por meio da análise empírica de relatórios ambientais e sociais Italianos, e em particular análise de elementos que estão presente nos relatórios, constatou que existe semelhança em alguns pontos e afastamento em outros.

Ho e Wong (2001) testaram um arcabouço teórico relacionado a quatro grandes grupos de governança na divulgação voluntária em Hong Kong. Esses atributos de governança corporativa são a proporção de conselheiros independentes para o número total de diretores do conselho, a existência de um comitê de auditoria voluntário, a existência de personalidades e a porcentagem de membros da família no quadro. Para tanto, utilizaram um índice de divulgação relativa ponderada para medir a divulgação voluntária. Os resultados indicaram que a existência de um comitê de auditoria está significativa e positivamente relacionada com a extensão da divulgação.

Cerbioni e Parbonett (2007) examinaram a relação entre variáveis de governança e divulgação voluntária de capital intelectual em uma amostra de empresas europeias de biotecnologia. Os resultados sugeriram que as variáveis relacionadas à governança influenciam fortemente a quantidade de informações divulgadas, confirmando assim as hipóteses levantadas no estudo.

García-Meca e Martínez (2007) buscaram responder a seguinte questão de pesquisa: os analistas financeiros transmitem informações sobre capital intelectual em suas recomendações? Para isso foi utilizada uma amostra de relatórios das grandes empresas espanholas listadas em bolsa de valores que fornecem alguma evidência. Os resultados indicam que os analistas geralmente relatam informações sobre a estratégia, os clientes e os processos de uma empresa. Porém, para as áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação são apresentados uma quantidade inferior de dados.

Na dimensão 3 agruparam-se 11 documentos e o foco central foi a crítica ao conteúdo dos relatórios. A seguir são apresentadas algumas destas pesquisas.

A pesquisa de Dumay e Cai (2015), identificou inconsistências em relação a como os pesquisadores de capital intelectual aplicam a análise de conteúdo em suas metodologias, isso se deve por apresentar dificuldades para comparar resultados e formar uma base de estudos replicáveis. Desta forma, as ferramentas necessárias para garantir confiabilidade e validade parecem não ter sido atendidas e isso requer retorno à metodologia.

Mouritsen et al. (2001) analisaram como tecnologias gerenciais tornando o conhecimento passível de intervenção e concluíram que as declarações de capital intelectual são novas formas de relatórios cujo objetivo são atividades de gerenciamento de conhecimento.

Dumay e Cai (2014) objetivaram revisar de forma crítica o método de pesquisa análise de conteúdo como meio de investigação da divulgação do capital intelectual, com o intuito de verificar se esse procedimento possibilita o desenvolvimento de novos conhecimentos no tema em questão. Para isso foram analisados 110 artigos que utilizaram este procedimento para a investigação. Concluíram que a análise de conteúdo é utilizada apenas como justificativa devido ao pouco conhecimento sobre os padrões, desta forma, não apresentado considerável avanço teórico ou prático para o assunto.

Leuz e Verrecchia (2000) realizaram um estudo em empresas alemãs que mudaram os seus relatórios financeiros consolidados para o regime internacional do IAS ou US-GAAP. Para tanto presumiram que estas empresas deveriam comprometer-se a aumentar os níveis de divulgação. A motivação para a pesquisa foi em razão dos níveis das divulgações na Alemanha serem baixos o intuito era de verificar se houve melhorias na alteração realizada. No entanto, como ressaltam estes autores, os resultados não possibilitaram quantificar os resultados devido a amostra ser pequena.

Campbell e Abdul (2010) examinaram os relatórios anuais da empresa Marks & Spencer durante o período de 31 anos, iniciando em 1978 e findando no ano de 2008, no intuito de identificar a evolução da divulgação do capital intelectual durante as três décadas, a partir da análise de conteúdo. Concluíram que as narrativas do relatório anual refletiram uma mudança mais ampla no mercado de informações entre investidores e outras partes interessadas e os padrões de mudanças no capital intelectual representaram o aumento da complexidade em relatórios voluntários.

Healy e Palepu (2001) revisaram as pesquisas sobre relatórios financeiros e divulgação voluntária de informações pela administração, resumindo as principais conclusões da pesquisa e identificando temas para trabalhos futuros.

Ahmed e MohdGhazali (2012) examinaram a tendência das divulgações de capital intelectual durante o período de 2008 a 2010, quando o ambiente de negócios da Malásia foi caracterizado por uma série de eventos importantes, como a crise financeira global e a reestruturação de governança. Os resultados apontaram uma tendência crescente, em particular para a categoria de capital humano. Desta forma, posterior a crise, apoia a teoria da legitimidade em práticas do assunto em questão, partindo de um contexto de país em desenvolvimento.

Milne e Adler (1999) relataram os resultados de um estudo exploratório da confiabilidade entre codificadores de relatório anual junto à análise de conteúdo de divulgações sociais e ambientais. Beaseado em Hackston e Milne (1996), os autores relatam os níveis atingidos por três codificadores em cinco rodadas de testes em 49 relatórios anuais. As descobertas gerais sugerem que a saída codificada de codificadores inexperientes usando a abordagem de Hackston e Milne com pouca ou nenhuma formação prévia pode ser equivocada para análise total de divulgações agregadas.

Na dimensão 4 agruparam-se 9 autores, onde o foco central foi a divulgação do capital intelectual. A seguir apresenta-se o foco de algumas delas.

O estudo de Subbarao e Zeghal (1997) analisou os relatórios anuais de uma amostra de empresas de capital aberto de seis países sendo eles EUA, Canadá, Alemanha, Reino Unido, Japão e Coreia do Sul, com o intuito de realizar uma comparação internacional no quesito a qualidade das informações sobre capital humano em relatórios divulgados. Os resultados revelaram que os países Europeus apresentam mais informações do que os Asiáticos e Norte Americanos. As corporações do setor financeiro, que empregavam mais de dois terços da força de trabalho nos países desenvolvidos, foram diferentes do que a indústria na frequência e no conteúdo das informações divulgadas.

Olsson (2001) buscou relatar dois estudos empíricos sobre os relatórios anuais de capital intelectual, com ênfase em capital humano em empresas suecas, durante os anos de 1990, 1994 e 1998. O objetivo foi verificar a forma como grandes empresas publicam seus relatórios sobre capital humano, e identificou-se que há uma parcela muito baixa de informações divulgadas a respeito nos relatórios anuais corporativos. Desta forma, o trabalho concluiu que muito se fala sobre transparência, mas na prática isso não ocorre.

Bontis (1998) desenvolveu um trabalho que explora o desenvolvimento de medidas conceituais e modelos em relação a capital e seu impacto sobre desempenho dos negócios. O final retido, medidas subjetivas e a especificação estrutural ideal mostram uma válida, confiável, significativa e substantiva ligação causal entre as dimensões de capital intelectual e desempenho de negócios. Desta forma, considera que o estudo desenvolvido tem potencial para auxiliar acadêmicos e profissionais a entender os componentes de capital intelectual e fornecer uma visão em desenvolvimento e aumentá-la dentro de uma organização.

García-Meca e Martínez (2005) analisaram a qualidade da divulgação de intangíveis por empresas inclusas no mercado de capital espanhol na Bolsa de Madri, através de relatórios financeiros e de forma quantitativa durante os anos de 2000 e 2001. Os resultados mostraram que a especificidade da divulgação do capital intelectual varia de acordo com as categorias de informações. Clientes, Estratégia e Tecnologia são os grupos de bens intangíveis mais relatados de forma quantitativa. Por outro lado, quando as empresas divulgam informações relacionadas com Capital Humano, essa é revelada em termos qualitativos.

García-meca et al. (2005) avaliaram as informações sobre capital intelectual, bem como a apresentação para os Stakeholders e a influência da divulgação. A amostra foi empresas espanholas durante o período de 2000-2001. Identificaram que as corporações costumam relatar sobre estratégia, clientes e processos, porém as categorias de pesquisa, desenvolvimento e inovação são menos frequentes nos relatórios. Constataram ainda, que as grandes empresas revelam níveis mais elevados de dados a respeito de capital intelectual.

A partir da leitura dos estudos contidos nas quatro dimensões observou-se que o interesse dos estudos nesta temática centra-se nas análises dos relatórios anuais, especialmente de empresas de capital aberto, buscando identificar se divulgam/evidenciam ou não informações acerca do capital intelectual, destacando que quando ocorre é de forma voluntária. Também, é notável que, por falta de padrões e normatizações, as divulgações são feitas conforme interesses da própria empresa o que leva alguns autores a realizarem estudos com foco na crítica ao conteúdo dos relatórios de divulgação/evidenciação do capital intelectual.

Por fim, entende-se que a gestão transparente e alinhada com as necessidades de informações dos acionistas está entre as medidas que valorizam a empresa perante seus investidores e, encontrar formas de divulgação do capital intelectual é relevante para que possam tomar decisões que vão além daquelas de caráter financeiro divulgadas por imposição legal.

 

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo do artigo foi identificar, por meio da análise de cocitações, quais são os autores que fornecem base teórica para estudos sobre Capital Intelectual. Para isso recorreu-se à base de dados Scopus a fim de identificar o que vem sendo estudado acerca desta temática e quais são os autores que fornecem suporte teórico neste assunto. Na análise de cocitações se observou que os autores se agruparam em quatro dimensões denominadas: relatórios anuais; divulgação voluntária; críticas ao conteúdo dos relatórios e; divulgação do capital intelectual.

Na dimensão 1 o foco central foi verificar como empresas dos mais variados locais do mundo divulgam em seus relatórios sobre o assunto capital intelectual e em alguns casos até entre países, segmentos se há alteração. Pela análise destes estudos conclui-se que existe variação grande, porém ainda não se tem uma região ou setor que apresente evidenciações de capital intelectual da melhor forma. Na dimensão 2, a respeito da divulgação voluntária, os estudos centraram-se em verificar se as empresas que não são obrigadas a divulgar sobre capital intelectual o fazem e, de forma geral, concluem que as mesmas evidenciam pouco sobre isso.

Na dimensão 3, sobre a análise de conteúdo, os estudos criticam o uso da análise de conteúdo com instrumento de verificação da evidenciação de capital intelectual em razão da dificuldade de refazer o mesmo trabalho com uma nova amostra visto que este tipo de análise não requer padronização e varia conforme o entendimento do autor a respeito do assunto. Por fim, a dimensão 4, sobre divulgação do capital intelectual buscou verificar como as empresas estão apresentando o tema em seus relatórios e ficaram evidentes as dificuldades tendo em vista que não existe padronização e normatização a respeito.

Diante destes achados cabe destacar que a evidenciação do capital intelectual é importante para as empresas verificarem seu valor no mercado e qual sua situação frente aos aspectos de: inovação e renovação estratégica, processos internos, recursos de competência organizacional, infraestrutura interna, clima organizacional, capacidade de gestão, relacionamento com clientes, fornecedores e a imagem organizacional.

No âmbito externo, para os demais interessados (stakeholders) esta informação pode ser decisiva na tomada de decisões, visto que a mesma busca aproximar o valor justo da empresa e sua divulgação poderia completar as contidas nos relatórios contábeis obrigatórios.

A principal contribuição deste estudo está voltada para o campo teórico ao demonstrar quais são os autores que fornecem a base para estudos sobre capital intelectual, podendo despertar o interesse de outros pesquisadores para ampliar o entendimento e possibilitar a criação de modelos que possam ser adotados por empresas de forma semelhante aos demonstrativos contábeis obrigatórios.

Quanto às contribuições práticas, considerando que a evidenciação do capital intelectual pode ser decisiva na tomada de decisões, sua leitura pode despertar o interesse de gestores em aprofundar o entendimento das formas de mensuração, divulgação e evidenciação do capital intelectual e fazer uso nas empresas em que atuam.

Para pesquisas futuras, embora um grupo de autores critique a análise de conteúdo como forma de identificar a evidenciação de capital intelectual das empresas, sugere-se que sejam analisados os relatórios contábeis de empresas para verificar se, mesmo de forma voluntária, elas estão evidenciando este ativo intangível, pois ainda não há padronização suficiente e aceita mundialmente para evidenciar o capital intelectual de forma objetiva.

 

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