Educação empreendedora nos cursos de graduação: um estudo na universidade federal de Uberlândia
Undergraduate entrepreneurial education: a study at the federal university of Uberlândia
Gabriela Bandeira Silva1, Márcia Freire de Oliveira2 e
Henrique Geraldo Rodrigues3
1 Universidade Federal de Uberlândia, Brasil, Mestrado em Administração, e-mail: gabibands@gmail.com
2 Universidade Federal de Uberlândia, Brasil, Doutorado em Engenharia de Produção, e-mail: marciafreire@ufu.br
3 Universidade Federal de Uberlândia, Brasil, Doutorado em Administração, e-mail: henrique@ufu.br
Recebido em: 14/02/2022 - Revisado em: 05/05/2022 - Aprovado em: 09/08/2022 - Disponível em: 01/10/2022
Resumo
A Educação Empreendedora (EE) é um tema que vem ganhando cada vez mais espaço e importância não apenas na esfera acadêmica, mas também política e empresarial. Portanto, entender a maneira como a EE tem sido conduzida é fundamental para o seu aperfeiçoamento, contribuindo para o surgimento de novos empreendedores, assim como para que empreendedores já estabelecidos possam melhorar seus negócios. A presente pesquisa tem como objetivo compreender a formação empreendedora oferecida pelos cursos de graduação da Universidade Federal de Uberlândia-MG aos seus alunos. O estudo é uma pesquisa qualitativa, descritiva e de campo. O local de estudo compreende os campis da Universidade localizados em Uberlândia-MG. Os dados foram coletados mediante análise documental e entrevistas semiestruturadas com 7 professores e 6 coordenadores de 6 cursos que oferecem disciplinas ligadas ao empreendedorismo em suas matrizes curriculares. Os dados coletados foram analisados pela técnica de análise de conteúdo. Os resultados obtidos apontam que, a educação empreendedora ainda é um assunto pouco explorado e pouco incentivado dentro da instituição de ensino e que as ações e atividades desenvolvidas são realizadas de forma isolada. Os métodos de ensino utilizados pelos professores são diversos, que envolvem teoria e prática, mas ainda existe falta de interesses por parte dos alunos, portanto, foi percebido que a Universidade deve incentivar mais a educação empreendedora dentro da instituição.
Palavras-Chave: Educação Empreendedora; Empreendedorismo; Instituições de Ensino Superior.
Entrepreneurial Education (EE) is a topic that has been gaining more space and importance not only in the academic sphere, but also in politics and business. Therefore, understanding the way EE has been conducted is fundamental for its improvement, contributing to the emergence of new entrepreneurs, as well as for entrepreneurs to improve their businesses. This research aims to understand an entrepreneurial training offered by undergraduate courses at the Federal University of Uberlândia-MG to its students. The study is a qualitative, descriptive and field research. The study site comprises the campuses of the University of Uberlândia-MG. Data were collected through document analysis and semi-structured interviews with 7 teachers and 6 coordinators of 6 courses that subjects related to entrepreneurship in their curriculum matrices, the collected data was analysed through the technique of content analysis. The results obtained show that entrepreneurial education is still a little explored and little encouraged within the educational institution and that the actions and activities developed are carried out in isolation. The teaching methods used by the professors are diverse, involving theory and practice, but there is still a lack of interest on the part of the students, therefore, it was noticed that the University should encourage more entrepreneurial education in the institution.
Keywords: Entrepreneurial Education; Entrepreneurship; Higher Education Institutions.
1 INTRODUÇÃO
O tema educação empreendedora (EE) tem sido crescentemente debatido, assumindo um grau de relevância cada vez maior nas esferas política, acadêmica e empresarial, inclusive em debates ocorridos nas Nações Unidas, como nas reuniões promovidas por alguns de seus órgãos internacionais, como as da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) (UNCTAD, 2015)
A UNCTAD defende que a EE depende fundamentalmente de quatro aspectos: a) a inclusão do empreendedorismo na educação e treinamento, b) o avanço curricular, c) o aprimoramento do professor e d) o envolvimento com o setor privado. A UNESCO, por sua vez estabelece que os programas de educação empreendedora devam ser criados e instituídos a partir dos princípios orientadores da educação do século XXI que são aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser (LOPES; TEIXEIRA, 2010).
A educação empreendedora possui características próprias e, que, portanto, são distintas do sistema educacional tradicional, o qual historicamente centra-se no papel do professor, enquanto indivíduo responsável por conduzir e repassar o conhecimento por meio de um programa engessado com aulas em forma de monólogos, ênfase em conteúdo e baseadas em perspectivas teóricas e abstratas, em que o papel do aluno é passivo, o que não estimula o seu lado empreendedor (DOLABELA, 2008; MALACARNE; BRUSTEIN; BRITO, 2014; SCHAEFER; MINELLO, 2016). A educação empreendedora, por outro lado, prevê transformações nos papeis do docente e do aluno, nas práticas didático-pedagógicas e na natureza do ensino (SCHAEFER; MINELLO, 2016).
O papel atribuído ao aluno na educação empreendedora é muito mais ativo e envolve técnicas mais flexíveis que aliam a teoria à prática. O professor é responsável por conduzir o processo de ensino aprendizagem por meio de práticas ativas, inovadoras (GUIMARÃES; SANTOS, 2020) e o aluno assume um papel de protagonismo, onde sua formação é alicerçada em pilares como experimentação, prática e contextualização ao mundo real, o que desenvolve neles capacidade analítica, criatividade, saber lidar com incertezas, além de os colocar em contato com a sociedade (LOPES; TEIXEIRA, 2010; SCHAEFER; MINELLO, 2016; MARKOVITCH; SAES, 2020).
Nesse sentido, a educação empreendedora não deveria acontecer de forma isolada e autônoma, mas sim, de forma conjunta com outras atividades que permitam ao aluno colocar em prática determinadas atividades, bem como de forma integrada com outras disciplinas, com a instituição e a sociedade, uma vez que o empreendedorismo reúne aspectos que são inerentes a outros campos de investigação e extrapola os limites físicos da sala de aula, ou seja, a educação empreendedora deveria ser integrada, transversal e interdisciplinar (GUERRA; GRAZZOTIN, 2010; SCHAEFER; MINELLO, 2016).
No Brasil, a Fundação Getúlio Vargas foi a primeira universidade a oferecer um curso de empreendedorismo, em 1981, seguida pela Universidade de São Paulo que inseriu a disciplina Criação de Empresas, nos cursos de Administração, Economia e Contabilidade, em 1984 (DOLABELA, 2008). Na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) a introdução de disciplinas de empreendedorismo aconteceu mais tarde, por meio da introdução da disciplina Criação e Desenvolvimento de Novos Negócios no curso de Administração em 1994 (PPCADM, 1994). Posteriormente, no ano de 2011, o número de disciplinas de empreendedorismo foi ampliado nesse mesmo curso (PPCADM, 2011) e, outros cursos de diferentes áreas passaram a oferecer disciplinas com esta temática. Além das disciplinas a UFU oferece outras possibilidades (empresas juniores, incubadoras, atividades de extensão, etc) que podem estimular o empreendedorismo.
A prática do empreendedorismo enseja que além do conhecimento adquirido, o empreendedor tenha a perspectiva tácita do ambiente circundante e de aspectos que envolvem desafios e oportunidades. Portanto, se faz necessário metodologias de ensino, onde o aluno seja o protagonista dos processos de aprendizagem e os professores os impulsionadores de metodologias e ferramentas pedagógicas com foco na educação empreendedora. Todavia, muitas vezes, os docentes travam uma luta solitária, pois as IES brasileiras necessitam se preparar para implantar, disseminar e estimular práticas voltadas ao empreendedorismo, a fim de colocar o aluno no centro das ações (SCHAEFER; MINELLO, 2016).
É necessário, portanto, refletir a respeito de mudanças de metodologias, ferramentas e currículos, tendo como norte a interdisciplinaridade, o aprendizado para além da sala de aula e o foco no egresso não somente como empregado de empresas, mas também como “seu próprio patrão” (LIMA et al, 2015a; RIBEIRO; OLIVEIRA; ARAÚJO, 2014). Nessa perspectiva o trabalho do docente é desafiador, ou seja, transpor os saberes funcionalistas e passivos, buscando transformar o aluno de mero espectador a sujeito reflexivo e condutor de ações que contemplem a criatividade e a inovação (GUIMARÃES; LIMA, 2016).
Dentro desse contexto este estudo tem como objetivo geral compreender a formação empreendedora oferecida pelos cursos de graduação da UFU aos seus alunos. Para atingir tal objetivo foram traçados os seguintes objetivos específicos: (1) Identificar os cursos que possuem disciplinas de empreendedorismo na UFU; (2). Analisar as práticas pedagógicas utilizadas pelos professores; (3) Propor ações de melhoria à formação empreendedora na UFU.
O importante papel da educação empreendedora para o desenvolvimento socioeconômico de uma nação tem sido reconhecido não só no Brasil, mas em diversos países pelo mundo, entretanto sua discussão ainda necessita de uma compreensão mais abrangente e consolidada que contribua para a sua disseminação de forma mais madura e efetiva. Nesse sentido, a pesquisa se justifica pelo levantamento de informações sobre a formação empreendedora do aluno de graduação da UFU, identificando as práticas pedagógicas e outras ações oferecidas e possibilitando a proposição de melhorias dessas práticas e ações.
Além desta introdução, o presente trabalho é composto pelas seguintes partes: fundamentação teórica, onde discorre-se sobre o empreendedorismo e o empreendedor, educação empreendedora nas universidades e os métodos, técnicas e recursos pedagógicos no ensino de empreendedorismo; metodologia; análise de resultados e; considerações finais.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Educação Empreendedora nas Universidades
A educação empreendedora se refere ao desenvolvimento de habilidades e do espirito empreendedor pelos aprendizes, possibilitando que eles transformem ideias criativas em ações. Além disso, essa ação leva a uma transformação de valor, seja ele de uma forma ampla, financeira, cultural ou social. (LOPES; LIMA; NASSIF, 2017).
A educação empreendedora é importante para o desenvolvimento das pessoas, e a cada dia que passa está se tornando reconhecida em vários países do mundo (SCHAEFER; MINELLO, 2016). De acordo com a Comissão Europeia (2012), quanto mais cedo a educação empreendedora for oferecida aos alunos, melhor, pois a mentalidade empreendedora é formada no ensino fundamental, já a nível superior, seu principal objetivo é desenvolver habilidades empreendedoras (LOPES; LIMA; NASSIF, 2017). Além disso, a Unesco aconselha que a EE deve ser desenvolvida e implementada aos alunos, a fim de que estes possam ser capazes de inovar, adquirir conhecimentos, desenvolver seus próprios projetos e lidar com mudanças (LOPES; TEIXEIRA, 2010).
Segundo Dolabela e Filion (2013), no Brasil, é de extrema importância que a educação empreendedora esteja presente na vida dos estudantes, pois gera oportunidades que permitem uma maior proporção do capital humano, e consequentemente faz com que haja desenvolvimento do potencial empreendedor. A educação empreendedora faz com que os jovens sejam mais preparados, mais inovadores, proativos e com iniciativas, para trabalhar em alguma organização ou para criarem o seu próprio negócio (GUERRA; GRAZZIOTIN, 2010).
De acordo com Carbonell, Hernandez e García (2014), a educação é essencial para o desenvolvimento de uma sociedade empreendedora. Por isso, as universidades devem proporcionar um ambiente em que o empreendedorismo é discutido, com programas de treinamento e atividades que desenvolvam uma cultura empresarial e que futuramente possam fazer com que os estudantes se tornem empreendedores (CAMPANELLA; PERUTA; GIUDICE, 2013). A atividade empreendedora pode ser influenciada por diversos fatores, como a sociedade e o ambiente institucional em que o indivíduo se encontra, portanto, as universidades devem incorporar estratégias e oferecer oportunidades e uma estrutura adequada para que haja desenvolvimento dos estudantes através do empreendedorismo. (HUYGHE; KNOCKAERT, 2015; MEOLI; VISMARA, 2016).
Deve ser levado em conta que para que haja essa formação empreendedora dentro das universidades, deve-se traçar objetivos e utilizar ações para promover esse processo de ensino (DOLABELA, 2008; ILANDER, 2010; KNOTTS, 2011; KURATKO, 2005; SCHMIDT; SOPER; FACCA, 2012). Essas ações podem ser consideradas como métodos pedagógicos quando estão vinculadas a disciplinas da grade curricular dos cursos, como por exemplo palestras, estudo de caso, visitas a empresas, simulações, projetos em grupos, e também podem ser ações que não estão vinculadas às disciplinas, como a participação dos alunos em: empresas juniores, congressos e eventos da área de empreendedorismo, como hackatons e desafios de empreendedorismo universitário, incubadora de empresas, ligas de empreendedorismo entre outras, o que fortalece a presença e o aprendizado do empreendedorismo na vida dos universitários (HENRIQUE; CUNHA, 2008; MOREIRA; RENAULT, 2021).
2.2. Métodos, Técnicas e Recursos Pedagógicos no Ensino do Empreendedorismo
Segundo Rocha e Freitas (2014), a literatura abrange diversos métodos, técnicas e recursos pedagógicos que são utilizados no ensino do empreendedorismo nas instituições de ensino superior, conforme o Quadro 1.
Quadro 1. Métodos, Técnicas e Recursos Pedagógicos
continua......
Fonte: Rocha e Freitas (2014, p. 469).
Segundo Silva e Pena (2017) esses métodos e técnicas podem ser caracterizados em duas abordagens de aprendizagem: (1) passiva, que engloba por exemplo aulas expositivas, casos de ensino e seminários e palestras com empreendedores e (2) ativa, que inclui visita a empresas, plano de negócios, jogos empresariais e simulações, incubadoras de empresas, projetos de pesquisa e extensão e participação em empresa júnior. Segundo os autores as duas abordagens são importantes, pois mesmo a abordagem passiva, em que os estudantes são menos influenciados por atributos e habilidades empreendedoras, quando estimula a discussão e a reflexão por parte dos alunos, favorece o aprendizado do empreendedorismo.
Portanto, essas estratégias pedagógicas precisam seguir uma direção, para que haja avaliação, autoconhecimento e que os alunos realmente desenvolvam as competências empreendedoras (LIMA et al., 2015b). Porém, de acordo com Krakauer (2014) pode haver um descompasso entre docentes e discentes nesse sentido pois os primeiros alegam que os alunos muitas vezes não se mostram interessados sobre os conteúdos da disciplina de empreendedorismo, enquanto os alunos apontam que esse desinteresse se deve ao fato do professor não saber como colocar o aluno como protagonista do aprendizado.
3 METODOLOGIA
A presente pesquisa é caracterizada como qualitativa, descritiva e de campo. A pesquisa qualitativa preocupa-se com aspectos da realidade que não podem ser quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais (MINAYO, 2001). Já a pesquisa de campo é investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo. Pode incluir entrevistas, aplicação de questionários, testes e observação (MORESI, 2003).
O estudo foi realizado nos cursos dos campis da UFU localizados em Uberlândia (Santa Mônica, Umuarama, Educação Física e Glória). O critério de seleção destes campi se deu por conveniência. Além disso, como relata Zikmund et al (2012), cada localidade estudada apresenta diferentes configurações de ambiente que podem vir a resultar em diferentes resultados. Por este motivo, buscou-se analisar o fenômeno da IE em um público universitário se analisando um único ambiente (no caso, a cidade de Uberlândia).
Os dados foram coletados por meio de análise documental (grades curriculares e planos de disciplina) e entrevistas semiestruturadas com professores e coordenadores dos cursos que contemplem o empreendedorismo em sua formação. Dos 14 cursos que possuem disciplinas de empreendedorismo foram entrevistados coordenadores e professores de 6 cursos, sendo 4 mulheres e 9 homens. As entrevistas foram realizadas de março a junho de 2019, sendo gravadas e transcritas na íntegra e tiveram um tempo médio de duração de 20 minutos cada.
A análise dos dados das entrevistas foi conforme a técnica de análise de conteúdo, que segundo Bauer (2002), busca reduzir a complexidade dos textos e falas, trabalhando com o objetivo de filtrar a classificação sistemática e a contagem de extensos volumes de texto, em uma descrição curta de características representativas do que se pretende descobrir.
As categorias e subcategorias de análise foram criadas a priori, ou seja, a partir da literatura. Os Quadros 2 e 3 apresentam as categorias, subcategorias e as perguntas dos roteiros das entrevistas feitas com os coordenadores (Quadro 2) e com os professores (Quadro 3).
Quadro 2. Perguntas do Roteiro – Coordenadores
Fonte: Elaborado pelos autores.
Quadro 3. Perguntas do Roteiro – Professores
. Fonte: Elaborado pelos autores.
4. RESULTADOS
O presente estudo busca compreender a formação empreendedora oferecida pelos cursos de graduação da Universidade Federal de Uberlândia aos seus alunos. Para isso, inicialmente a análise documental nos mostrou que dentre os 55 cursos de graduação que a universidade oferece em seus quatro campuses (Campus Santa Mônica, Campus Umuarama, Campus Educação Física e Campus Glória) na cidade de Uberlândia, apenas 14 destes possuem pelo menos uma disciplina que envolva a temática de empreendedorismo.
Destes 14 cursos 6 foram pesquisados, sendo entrevistados 6 coordenadores e 7 professores. Os coordenadores dos outros oito cursos não tiveram disponibilidade para a realização das entrevistas. Dos entrevistados, 4 são mulheres e 9 homens, de faixa etária entre 33 a 55 anos. Para uma melhor compreensão foi elaborada uma legenda para identificação dos entrevistados, conforme o Quadro 4.
Quadro 4. Legenda de identificação dos entrevistados.
Fonte: Elaborado pelos autores
Os principais resultados estão divididos de acordo com suas categorias de análise, conforme os tópicos a seguir.
4.1 Disciplinas de Empreendedorismo
Conforme a análise documental foi possível elaborar o Quadro 5, que discrimina os 14 cursos e suas disciplinas que possuem tópicos de empreendedorismo. Destes cursos, em 10 as disciplinas são oferecidas pela unidade acadêmica da Faculdade de Gestão e Negócios – FAGEN. Na Engenharia Elétrica e na Engenharia Biomédica as disciplinas são oferecidas pela Faculdade de Engenharia Elétrica – FEELT, em Ciências Econômicas pelo Instituto de Economia – IEUFU e no curso de Jornalismo pela Faculdade de Educação – FACED.
Quadro 5. Cursos e disciplinas de Empreendedorismo nos cursos da UFU
Fonte: Elaborado pelos autores
Nos cursos de Administração, Sistemas de Informação e Jornalismo as disciplinas são obrigatórias e tanto os professores, quanto os coordenadores acreditam que elas deveriam continuar sendo obrigatórias e não optativas. Além disso, um dos participantes (C1) acredita que além da disciplina obrigatória, deveriam existir outras disciplinas de empreendedorismo para que o aluno possa sair da graduação com um maior conhecimento desta área. Já nos demais cursos, onde as disciplinas são optativas, o C2 e o C3 apontaram que a disciplina deveria ser mantida como optativa.
Apenas o C6, coordenador da Engenharia Elétrica, passaria a disciplina para obrigatória, caso houvesse espaço na grade curricular, pois ele enxerga a importância do empreendedorismo para a formação do aluno. Porém, não vê a possibilidade de que ela seja obrigatória devido a carga horária limitada do curso, pois para inserir uma disciplina obrigatória de empreendedorismo seria necessário deixar de ministrar uma disciplina mais técnica do curso, o que vai ao encontro dos resultados do estudo de Zanchet e Silva (2021), que mostra que embora alguns coordenadores enxerguem como importante, não veem possiblidade de inserir a disciplina de empreendedorismo na matriz curricular devido a motivos como rigidez legislativa e o núcleo de disciplinas obrigatórias.
Em relação às alterações da matriz curricular visando o desenvolvimento do empreendedorismo apenas o C1 faria uma distribuição melhor das disciplinas ao longo do curso, inserindo-as do meio para o final do curso, pois o aluno já teria uma visão melhor das áreas da Administração.
4.2 Importância da Educação Empreendedora
A análise da importância da educação empreendedora pode ser dividida em duas partes, uma levando em consideração a importância em cada curso e outra a importância na universidade de uma forma geral. Foi possível notar a importância de oferecer disciplinas que desenvolvam o empreendedorismo, mas é importante que a universidade como um todo precisa pensar no incentivo ao empreendedorismo. Não adianta partes isoladas desenvolverem esse conhecimento, se o todo não está interessado em também desenvolvê-lo e disseminá-lo. E cada vez mais é possível enxergar a necessidade de mais cursos possuírem disciplinas de empreendedorismo, tendo em vista que é uma opção de carreira para os alunos e para isso, a universidade precisa ser um local em que isso possa ser desenvolvido.
P1: (...) Eu acho que é essencial essa disciplina (...) mas eu acho que é uma disciplina que deveria ter em todos os cursos né... porque se a gente for pensar, mesmo os cursos da área de artes, por exemplo, os cursos das áreas da saúde... as pessoas têm a possibilidade de abrir seus negócios dentro dessas áreas de formação também né, é uma possibilidade de carreira dos alunos”.
C1: (...) E a gente vê que a importância da universidade em relação a isso [empreendedorismo]... em promover a inovação, em promover a criatividade, promover o cidadão que pense e saia da caixinha né(...).
P5: (...) Uma educação empreendedora é aquela que privilegia o aluno, que coloque o aluno mais como protagonista da sua própria história do que propriamente o professor sendo esse protagonista, então eu penso, que também é inconcebível num cenário atual, é... não só e aí já partindo pra segunda questão que você colocou na mesma pergunta, uma universidade que não privilegie o aluno como protagonista, então perceba, que o professor, não é que ele fique em segundo plano, mas o professor, ele já não pode ser aquele professor que só ministra aulas de um mesmo jeito há, sei lá, dez, vinte anos atrás. Então, o ensino, ele tem que ser empreendedor também. Então ele tem que privilegiar uma reflexão crítica do aluno. Ele tem que privilegiar parceiros de mercado e trazer isso pra dentro da universidade, ele tem que privilegiar eventos de uma maneira geral, instituições de maneira geral dentro dessa relação professor-aluno-universidade, né.
Tanto os coordenadores quanto os professores, em sua maioria, veem o empreendedorismo como uma carreira profissional e ter uma disciplina no decorrer do curso faz com que os alunos se sintam interessados e procurem mais conhecimentos da área, proporcionando até mesmo uma expectativa em seu futuro profissional.
Esses resultados vão ao encontro de pesquisas que mostram que o empreendedorismo é importante na vida dos estudantes e que para isso, é necessário que as universidades tenham um ambiente para que o empreendedorismo possa ser discutido, através de programas e atividades que desenvolvam essa cultura, para que os alunos entendam que o empreendedorismo também pode ser uma carreira profissional (DOLABELA; FILION, 2013; CAMPANELLA; PERUTA; GIUDICE, 2013). Além disso, foi possível notar que os entrevistados enxergam que na educação empreendedora o aluno deve exercer o papel de protagonista de sua história, de sua carreira, e utiliza da disciplina e as outras atividades oferecidas pela universidade para se preparar melhor para o futuro profissional (SCHAEFER; MINELLO, 2016).
Para os entrevistados o empreendedorismo traz inúmeros benefícios aos alunos e faz com que eles saiam do curso com uma visão diferenciada, levando em consideração a ideia de que o empreendedorismo não é apenas para criar o seu próprio. Pode-se observar a grande relação com outros estudos, que mostra que a educação empreendedora proporciona aos alunos uma melhor qualificação e preparação, pois eles começam a enxergar melhor as oportunidades, constroem ideias e desenvolvem habilidades empreendedoras, o que se transforma em um grande diferencial no momento em que eles entrarem no mercado de trabalho (GUERRA; GRAZZIOTIN, 2010).
C6: (...) eu acho que o empreendedorismo daria essa segurança do estudante que não conseguir seu emprego imediato, ele optar por ter essa coragem de investir nele mesmo e montar seu próprio negócio. E mesmo aqueles que entram numa empresa, tentar fazer algum diferencial lá dentro e ser o diferencial dele, esse é o empreendedor dentro da empresa.
P4: (...) o aluno começa a pensar diferente, eu acho. Não quer dizer que ele necessariamente ele vai se tornar um empreendedor... mas aquela vivência, ela costuma ter um efeito em algum momento. Pode não ser no primeiro ano pós formado, mas em algum momento essa pessoa vai lembrar: olha em algum momento eu estudei isso, isso me impactou de alguma forma.
4.3 Métodos e Práticas de Ensino
Foi identificado no decorrer das entrevistas que as metodologias mais usadas pelos participantes foram estudos de caso, vídeos, dinâmicas, visitas técnicas, trabalhos em grupo, seminários, palestras de empreendedores em sala de aula. Os professores também mencionaram que ministram aulas expositivas, mas sempre buscam fazer a aplicação da teoria nas atividades práticas, visando o estímulo à reflexão e desenvolvimentos de habilidades por parte dos alunos.
Ao identificar as metodologias usadas, percebe-se que os professores utilizam métodos e práticas da abordagem passiva e ativa (SILVA; NUNES, 2017) buscando diversificar as formas de ensino e fortalecer a presença do empreendedorismo na vida dos universitários (DOLABELA, 2008; HENRIQUE; CUNHA, 2008).
A maioria dos professores entrevistados considerou alcançar os objetivos das disciplinas ministradas, mencionando que a metodologia utilizada traz bons resultados no que tange ao aprendizado do aluno. Apenas o P4 considerou que o alcance não foi possível porque “muitos alunos só fazem a disciplina para cumprir tabela” e o P6 que considera atingir parcialmente o objetivo da disciplina “pela falta de recursos da Universidade para realização de práticas que aproximam o aluno do mercado”.
Com relação às ações e atividades que são oferecidas pelos cursos com foco no desenvolvimento do empreendedor dos alunos, além da própria disciplina que é ministrada, pode-se observar que nos cursos das áreas de exatas a realização dessas ações é menos frequente e que em alguns cursos, como o de Física de Materiais, Física Médica e Engenharia Elétrica não foi possível enxergar a presença destas atividades.
Já em cursos da área gerencial, como por exemplo, administração, gestão da informação, foi possível observar a presença de diversas atividades, como a realização de eventos, cursos e projetos de extensão, palestras, iniciação científica, o Núcleo de Estudos em Empreendedorismo e Pequenas Empresas (NEEPE) que é vinculado à FAGEN. No curso de Jornalismo existe o Prêmio Triangulo de Jornalismo que é uma premiação de propostas empreendedoras desenvolvidas pela área de comunicação. Mas diante a essa situação, é possível enxergar que são poucas as atividades e ações desenvolvidas e elas são bem focadas e restritas, e de iniciativa de alguns professores ou alunos. Pensando na universidade como um todo, ainda há uma certa falta de iniciativa de mais atividades que desenvolvam o empreendedorismo.
Em relação às atividades oferecidas pela Universidade Federal de Uberlândia, de uma forma geral, ou seja, por órgãos não vinculados a cursos específicos, foram citadas as oferecidas pelo Centro de Incubação de Atividades Empreendedoras – CIAEM e pelo Centro de Incubação de Empreendedorismo Populares Solidários – CIEPS. Vale destacar também as atividades promovidas pela Liga Empreendedora de Uberlândia que foi criada por jovens empreendedores que têm o objetivo de formar e desenvolver outros jovens empreendedores.
P3: Olha, algum tempo atrás, o que está até sumida... mas um tempo atrás surgiu com iniciativa dos alunos e não da escola, uma liga, chamada Liga Empreendedora. Que eles procuraram... procuraram não, fizeram alguns eventos, trouxeram alguns palestrantes aí, e agora estão meio sumidos, não sei se as pessoas que montaram aquela liga já terminaram o curso e foi embora(...) Mas assim, extra sala de aula, acho que são poucas as atividades voltadas a desenvolver aí essa habilidade empreendedora.
P1: Nós temos um núcleo de empreendedorismo e pequenas empresas...o NEEPE que é formado por professores da FAGEN que a gente tem procurado proporcionar outras atividades... palestras, eventos nesse sentido. Cursos de extensão também, nós demos um curso de extensão o ano passado, mas ele não foi especificamente pros alunos da FAGEN, foi para alunos basicamente de outros cursos que não tem essa disciplina no currículo(...) Existem alguns eventos também, em parceria com o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), com o CIAEM (...) de uma forma geral, quando a gente fala do empreendedorismo na universidade, eu acho que ainda faltam ações para melhorar o empreendedorismo dentro da universidade né. É restrito ainda o número de cursos que oferecem essas disciplinas, e a gente percebe que há uma demanda de alunos de outros cursos com as disciplinas de empreendedorismo. E mesmo outras ações, às vezes cursos de extensão que pudesse atender esses alunos... de repente criar um centro de empreendedorismo dentro da UFU, que pudesse ter professores de vários cursos... pra promover atividades de empreendedorismo, então eu acho que ainda carece de outras iniciativas (...).
Mesmo que haja algumas atividades desenvolvidas, é possível perceber e reafirmar conforme outros estudos que trabalhar o empreendedorismo muitas vezes é uma luta solitária e que muitas instituições de ensino precisam se preparar para implantar e estimular práticas voltadas ao empreendedorismo, para que os alunos entendam que eles são os atores principais de suas próprias ações (GUIMARÃES; LIMA, 2016; SCHAEFER; MINELLO, 2016, MARKOVITCH; SAES, 2020).
4.4 Interesse e Desempenho
É possível perceber que diante a situação do empreendedorismo na universidade, existem dois problemas de interesse, um está ligado a resistência existente de alguns professores em relação ao empreendedorismo, pois acham que este não é importante na universidade e que existem outras opções para se aprender fora do ambiente universitário.
P1: (...), por mais que a gente esteja hoje em dia, falando tanto de empreendedorismo e valorizando tanto, a gente ainda encontra professores que têm resistência à essa questão do empreendedorismo, acham que não é importante na universidade, que o aluno vai lá no Sebrae e faz um curso e tá tudo certo, então ainda existe uma questão cultural que precisa ser quebrada.
P3: (...) no final das contas, é... o empreendedorismo aqui na UFU está sendo tocado a nível individual entendeu?(...) tem umas pessoas que falam “ah, esse negócio de empreendedorismo é balela... esse negócio não é necessário...” É fácil pra algumas pessoas falarem isso, porque ele tem estabilidade no emprego, certo? Não vai ser ele que no final do curso vai pro mercado de trabalho buscar emprego.
E outro problema está no interesse dos alunos, que vai ao encontro dos achados da pesquisa de Krakauer (2014), pois muitos deles ainda não perceberam que são os principais atuantes de sua vida e que os professores estão ali apenas para passar o conhecimento e orientá-los para que alcance os seus objetivos. Existe sim uma parte de alunos interessados e que procuram se aprofundar nos conhecimentos sobre empreendedorismo, mas que há aquela parte que não tem interesse na disciplina, e a frequenta apenas por obrigação.
P5: a gente ainda não conseguiu fazer com que o aluno se visse como esse protagonista, como personagem principal do próprio processo ensino aprendizagem. Ele ainda transfere para o professor, então, o que acontece, o aluno muitas vezes ele vem e às vezes até por falta de maturidade do próprio aluno, ele não se encaixa naquela determinada metodologia que é colocada da melhor forma possível pelo professor e que às vezes ele não pega como uma coisa dele “ah, eu não tenho obrigação, estou aqui obrigado” né? [Risos] E aí, é nisso que às vezes a própria disciplina não se concretiza totalmente como uma coisa que foi boa, tanto para o professor, quanto para o aluno e o aluno não se interessa muitas vezes.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização desta pesquisa permitiu atingir o seu objetivo geral, ou seja, compreender a formação empreendedora oferecida pelos cursos de graduação da Universidade Federal de Uberlândia-MG aos seus alunos. Em relação ao primeiro objetivo específico: identificar os cursos que possuem disciplinas de empreendedorismo na UFU foi possível identificar que são poucos os cursos que oferecem disciplinas de empreendedorismo em relação à quantidade de cursos existentes. Além disso a educação empreendedora ainda é um assunto pouco explorado e pouco incentivado dentro da instituição.
Existem ações e atividades com foco nesse desenvolvimento do empreendedorismo, mas que são realizadas de maneira isolada, às vezes em determinados cursos e até mesmo por determinado grupo de professores e isso não é bom para os alunos e nem para a universidade de forma geral, tendo em vista que o empreendedorismo é um assunto atual e que está sendo bem discutido e deve ser trabalhado com interdisciplinaridade. Portanto, é preciso que o empreendedorismo seja visto com melhores olhos pela universidade e por outros professores, para que assim, mais atividades sejam desenvolvidas e o empreendedorismo se torne mais presente na instituição e na vida dos alunos.
Em se tratando do segundo objetivo específico: analisar as práticas pedagógicas utilizadas pelos professores, observou-se que as ações e atividades realizada buscam favorecer o processo de aprendizado do aluno e aproximá-lo da prática, como palestras, estudos de caso, visitas a empresas, simulações, projetos em grupos, mas que nem sempre o aluno exerce um protagonismo nesse processo pois ele ainda transfere esse papel para o professor, por falta de maturidade ou até mesmo por falta de interesse no aprendizado do empreendedorismo.
Diante dos achados da pesquisa, foi possível atingir o terceiro objetivo específico: propor ações de melhoria à formação empreendedora na UFU. Nesse sentido sugere-se que o oferecimento da disciplina de empreendedorismo possa ser ampliado para qualquer curso de graduação da UFU, seja como disciplina obrigatória ou optativa, visto à limitação de carga horária dos cursos, uma vez que empreender pode ser uma opção de carreira para qualquer área de formação e o empreendedorismo também não se restringe apenas à criação de um negócio próprio.
Sugere-se também uma ampliação das atividades relacionadas ao empreendedorismo para além das disciplinas, uma vez que essas ainda são mais concentradas nos cursos de gestão. É importante ampliar as atividades que possuem o foco no empreendedorismo, para que os alunos tenham mais conhecimento e desenvolvam melhor suas habilidades empreendedoras. É válido ressaltar que ainda existe uma resistência de alguns professores em relação a educação empreendedora, o que dificulta que muitas ações sejam desenvolvidas nessa área.
Outra sugestão seria a criação de um Centro de Empreendedorismo na UFU que ofereça atividades e desenvolva projetos de empreendedorismo junto aos alunos da graduação e pós-graduação, independentemente da área de formação, e envolva também a comunidade externa, nos mesmo moldes do FGVcenn - Centro de Empreendedorismo e Negócios existente na Faculdade Getúlio Vargas e o Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia da Universidade de São Paulo.
Para este trabalho, houve dificuldades de entrevistar alguns coordenadores, o que tornou a pesquisa limitada a apenas seis cursos e não os quatorze cursos que possuem disciplinas de empreendedorismo. Para estudos futuros, foi identificado a necessidade de estudar a visão dos alunos em relação à educação empreendedora na Universidade Federal de Uberlândia.
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