As temáticas agroecologia, assentamentos de reforma agrária e indígenas nos trabalhos de conclusão de curso da UFFS Campus Laranjeiras do Sul/Paraná
The agroecological themes, reform and indigenous settlements in the UFFS TCC, Laranjeiras do Sul Campus
Bruno Renan Borgato1, Janete Stoffel2,
Luis Cláudio Krajevski3 e Marisela Garcia Hernández4
1 Universidade Estadual Paulista, Brasil, Mestrando em Economia,
e-mail: bruno.borgato321@gmai.com, ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6908-0358
2 Universidade Federal da Fronteira Su, Brasil, Mestrado em Desenvolvimento Regional,
e-mail: janete.stoffel@uffs.edu.br, ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0689-0414
3 Universidade Federal do Paraná, Brasil, Doutorado em Desenvolvimento Regional,
e-mail: luisck@ufpr.br, ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5003-9665
4 Universidade Federal da Fronteira Sul, Brasil, Doutorado em Desenvolvimento Econômic,
e-mail: marisela.hernandez@uffs.edu.br, ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7178-7259
Recebido em: 21/03/2025 - Aprovado em: 30/03/2025 - Disponível em: 31/03/2025
Resumo
O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) teve entre seus objetivos a interiorização das universidades federais brasileiras, historicamente concentradas nas capitais do país. No bojo desse programa foi criada a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), cujo Campus em Laranjeiras do Sul (UFFS/LS) apresenta, entre seus principais objetivos de criação, contribuir com o desenvolvimento socioeconômico regional. A presente pesquisa teve como objetivo verificar se os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) de graduação e pós-graduação da UFFS/LS vêm estudando as temáticas “agroecologia”, “assentamentos de reforma agrária” e “indígenas”, questões caras ao desenvolvimento regional. Por meio de pesquisa no repositório digital da instituição foram acessados 625 trabalhos, elaborados de 2014 a 2023. Os resultados apontam que esses tópicos foram estudados em 37,3% dos TCC, com destaque para a agroecologia, temática que aparece em 23,3% desses trabalhos. Preliminarmente, podemos concluir que o objetivo supracitado proposto na criação da UFFS/LS vem sendo contemplado nas pesquisas de seus cursos.
Palavras-chave: Cantuquiriguaçu; desenvolvimento regional; ensino superior; Reuni; Universidade.
Abstract
The Program to Support the Restructuring and Expansion Plans of Federal Universities (REUNI) had among its objectives the decentralization of Brazilian federal universities, which were historically concentrated in the country’s capital cities. As part of this program, the Federal University of Fronteira Sul (UFFS) was established, and its campus in Laranjeiras do Sul (UFFS/LS) was created with the primary goal of contributing to the socioeconomic development of the region. This research aimed to verify whether the undergraduate and graduate thesis works (TCC) at UFFS/LS have been studying the themes of “agroecology,” “agrarian reform settlements,” and “indigenous issues,” which are crucial to regional development. By conducting research in the institution’s digital repository, 625 theses produced between 2014 and 2023 were accessed. The results indicate that these topics were addressed in 37.3% of the TCCs, with a particular emphasis on agroecology, which appeared in 23.3% of these works. Preliminary findings suggest that the aforementioned objective proposed in the creation of UFFS/LS has been reflected in the research conducted by its courses.
Keywords: Cantuquiriguaçu; regional development; higher education; REUNI; University.
1 INTRODUÇÃO
Apesar do aprofundamento do ideário neoliberal vivenciado a partir da segunda metade de 1990, que resultou, dentre outros fenômenos, na precarização e privatização de boa parte de serviços públicos aos quais a sociedade tinha acesso, no início do século XXI os brasileiros vivenciaram um processo de expansão e interiorização da oferta de ensino público superior federal, a partir da implementação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI.
Entre os objetivos principais do REUNI encontram-se a democratização e o acesso ao ensino superior para públicos até então excluídos deste processo. Boa parte da expansão do ensino superior ocorreu em regiões distantes das metrópoles e das capitais estaduais (situadas prioritariamente no litoral do país). A consequência desta política pública foi maior acesso de jovens às universidades públicas e maior capilaridade territorial do sistema de ensino superior, atingindo municípios até então desatendidos pelas instituições públicas federais.
A partir da interiorização, as novas universidades passaram a contribuir com o desenvolvimento regional a partir do ensino, da pesquisa e da extensão nas suas regiões de abrangência (Martins, 2009). Um destes casos é o da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), criada em 15 de setembro de 2009, pela Lei 12.029. Embora a necessidade de uma universidade pública estivesse presente há muito tempo na região de atuação da UFFS, a reivindicação somente foi atendida pelo governo Lula II (2007-2010), quando foram criadas quatorze universidades federais. Neste caso, a força dos movimentos sociais e a sua relativa proximidade com o governo foram determinantes para concretização do direito básico e inalienável à educação superior na região (Krajevski, 2018).
As atividades acadêmicas da UFFS iniciaram em 29 de março de 2010 (UFFS, 2024a), com a oferta de 33 cursos de graduação (Mohr et al., 2012). A universidade é multicampi, com atuação nos três estados da região Sul, a saber: Cerro Largo, Erechim e Passo Fundo, no Rio Grande do Sul; Chapecó, em Santa Catarina; Laranjeiras do Sul e Realeza, no Paraná.
Nesta pesquisa, a ênfase é direcionada ao Campus Laranjeiras do Sul, que está localizado em uma região paranaense com profundas desigualdades socioeconômicas, simbolizadas nos altos índices de pobreza e desigualdade social, o que levou a ser incluída no Programa Territórios da Cidadania – PTC, com a constituição do Território da Cidadania Cantuquiriguaçu (Krajevski, 2018).
A presente pesquisa teve como propósito verificar se os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) de graduação e pós-graduação da UFFS/LS têm abordado temas caros ao desenvolvimento regional, a partir da análise vinculada à agroecologia, assentamentos de reforma agrária e indígenas. A escolha destes tópicos ocorreu pela relevância que, na região de influência da UFFS/LS, têm os agricultores dos assentamentos de reforma agrária, a população indígena, assim como a produção de alimentos saudáveis e a conservação e recuperação da natureza a partir da agroecologia, que é linha de pesquisa e conteúdo de alguns cursos de graduação e pós-graduação do Campus em tela.
Nesse sentido, o texto está organizado em seis partes, sendo a primeira esta introdução. A segunda seção discute o surgimento das universidades no Brasil e, posteriormente, seu processo de interiorização e expansão que deram origem a UFFS. A terceira seção aprofunda examina o contexto regional em que o campus Laranjeiras do Sul está inserido, juntamente com o objetivo da universidade na região, destacando a importância das temáticas selecionadas. Posteriormente, a quarta seção apresenta a metodologia aplicada na pesquisa. A quinta seção apresenta os resultados com a respectiva discussão. Por fim, tem-se as considerações finais.
2 A UNIVERSIDADE E SUA INTERIORIZAÇÃO COMO POLÍTICA PÚBLICA FEDERAL NO BRASIL
As universidades surgiram no século XI, na Itália e na França, tendo se multiplicado pela Europa nos séculos XIV e XV (Souza, 1996; Almeida Filho, 2008; Lima, 2012). Na parte sul do continente americano, em 1800, havia vinte universidades na área colonizada pela Espanha (Almeida Filho, 2008). Já na área colonizada pelos portugueses, o “Brasil Colonial”, eram oferecidos apenas cursos superiores de Filosofia e Teologia, ministrados pelos jesuítas, uma vez que Portugal, como Metrópole, não permitia o desenvolvimento do ensino superior nas colônias (Almeida Filho, 2008; Lima, 2012). Foi somente em 1808, com a vinda da família real ao Brasil, que a formação de quadros para os serviços públicos foi vista como necessária para preparação daqueles que atuavam na administração (Lima, 2012).
Entre 1889 e 1930 foram criadas as primeiras universidades brasileiras, centradas nas áreas de Medicina, Odontologia, Farmácia, Direito, Engenharia, Economia e Agronomia, sendo o Brasil um dos últimos países a constituir e reconhecer oficialmente estas instituições (Lima, 2012). Os cursos e as universidades atendiam às necessidades das elites detentoras dos poderes econômico, político e cultural (Souza, 1996; Saviani, 2010).
Nos anos 1930 foi elaborado o Estatuto das Universidades Brasileiras, no qual constam orientações didático-administrativas para o ensino superior, determinando que a fiscalização da atuação destas instituições seria responsabilidade do Ministério da Educação (Souza, 1996; Bortolanza, 2017). Segundo essas orientações, o ensino superior poderia se organizar por meio de universidades (públicas ou privadas) ou institutos isolados, sendo que, em 1945, foi criada a rede de universidades federais (Almeida Filho, 2008).
No ano de 1968, ocorreu profunda reforma universitária, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Souza, 1996). O governo militar passou a cercear e impedir a criticidade nas universidades, com perseguição e expulsão de docentes, bem como reprimir o movimento estudantil, reforçando um modelo de universidade descontextualizado do momento político, econômico e social brasileiro, sem vínculos com qualquer projeto de desenvolvimento nacional (Souza, 1996; Almeida Filho, 2008; Saviani, 2010).
No ano de 1980 a oferta de ensino superior brasileira estava concentrada nas Regiões Sul e Sudeste, as quais respondiam por 77% das matrículas de graduação naquele ano (Macedo, 2023). Nessa década, a Constituição Federal de 1988 introduziu a garantia da educação como direito de todos, porém, as políticas neoliberais dos anos 1990 retardaram a implementação deste direito no caso do ensino superior público (Saviani, 2010; Lima, 2012; Macedo, 2023).
Na década de 1990 a adoção de políticas de austeridade fiscal, além do apoio à expansão das instituições privadas de ensino superior, impôs limites para ampliação das universidades públicas federais, em conformidade com as transformações em curso no padrão de acumulação capitalista (Hernandéz, Krajevski e Stoffel, 2023). Ao final desta década havia, no Brasil, 56 Instituições Federais de Ensino Superior – IFES, localizadas em 87 municípios com, aproximadamente, 442 mil matrículas (Vieira e Macedo, 2022).
Apenas no início do século XXI o número de vagas e instituições foi modificado significativamente, com alterações na distribuição das IFES pelo território brasileiro (Marques e Cepêda, 2012). De 2003 até 2015, a educação superior brasileira apresenta expansão sem precedentes, marcada pela desconcentração regional e maior capilaridade territorial (Macedo, 2023). Neste processo de expansão, o Estado reconheceu que o ensino superior público é direito de grupos sociais vulneráveis, até então excluídos das universidades públicas, criando oportunidades de acesso, por meio de políticas de ações afirmativas.
Em 2018 havia 110 IFES no país (68 universidades), distribuídas em 560 municípios, com cerca de 1,2 milhão de matrículas em cursos presenciais de graduação (Vieira e Macedo, 2022). O maior número de vagas disponíveis no ensino público, ofertadas por instituições atuando em regiões interioranas, aliado à adoção de política de ações afirmativas, criaram possibilidades para que milhares de jovens, antes excluídos do acesso, passassem a ter oportunidades de ingresso (Araújo, 2014; Trópia e Souza, 2023). A expansão menos concentrada regionalmente impulsionou espaços econômicos localizados em áreas periféricas, cujas potencialidades passaram a ser estimuladas (Vieira; Macedo, 2022).
Nesse novo contexto, de significativa interiorização, Reche e Campos (2022) e Krajevski (2022) indicam que alguns municípios de pequeno e médio porte do interior passaram a contar com campus de IFES, representando mudança substancial a médio e longo prazo para estas regiões. O desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão por parte das IFES contribui para formação profissional de estudantes, que irão compartilhar com a sociedade conhecimentos técnicos e científicos, além de desenvolver capacidades para promover mudanças de curto, médio e longo prazo nas regiões de atuação (Buron, 2016). Macedo e Silva (2022) argumentam que a presença das IFES nas regiões onde se instalam gera novos encadeamentos econômicos, valorizando ativos locais e promovendo alternativas de desenvolvimento.
Ao ampliar a integração entre comunidade e universidade, são expandidas as possibilidades de contribuição no processo de desenvolvimento econômico, social e cultural. Neste sentido, Marques e Cepêda (2012) apontam que o desenvolvimento de pesquisas e a formação de profissionais mais condizentes com a realidade configuram parte dos benefícios da interiorização das IFES.
De modo geral, a universidade tem potencialidades para promover comportamento integrado entre municípios, princípio importante para o desenvolvimento regional. Para Fernandes (2011), esta atuação interfere inicialmente no município em que está instalada e, com o passar do tempo, distribui a influência ao longo da região.
Entretanto, cada universidade possui suas especificidades e, para compreender seu potencial, torna-se necessária a observação do perfil da instituição, as características e demandas da região em que ela está inserida (Krajevski, 2018). No caso da UFFS/LS, as temáticas estudadas pelos formandos dos cursos de graduação e pós-graduação são relevantes, uma vez que podem ter como objeto de estudo a elaboração de diagnósticos e proposições que sejam úteis considerando as particularidades da região e, quiçá, contribuir para minimizar disparidades intra e inter-regionais (Furtado, 2002).
3 A UFFS E O CAMPUS LARANJEIRAS DO SUL
Em 2024 a UFFS completou quinze anos de existência. Criada em 2009, essa universidade possui atuação nos três estados da Região Sul e, atualmente, conta com seis campi nos seguintes municípios: Cerro Largo, Erechim e Passo Fundo (Rio Grande do Sul), Chapecó (Santa Catarina); Laranjeiras do Sul e Realeza (Paraná) (UFFS, 2024a). A instituição oferta cursos em diferentes períodos e as vagas são direcionadas preferencialmente para estudantes oriundos de escolas públicas. A política de ingresso dessa universidade contempla políticas afirmativas para inclusão de pretos, indígenas, imigrantes, pobres e grupos antes excluídos do ensino superior público federal.
A criação da UFFS foi resultado da interiorização e ampliação da oferta de ensino superior público federal no âmbito do REUNI, como já mencionado, assim como da luta do Movimento Pró-Universidade Federal. Este movimento congregava entidades públicas, organizações não governamentais e movimentos sociais, possuindo como principal bandeira de luta a criação de uma universidade pública federal que atendesse às necessidades oriundas do desenvolvimento da Mesorregião Grande Fronteira Mercosul (UFFS, 2024a).
É por isso que os documentos institucionais de nível macro, assim como as diretrizes dos cursos, estão alinhadas com tais demandas. Estatuto, Regimento Geral, Plano de Desenvolvimento Institucional, Projeto Pedagógico Institucional, projetos pedagógicos dos cursos de graduação e diretrizes dos cursos de pós-graduação estão concatenados e comprometidos com o desenvolvimento regional sustentável dos municípios e estados que constituem essa Mesorregião e seu entorno (UFFS, ٢٠٢٤a)
O Campus Laranjeiras do Sul/UFFS está localizado na região denominada Cantuquiriguaçu, situado no Centro Sul paranaense, no qual o setor primário é o eixo da economia da grande maioria dos municípios, especificamente a agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (IPARDES, 2024a). Esse território é integrado por vinte municípios, a saber: Campo Bonito, Candói, Cantagalo, Catanduvas, Diamante do Sul, Espigão Alto do Iguaçu, Foz do Jordão, Goioxim, Guaraniaçu, Ibema, Laranjeiras do Sul, Marquinho, Nova Laranjeiras, Pinhão, Porto Barreiro, Quedas do Iguaçu, Reserva do Iguaçu, Rio Bonito do Iguaçu, Três Barras do Paraná e Virmond (Figura 1).
Figura 1: Localização dos municípios da Cantuquiriguaçu no Paraná/BR
FONTE: Borgato (2023, p.28)
As disparidades existentes na região em tela têm comprometido o alcance de melhores níveis de desenvolvimento econômico, social e ambiental (Krajevski, 2018; Cardoso et al., 2021; Silos e Stoffel, 2021; Kasper e Stoffel, 2023). Quando da conquista do Campus Laranjeiras do Sul, esta região (Cantuquiriguaçu) era a segunda menos desenvolvida do Paraná, motivo pelo qual foi integrada no Programa Territórios da Cidadania. Neste sentido, cabe lembrar, que o desenvolvimento geográfico desigual é condição favorável para valorização do capital que, de forma crescente, é mais excludente e favorece pequeno percentual da sociedade (Harvey, ٢٠٠٤). Dentre os fatores que acirram a pobreza e a desigualdade social nesta região, destaque para a estrutura fundiária, altamente concentrada em 80% dos municípios (Krajevski, Hernandez e Zeneratti, 2022).
Nos municípios dessa região predominam unidades de produção familiar, cuja média desses estabelecimentos está acima da estadual (IPARDES, 2007), assim como áreas de assentamento da reforma agrária (66 projetos), nas quais há 4.546 famílias assentadas, ocupando uma extensão de 109.886 hectares (INCRA, 2024). Essas áreas transformaram a região em um dos maiores polos de reforma agrária do país (Cezimbra, 2021). Ademais, o Território Cantuquiriguaçu também acolhe duas terras indígenas (Boa Vista e Rio das Cobras). No total dos municípios que integram o território, são 3.445 indígenas que ali vivem, conforme o censo demográfico 2022 (IPARDES, 2024b).
O Campus Laranjeiras do Sul nasceu comprometido com as demandas da região na qual está inserido, da mesma forma que o restante dos campi que integram a UFFS. No caso específico desse Campus, os cursos ofertados estão diretamente ligados às demandas dos movimentos sociais e entidades que participaram do Movimento Pró-Universidade Federal, os quais seguem acompanhando o desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão da instituição. Dentre as demandas desses movimentos, cabe destacar a criação e difusão de conhecimentos técnico e científicos vinculadas à produção agroecológica, ao cooperativismo, a educação do campo, dentre outros.
No Campus Laranjeiras do Sul/UFFS são ofertados cursos de graduação e programas de mestrado que atendem aos estudantes de várias partes do Brasil e do mundo, em particular do Haiti, mas, especialmente, do Paraná e da Região da Cantuquiriguaçu (Novais e Stoffel, 2020). Atualmente, possui treze cursos de graduação, a saber: Administração, Agronomia, Ciências Biológicas, Ciências Econômicas, Ciências Sociais – Bacharelado, Ciências Sociais – Licenciatura, Educação Especial Inclusiva – segunda Licenciatura, Engenharia de Alimentos, Engenharia de Aquicultura, Educação do Campo: Ciências Sociais e Humanas – Licenciatura, Interdisciplinar em Educação do Campo: Ciências Naturais, Matemática e Ciências Agrárias – Licenciatura, Interdisciplinar em Educação do Campo: Ciências da Natureza – Licenciatura e Pedagogia. Também são ofertados dois cursos de mestrado: Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável e Ciência e Tecnologia em Alimentos (UFFS, 2024b).
A partir das informações presentes nesta seção, é possível compreender o recorte das temáticas selecionadas nesta pesquisa, no caso, agroecologia, assentamentos de reforma agrária e indígenas. Deste modo, o detalhamento metodológico deste estudo é apresentado a seguir.
4 METODOLOGIA
Para a elaboração da presente pesquisa foi realizada uma revisão bibliográfica, associada com pesquisa documental. Também foi efetuada a busca, no repositório digital da UFFS, dos TCC elaborados pelos formados nos cursos de graduação e pós-graduação do Campus Laranjeiras do Sul, em cujo título, resumo, ou palavras-chave tivesse um dos seguintes vocábulos: “agroecologia”, “assentamentos de reforma agrária” e “indígenas”. Esta busca partiu do pressuposto de que ao serem destacados estes temas nos trabalhos de conclusão, seria possível indicar se a UFFS vem contribuindo, de alguma forma, para o desenvolvimento regional.
Com o objetivo de localizar os TCC supracitados, foi acessado o site da instituição: https://www.uffs.edu.br/ buscando “acesso rápido” > “repositório digital” > “navegar” > “departamento” > “Laranjeiras do Sul”. Cabe mencionar que nesta etapa, foram aplicados filtros em todos os documentos do repositório para visualizar apenas os trabalhos elaborados na UFFS/LS. Concomitantemente ao levantamento dessa informação, procurou-se saber o número de trabalhos concluídos em cada ano e para cada curso, assim como o espaço geográfico objeto de estudo (município).
Este levantamento foi realizado em setembro de 2023, sendo coletados todos os documentos elaborados desde 2014 até o momento da busca, totalizando 625 trabalhos. Este é o total a partir das temáticas selecionadas, sendo possível que um trabalho contemple dois ou, até mesmo, os três temas objeto deste estudo. Cabe destacar que o número de TCC foi pesquisado na página institucional da UFFS, enquanto o número de concluintes é o que está informado nos dados do Censo da Educação Superior do Inep.
5 RESULTADOS
Até setembro de 2023, um conjunto de 625 estudantes havia concluído e entregue os TCC no Campus Laranjeiras do Sul. A Figura 2 apresenta a evolução dos trabalhos elaborados anualmente de 2014 a 2023.
Figura 2: Número de TCC’s no repositório digital da UFFS elaborados no Campus LS de 2014 a 2023.
Fonte: Borgato (2023, p.37).
No período analisado, os anos em que houve maior número de trabalhos concluídos foram 2017, 2018, 2019 e 2021. Em 2020 essa redução pode estar vinculada aos efeitos da pandemia da Covid-19, uma vez que as aulas foram suspensas e muitos trabalhos não foram completados, prorrogando seu prazo de entrega. As atividades acadêmicas foram retomadas em 2021, sendo possível observar que, neste ano, o número de trabalhos finalizados voltou a aumentar.
Em relação aos 625 trabalhos localizados, os cursos de graduação com maior número de TCC foram Agronomia (209; representando 33,4% do total) e Interdisciplinar em Educação do Campo: Ciências Sociais e Humanas (95; 15,2%). Em terceiro lugar, esteve o Programa de Pós-graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável (85 trabalhos; 13,6% em relação ao total).
Os trabalhos de conclusão de curso devem ser elaborados preferencialmente no último semestre do curso. Entretanto podem ocorrer situações em que o estudante conclui este trabalho, mas não consegue finalizar o curso. Neste sentido, buscamos verificar como evoluiu o número de concluintes no período de 2013 a 2022, no Campus Laranjeiras do Sul (Figura 3).
Figura 3: Quantidade de alunos concluintes da UFFS/LS de 2013 a 2022.
Fonte: elaborado pelos autores, com base em Borgato (2023) e INEP (2024).
Os dados da Figura 3 indicam número de formandos igual a 627, ou seja, dois alunos a mais do que o número de trabalhos localizados no repositório. Este número pode referir-se à casos de trabalhos finalizados e não disponibilizados no repositório.
Em relação ao espaço geográfico foi observado que 279 (44,6% do total) destes trabalhos realizaram estudos sobre algum dos vinte municípios da Cantuquiriguaçu, sendo que 159 destes (25,4%) foram de Laranjeiras do Sul, lugar em que está localizado o Campus. Esta frequência com que os TCC focam nos municípios da região certamente indica contribuições que o ensino, a pesquisa e a extensão desta instituição vêm proporcionando para estes espaços geográficos.
No que se refere aos vocábulos selecionados para indicar a contribuição da UFFS/LS na análise de temas vinculados às particularidades e desenvolvimento regional (agroecologia, assentamentos de reforma agrária e indígenas), um dos propósitos de sua criação, constatou-se que 233 TCC (37,3% do total de trabalhos) abordam ao menos uma dessas três temáticas (Tabela 1). Destas, o tema com maior frequência nos trabalhos é “agroecologia”, com 146 estudos (23,4% do total de trabalhos e 62,7% dos trabalhos que abordam as três temáticas).
Tabela 1: Número de TCC em cujo título, resumo ou palavras-chave menciona as temáticas selecionadas e percentual destas em relação ao total de TCC com estes temas, elaborados de 2014 a 2023
Fonte: Elaborado pelos autores, com base em Borgato (2023).
Cabe ressaltar que a agroecologia é uma das temáticas centrais de estudo na UFFS/LS, haja vista a importância que esta possui para a produção de alimentos saudáveis pelos agricultores de base familiar, assim como para o desenvolvimento sustentável, se contrapondo ao atual modelo agrícola hegemônico no país (Casado, Molina e Guzmán, 2000). Isso explica a existência do curso de graduação em Agronomia com ênfase em agroecologia, assim como o Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável (mestrado), cursos responsáveis por 72,6% dos trabalhos que abordam a temática da agroecologia.
Ainda em relação à agroecologia, Assis e Romeiro (2005) apontam que esta consiste em uma forma de resistência contra a modernização devastadora. De acordo com os autores, a agroecologia constitui um sistema que se alinha ao modelo de produção familiar, contribuindo de forma benéfica para estes agricultores, pois, ao demandar baixa capitalização, contribui para a redução dos riscos financeiros da atividade agrícola, além de possibilitar o desenvolvimento de uma agricultura ambientalmente sustentável. Assis (2006) destaca que este sistema consiste em base teórica que fomenta um processo de coevolução entre os sistemas naturais e sociais, adequado aos sistemas de produção agrícola familiar. Afinal, apresenta diversidade de suas estruturas e um nível inerente de complexidade que não compromete a supervisão e o controle eficazes do processo de trabalho. Santos et al. (2014) reforçam o fato de que a agroecologia constitui um caminho que concilia a agricultura familiar e a sustentabilidade para o espaço rural e, enquanto ciência, estabelece as bases para a construção de estilos de agricultura sustentável e de desenvolvimento rural.
Adicionalmente, Verges (2013) destaca a agroecologia como uma ciência que aplica conceitos e princípios ecológicos ao desenho e manejo de agroecossistemas sustentáveis, buscando a sustentabilidade ecológica dos sistemas de produção, focando não apenas na produção, mas também na dimensão social, econômica e ambiental de forma integradora. Na perspectiva da autora, as propostas agroecológicas, ao contrário do modelo agroindustrial produtivista, são uma alternativa para o desenvolvimento rural sustentável porque vão contra a lógica capitalista e respeitam os limites e condições dos agricultores familiares. Assim, o fato de a temática da agroecologia estar sendo pesquisada na UFFS Laranjeiras do Sul, além de ser um alinhamento aos propósitos para os quais a instituição foi criada e implementada, ainda contribui para o desenvolvimento de um sistema que contribui para que a agricultura familiar e camponesa da região possa se dedicar a atividades sustentáveis.
A segunda temática com maior número de trabalhos é “assentamentos de reforma agrária”, com 28,8% dos trabalhos que contemplam uma das três temáticas e 10,7% do total do repositório. O direcionamento dos estudos para esses assentamentos é relevante, e condizente com as particularidades da região, pois o Território Cantuquiriguaçu conta com 66 projetos de assentamentos de reforma agrária (INCRA, 2024). Cabe mencionar que os assentamentos têm forte relação com a produção de alimentos e são precursores da produção em bases agroecológicas, processos relevantes para a perspectiva de desenvolvimento proposta pela UFFS. O tema agroecologia também é caro para os movimentos sociais, como é o caso específico do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, um dos principais atores na luta pela instalação da UFFS na região (Krajevski, 2018), uma vez que faz parte de suas bandeiras de luta.
Pontes et al. (2017) destacam a relação entre assentamentos e desenvolvimento sustentável, abordando a transição agroecológica como um caminho para a sustentabilidade. Os autores apontam que a agroecologia se constitui como uma ciência que estabelece bases para a construção de estilos sustentáveis de agricultura e estratégias de desenvolvimento rural, agregando conhecimentos de diferentes ciências e saberes populares. Com base nas características da agroecologia, Verges (2013) menciona que este sistema é uma alternativa viável para que assentados possam se desenvolver sem o arrendamento de seus lotes (Verges, 2013).
Gomes et al. (2019) citam os modelos agroecológicos e agroflorestais como experiências desenvolvidas em assentamentos de reforma agrária que contribuem para a recuperação de solos e vegetação degradados, melhorando o índice de produtividade e garantindo a reprodução e permanência das famílias camponesas no campo. Na percepção destes autores, estes sistemas são uma alternativa para a diversificação da produção, o equilíbrio entre a utilização dos recursos naturais e o potencial de melhoria da renda.
Oliveira e Feliciano (2020) relacionam assentamentos rurais e desenvolvimento rural sustentável, destacando como os primeiros são resultado das políticas de reforma agrária e das lutas de trabalhadores rurais sem-terra, agricultores familiares e trabalhadores rurais em busca do direito à terra e de uma sociedade mais justa. Para os autores, a ressignificação da reforma agrária inclui aspectos como a diversidade cultural e uma nova relação com o meio ambiente, proposta por paradigmas mais sustentáveis, como a agroecologia.
Neste contexto, em uma região com número expressivo de assentamentos (66 projetos, como já mencionado anteriormente) as pesquisas que se debruçam sobre esta temática contribuem para efetuar diagnósticos e análises sobre realidades que existem regionalmente, o que auxilia na proposição de ações, ou ainda, replicar iniciativas que vem apresentando resultados positivos.
A temática “indígenas” está presente em 8,6% dos TCC que contemplam uma das três temáticas, ou, 3,2% do total do repositório de trabalhos de conclusão de cursos identificados. Este tema, ainda com poucas pesquisas a nível de TCC, é relevante uma vez que na região se localiza a maior terra indígena do estado do Paraná, Rio das Cobras, na qual vivem 2.847 indígenas (IPARDES, 2024b). Cabe mencionar que, dada a forte presença dos povos indígenas, a UFFS tem entre os processos seletivos especiais o Programa de Acesso e Permanência dos Povos Indígenas – PIN, que tem como objetivo a inclusão social e étnica, buscando alternativas para acesso e permanência de indígenas na educação superior (UFFS, 2024c). Os dados da pesquisa apontam que esta temática vem sendo estudada principalmente nos cursos de licenciatura existentes no campus, os quais contam com maior número de estudantes indígenas.
Em uma região com elevado número de indígenas, o estudo do tema é relevante, pois conforme Coelho-de-Souza, Teixeira e Steenbock (2022), povos e comunidades tradicionais tem importância destacada no desenvolvimento sustentável e da conservação da biodiversidade. O fortalecimento desses modos de vida tradicionais e sustentáveis é crucial para a conservação de espécies e ecossistemas. Na mesma direção, Santos e Prost (2017), ao discutir os valores que guiam as decisões dos povos e comunidades tradicionais, destacam a necessidade de “manejo sustentável e comunitário da natureza para garantir essa reprodução” (p. 112) do grupo social e da própria natureza. As pesquisas sobre povos e comunidades tradicionais como são os indígenas podem contribuir para o mapeamento de realidades, além da elaboração científica de estudos sobre os saberes que fazem parte destes grupos.
Para que instituições como a UFFS possam contribuir com a melhora das condições de vida da população que vive nas regiões de sua abrangência é necessário o conhecimento das realidades locais. Nesse sentido, na medida em que os trabalhos de conclusão de curso da UFFS/LS vêm estudado a agroecologia, os assentamentos da reforma agrária e os indígenas, os egressos dos cursos de graduação e pós-graduação criam repertórios de conhecimento que podem colaborar com esse objetivo.
A partir dos 625 trabalhos de conclusão de curso de graduação e pós-graduação da UFFS/LS disponíveis no repositório digital da universidade no momento da pesquisa, foi elaborada uma nuvem, com todas as palavras-chaves desses trabalhos, destacando aquelas com maior número de repetições (Figura 4).
Figura 4:Nuvem a partir das palavras-chaves dos trabalhos de conclusão de curso do repositório digital (de 2013 a 2023)
Fonte: Borgato (2023, p.56)
Nessa nuvem é possível observar o destaque das palavras “Educação”, “Agricultura”, “Agroecologia”, “Desenvolvimento”, “Escola”, “Rural” e “Campo”. Estas expressões estão fortemente articuladas à discussão das origens da universidade e da interação desta com os movimentos sociais e a realidade local.
Os resultados apresentados nesta seção permitem constatar o importante espaço ocupado nas pesquisas dos concluintes dos cursos de graduação e pós-graduação da UFFS/LS, com temas que expressam as particularidades do território Cantuquiriguaçu, caros ao desenvolvimento da região e coerentes com os princípios fundantes da instituição, o que indica que a universidade “é” da região (Rolim e Serra, 2009).
É evidente que a UFFS possui uma série de limites para a promoção do desenvolvimento regional, e sua contribuição é limitada. De qualquer forma, os resultados aqui observados revelam a criação de um repertório de conhecimentos que podem somar para a elaboração de ações e estratégias nesse sentido. Também indicam que os anseios de agentes relevantes da comunidade regional, como os integrantes do Movimento Pró-Universidade Federal, em particular ao Campus Laranjeiras do Sul, parecem estar sendo contemplados.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo teve como objetivo verificar se os TCC de graduação e pós-graduação do Campus Laranjeiras do Sul da UFFS têm abordado as temáticas da agroecologia, assentamentos da reforma agrária e indígenas, todas elas caras ao desenvolvimento da região na qual está inserida essa instituição.
A pesquisa identificou 625 trabalhos de conclusão de curso nessa instituição, disponíveis no repositório digital, elaborados desde 2014 até setembro de 2023. Destes, 233 (37,3%) abordam ao menos uma dessas três temáticas, sendo o tópico com maior frequência encontrado nesses trabalhos “agroecologia” (146 estudos) sendo 62,7% dos estudos que abordam as três temáticas e 23,4% do total do repositório. Este tema tem potencial de influenciar os rumos da produção agrícola, principal atividade econômica da região em tela, em particular dos pequenos agricultores, tornando-a peça-chave para a preservação e recomposição da natureza, garantia da existência humana, assim como para segurança e soberania alimentar.
A segunda temática com maior número de TCC é “assentamentos de reforma agrária”, com 28,8% dos trabalhos que contemplam um dos três temas e 10,7% do total do repositório. Esta temática reflete claramente a realidade na qual está inserida a UFFS/LS. Já a palavra “indígenas” está presente em 8,6% dos trabalhos que contemplam uma das três temáticas, ou, 3,2% do total do repositório de TCC identificados. Neste caso, é preciso estimular maior quantidade de estudos, haja vista a relevância destes povos na região, especialmente quanto a relação com o meio ambiente, a riqueza cultural, as condições socioeconômicas em que vivem, entre outros.
A pertinência destas temáticas nos TCC em questão expressa a relevância que, para a UFFS/LS, tem o estudo das particularidades do território Cantuquiriguaçu, assim como se mantém coerentes com os objetivos fundantes desta universidade. Mostra-se assim que a UFFS/LS “é” da região (Rolim e Serra, 2009). Afinal, estes temas estão presentes em diversos estudos e pesquisas e se articulam com as características socioeconômicas do Território Cantuquiriguaçu.
Também evidencia que parte substantiva dos educandos formados nessa instituição tem possibilidades de atuação em torno dessas temáticas, podendo compartilhar conhecimentos técnicos e científicos, seja como repertório para a elaboração de políticas públicas, seja para a apropriação por parte da população, dentre outros destinatários que possam ter interesse nesses eixos temáticos. Espera-se que esta pesquisa possa fazer parte do referencial para futuros estudos que se propõem avaliar a contribuição da UFFS com o desenvolvimento regional, assim como de outras IFES.
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