Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 2, Dossiê APP, p. 65-81, dez., 2022. 
Dossiê Análise de Políticas Públicas 
Editores Convidados: Prof. Dr. Bruno Martins Augusto Gomes e Prof. Dr. Roberto Eduardo Bueno 
ANÁLISE DO VALE DO GENOMA À LUZ DA TEORIA DOS FLUXOS 
MÚLTIPLOS
1
ANALYSIS OF THE VALLEY OF THE GENOME IN THE LIGHT OF THE 
THEORY OF MULTIPLE FLOWS 
 CRISTIANO DIONÍSIO 
Universidade Federal do Paraná (UFPR) 
E-mail: cristiano.dionisio@ufpr.br 
RESUMO 
Este artigo se dispõe a analisar o Vale do Genoma, inciativa decorrente do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação 
Genômica (NAPI Genômica), como uma política pública de ciência e tecnologia do estado do Paraná. A análise 
tem por base a Teoria dos Fluxos Múltiplos elaborada por John W. Kingdon. Para tanto se investigou a aderência 
dos fatos analisados com os fluxos dos problemas, das soluções e das políticas enunciados na referida teoria; 
também, buscou-se identificar a janela de oportunidade que permitiu a convergência desses três fluxos viabilizando 
o  processo  decisório  pelos  atores  envolvidos  no  processo.  A  pesquisa  dá-se  por  meio  da  análise  de  textos 
acadêmicos próprios da proposta, bem como de normas jurídicas e matérias jornalísticas que ajudam a delinear os 
fatos. 
Palavras-chave: Genoma; Fluxos Múltiplos; Políticas Públicas; Paraná. 
ABSTRACT 
This article sets out to analyze the Genome Valley, an initiative resulting from the New Arrangement for Research 
and Innovation Genomics (NAPI Genomics), as a public policy for science and technology in the state of Paraná. 
The analysis is based on the Theory of Multiple Flows elaborated by John W. Kingdon. For this purpose, the 
adherence of the facts analyzed with the flows of problems, solutions and policies set out in the referred theory 
was investigated; also, an attempt was made to identify the window of opportunity that allowed the convergence 
of these three flows, making the decision-making process viable by the actors involved in the process. The research 
takes place through the analysis of academic texts specific to the proposal, as well as legal norms and journalistic 
articles that help to delineate the facts. 
Keywords: Genome; Multiple Streams; Public Policy; Paraná. 
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DOI: https://doi.org/10.5935/2763-9673.20220015 
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Cristiano Dionísio 
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1 INTRODUÇÃO 
Compreender o processo de formação de uma dada política pública é um desafio. Diante 
do conjunto de fenômenos que a inteligência humana é capaz de investigar, aquela se apresenta 
emoldurada por variáveis que não são objetivamente determinadas, ou determináveis e, indo 
além, demandam uma abordagem multidisciplinar. 
A  premissa  acima  indicada  dá-se,  portanto,  não  somente  para  destacar  uma 
particularidade epistêmica, mas, sobretudo, como um reforço da impossibilidade de se adotar 
uma  linearidade  cartesiana  para  um  objeto  de  natureza  tão  complexa  quanto  a  análise  da 
formação  de  uma  política  pública.  Por  derivação  lógica,  portanto,  impõe-se  a  necessária 
humildade acadêmica que de forma alguma permite considerar este trabalho a conclusão de um 
estudo, mas sim, uma adicional contribuição ao tema. 
É possível dizer que uma política pública não existe ao acaso, ainda que se debata a sua 
adequação, ou não, ela decorre de um processo de tomada de decisão. Não faltam destaques 
quanto a importância desta ação junto aos pesquisadores da área. Há o entendimento, de Secchi 
et al. (2020, p. 108), por exemplo, de que a decisão “[…] representa o momento em que os 
interesses dos atores são equacionados e as intenções (objetivos e métodos) de enfrentamento 
de um problema público são explicitadas”. 
Analisando a mesma questão, porém por outra perspectiva, tem-se a leitura de Knoepfel 
et al. (2007, p. 24) que: 
[...]  uma  política  pública  é  definida  como  uma  série  de  decisões  ou  atividades 
intencionalmente coerentes tomadas ou executadas por diferentes atores públicos – e 
às vezes – privados, cujos recursos, vínculos institucionais e interesses variam, com o 
objetivo  de  resolver  de  maneira  direcionada  a  um  problema  que  é  politicamente 
definido como de natureza coletiva. Este conjunto de decisões e atividades dá origem 
à ações formalizadas de caráter mais ou menos restritivo, muitas vezes destinadas a 
modificar o comportamento de grupos sociais que se presume estarem na origem ou 
capazes de resolver o problema coletivo a ser resolvido (alvos sociais) no interesse 
dos  grupos  sociais  que  sofrem  os  efeitos  negativos  do  problema  em  questão 
(beneficiários finais). 
Destaca-se, com igual importância, a síntese proposta por Araújo e Rodrigues (2017, p. 
19), que entendem que o processo decisório é comum aos vários modelos de análise de políticas 
públicas existentes. Segundo as autoras: 
Os diferentes autores identificam várias etapas, fases ou sequências no ciclo político, 
designando-as  de  formas  diferentes,  porém  quatro  etapas  são  comuns  a  todas  as 
propostas e podem ser sintetizadas da seguinte forma: […] formulação das medidas 
de política e legitimação da decisão, relativas ao processo de decisão e de elaboração 
de argumentos explicativos da ação política, de desenho de objetivos e de estratégias 
de solução do problema, de escolha de alternativas, bem como de mobilização das 
bases de apoio político; […]. 
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Diante  do  acima  exposto,  portanto,  compreende-se  que  o  processo  decisório  não 
somente  integra,  mas  também  revela,  dimensões  importantes  da  formulação  de  uma  dada 
política pública. Isso porque é na decisão que se torna possível alcançar de modo analítico, e 
não meramente normativo, quais são os reais atores envolvidos, quais são seus interesses e 
como eles agem politicamente para tanto. É possível afirmar, metaforicamente, que as decisões 
transmitem seus  genes  (atores,  interesses  e  suas  ações  políticas)  para  todas  as  demais 
conformações da política pública que delas derivam. 
É com base na premissa acima indicada, qual seja, a de que o processo decisório é capaz 
de revelar diversas dimensões de uma política pública, que o presente artigo pretende investigar 
as condicionantes que emolduraram a decisão que levou à emergência de uma política pública 
de ciência e tecnologia específica para as pesquisas genômicas no Estado do Paraná entre os 
anos de 2019 a 2022: o Vale do Genoma. 
Para  realização  da  tarefa  que  ora  se  apresenta  entende-se  que  a  Teoria  dos  Fluxos 
Múltiplos  se  revela  como  a  mais  adequada.  Isto  se  dá  na  medida  em  que  ela  permite  a 
interpretação  analítica  da  conformação  de  uma  política  pública  reconhecendo  seus  atores, 
interesses, cenários e aleatoriedades que podem, em um dado momento histórico, estabelecer a 
decisão que instrumentalizará uma política pública. 
Se as decisões, conforme ilustração acima sugerida, podem revelar os genes de uma 
política  pública,  a  Teoria  dos  Fluxos  Múltiplos  será  a  ferramenta  que  poderá  revelar  a 
constituição do DNA do referido Vale do Genoma como uma política pública de ciência e 
tecnologia do Estado do Paraná. 
Para o endereçamento da análise proposta se apresentará, em um primeiro momento, os 
dados  conhecidos  acerca  da  formulação  da  referida  política  para,  em  seguida,  analisá-los 
conforme o marco teórico utilizado. É com esta orientação, portanto, que se parte doravante. 
2 ANTECEDENTES POLÍTICOS  
Em  primeiro  de  janeiro  de  2019,  Carlos Massa  Ratinho  Júnior,  tomou posse como 
governador  do  Estado  do  Paraná.  Em  seu  discurso,  naquela  oportunidade,  dentre  outras 
passagens afirmou: “Vamos atrair e desenvolver novas atividades econômicas. Se já somos o 
estado do agronegócio, seremos também o estado do turismo, da inovação tecnológica e de 
novos modelos industriais” (GAZETA DO POVO, 2019). 
Menos de sessenta dias após a sua posse, o citado governador realizou a sua primeira 
viagem internacional na qualidade de mandatário daquele Estado. Integrou, em tal oportunidade, 
uma missão empresarial que visitou o Vale do Silício, nos Estados Unidos. Em entrevista então 
concedida declarou: “Nós queremos ser a base do desenvolvimento de novas tecnologias para 
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agricultura, oferecendo soluções aos produtores brasileiros e queremos exportar tecnologia” 
(STARTSE, 25/02/2019). 
Nota-se que entre as duas passagens acima há estreita ligação. Não é incorreto entender 
que, já naquele momento, seria possível reconhecer que se buscariam construções de políticas 
públicas  que  fossem  capazes  de  fazer  convergir  a  inovação  tecnológica  como  fator  de 
incremento da economia do Estado Paraná, com especial atenção ao agronegócio. A percepção 
desta aderência se dá, inclusive, quando se amplia o espectro de análise para dois momentos 
distintos como se verá a seguir. 
Em 2018, durante a campanha eleitoral para o governo do Estado do Paraná, o então 
candidato Carlos Massa Ratinho Júnior já apresentava o termo “inovação” como um dos pontos 
basilares do seu programa de governo “Paraná 2022”, registrado junto ao Tribunal Superior 
Eleitoral  (TSE).  A  formulação  deste  programa  de  governo  deu-se  sob  a  coordenação  de 
Reinhold  Stephanes,  político  de  longeva  atuação  pública  com  participação  em  governos 
municipais, estaduais e federais desde a década de 1970 ao início dos anos 2000; com destaques 
para a área econômica, previdenciária e agrícola, conforme dados do Centro de Pesquisa e 
Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas (FGV, 2022). 
É  neste  contexto  que  a  expressão  “inovação”  é  citada  por  39  (trinta  e  nove)  vezes 
naquele documento.  Na  passagem  dedicada  ao  “Desenvolvimento  Econômico”,  após  breve 
diagnóstico sobre o  perfil  econômico do Estado, no item “Agricultura” lê-se (Paraná 2022, 
2018): 
Com as rápidas e intensas modificações, sobretudo tecnológicas, o Paraná precisa 
enfrentar o aumento da demanda por capacitação e realizar investimentos em pesquisa 
e inovação. E também os desafios para a manutenção das condições de produção, 
como conservação do solo e da água, adequação ambiental, busca de melhor qualidade 
dos alimentos e construção de uma infraestrutura logística mais eficiente (PARANÁ 
2022, 2018, p. 135). 
Percebe-se, assim, que há um  encadeamento de eventos que projetam e reforçam a 
inovação  tecnológica  como  estratégia  para  impulsionar  o  desenvolvimento  econômico  do 
Estado do Paraná, considerando o agronegócio um dos vetores para tanto. Ou seja, do programa 
de governo “Paraná 2022”, aos primeiros atos de gestão, passando pelo discurso de posse, a 
inovação tecnológica passa a ser considerada uma das premissas do agronegócio paranaense. 
A análise do Plano Plurianual do Estado do Paraná para o período de 2020 a 2023, Lei 
Estadual nº 20.077 de 18 de dezembro de 2019, apresenta pontos que corroboram a leitura 
acima. Destaca-se, em um primeiro momento, que o coordenador do então programa de governo 
“Paraná 2022”, por ocasião da aprovação da  referida lei, exercia a  função  de Secretário de 
Estado da Administração e da Previdência. Há, assim, uma primeira evidência de continuidade 
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política para a implantação do referido programa de governo, desta feita como política pública. 
O que se daria não somente pela eleição do próprio governador, mas também pela manutenção 
de integrantes do seu grupo político. Outros pontos da referida lei também demandam atenção 
para a análise que ora se propõe. Indica-se que: 
O Plano tem como foco a organização da ação de governo nos níveis estratégico e 
tático, enquanto o Orçamento responde pela organização no nível operacional. A Ação 
é  uma  categoria  exclusiva  dos  orçamentos,  tendo  assim  uma  relação  de 
complementaridade entre os instrumentos, sem prejuízo à integração. A integração do 
Plano com o Orçamento se dá no nível dos Programas e das Iniciativas. (PARANÁ, 
2019) 
São os programas de governo, portanto, que integram as dimensões estratégicas das 
iniciativas  políticas  com  a  organização  orçamentária  que  visa  realizá-las.  Ganha  relevo, 
portanto, o Programa de Desenvolvimento Rural e Abastecimento com Sustentabilidade, cujo 
órgão responsável é a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (SEAB). Tem-
se nele a seguinte disposição: 
As ações e iniciativas da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento 
(SEAB), bem como seus objetivos, desafios e transformações desejadas, encontram-
se em consonância com seu âmbito de atuação e com as suas diretrizes estratégicas: 
1ª  Competitividade  e  Renda:  Trata-se  da  expansão  e  consolidação  do  parque 
agroindustrial,  bem  como  a  ampliação  e  adequação  sanitária  das  agroindústrias 
familiares, sobretudo com inclusão de mulheres e jovens agricultores, estabelecendo 
instrumentos  essenciais,  principalmente  mediante  programas  que  contemplem 
inovações tecnológicas, assistência técnica, extensão rural, infraestrutura e logística 
eficientes e um ambiente sanitário adequado, sempre em parceria com os municípios, 
buscando  integrá-los  aos  Planos  Diretores  Municipais,  com  aval  dos  Conselhos 
Municipais de Desenvolvimento Rural, bem como a integração dos demais segmentos 
organizados da sociedade civil, além do governo federal e com apoio da Assembleia 
Legislativa do Estado, bem como parcerias com a iniciativa privada (Parcerias Público 
Privadas - PPP) (PARANÁ, 2019). 
O Programa Paraná Mais Ciência, sob responsabilidade da Casa Civil, estabelece que: 
O  Estado  do  Paraná  é  responsável  por  grandes  investimentos  em  pesquisa  e 
desenvolvimento  que  contribuem  para  o  avanço  da  cadeia  de  inovação,  mas  é 
necessário  ampliar  as  ações  desenvolvidas  nas  áreas  estratégicas,  focando  no 
desenvolvimento tecnológico, econômico e social do Estado. Com isso em mente, o 
programa objetiva: 
[…] 
3. Promover a formação de núcleos científicos de excelência em áreas estratégicas 
que  desenvolvam  ciência  e  tecnologia  na  fronteira  do  conhecimento,  de  modo  a 
transformar  soluções  de  problemas  regionais  em  interesse  internacional  e,  assim, 
promover inovações de alto impacto científico, induzindo significativos benefícios 
sociais, econômicos e culturais para o  estado  e a internacionalização; (PARANÁ, 
2019). 
 Nesta primeira fase de análise identifica-se que a inovação tecnológica, como vetor do 
desenvolvimento econômico para o agronegócio, é adotada desde antes da eleição do citado 
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governador; estando presente no programa de governo “Paraná 2022”, no simbolismo próprio 
do  discurso  de  posse  (e  o  direcionamento  político  que  ele  projeta),  na  primeira  viagem 
internacional  do  governador  (para  construção  de  novas  relações  econômicas)  e  na  agenda 
política plasmada no Plano Plurianual 2019-2023, conforme programas acima indicados. 
Esse conjunto de elementos fáticos, como se verá a seguir, é mais bem compreendido à 
luz da teoria dos fluxos múltiplos e, por meio dela, também será possível derivar as demais 
dimensões que convergiram para o processo decisório que teve como resultante o Vale do 
Genoma como política pública de ciência e tecnologia no Estado do Paraná. 
3 A DEFINIÇÃO DO PROBLEMA PÚBLICO 
A  teoria  dos  fluxos  múltiplos  foi  elaborada  por  John  W.  Kingdon  e  encontra-se 
estabelecida  em  sua  obra  Agenda,  Alternatives  and  Public  Policies  (Kingdon,  2014).  Na 
epígrafe do primeiro capítulo há uma citação de Victor Hugo que traz a síntese do que se 
debaterá no transcorrer da obra “Greater than the tread of mighty armies is an idea whose time 
has come” (KINGDON, 2014, p. 2). Esta epígrafe sugere que sob determinadas circunstâncias, 
ideias anteriormente desconsideradas, podem impor-se de forma a vincular os acontecimentos 
que dela decorrerão. 
Este  é  um  ponto  importante  para que  se  possa  entender  a  referida  teoria.  Kingdon 
entende o processo de formulação de uma política pública a partir dos mecanismos que podem 
fazer  com  que  uma  questão  social,  ou  condição,  seja  interpretado  e  validado  como  um 
problema e, a partir daí, se integre à agenda e, por fim, possa ser endereçada por meio de uma 
política pública. Tais elementos (questão/condição, problema, agenda, política) podem ser 
considerados os pontos cardeais para balizamento e análise de uma política pública. 
Aqui, contudo, não se está a sugerir que se trata de etapas lineares de um programa de 
política pública, ou de seus eventuais ciclos, mas sim das premissas que permitem emoldurar 
uma interpretação analítica das condições que poderão levar àquela. 
Pode  apresentar-se,  de  tal  sorte,  uma  primeira  interpretação  da  teoria  dos  fluxos 
múltiplos:  ela  não  se  propõe  como  um  modelo  “pasteurizado”  para  a  criação  de  políticas 
públicas.  Pelo  contrário,  destina-se  à  análise  dos  elementos  que  permitem  entender,  como 
poderia ter dito Victor Hugo, que o tempo de uma ideia “chegou”, com as suas derivações no 
campo das políticas públicas. 
É possível, procurar identificar na atuação do governo do Estado do Paraná, conforme 
as situações anteriormente indicadas, os elementos de análise da teoria dos fluxos múltiplos, 
como chave  para  sua  interpretação.  Adota-se  como  um  primeiro ponto  nesta  construção  a 
identificação do problema. 
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A utilização da inovação tecnológica como alavanca para o desenvolvimento econômico 
é uma questão posta à sociedade. Ela, contudo, é uma solução, não um problema público. 
Conforme ensina Secchi (2020, p. 77): “A definição do problema é um instrumento de poder”. 
Reconhecendo tal premissa como válida, é importante atentar-se que o Estado do Paraná ao 
adotar a inovação  tecnológica como uma solução  econômica  para  alavancar os ganhos  do 
agronegócio, está instrumentalizando uma solução para um problema que, sob a sua perspectiva, 
trata-se de um problema público. 
Kingdon  (2014,  p.  90)  entende  que  indicadores  são  ferramentas  que  podem  ser 
utilizados pelos atores envolvidos no processo de decisão para destacar se uma determinada 
questão social, deve ser interpretada como problema público e, nesta linha, se a variação de tais 
indicadores justificaria, ou não, a criação de uma política pública para aquele. 
No  Plano  Plurianual  do  Estado  do  Paraná  (2019-2023),  conforme  anteriormente 
indicado, há três passagens que sugerem o problema público identificado por tal governo. A 
primeira delas se dá seguinte forma:  
Como se sabe, a produção do setor primário paranaense está estreitamente vinculada 
às  lavouras  temporárias.  De  acordo  com  o  Instituto  Brasileiro  de  Geografia  e 
Estatística (IBGE), o valor da produção da soja correspondeu a 52,2% do total da 
receita agrícola local no ano de 2018 (tabela 1), vindo a seguir as lavouras do milho, 
com uma participação de 15,2%, cana-de-açúcar (6,1%), trigo (5,1%) e mandioca 
(4,1%). 
Já na pecuária, sobressai a avicultura, com a produção estadual de carne de frango 
alcançando 4,3 milhões de toneladas (tabela 2), o que representou 31,9% da oferta 
brasileira  em  2018,  garantindo  a  1ª  colocação  no  ranking  das  UFs.  Menos 
representativos no contexto nacional, embora importantes em termos econômicos, os 
segmentos  de  suínos  e  bovinos  registraram  pesos  de,  respectivamente,  21,3%  (2ª 
posição no ranking dos produtores) e 4,4% (9ª colocação) nos totais dos abates do 
país,  não  deixando  dúvida  quanto  à  pujança  do  Estado  na  atividade  pecuária 
(PARANÁ, 2019). 
A segunda, ao seu tempo, pontua: 
A complexidade da sociedade paranaense resulta em demandas variadas, com raízes 
e soluções distintas. Todavia, entre as inúmeras questões que devem nortear as ações 
públicas  no  futuro,  podem  ser  ressaltadas a  transição  demográfica,  a necessária 
modernização da gestão para a melhoria da condição social dos paranaenses e a 
estratégica elevação da produtividade (PARANÁ, 2019). 
A terceira passagem assim estabelece: 
A propósito, estabelecendo ligação com o último tema acima colocado, a melhoria da 
educação certamente contribuirá para a elevação do capital humano do Estado, que, 
por sua vez, favorecerá o aumento da produtividade. Em uma análise comparada, é 
possível  constatar  que  há  grande  margem  para  o  aumento  da  escolaridade  e  da 
qualificação  do  trabalhador  paranaense,  visto  que  a  proporção  de  ocupados  que 
minimamente completaram o ensino médio é inferior, inclusive, à média nacional 
(PARANÁ, 2019). 
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Vê-se, portanto, que o governo do Estado do Paraná, por meio do Plano Plurianual acima 
identificado, promoveu  o  diagnóstico de  um  problema  a  ser  endereçado  por  meio  de  uma 
política pública. Este diagnóstico, em tempo, possui aderência com a proposta de Kingdon 
como uma das primeiras escalas de incidência da teoria dos fluxos múltiplos. Se é correto 
reconhecer que a definição de um problema é uma manifestação de poder, é também importante 
reconhecer que a legitimação desta percepção se dá por meio de indicadores. E, no caso sob 
análise, isto que se deu. 
Os indicadores apontados naquele plano sugerem que a produção do setor primário da 
economia paranaense se dá com base em fatores de sazonalidade e que, portanto, o ganho de 
produtividade  necessário  ao  setor,  em  face  dos  desafios  socioeconômicos  do  Estado,  será 
alcançado por meio de inovações tecnológicas, o que, ao seu tempo, importará na articulação 
das redes de pesquisa e desenvolvimento integradas em função das instituições de ciência e de 
tecnologia, como se verá adiante. 
Tem-se, de tal forma, que a interpretação dos indicadores socioeconômicos do Estado 
do Paraná, presentes no Plano Plurianual (2019-2023), permitiu aos agentes decisórios junto ao 
governo  do  estado,  identificar  que  a  necessidade  de  um  ganho  de  produtividade  no  setor 
primário  é  um  problema  público  a  ser  endereçado  por  meio  de  uma  política  pública  de 
promoção de inovação tecnológica junto ao setor. Kingdon (2014, p. 90) ilustra esta perspectiva 
com  precisão  ao  afirmar  que,  com  frequência:  “[…],  os  problemas  chamam a  atenção dos 
tomadores de decisão do governo, não por meio de algum tipo de pressão política ou percepção 
superficial, mas porque algum indicador mais ou menos sistemático simplesmente mostra que 
há um problema lá fora”. 
Vê-se,  assim,  que  aquilo  que  em  2018,  no  programa  de  governo  “Paraná  2022”, 
apresentava-se como uma questão econômica, em 2019, foi elevado à condição de problema 
público, merecedor de uma política pública específica, em função da interpretação dada aos 
indicadores socioeconômicos pelos tomadores de decisão junto ao governo do estado; os quais, 
não coincidentemente, foram eleitos em 2018. Em síntese, o grupo político que identificou uma 
questão em 2018, uma vez eleito, a elevou ao patamar de problema público em 2019, tendo por 
base a interpretação dos indicadores existentes à época. 
4 OS FLUXOS DOS PROBLEMAS, DA POLÍTICA E DAS SOLUÇÕES 
Nas etapas anteriores deste artigo realizou-se uma apresentação inicial do porquê  o 
processo decisório é importante na construção da análise de uma política pública, e ainda, de 
forma  subsequente,  foram  apontados  os  primeiros  elementos  fáticos  que  poderiam  ser 
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interpretados à luz da teoria dos fluxos múltiplos, com destaque para dinâmica da percepção de 
uma questão/condição e seu posterior diagnóstico como problema público. 
É  nesta  moldura  fática  e  teórica  que  a  inovação  tecnológica  direcionada  ao  setor 
primário  apresentou-se  como  uma  possível  solução  ao  problema  público  da  limitada 
produtividade do setor primário da economia paranaense no longo prazo. Uma das políticas 
públicas desenvolvidas para a implementação desta solução foi a criação de um ecossistema de 
inovação denominado Vale do Genoma, o qual é fruto do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação 
Genômica (NAPI Genômica). Para entender essa dinâmica propõe-se a utilização da teoria dos 
fluxos múltiplos de Kingdon. 
O citado autor entende que existem três fluxos de relativa autonomia entre si (ainda que 
manifestem influências uns sobre os outros) que determinarão a formação de uma agenda para 
a formulação e ou implementação de uma política pública. Tais fluxos corresponderiam a um 
conjunto de agentes, meios e circunstâncias que, ao seu modo, teriam fatores de identificação 
comum capazes de lhe emprestar certa identidade. 
O primeiro desses seria o fluxo dos problemas, nas palavras de Kingdon (2014, p. 109):  
 Há uma diferença entre uma condição e um problema. Todos os dias enfrentamos todo 
tipo de condições: mau tempo, doenças inevitáveis e intratáveis, pestilência, pobreza, 
fanatismo. Como disse um lobista: "Se você tem apenas quatro dedos em uma mão, 
isso não é um problema; é uma situação". As condições passam a ser definidas como 
problemas quando passamos a acreditar que devemos fazer algo a respeito. 
Conforme visto nas passagens anteriores, tal hipótese encontra-se caracterizada nesta 
análise, na medida em que a questão da produtividade do primeiro setor, ou condição, foi alçada 
ao patamar de um problema público quando um determinado grupo político, aqui representado 
na pessoa do governador Carlos Massa Ratinho Júnior, foi eleito para o governo do Estado do 
Paraná para o período 2019-2022. Como sumariza Capella: “Uma questão passa a fazer parte 
da agenda governamental quando desperta a atenção e o interesse dos formuladores de políticas” 
(CAPELLA, 2006, p. 2). 
Nesta mesma linha teórica, porém, há outros dois fluxos a serem observados: o das 
soluções e o da política. É importante destacar que entre esses fluxos Kingdon (2014) não 
estabelece qualquer grau de hierarquia ou centralidade entre eles. Há um esforço para identificá-
los em suas características, mas isso não significa sequer que há, na análise dos fatos, uma 
prerrogativa de ordem entre eles. No contrário se estaria a seguir uma normatividade que é 
contraditória à própria natureza da teoria por ele desenvolvida. 
Se houve, portanto, uma primeira identificação do fluxo dos problemas, conforme já 
apontado, agora os esforços serão direcionados à caracterização do fluxo político, sem que isso 
implique em qualquer gradação de superioridade ou inferioridade entre eles. Kingdon entende 
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que o humor (ou clima político) com a organização das forças políticas e mudanças de governo 
seriam as dimensões integrantes do fluxo político (KINGDON, 2014). No caso sob análise 
pode-se perceber que a mudança de governo trouxe consigo as demais características deste 
fluxo, conforme demonstrado a seguir. 
A estrutura política do Estado do Paraná, quanto ao mandatário do Poder Executivo, 
permite que a atuação política daquele tenha significativo impacto quanto à formulação de 
políticas públicas de ciência e tecnologia. 
Observa-se, de forma institucional, conforme descrito no Plano Plurianual (2019-2022) 
que  é  na  execução  do  orçamento,  por  meio  dos  programas  lá  discriminados,  que  se  dá  a 
convergência entre o posicionamento estratégico e tático das políticas públicas defendidas pelo 
governo e os resultados que delas se esperam. 
De uma  forma objetiva, pois, tem-se que ao interpretar a teoria  de Kingdon para  a 
realidade brasileira, e paranaense de forma mais específica, é correto entender que pela simples 
gestão orçamentária própria do Poder Executivo, a mudança de governo é um fator de impacto 
político que alcança as demais dimensões citadas deste fluxo. Há, porém, outros elementos que 
corroboram esta hipótese como se verá a seguir. 
O Decreto Estadual nº 6.495/2002 aprova o Regimento Interno do Conselho Paranaense 
de Ciência e Tecnologia do Estado do Paraná. Em tal norma destacam-se os artigos que seguem: 
 Art.1º O Conselho Paranaense de Ciência e Tecnologia - CCT PARANÁ, criado pela 
Lei nº 12.020, de 9 de janeiro de 1998, como órgão colegiado de assessoramento 
superior do Governador do Estado para a formulação e implementação da Política 
Estadual  de  Desenvolvimento  Científico  e  Tecnológico,  reger-se-á  por  este 
Regimento Interno e demais normas e procedimentos aplicáveis. 
[   ] 
Art. 3º O CCT PARANÁ compõe-se pelos seguintes membros: 
I - o Governador do Estado, na qualidade de Presidente; 
II - o Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e o Secretário de 
Estado  do  Planejamento  e  Coordenação  Geral,  como  representantes  do  Poder 
Executivo Estadual; 
III  -  dois  (02)  membros  escolhidos  pelo  Governador  do  Estado,  representando  a 
comunidade científica paranaense, sendo um deles pertencente ao corpo docente das 
Instituições de Ensino Superior; 
IV  -  dois  (02)  membros  escolhidos  pelo  Governador  do  Estado,  representando  a 
comunidade tecnológica paranaense; 
V  -  dois  (02)  membros  escolhidos  pelo  Governador  do  Estado,  representando  a 
comunidade empresarial paranaense, devendo pertencer, um deles, ao setor agrícola; 
VI  -  dois  (02)  membros  escolhidos  pelo  Governador  do  Estado,  representando  a 
comunidade trabalhadora paranaense. 
§  1º.  O  Presidente  do  CCT  PARANÁ,  em  suas  ausências  e  impedimentos,  será 
substituído pelo Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. 
§ 2º. A composição do CCT PARANÁ será renovada, a cada dois anos, em cinqüenta 
(sic) por cento de seus membros, à exceção dos integrantes referidos nos incisos I e II 
deste artigo. 
§  3º.  Os  representantes,  a  que  se  referem  os  incisos  III  a  VI  deste  artigo,  serão 
nomeados pelo Governador do Estado, para o mandato de quatro anos, permitida uma 
recondução (PARANÁ, 2002). 
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Nota-se,  assim,  que  embora seja  um  órgão  de  assessoramento para  a  formulação  e 
implementação de políticas públicas no  âmbito do governo do Estado do Paraná, todos os 
integrantes do referido Conselho são nomeados diretamente pelo Governador. A mudança da 
administração, portanto, traz consigo, objetiva possibilidade da mudança das políticas públicas 
da área. 
Outra função importante que compete ao referido Conselho é a de apreciar e encaminhar 
ao próprio Governador o relatório anual das atividades do Fundo Paraná, o qual foi criado por 
meio  da  Lei  Estadual  nº  12.020/1998,  atualizada  pela  Lei  Estadual  nº  15.123/2006,  como 
regulamentação do previsto no Art. 205 da Constituição Estadual do Paraná (desenvolvimento 
científico e tecnológico do Estado do Paraná). 
Eis que o Governador do Estado do Paraná, não somente realiza todas as indicações do 
referido Conselho, do qual é Presidente, mas também participará da análise do relatório anual 
do Fundo dedicado ao fomento das políticas de ciência e tecnologia do Estado; o qual, em 
última análise, será deliberado pela aprovação ou não, pelo próprio Governador. 
Análise  de  semelhante  perspectiva  poder  ser  projetada  junto  à  composição  da 
Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado do Paraná (SETI 
PR), no período entre 2019 e 2022. Neste período exerceu a função de Superintendente o Prof. 
Dr. Aldo Nelson Bona (BONA, 2023), e de Diretor Geral o Prof. Dr. Michel Jorge Samaha 
(SAMAHA, 2023). 
A carreira acadêmica de ambos se desenvolveu junto às instituições de ensino superior 
do  Estado  do  Paraná. Aldo Nelson  Bona  é  Doutor  em  História pela Universidade Federal 
Fluminense, sendo professor  adjunto  da Universidade Estadual  do  Centro-Oeste do  Paraná 
(UNICENTRO). Michel Jorge Samaha, ao seu tempo, é Doutor em Ciências Sociais Aplicadas 
pela  Universidade  Estadual  de  Ponta  Grossa  (UEPG),  sendo  professor  adjunto  na  mesma 
universidade. 
Os  dois  possuem  importante  articulação  política.  O  Prof.  Aldo  foi  Reitor  da 
Universidade  Estadual  do  Centro-Oeste  do  Paraná  (UNICENTRO),  de  2012  a  2018,  e 
Presidente da Associação Paranaense de Instituições de Ensino Superior (2012 a 2016). E o 
Prof. Michel, de igual sorte, fora Secretário Municipal junto à Prefeitura Municipal de Ponta 
Grossa  (2001  a  2003),  bem  como,  Secretário  Municipal  junto  à  Prefeitura  Municipal  de 
Piraquara (2004 a 2007). 
É possível perceber, portanto, tanto o Superintende quanto o Diretor-Geral detinham 
não somente aderência acadêmica e institucional para as suas respectivas funções. Possuíam, 
também, convergência programática e política com o então novo governo para levar adiante 
sua visão para o campo da ciência e da tecnologia como alavanca do processo econômico 
estadual. Prova disso é a declaração de Aldo Nelson Bona à época em que fora indicado: “Ele 
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pediu  que  nós  façamos  com  que,  de  fato,  as  universidades  continuem  e  ampliem  sua 
contribuição com o desenvolvimento regional.” (Jornal Extra Guarapuava, 2018). 
Tais  características  aderem-se  com  a  hipótese  descrita  por  Kingdon  na  seguinte 
passagem: 
Quando  envolve  atores  governamentais,  a  mudança  de  agenda  ocorre  de  duas 
maneiras.  Ou  os  titulares  em  posições  de  autoridade  mudam  suas  prioridades  e 
promovem novos itens da agenda; ou o pessoal desses cargos muda, trazendo novas 
prioridades para a agenda em virtude da rotatividade (KINGDON, 2014, p. 153). 
Diante do exposto, considerando a estrutura governamental dedicada à formulação e à 
implementação de políticas públicas de ciência e de tecnologia, tem-se que a mudança de gestão 
traz consigo a possibilidade concreta de mudança naquela agenda. À luz do caso concreto e em 
face dos aspectos fáticos citados (do programa de governo “Paraná 2022” ao Plano Plurianual 
2019-2022)  a  inovação  tecnológica  orientada  para  um  aumento  de  produtividade  do  setor 
primário da economia paranaense ganha importante relevo. 
Esse conjunto de elementos correspondem, também, ao entendimento de Secchi et al. 
(2020, p. 112) sobre tal hipótese: “O fluxo da política (politics) varia de acordo com eventos 
especiais, como o desenho e a aprovação de orçamento público, reeleições, substituições de 
membros do Executivo, refinanciamento de programas públicos etc.” 
Resta caracterizado, que a eleição do grupo político representado por Carlos Massa 
Ratinho Júnior, na qualidade de Governador do Estado do Paraná, para o período 2019 - 2022, 
importa  em  fato  relevante  para  a  constituição  de  um  novo  momento  no  fluxo  político  da 
inovação  tecnológica  como  vetor  das  políticas  de  ciência  e  tecnologia  para  o  ganho  de 
produtividade no setor primário da economia paranaense. 
A dinâmica apresentada nos dois fluxos (problemas e político) parece semelhante. Isto 
é verdade em função de dois aspectos importantes. Primeiro porque, conforme antecipado, 
embora os fluxos possuam um desencadeamento próprio de cada um, eles estão presentes em 
um mesmo locus social e condicionados pelas materialidades de um mesmo tempo histórico. 
Além disso, observa-se que o próprio desenho institucional do governo do Estado do Paraná, 
neste tema, induz a tal situação (centralidade da ação política do Governador – fluxo político – 
na estrutura dedicada às políticas públicas de ciência e tecnologia). 
Se o fluxo dos problemas se encontra identificado, e o fluxo político caracterizado diante 
das  suas  hipóteses  teóricas,  é  preciso  trabalhar  ainda  o  fluxo  das  soluções  e  a  janela  de 
oportunidade que determinará a convergência dos três para uma tomada de decisão pelos 
atores envolvidos. 
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O fluxo das soluções está relacionado à existência de uma comunidade de especialistas 
que, embora possam atuar em setores distintos, dentro e fora do governo, articulam-se entorno 
de um interesse comum. Segundo Kingdon (2014, p. 117):  
 As comunidades políticas são compostas por especialistas em uma determinada área 
política - saúde, habitação, proteção ambiental, justiça criminal, para citar alguns. Em 
qualquer uma dessas áreas políticas, os especialistas estão espalhados dentro e fora do 
governo. Alguns deles fazem parte de comissões no Congresso ou em agências de 
funcionários  do  Congresso,  como  o  Congressional  Budget  Office  ou  o  Office  of 
Technology Assessment. Outros trabalham no centro, em locais como escritórios de 
planejamento e avaliação e escritórios de orçamento. Outros ainda são acadêmicos, 
consultores  ou  analistas  de  grupos  de  interesse.  Mas  eles  têm  em  comum  sua 
preocupação com uma área de problemas políticos. 
Esta circunstância encontra-se presente na Rede de Estudos Genômicos do Estado do 
Paraná,  também  conhecida  como  “NAPI  Genômica”.  No  Processo  de  Inexigibilidade  de 
Chamada Pública nº 04/2020 tem-se como objetivos do referido Arranjo: 
1.1 O Napi Genômica visa implementar e consolidar a Rede de Estudos Genômicos 
do Estado do Paraná como um novo arranjo de pesquisa e inovação, objetivando a 
utilização da plataforma científica do IPEC/Guarapuava e da própria Rede Genômica 
criada com instituições do Paraná para desenvolver projetos voltados à saúde humana 
e animal, bem como contribuir para o desenvolvimento de produtos biotecnológicos 
aplicados à agropecuária. Algumas das linhas de pesquisa e inovação que deverão ser 
fomentadas na proposta são: oncogenômica, doenças genéticas, farmacogenômica, 
medicina  forense,  genômica  do  esporte,  nutrigenômica,  metagenômica  (viroma, 
microbioma e micobioma), epidemiologia genômica, e agrogenômica. 
1.2 Entre os objetivos do NAPI Genômica destaca-se a aplicação dos fundamentos 
básicos da biologia sistêmica integrativa e Inteligência artificial para consolidar seu 
caráter multidisciplinar com o desenvolvimento de projetos de interesse econômico 
em benefício da população do Estado do Paraná, que serão desenvolvidos em parceria 
com a Rede Genômica e o IPEC/Guarapuava. 
1.3  Faz parte  ainda  do  NAPI Genômica  o  desenvolvimento  de pesquisa  básica  e 
aplicada ao diagnóstico, prognóstico e tratamento  do câncer, além de promover a 
formação  de  Recursos  Humanos  especializados  em  atenção  oncológica.  Outro 
objetivo  é  desenvolver  pesquisa  translacional  voltada  à  prevenção  das  doenças 
genética em especial ao câncer, bem como desenvolver pesquisa básica e aplicada 
com  ênfase  em  genômica  voltada  às  diferentes  áreas  da  saúde  humana,  além  da 
agricultura e pecuária (PARANÁ, 2020). 
Vê-se, assim, que a rede estabelecida pode criar um ambiente de pesquisa científica e 
inovação tecnológica que não está endereçada a um problema concreto, mas que pode fazer 
emergir do resultado dos seus trabalhos uma solução a ser aplicada a um problema público 
reconhecido como tal. O ponto de convergência são as ciências e técnicas genômicas, e não um 
problema previamente selecionado. É na natureza complexa e colaborativa desta rede que se 
pode ter a derivação de soluções que posteriormente poderão ser instrumentalizadas por agentes 
políticos por meio de políticas públicas. 
Significa  dizer,  portanto,  que  a  NAPI  Genômica  pode  ser  identificada  como  a 
comunidade capaz de gerar um conjunto de soluções que, eventualmente, contribuam para o 
processo  decisório  de  implementação  da  política  pública  desejada,  qual  seja,  a  inovação 
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tecnológica para promoção de maior produtividade no setor primário da econômica paranaense. 
Esta  condição  revela-se  ainda  mais  possível  quando  se  destacam  as  expressões  “produtos 
biotecnológicos aplicados à agropecuária”, por exemplo. 
A NAPI Genômica, por ocasião do lançamento oficial do Vale do Genoma, em junho 
de 2021, já se encontrava estruturada em uma rede que, sob a coordenação do Instituto para 
Pesquisa do Câncer de Guarapuava (IPEC), articulava 23 (vinte e três) Instituições de Ciência 
e Tecnologia, públicas e privadas, cobrindo todas as regiões do Estado do Paraná. Cada uma 
delas desenvolvendo suas próprias linhas de pesquisa, de forma descentralizada, mas com o 
mesmo escopo acima destacado. 
É desta comunidade de especialistas, portanto, que se entende haver a identificação do 
fluxo de soluções conforme descrição da teoria dos fluxos múltiplos. Não porque produziriam 
soluções desenhadas e direcionadas aos problemas públicos entendidos como tais, mas, porque 
do conjunto de alternativas existentes, uma ou mais delas poderiam ser aproveitadas para tal 
finalidade, para Kingdon (2014, p. 144): 
O fluxo de políticas, portanto, produz uma pequena lista de propostas. Esta lista curta 
não é necessariamente um consenso na comunidade política sobre a proposta que 
atende  aos  seus critérios;  pelo  contrário, é  um acordo  que algumas propostas são 
proeminentes.  Ter  uma  alternativa  viável  disponível  para  adoção  facilita  a  alta 
inserção de um assunto em uma agenda governamental e aumenta drasticamente as 
chances de inserção em uma agenda de decisão. 
Portanto, em breve síntese, que a produção de conhecimento, teorias e propostas por 
meio de uma comunidade de especialistas não garante que um número mínimo, ou máximo 
delas venham a ser efetivamente adotas como uma solução em face de um problema público, 
mas, estabelece um cenário no qual se tenha um processo decisório mais racional e que aquelas 
sejam alternativas a serem consideradas para tanto. 
5 A JANELA DE OPORTUNIDADE 
Outro elemento constitutivo da teoria dos fluxos múltiplos é a “janela de oportunidade”. 
Segundo Kingdon (2014, p. 165):  
 A janela de políticas é uma oportunidade para os defensores de propostas promoverem 
suas soluções preferidas ou chamarem a atenção para seus problemas especiais. De 
fato,  […],  os  defensores  ficam  à  espreita  dentro  e  ao  redor  do  governo  com  suas 
soluções  à  mão,  esperando  que  surjam  problemas  aos  quais  possam  anexar  suas 
soluções, esperando por um desenvolvimento no fluxo político que possam usar a seu 
favor.  Às  vezes,  a  janela  se  abre  de  maneira  bastante  previsível.  A  renovação 
programada  de  um  programa,  por  exemplo,  cria  uma  oportunidade  para  muitos 
participantes  impulsionarem seu  projeto ou  preocupação de  estimação. Em  outras 
ocasiões,  isso  acontece  de  forma  bastante  imprevisível.  Os  empreendedores  de 
políticas devem estar preparados, com sua proposta de estimação pronta, seu problema 
especial bem documentado, para que a oportunidade não passe por eles. 
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Este  elemento  que,  como  acima  foi  destacado,  pode  ser  previsível  ou  não,  tem  a 
potencialidade de fazer convergir os três fluxos destacados impulsionando o processo decisório 
pela implementação de uma dada política pública como solução a um problema igualmente 
público. 
O destaque que se pode observar neste critério é o reconhecimento da realidade objetiva 
como sendo um elemento de condicionamento de políticas públicas. Para além de uma projeção 
normativista e, portanto, idealizada, é preciso reconhecer as razões pelas quais, por exemplo, 
boas ideias não foram implementadas em um dado momento, e são resgatas em outros. 
Recuperando a citação de Victor Hugo, entende-se que o tempo de uma ideia, não é 
determinado pelo relógio ou calendário dos agentes políticos que as criam ou defendem. O 
tempo de uma ideia, a emergência de uma política pública, irrompe das situações da realidade 
objetiva, para além do desejo (ainda que bem-intencionado) daqueles que a defendem. 
A realização de pesquisas direcionadas à produção de novas tecnologias de natureza 
genômica, na conformação da NAPI Genômica, teve no cenário da pandemia de COVID-19 
um agente de mobilização e, portanto, uma janela de oportunidade. 
Naquele  cenário  em  que  o  mapeamento  genético  do  coronavírus  e  suas  mutações 
ganharam protagonismo não somente no meio científico, mas também nas demais dimensões 
da sociedade (econômica e política, por exemplo), teve-se a oportunidade de avançar-se com 
as políticas públicas com aderência ao tema. 
Apresenta-se como elemento de prova  de tal circunstância o Termo de  Cooperação 
Técnico-Financeira  nº  35/2020  celebrado  entre  a  Superintendência  Geral  de  Ciência, 
Tecnologia  e  Ensino  Superior  (SETI)  e  a  Universidade  Estadual  do  Centro-Oeste 
(UNICENTRO), o qual trazia como objeto: 
Abordagem  genômica  para  investigar  variações  genéticas  do  Sars-CoV-2 
(coronavírus) e no hospedeiro humano: correlação genética com a evolução clínica 
dos  indivíduos  positivos  para  o  Sars-CoV-2  que  tem  como  objeto  apoiar  ações 
voltadas ao estudo da filogeografia das linhagens de SARS-CoV-2 presentes em uma 
amostragem  da  região  de  Guarapuava  e  das  cidades  que  possuem  Instituições 
membros  da  Rede  Genômica  de  Guarapuava,  além  de  investigar  o  impacto  das 
alterações genéticas do SARS-CoV-2 e dos receptores canônicos e não canônicos, na 
taxa  de  infecção  do  hospedeiro,  a  fim  de  identificar  assinaturas  genômicas  de 
mutações, para estabelecer correlações com as manifestações clínicas de uma coorte 
de 150 indivíduos com diagnóstico de COVID-19 (PARANÁ, 2020). 
Percebe-se, assim, que três meses após o lançamento oficial do Vale do Genoma como 
ecossistema de inovação derivado da NAPI Genômica do Estado do Paraná, a sua comunidade 
de especialista pôde articular-se entorno da janela de oportunidade representada pela pandemia 
de COVID-19 para conseguir fazer avançar, em termos de financiamento (R$ 400.000,00, 
naquele Termo), suas linhas de pesquisa afetas ao tema. 
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É notório que uma linha de pesquisa dedicada ao problema da pandemia de COVID-19 
não  possui  ligação  direta  com  o  propósito  de  inovação  tecnológica  para  incremento  da 
produtividade  do  agronegócio  no  Estado  do  Paraná.  Ainda  assim,  contudo,  é  necessário 
reconhecer  que  esta  imprevisibilidade,  quanto  a  qual  solução  a  ser  adotada,  é  uma 
característica do próprio fluxo das soluções. 
Tem-se, por outro lado, considerando a própria natureza das ciências genômicas, que 
não há um impedimento prévio que impeça uma tecnologia desenvolvida para um problema 
público  de  saúde  humana,  venha,  no  futuro,  integrar  alguma  solução  biotecnológica  para 
questões da agropecuária ou meio ambiente. 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O presente artigo se propôs a fazer uma análise do Vale do Genoma, ecossistema de 
inovação decorrente da NAPI Genômica, enquanto política de ciência e tecnologia do Estado 
do Paraná, pela perspectiva da teoria dos fluxos múltiplos de Kingdon. 
Neste esforço acadêmico pôde-se destacar que os fluxos do problema, da política e das 
soluções encontram-se caracterizados nas ações efetivadas pela atual administração do Estado, 
com destaque para o protagonismo institucional e político deste grupo representado na pessoa 
do  governador  Carlos  Massa  Ratinho  Júnior.  O  fluxo  do  problema  se  apresenta  de  forma 
concreta quando se entende que há limites que precisam ser superados para que o agronegócio 
continue a ser um vetor relevante para o desenvolvimento econômico do Estado do Paraná. 
O fluxo da política, contudo, manifesta-se com a eleição do referido grupo político que 
reconhece tal problema como sendo público e decide endereçá-lo por meio de políticas públicas. 
E o fluxo das soluções, ao seu tempo, dá-se na articulação de agentes públicos e privados que 
articulam  pesquisas  científicas  e  inovações  tecnológicas  como  promotoras  de  um  novo 
horizonte de realização para o agronegócio e, por derivação, para o desenvolvimento econômico 
do Estado do Paraná. 
Logo, não é por acaso, que se torna possível destacar o protagonismo do campo político 
ao diagnosticar uma dada condição como sendo um problema público a ser endereçado pela 
correspondente política. E, indo além, não se  pode subestimar a  relevância que função do 
Governador, diante de suas atribuições legais, detém em face dos órgãos vinculados à produção 
de tais políticas públicas. 
Por  fim  identificou-se  que  a  pandemia  de  COVID-19  representou  uma  janela  de 
oportunidade para a decisão que permitiu o avanço de algumas linhas de pesquisa, no Vale do 
Genoma, como proposta de uma política pública para avançar no enfrentamento do tema. 
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http://lattes.cnpq.br/7645828252363126. Acesso em: 09 fev. 2023.   
CAPELLA, A. C. N. Perspectivas teóricas sobre o processo de formulação de políticas públicas. 
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