ANÁLISE DO PROCESSO DE RESILIÊNCIA DAS PEQUENAS EMPRESAS
DURANTE O COVID-191
ANALYSIS OF THE RESILIENCE PROCESS OF SMALL BUSINESSES
DURING COVID-19
ELY ANDREWS COSTA DE OLIVEIRA
Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
E-mail: elyandrews@gmail.com
JONAS FERNANDO PETRY
Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
E-mail: jonasfernandopetry@gmail.com
CRISTIANE DO NASCIMENTO BRANDÃO
Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
E-mail: cristianebrandao@ufam.edu.br
HILMAR TADEU CHAVES
Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
E-mail: hilmar.chaves@ufam.edu.br
Resumo
O estudo tem como objetivo compreender a resiliência de pequenas empresas no segmento de
venda de smartphones durante a pandemia da COVID-19. Esta crise global causou desequilíbrios
econômicos,   impactando   significativamente   na   vida   das   pequenas   empresas.   Enquanto   a
pandemia exaltava disparidades, especialmente em nações em desenvolvimento, a resiliência e a
adaptabilidade emergiram como fatores essenciais para a sobrevivência empresarial. Ao analisar
entrevistas com proprietários de pequenas empresas do segmento de smartphones na cidade de
Manaus,   observamos   que   a   resiliência   psicológica   desempenhou   um   papel   importante   na
superação   de   adversidades.   Empreendedorismo   e   resiliência   revelaram-se   profundamente
conectados, com empreendedores demonstrando uma capacidade notável de enfrentar desafios e
se adaptar a um mercado em constante mudança. Características resilientes, como aprendizagem
e capacidade de adaptação, provaram ser essenciais para a sobrevivência e crescimento dos
negócios. 
Palavras-Chave: Resiliência   psicológica,   Resiliência   de   pequenas   empresas,   Resiliência
empreendedora, Impacto percebido, Efeitos da COVID-19 nas empresas.
ABSTRACT
The study aims to understand the resilience of small businesses in the smartphone sales segment
during the COVID-19 pandemic. This global crisis has caused economic imbalances, significantly
impacting the lives of small businesses. While the pandemic highlighted disparities, especially in
developing  nations, resilience and adaptability  have emerged as essential  factors for business
survival. Analyzing interviews with small business owners in the smartphone segment in the city of
Manaus, we observed that psychological resilience played a crucial role in overcoming adversities.
Entrepreneurship   and  resilience   have   proven  to  be   deeply   interconnected,   with   entrepreneurs
demonstrating a remarkable ability to face challenges and adapt to a constantly changing market.
Resilient characteristics, such as learning and adaptability, have proven to be essential for the
survival and growth of businesses.
Key-words:  Psychological   resilience,   Small   business   resilience,   Entrepreneurial   resilience,
Perceived impact, Effects of COVID-19 on business.
1 DOI: https://doi.org/10.5935/2763-9673.20230013
Revista de Estudos em Organizações e Controladoria-REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 3, n. 2, p. 180-
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1. INTRODUÇÃO
Ao longo da história, diversas catástrofes e pandemias têm influenciado
diretamente   a   dinâmica   socioeconômica   global.   Dentre   elas,   a   pandemia   da
COVID-19   se   manifestou   como   um   desafio   sem   precedentes.   O   vírus   foi
responsável   pela   morte   de   milhões   de   indivíduos   globalmente,   alterando   de
maneira drástica e abrupta a rotina da população mundial. Até o final de 2021, o
número de mortes atribuídas à doença superou os quatro milhões (BELITSKI et
al., 2022).
Na tentativa de conter a propagação do vírus, medidas restritivas foram
implementadas, conduzindo a cenários de confinamento massivo, com impactos
especialmente severos no setor de serviços, onde a interação física é essencial à
operação. Notoriamente,   pequenas  e  médias  empresas,   em  comparação com
grandes corporações industriais, enfrentam maiores desafios neste contexto.
Em termos econômicos, estima-se que houve uma retração de 2,1% no
PIB global. Nos países desenvolvidos, essa retração foi de 2,5%, enquanto nas
nações de alta renda, a queda foi de 1,9%. De forma mais acentuada, em países
em desenvolvimento, o PIB experimentou declínios que, em determinados casos,
superaram a marca de 6,5%. Além disso, o comércio internacional sofreu com
uma redução de 2,5% em suas exportações (MALISZEWSKA et al., 2020).
No tocante às pequenas empresas, os efeitos da pandemia se mostraram
particularmente devastadores. Tais entidades, dadas a sua natureza e escala,
revelaram-se   mais   suscetíveis   aos   desafios   econômicos,   operacionais   e
financeiros do período.
Nos Estados Unidos, estimativas indicam que aproximadamente 54% das
pequenas empresas estavam sob risco imediato ou de longo prazo durante a
pandemia da COVID-19. Esta situação colocou cerca de 48 milhões de empregos
em risco, sendo que 70% dessas empresas eram microempresas com menos de
dez funcionários (MOSSBERGER et al., 2023). Em relação ao encerramento de
empresas,  estudos recentes revelaram um aumento  significativo nas taxas de
fechamento  (AMANKWAH-AMOAH;   KHAN;   WOOD,   2021;   DÖRR;   LICHT;
MURMANN,   2022).   Para   ilustrar,   no   segundo   trimestre   de   2019,   4,6%   das
pequenas empresas encerraram suas atividades, número que saltou para 8,5%
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no  segundo trimestre de 2020. Em contraste, para as grandes corporações, as
taxas de encerramento de 1, 3% no segundo semestre de 2019 para 2,7% no
mesmo período em 2020.
A pandemia intensificou as desigualdades globalmente, com países em
desenvolvimento sendo desproporcionalmente afetados  (MALISZEWSKA  et al.,
2020). No contexto brasileiro, houve uma retração de 9,7% no PIB no segundo
trimestre   de   2020.   Além   disso,   no   início   de   2020   registrou   uma   taxa   de
desemprego   de   aproximadamente   13%.   Segundo   o   Ministério   da   Economia,
houve um aumento de 4,9  milhões de desempregados até maio  daquele ano
(Prates e Barbosa, 2020; Richter e Patel, 2022). Adicionalmente, de acordo com o
relatório   da   OCDE   de   2020,   as   pequenas   e   médias   empresas   no   Brasil
representavam 62% do emprego (RICHTER; PATEL, 2022)
Entretanto, mesmo com vários de desafios, alguns empreendedores se
destacam.  O sucesso  neste  período  adverso  esteve  muitas  vezes  atrelado  à
habilidade dos empreendedores  de identificar oportunidades,   assumir riscos e
buscar   soluções   sustentáveis  (WAN,   2023).   A   resiliência   psicológica   e   a
capacidade   de   adaptação   face   às   incertezas   foram   determinantes   para   a
continuidade dos negócios. Empresas que inovaram e se adaptaram durante a
pandemia   não   só   superaram   desafios,   mas   também   estabeleceram   novos
padrões de serviços, inaugurando um “novo normal”. Esta agilidade em adaptar-
se ao ambiente em constante mudança é crucial para superar crises, reforçando a
essência   da   resiliência   na   sustentação   dos   negócios  (RATTEN,   2020;
SEETHARAMAN, 2020). Durante períodos de crise, algumas empresas obtiveram
sucesso,   e   essa   frequência   está   relacionada   ao   estudo   da   resiliência
organizacional  (IBORRA; SAFÓN; DOLZ,  2020). No contexto da COVID-19, a
resiliência   das   pequenas   empresas   tornou-se   um   foco   de   investigação,
considerando   que   os   gestores   dessas   entidades   desempenharam   um   papel
crucial   na   manutenção   e   sobrevivência   dos   seus   respectivos   modelos   de
negócios. Dada essa proximidade entre a estrutura da pequena empresa e as
decisões individuais do gestor, é pertinente analisar a resiliência sob uma ótica
psicológica.   O   indivíduo,   nesse   cenário,   emerge   como   o   principal   objeto   de
estudo, pois é intenso e diversificado, exigindo respostas otimizadas tanto físicas
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quanto   mentais.   Tal   demanda   foi   ampliada   pelo   ambiente   de   instabilidade
predominante durante uma pandemia.
O   impacto   da   pandemia   na   sobrevivência   das   empresas   ressaltou   a
importância da busca por informações relacionadas à resiliência, particularmente
à   resiliência   organizacional   em   empresas   que   enfrentam   cenários   de   crise
(IBORRA; SAFÓN; DOLZ, 2020). O foco da presente pesquisa é a resiliência
psicológica, direcionando a análise para os proprietários de pequenas empresas e
explorando o processo de resiliência nessas entidades. Busca-se compreender
em que medida o processo de resiliência que influenciou as pequenas empresas
durante a pandemia. Adotamos uma abordagem qualitativa, investigando clientes
que atuaram em momentos anteriores, durante e após a pandemia. O esforço se
concentrou em  discernir o  papel dos   proprietários nas  pequenas  empresas e
como sua  capacidade  de  resiliência  pode  influenciar  diretamente  a  saúde  do
negócio  (HADJIELIAS;   CHRISTOFI;   TARBA,   2022).   Para   tal,   monitoramos
proprietários de pequenas empresas varejistas nos segmentos de eletrônicos e
smartphones em Manaus durante os meses de agosto e setembro de 2023.
No encaminhamento deste artigo, será conduzida uma revisão literária,
abordando   diversas   teorias  sobre   a   resiliência   psicológica.  Esta  revisão   será
pautada   em   uma   comparação   entre   diversos   conceitos   e   estudos   sobre   a
resiliência aplicada ao contexto da pandemia. Além disso, as análises propostas
serão   discutidas   e   as   considerações   finais   sobre   o   tema   abordado   serão
apresentadas.
2. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO
O estudo apresentado  por  Hadjielias  et  al. (2022)  e  outras pesquisas
correlatas (como por exemplo Shafi et al. (2020) e  Lu et al. (2020)) objetivaram
compreender os impactos da COVID-19 nas empresas. Essas análises visaram
identificar estratégias bem-sucedidas para a sobrevivência dos negócios em face
da   significativa   desestabilização   econômica   global   gerada   pela   pandemia.   A
repercussão da COVID-19 na economia mundial foi arrasadora. Conforme o vírus
se   espalhava,   as   autoridades   implementaram   medidas   para   conter   sua
propagação,   políticas   de   isolamento   social,   encerramento   de   instituições
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educacionais, limitações laborais e restrições à mobilidade. Essas ações geraram
impactos econômicos diretos e significativos. 
Segundo dados apresentados por  Maliszewska  et al. (2020), o Produto
Interno Bruto (PIB) global declinou vantajoso, com uma queda de 2% em relação
à  linha  de  base,  2,  5%   nos  países  em  desenvolvimento  e   1,8%  nos  países
industrializados.   Tais   dados   econômicos,   todavia,   não   abarcam   a   dimensão
humana da crise: até o final de junho de 2021, a pandemia já havia ceifado a vida
de quatro milhões de indivíduos globalmente (BELITSKI et al., 2022). Os efeitos
adversos   na   economia,   decorrentes   da   pandemia   da   COVID-19,   estão
diretamente relacionados a choques econômicos. Compreender os canais mais
afetados torna-se essencial na busca por soluções  (BRODEUR  et al., 2021)  à
medida que os mercados caem a riqueza das famílias se contrai, impacto direto
na confiança do consumidor. Este cenário mantém os consumidores reclusos e
cautelosos quanto ao mercado a longo prazo. 
Além disso, geraram um impacto significativo na oferta. O avanço do vírus
perturbou a produção e, consequentemente, toda a cadeia de suprimentos. Essa
interrupção   levou   à   paralisação   de   atividades   produtivas   e   ao   resultado   em
demissões   em   grande   escala  (CARLSSON-SZLEZAK;   REEVES;   SWARTZ,
2020). A economia contemporânea experimentou repercussões sérias devido à
pandemia,   desencadeando   efeitos   em   cascata   em   um   sistema   econômico
profundamente interconectado  (BRODEUR  et al., 2021). Tais   desdobramentos
abrangem empresas de diversos setores; o surto levou à insolvência de diversas
entidades, e marcas renomadas enfrentaram desafios consideráveis em meio à
crise   instaurada  (DONTHU;   GUSTAFSSON,   2020).   Estima-se   que
aproximadamente   195   milhões   de   posições   de   trabalho   foram   eliminadas
(GARCÍA-SÁNCHEZ;   GARCÍA-SÁNCHEZ,   2020),   acarretando   graves
consequências sociais. 
Em particular, pequenas empresas em segmentos como hotelaria, varejo,
serviços pessoais, entretenimento e artes foram as mais prejudicadas (BELITSKI
et   al.,   2022),   em   contrapartida   as   empresas   utilizaram   as   tecnologias   e
responderam   rapidamente   ao   mercado   com   inovação   nos   processos   e   nos
produtos. O setor de mídia e entretenimento promoveu um destaque notável na
audiência, particularmente no  streaming  de vídeo e na prática de jogos online,
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catalisando, consequentemente, o consumo e a comercialização de dispositivos
eletrônicos e smartphones. Paralelamente, o domínio educacional possivelmente
inovou   nas   metodologias   de   ensino   e   desenvolvimento   de   novos   produtos
pedagógicos (SEETHARAMAN, 2020). 
Diante de um contexto tão desafiador, torna-se imperativo entender os
matizes da resiliência, visto que as empresas que superaram maior resiliência se
mostram mais aptas a enfrentar o período subsequente à pandemia (BRYCE et
al.,   2020).   A   resiliência   é   caracterizada   pela   habilidade   de   manter   a
operacionalidade.  Ao   longo   de  períodos   de   crise,  relatou-se  um   aumento   na
investigação sobre resiliência, identificando diversos conceitos associados, tais
como resiliência empresarial, organizacional e empreendedora  (CHHATWANI  et
al., 2022; GIANIODIS et al., 2022; HADJIELIAS; CHRISTOFI; TARBA, 2022). No
entanto, ao direcionar a análise para as pequenas empresas, onde proprietário-
gestor,   percebe-se   o   impacto   direto   que   este   teve.   Em   muitos   cenários,   o
proprietário-gestor foi o agente central que implementou estratégias e se adaptou
rapidamente diante dos desafios apresentados pela pandemia  (CHHATWANI  et
al.,   2022).   Esse   papel   foi   importante   para   a   sobrevivência   e   inovação   das
empresas, especialmente considerando a relevância das pequenas empresas na
economia global, e mais notavelmente nas nações em desenvolvimento. Esse
contexto nos convida a revisitar o conceito de resiliência do indivíduo, com o
intuito de explorar, junto aos proprietários-gestores. 
As organizações podem ser compreendidas como sistemas complexos,
compostos por diversos componentes que interagem em um ambiente dinâmico.
Este ambiente, sujeito a alterações frequentes, coloca em xeque a sobrevivência
empresarial de forma contínua (CHHATWANI et al., 2022). Muitas empresas, por
sua vez, apresentam uma capacidade notável de adaptação, reconfigurando-se
em   resposta   às   variações   ambientais   que   enfrentam.   Adaptar-se   e,   mais
importante,  superar as adversidades emergentes é essencial para o  sucesso,
crescimento   e   inovação  (HADJIELIAS;   CHRISTOFI;   TARBA,   2022).   Esta
adaptabilidade promove o desenvolvimento de soluções inovadoras e uma busca
incessante   por   competitividade,   especialmente   em   ambientes   que   são
simultaneamente   desafiadores   e   mutáveis.   É   interessante   observar   que,   em
momentos   de   crise,   em   contextos   adversos,   evidencia-se   a   importância   da
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capacidade de adaptação, sustentação e resistência das organizações diante de
crises e ambientes contraditórios. Essa habilidade de se manter eficaz frente a
situações   mutáveis   e  adversárias   é   conceituada   como   resiliência,   sendo
entendida  como   a  capacidade   de   um   sistema  ou   organização  de   perseverar
diante de contradições e desafios (CUMMING et al., 2005).
A resiliência se manifesta de maneira mais saliente em contextos de crise.
Sem esta capacidade adaptativa, as manifestações de superação permaneceram
submersas.   A   estabilidade   do   sistema   está   comprometida   quando   há   uma
transição para um novo paradigma (CUMMING et al., 2005). Predominantemente,
a   literatura   científica   aborda   a   resiliência   no   âmbito   organizacional,   com   um
enfoque   específico   na   resiliência   empreendedora  (SANTORO  et   al.,   2021;
SHEPHERD; SAADE; WINCENT, 2020). Contudo, diante da crise desencadeada
pela COVID-19 e da crucialidade das pequenas empresas no tecido econômico, a
figura do proprietário-gestor emerge como objeto central de investigação. Esse
agente, imerso em uma série de dilemas decorrentes da  pandemia, não teve
apenas sua resiliência pessoal testada, mas também teve que tomar decisões de
grande   impacto   para   sua   equipe.   Uma   conjuntura   adversária,   marcada   por
pressões tanto físicas quanto psicológicas, serve como um terreno propício para
aprofundar o entendimento da resiliência individual. Além disso, este estudo visa
elucidar   como   as   estratégias   de   inovação   e   sobrevivência   obrigatórias   pelo
fundador de pequenas empresas influenciam sua equipe, família e comunidade.
O conceito de resiliência tem sido extensivamente debatido na literatura,
com estudos que remontam desde o século XIX até os dias atuais  (JACKSON;
FIRTKO;   EDENBOROUGH,   2007).   Esse   conceito   abrange   características   e
origens de áreas tão  diversas quanto à física  e à  psicologia comportamental.
Fundamentalmente,   a   resiliência   refere-se   à   capacidade   de   um   indivíduo   ou
entidade adaptar-se a situações extremas, demonstrando resistência a influências
externas adversárias. Ao longo da vida, os indivíduos frequentemente enfrentam
desafios e adversidades. Pesquisas indicam que, pelo menos uma vez na vida,
uma pessoa estará exposta a um evento potencialmente traumático (BONANNO;
MANCINI, 2008). As respostas a tais eventos variam significativamente entre os
indivíduos: enquanto algumas respostas de maneira adversa, outros apresentam
respostas   positivas.   Essa   divergência   nas   respostas,   particularmente   a
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capacidade de manter uma postura positiva diante de traumas, direcionando a
atenção para o estudo da resiliência psicológica. Esse campo busca compreender
os motivos pelos  quais certos indivíduos prosperaram apesar das adversidades
que enfrentaram (FLETCHER; SARKAR, 2013).
A investigação sobre a resiliência individual tem atraído cada vez mais
pesquisadores  (CHHATWANI  et al.,  2022;   HADJIELIAS;  CHRISTOFI;   TARBA,
2022). Embora sejam confrontados com adversidades, características específicas
têm   sido   identificadas   nos   indivíduos,   incluindo   temperamento,   autoestima,
capacidade  de planejamento  e  um  ambiente de  apoio intra e extrafamiliar.  O
estudo da resiliência tem experimentado uma evolução em sua perspectiva. No
início dos anos 1990, a ênfase residia em identificar os fatores protetores que
caracterizavam um indivíduo resiliente. Com o avanço do tempo, expandiu-se o
escopo de análise, abrangendo a resiliência empresarial, educacional, militar, no
desempenho esportivo e nas comunidades. Estes variados domínios de estudo
ressaltam o desafio inerente à conceituação da resiliência. Diversos estudos têm
buscado sintetizar e unificar, mesmo que de forma abrangente (CHAUDHARY et
al., 2024; SU; JUNGE, 2023; TAGLIAZUCCHI et al., 2023).
A etimologia da palavra “resiliência” remonta ao termo latino resilire, que
significa “saltar para trás” (FLETCHER; SARKAR, 2013). Originalmente associado
aos domínios da ciência e da matemática, o conceito foi posteriormente aplicado
ao estudo dos seres humanos, principalmente no campo da psicologia. Nesse
contexto,   diversas   definições   foram   propostas,   uma   das   quais   se   refere   à
resiliência como os fatores que modificam, intensificam ou alteram a resposta de
um  indivíduo às ameaças ambientais que poderiam  levar  a desenvolvimentos
desadaptativo (RUTTER, 1987).
Embora existam inúmeras definições para a palavra “resiliência”, há um
consenso   entre   os   estudos   de   que,   para   caracterizar   resiliência,   tanto   a
adaptação quanto a adaptação positiva devem estar presentes. Frequentemente,
a resiliência está associada à  ideia de adversidade, que é, em grande parte,
interpretada em um contexto negativo. No entanto, algumas pesquisas sugerem
que a resiliência pode estar relacionada a eventos positivos. Por exemplo, uma
promoção no trabalho, que não é tradicionalmente vista como uma adversidade,
pode refletir a habilidade de um empresário em se adaptar e superar desafios
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para alcançar tal reconhecimento. Para uma compreensão mais precisa desse
conceito, é imperativo considerar fatores socioculturais ao analisar a adaptação
do indivíduo diante de eventos traumáticos (SU; JUNGE, 2023).
Dentro da perspectiva da resiliência psicológica, isso é entendido como
um   traço   de   personalidade   que   abriga   características   adaptativas   face   às
situações com as quais o indivíduo se confronta (CHHATWANI et al., 2022). No
entanto, tal resiliência não é estática, sendo mais especificamente conceituada
como um processo em constante evolução. A interação com o ambiente é crucial
para a compreensão da resiliência, considerando que o indivíduo está inserido
nesse  contexto.  Considerando os  diversos  conceitos  associados   à resiliência,
percebemos que estes, por vezes, não são conclusivos. É o contexto e os fatores
ambientais   que   determinarão   a   aplicação   mais   detalhada   do   conceito.   A
resiliência   pode   ser   segmentada   em   dois   domínios   principais:   psicológico   e
fisiológico.  A   resiliência  fisiológica  refere-se  à  maneira  como   nosso  corpo  se
adapta  a diferentes  ambientes,  especialmente  em  situações  de  estresse.  Por
outro lado, a resiliência psicológica está vinculada à habilidade do indivíduo de
superar adversidades de maneira positiva (CHHATWANI et al., 2022).
A adversidade é descrita como um estado de dificuldade e sofrimento,
frequentemente   associado   a   um   evento   trágico  (JACKSON;   FIRTKO;
EDENBOROUGH,   2007).   O   conceito   de   resiliência   psicológica   refere-se   ao
estudo   da   capacidade   dos   indivíduos   de   suportar   ou   prosperar   diante   das
pressões que enfrentam ao longo da vida  (FLETCHER; SARKAR, 2013). Mais
especificamente, destaca a habilidade de uma pessoa de prosperar em meio ao
risco e adversidade (KONG et al., 2015).
O   foco   dos   estudos   sobre   resiliência   psicológica   se   volta   para   o
desempenho de pequenas empresas diante de cenários adversos, como crises
econômicas, desastres naturais e pandemias, tal como causados pelo COVID-19.
Tais contextos têm evidenciado a habilidade dessas empresas em adaptar-se e
aprender, demonstrando sua resiliência (BATTISTI et al., 2019), a capacidade do
indivíduo, especialmente do proprietário-gestor, de aprender e tomar decisões em
cenários   adversos   evidencia   a   resiliência   das   pequenas   empresas.   Essas
organizações se destacam pela aprendizagem ágil em situações desafiadoras,
especialmente quando comparadas às grandes empresas (BATTISTI et al., 2019).
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ANÁLISE DO PROCESSO DE RESILIÊNCIA DAS PEQUENAS EMPRESAS DURANTE O COVID-19
A aplicação do conceito de resiliência psicológica em pequenas empresas
ganha destaque, especialmente em cenários adversos como o provocado pela
COVID-19.   Estas   organizações   promoveram   uma   capacidade   notável   de
adaptação,   evidenciando-se   como   surpreendentemente   resilientes.   Um   fator
crucial  para   que   essa   resiliência   tenha  sido   a  capacidade   de  aprendizagem.
Comparativamente,   as   pequenas   empresas   possuem   uma   vantagem   de
adaptação rápida em relação às grandes corporações, o que tem contribuído para
o aprimoramento de seu desempenho ao longo dos anos (VOSSEN, 1998).
A aprendizagem, em sua origem, inicia sempre do nível individual. Neste
contexto, o gestor de pequenas empresas desempenha um papel crucial, visto
que as estratégias e ações de aprendizagem emanaram primordialmente dele
(DEAKINS et al., 2012). A postura e orientação das obrigações pelo proprietário-
gestor são determinantes para a habilidade da empresa em enfrentar cenários
variados, ressaltando a importância da busca constante por informações e do
aprimoramento   contínuo.   Quando   os   gestores   se   envolvem   ativamente   em
atividades de aprendizagem, eles assimilam recursos baseados em conhecimento
que   são   essenciais   para   elaborar   novas   soluções   de   negócios,   métodos   de
produção e abordagens para resolver problemas (BATTISTI et al., 2019). Neste
artigo,   enfatizaremos   a   relevância   da   resiliência   individual,   apresentando
evidências   tanto   positivas   quanto   negativas   sobre   a   resiliência   de   pequenas
empresas em situações adversas. Será examinado como as decisões tomadas
pelos gestores influenciando essas empresas e os consequentes impactos, com
especial atenção ao contexto da pandemia da COVID-19.
3 MÉTODOS DA PESQUISA
A pesquisa  está  estruturada em  uma  pesquisa  qualitativa  que é  mais
adequado para o estudo comportamental das pequenas empresas, além disso o
estudo qualitativo transversal é importante para estudo frequentemente utilizado
para identificar mudanças em um único ponto para realizar a análise de diferentes
variáveis como o estudo da resiliência psicológica ao estudar os proprietários das
pequenas empresas. 
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A pesquisa qualitativa foi aplicada pois um objetivo comum dessa forma
de   pesquisa   busca   a   compreensão,   particularmente   em   área   como   poucas
pesquisas   aplicadas   para   o   tema,   a   busca   de   coleta   com   uma   abordagem
construcionista, onde os relatos individuais de significados e experiências como
socialmente construídos e não apenas como um simples relato (KERR; NIXON;
WILD, 2010).
A pesquisa qualitativa é a mais adequada para responder questões do
tipo “Como” ao invés de “Quantos” (PRATT, 2009), buscando entender a visão da
perspectiva dos informantes. Além disso estudos transversais foram aplicados
onde, com as entrevistas pudéssemos melhor captar informações sobre como a
atitude do proprietário promoveu a resiliência das pequenas empresas durante a
pandemia do COVID-19. 
Foi realizado pesquisa com objetivo de levantar informações relevantes
como   indivíduos,   como   modelo   de   negócios   que   foram   criados   antes   e
permaneceram em funcionamento, sobre a saturação das teóricas, entendemos
que   ocorre   quando   nenhuma   informação   nova   é   obtida   a   partir   de   dados
qualitativos   adicionais  (KERR;   NIXON;   WILD,   2010),   alcançamos   assim   a
saturação teórica. 
O estudo desenvolveu pesquisa com proprietário de pequenas empresas
varejistas nos segmentos de eletrônicos e smartphones na cidade de Manaus/AM
durante o período de agosto a setembro de 2023. Realizamos entrevista com 5
gestores   de   pequenas   empresas,   foram   entrevistas   semiestruturadas,   em
profundidade e presencial com os gestores. 
Todos os envolvidos foram previamente informados sobre o objetivo da
entrevista,   que   foram   gravadas   e   transcritas.   Foi   utilizado   um   questionário
semiestruturado como base com o objetivo de guiar as entrevistas em prol ao
objetivo da pesquisa permeando nos seguintes itens, (1) informações gerais sobre
os  proprietários-gestores   individuais   e   breve   descrição   dos   seus   modelos   de
negócio. (2) dados sobre a empresa. (3) Dados de como estava a empresa antes
da pandemia. (4) Situação da empresa imediata durante a pandemia. (5) Quais
foram os impactos da pandemia na empresa. (6) Quais impactos da pandemia
nas vendas da empresa. (7) Estratégias utilizadas para enfrentar a pandemia. (8)
Fluxo de caixa e fatores agravantes durante a pandemia e como enfrentou essas
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adversidades.   (9)   Para   o   gestor   qual   seria   o   conceito   de   resiliência.   (10)
Mudanças   geradas   pelo   gestor   para   enfrentar   a   pandemia.   (11)   Utilizou   de
tecnologia ou de ferramentas digitais utilizadas como enfrentamento a pandemia.
(12) Se houve alguma busca externa para enfrentamento as dificuldades geradas
pela   pandemia.   (13)   Redes   de   contatos.   (14)   Valores   fundamentais   que
influenciaram nas decisões da empresa. (15) Como as equipes responderam aos
desafios. (16) Lições e perspectivas para o futuro da empresa pós-pandemia. 
As pesquisas foram inicialmente feitas teste com 3 integrantes onde as
entrevistas   foram   conduzidas   e   aplicando   melhoria   para   as   entrevistas   em
definitivo,   após   os   testes,   agendamos   como   os   gestores-proprietários   das
pequenas empresas, sendo 4 homens e 1 mulher, faixa de idade de 25 a 37 anos.
Seus estabelecimentos todos iniciaram as atividades antes da pandemia COVID-
19, as entrevistas ocorriam durante em média de 20 a 40 minutos. Aplicamos um
questionário semiestruturado para obter as informações dos entrevistados.
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO
O   estudo   coletou   dados   para   fundamentar   análises   do   processo   de
resiliência das pequenas empresas  durante o   COVID-19.  Após as entrevistas
reforçamos informações que relacionem em que medida o processo de resiliência
impactou   as   pequenas   empresas   no   cenário   do   COVID-19.   Realizando   uma
revisão literária de artigos que referenciam a importância do estudo da resiliência
psicológica, voltando a atenção para proprietário-gestor.
Certo   que   a   pandemia   COVID-19   causou   sérios   danos   ao   equilíbrio
econômico global, o avanço repentino do vírus gerando um efeito negativo por
todo o mundo. As medidas que os países tomaram para frear, ou até mesmo
“ganhar tempo” para enfrentar o vírus, resultou no confinamento de milhares de
pessoas,   sendo  o  isolamento   da   população,  uma  ação  utilizada   em   diversos
países, como a solução inicial para o enfrentamento a proliferação viral, mesmo
sem ter a real noção dos impactos econômicos e sociais que acarretaria. Com as
medidas de confinamento, a reação em cadeia pegou o mundo que já enfrentava
um   choque   devido   milhares   de   pessoas   que   faleceram,   causando   pânico   e
afetando   a   saúde   mental,  gerando   insegurança   e  apresentou  um   cenário  de
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instabilidade. Empresa fechando, demissões em massa, incerteza no mercado,
dava sinais de que o pior ainda estava por vir.
Mediante ao ocorrido a resiliência vem como importante objeto de estudo,
visto que antes da pandemia COVID-19, o mundo já havia enfrentado situações
caóticas e a capacidade de perseverar as adversidades como um conceito de
resiliência, demostra traços a serem estudados visto que mesmo diante de tais
situações houve sim exemplos de rápida adaptação e novas formas de atuação
no contexto das pequenas empresas, na figura do proprietário-gestor.
Evidências que a pandemia causou temor e abalou psicologicamente os
proprietários fica claro ao expressar:
“Nessa época, tipo assim, era... A única coisa que pegou assim pra mim
foi na época da saúde mental” (Entrevistado 1).
A pandemia afetou a mente, o isolamento, a distância das pessoas do seu
círculo de amizade e para alguns proprietários-gestores a distância da família os
deixou muito debilitado e sendo um fator preocupante, já que a sua saúde estava
em jogo, logo o funcionamento da empresa. 
“É, confinamento, que, tipo, minha família não mora aqui, aí a gente fica
preocupado com eles no interior...” (Entrevistado 1).
A preocupação com a vida foi apresentada como um fator estressante
durante esse período, a doença e a falta de medidas de combate por ser um vírus
foi   um   dos   fatores   mais   apontados   como   um   dos   principais   pontos   de
adversidade, difíceis de serem superados.
“Cara, a parada é que eu percebi... Não tem nada a ver com a empresa.
Percebi   que   a   vida,   pra   acabar,   é   muito   fácil,   mano.   É   um   sopro”
(Entrevistado 2).
Relatos de pessoas próximas, parentes perdendo a vida deixou abalado e
para os proprietários-gestores, que são os tomadores de decisão das pequenas
empresas,   foi   um   dos   apontamentos   que   levaram   a   repensar   sobre   o
funcionamento   das   empresas   já   que   a   vida   passou   a   ser   mais   valorizada
mediante a tal cenário. A COVID-19 levou a vida de milhares de pessoas.
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Mesmo   diante   as   situações   traumáticas   e   desafiadoras   os   traços   de
resiliência foram apresentados em todos os relatos dos entrevistados, mesmo
com   todo   o   abalo   psicológico   os   proprietários-gestores   superaram   tais
dificuldades.   Mesmo   com   o   isolamento   social   houve   uma   mudança
comportamental, uma mudança rápida como forma de resiliência, ainda mais no
mercado   de   eletrônicos   e  smartphones,   os   pequenos   proprietários   viram   a
necessidade e usaram isso ao seu favor.
“Ela   não   afetou.   Não   afetou.   Na   verdade,   melhorou.   A   gente   já
trabalhava   com   entrega   só   no   virtual   e   melhorou.   Aumentou   a
quantidade de clientes querendo comprar” (Entrevistado 3).
As vendas online geraram uma demanda nova. A rápida adaptação e a
capacidade de aprendizado do proprietário das pequenas empresas demostram
que a resiliência foi determinante para o sucesso de alguns modelos de negócios
que não sofreram mediante a crise, isso de forma surpreendente. As empresas
parecem   ter   aprendido   a   sobreviver   à   crise   desenvolvendo   capacidades
inovativas como observado por Kyrdoda et al. (2023).
“Se duvidar até melhor que hoje” (Entrevistado 3).
Os gestores de pequenas empresas do segmento varejista de venda de
iPhones viveram um “boom” durante o período da pandemia, o número de cliente
que através das rescisões das empresas, incentivo que os que mantiveram no
mercado, as empresas tiveram que adaptar muitos funcionários a trabalharem em
suas residências, investindo em equipamentos, no caso  smartphone  e  tablets,
além  de  que  muitos receberam auxílio emergencial  do governo federal assim
usavam  esses  valores e compravam  smartphones. Esses resultados parecem
refletir   as   mudanças   no   uso   de   dispositivos   móveis   conforme   relatado   por
Katsumata et al. (2022).
“Usava o auxílio para comprar iPhone. Noiado aqui na rua, que nunca
trabalhou   na   vida   e   recebia   600   contos.   [..]   Moleque,   faziam   festa,
churrascada   aí,  eu acho   que  eles estavam  nem   preocupados  com  a
pandemia, não” (Entrevistado 4).
“O pessoal começou a receber aquele auxílio e queria comprar iPhone.
Queria gastar com iPhone” (Entrevistado 3).
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“É, muita gente aí, também muita gente que pagava com dinheiro que o
governo liberou o  auxílio  emergencial, muita   gente comprou, usava o
auxílio emergencial pra pagar. Pra comprar” (Entrevistado 1).
Os gestores viram a oportunidade e atuaram rapidamente ofertando o que
o   mercado   exigia,   isso   demostra   que   a   capacidade   de   estar   atento   as
oportunidades do mercado, foi um fator importante, demostra que a resiliência
destes  foi   fundamental, mesmo  mediante a   fatores   contrários  os  proprietários
realizaram a leitura do mercado e se adaptaram para atender a demanda. Ou
seja, a percepção dos empreendedores no desempenho que a tecnologia estava
tendo   durante   a   pandemia  (JONNATAN  et   al.,   2022).   Suas   ações
empreendedoras têm ligação direta com aspecto de resiliência, onde um indivíduo
com características empreendedoras desenvolve meios de estarem a frente no
mercado, as características resiliente são amplamente expostas, onde superar
desafios   e   se   adaptar   ao   meio   como   uma   importante   característica
empreendedora.
Identificamos que a resiliência do proprietário-gestor, a do indivíduo, está
alinhado  a  forma   de   se   manter  competitivo  e   a   adaptação  rápida  realizando
mudanças onde seu negócio tende a crescer mediante ao cenário imposto pela
pandemia,   verifica-se   a   ligação   a   resiliência   empreendedora,   os   traços   da
resiliência   psicológica   do   indivíduo,   as   características   apresentadas   pelos
entrevistados, a capacidade de aprendizagem, onde os gestores aumentam suas
bases de conhecimento, aprendem com as dificuldades encontradas e melhoram
seus   desempenhos,   melhorando   sua   própria   capacidade,   aumentando   suas
competências,  ajustam e  formulam estratégias aliviando  os impactos da  crise
estabelecendo   bases   para   o   desenvolvimento   de   suas   atividades
empreendedoras.
A resiliência empreendedora é uma extensão da resiliência psicológica ao
campo   do   empreendedorismo   e   é   um   processo   de   adaptação   que   apoia   a
capacidade   dos   empreendedores   de   se   recuperarem   diante   a   dificuldades   e
desafios, essa resiliência aumenta a capacidade dos empreendedores de adaptar
seus negócios em constante mudança a se manterem diante a choques internos e
externos, identificando oportunidades e lidarem como desafios. Identificamos que
a resiliência individual está diretamente ligada a resiliência empreendedora, ao
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relatarem que em diversos casos o proprietário-gestor viu a situação como forma
de oportunidade.
“Cara, eu trabalhava numa outra empresa, sou engenheiro eletricista. É,
sou engenheiro eletricista, e trabalhei cinco anos numa outra empresa,
durante   o   meu   período   de   estudo   e   aí   trabalhava   e   à   noite   fazia
faculdade.   Tinha   um   dinheiro   parado,   e   tinha   feito   um   curso   de
importação na época, e aí comecei. Comprei o primeiro e vendi. Durante
a pandemia, é. Porque foi bem no início mesmo, porque na época eu
estava  em casa do trabalho, né? Estava em casa do trabalho, aí eu
trabalhava ali, mantinha meus pedidos normais” (Entrevistado 5).
As situações de instabilidade geraram desconfiança durante o período do
isolamento, a incerteza de como se manter, criou a necessidade de buscar uma
renda   extra,   estes   proprietário-gestores,   vendo   que   o   seu   pequeno   negócio
estava dando retorno fez com que algo que aparentemente estava em crise torna-
se   projeto   fundamental   para   seu   crescimento,   escape   e   solução   para   seus
problemas e incertezas financeiras.
“A questão do empreendedorismo ali estava mais pra uma renda extra
mesmo, né? E aí... Só que aí foi ficando mais difícil a minha situação. E
eu tinha muita base do que eu aprendi lá, né? Já fazia muita coisa além
do que eu fazia, do que era a minha disciplina. E aí chegou um belo dia
que   eu...   Já   estava...   Já   tinha   crescido.   Estava   vendendo   bem”
(Entrevistado 5).
“no começo, eu vendia perfume. Só que aí, no meio da pandemia, eu
achei que ia parar, porque estava muito complicado. Mas aí, em agosto,
eu comecei  a vender iphone, abri uma loja no Instagram   e deu tudo
certo. Foi de show bola” (Entrevistado 1).
“Eu fazia odonto. Sou formado. E aí eu pensei, pô, bicho, acho que não
vou querer vir aqui. Seguir essa área, não. Aí comecei a ver o que tava
em alta, né?” (Entrevistado 2).
“E   a   gente   começou   em   2018,  na   época   eu   trabalhava   de   carteira
assinada  e  tal,   daí  chegou  o  final  do   ano,  já  tava  surtando   do   meu
trabalho, peguei o décimo terceiro, comprei um iPhone. A gente vendeu
um iPhone, comprou mais dois, vendeu os dois, comprou três, e assim
foi indo. Desde 2018 a gente tá aqui. Quando foi em 2020 eu saí do meu
emprego e a gente focou somente nas vendas de iPhone” (Entrevistado
4).
Vários estudos indicam que a resiliência empreendedora está relacionada
ao processo de superação das adversidades contemporâneas  (CHHATWANI  et
al.,   2022;   HEDNER;   ABOUZEEDAN;   KLOFSTEN,   2011;   MARCAZZAN,
CAMPAGNOLO; GIANECCHINI, 2022; PURNOMO et al., 2021; WILLIAMS et al.,
2017).
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O  ímpeto   individual  por   melhorias   no  bem-estar  gerou  iniciativas   que
levaram os empresários a saírem de sua zona de conforto, especialmente durante
uma pandemia. Esse intervalo temporal foi marcado por decisões significativas
que não apenas influenciaram a vida dos proprietários, mas também fortaleceram
seus empreendimentos.  Para muitos  entrevistados,  suas  pequenas  empresas,
anteriormente vista como uma fonte de renda secundária, ganhou proeminência e
tornaram-se  primordiais   diante  das  incertezas   e  desafios enfrentados.  Mesmo
com  atividades principais  pré-existentes,  a alteração do cenário fez com que,
amparados  por  sua  resiliência,  a  despeito  de   muitos  já  possuírem atividades
principais, o cenário em mudança, aliado à sua resiliência inerente, os levou a
confiar em suas habilidades e a investir no desenvolvimento de seus negócios. A
experiência enfrentada pelos proprietários de pequenas  empresas, provou ser
determinante para o sucesso de seus empreendimentos no contexto da pandemia
COVID-19. Em resposta aos desafios emergentes, estratégias foram delineadas,
enfatizando   especialmente   a   realização   de   transações   online   via   aplicativos
móveis e transações sem contato físico. Esta tendência proporcionou uma janela
de oportunidade notável para o mercado de smartphones, que experimentou um
crescimento robusto nesse período. De acordo com dados de um renomado portal
de estatísticas, o número total de usuários de smartphones superou a marca dos
760 milhões até o término de 2021 (SHARMA; RAUTELA, 2022).
Outro fator identificado nos relatos realizados diz a respeito do fluxo de
caixa, o fator financeiro foi algo que impactou  bastante durante o período da
pandemia, o equilíbrio financeiro é fundamental para a boa saúde das pequenas
empresas, ainda mais quando os recursos são vitais para manutenção das suas
famílias, o aumento das dívidas e a falta de fomento por parte governamental
aumentaram mais ainda a preocupação dos proprietários. Nossos resultados vêm
ao  encontro da necessidade   de uma  gestão adequada  do  fluxo de   caixa,  os
relatos confirmam que ocorreu uma queda significativa na demanda inicialmente o
que impactou nas pequenas empresas conforme observado por  Ramli e Yekini
(2022).
“Porque... Caixa da empresa é aqui. É o que não se mexe. É o capital. E
lá nunca tive essa, pô. Tirava do capital pra pagar uma conta. Conta
pessoal e trabalhava  junto.  Misturava tudo.  Não  tinha  muita  projeção
nem planejamento. Só tinha força de vontade mesmo” (Entrevistado 3).
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A   questão   financeira   foi   um   dos   pontos   de   maior   preocupação   dos
gestores, a falta de controle e gestão das finanças, a falta de oferta de crédito
para a manutenção dos seus negócios ainda mais difícil por serem pequenas
empresas, demostram o quanto tiveram que ser resilientes para a sobrevivência
de suas empresas.
“A questão financeira. Quando a gente quebrou, pô.” (Entrevistado 2).
“As   dívidas,   mano.   O   descontrole   financeiro   daqui.   De   construir,  de
investir, na verdade, né? De acreditar, mas aí... Os investimentos se
misturavam com o custo de vida pessoal. Aí o cara fica meio balançado
aqui. Isso aqui eu gastei muito” (Entrevistado 3).
Mesmo diante a tais situações a questão familiar é exposta como um fator
de   auxílio   durante   o   período   de   adversidade,   a   família   atua   diretamente   na
manutenção   e   no   fomento   para   manter   o   negócio   em   condições   de
funcionamento,   por   se  tratar  de   algo   que   é  comum  para   a   sobrevivência,   o
coletivismo resulta na ajuda ao proprietário-gestor. 
“Eu tive uma ajuda do meu pai, e ele segurou as contas.” (Entrevistado
2).
“Meu   pai   me   ajudou   muito,   sinceramente.   Nesse   sentido,   ele   me
prestava, eu fazia compra, vendia e depois...” (Entrevistador 4).
Identificamos a importância do membro das famílias, o uso de recursos da
família é de suma importância para a sobrevivência das empresas familiares em
situações   difíceis,   demostra   o   papel   do   gestor   em   captar   recursos   para   a
manutenção dos negócios.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo buscou   realizar  uma análise do  processo  de resiliência   das
pequenas   empresas,   apresentamos  insight  através   de   relatos   de   pequenas
empresas do segmento de venda de smartphones, e de que forma o processo de
resiliência durante a pandemia COVID-19 impactou nas pequenas empresas. A
pandemia da COVID-19 trouxe impacto devastador para o mundo, causando a
morte de milhões e causando desequilíbrio na economia global, medidas para
conter   a   disseminação   causaram   um   grande   confinamento,   prejudicando,
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principalmente, o setor de serviços e afetando mais intensamente pequenas e
médias empresas em comparação com grandes corporações. 
A   crise   exaltou   as   disparidades,   especialmente   em   países   em
desenvolvimento.   Apesar   dos   desafios,   a   resiliência   e   a   adaptabilidade
mostraram-se   cruciais   para   a   sobrevivência   dos   negócios.   Estudos   sobre   a
resiliência   psicológica   foram   o   objeto   principal   desse   estudo.   A   resiliência
psicológica   e   as   decisões   adotadas   frente   às   incertezas   podem   ser   fatores
cruciais   para   a   continuidade   e   sucesso   de   um   empreendimento.   Durante   o
período pandêmico, certos modelos de negócios demonstraram capacidade de
inovação e adaptação, alcançando resultados positivos mesmo em um contexto
amplamente desfavorável.
Ao analisarmos as informações obtidas através das entrevistas com os
proprietários das pequenas empresas podemos pontuar que os fatores adversos
que a pandemia causou afetou a estima e a parte física e principalmente mental
dos indivíduos, a demonstração que a resiliência foi fundamental na mudança de
atitudes, gerando atitudes positivas, para superação das situações de choques
enfrentados,   a   resiliência   psicológica,   onde   pessoas   mais   motivadas,   com
pensamentos favoráveis, tem sua relevância na sobrevivência do indivíduo e no
caso dos negócios dos proprietários.
O  empreendedorismo e  a resiliência estão profundamente interligados,
especialmente   em   tempos   exigidos   como   os   impostos   pela   pandemia.   A
capacidade   de   um   indivíduo   empreendedor   de   demonstrar   resiliência   -   uma
extensão   da   resiliência   psicológica   –   é   evidente   na   forma   como   os
empreendedores enfrentam adversidades, adaptam-se e crescem no mercado. 
A   pesquisa   indica   que   traços   resilientes,   como   a   capacidade   de
aprendizado   e   adaptação,   são   essenciais   para   que   os   gestores   aliviem   os
impactos das crises e estabeleçam estratégias robustas para o crescimento de
seus empreendimentos. Esta adaptabilidade não apenas sustenta os negócios em
tempos de mudança, mas também permite que os empreendedores identifiquem
oportunidades   emergentes   em   meio   aos   desafios.   Fatores   financeiros   foram
apontados   como   um   dos   pontos   que   mais   preocupou   os   proprietários   das
pequenas  empresas  e  podemos  relacionar  que  a  importância  da  relação  dos
membros da família é inegável. A utilização de recursos familiares é crucial para a
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continuidade   das   empresas   familiares   em  cenários   adversos,   evidenciando   o
papel   decisivo   do   gestor   na   mobilização   desses   recursos   para   sustentar   o
negócio.
Para   futuras   pesquisas   podemos   realizar   uma   pesquisa   qualitativa
longitudinal   analisando   os   proprietários-gestores   das   pequenas   empresas   e
realizar comparações de informações atualmente obtidas cruzando dados para ter
uma análise da evolução financeira das empresas frente a atitudes resilientes dos
proprietários, verificar se houve aumento do número de funcionários e apontar
características citadas nesse estudo em comparando as informações a fim de
compreender melhor os impactos da resiliência na vida dos proprietários e da
empresa.
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