ANÁLISE DO PROCESSO DE RESILIÊNCIA DAS PEQUENAS EMPRESAS
DURANTE O COVID-191
ANALYSIS OF THE RESILIENCE PROCESS OF SMALL BUSINESSES
DURING COVID-19
ELY ANDREWS COSTA DE OLIVEIRA
Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
E-mail: elyandrews@gmail.com
JONAS FERNANDO PETRY
Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
E-mail: jonasfernandopetry@gmail.com
CRISTIANE DO NASCIMENTO BRANDÃO
Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
E-mail: cristianebrandao@ufam.edu.br
HILMAR TADEU CHAVES
Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
E-mail: hilmar.chaves@ufam.edu.br
Resumo
O estudo tem como objetivo compreender a resiliência de pequenas empresas no segmento de
venda de smartphones durante a pandemia da COVID-19. Esta crise global causou desequilíbrios
econômicos, impactando significativamente na vida das pequenas empresas. Enquanto a
pandemia exaltava disparidades, especialmente em nações em desenvolvimento, a resiliência e a
adaptabilidade emergiram como fatores essenciais para a sobrevivência empresarial. Ao analisar
entrevistas com proprietários de pequenas empresas do segmento de smartphones na cidade de
Manaus, observamos que a resiliência psicológica desempenhou um papel importante na
superação de adversidades. Empreendedorismo e resiliência revelaram-se profundamente
conectados, com empreendedores demonstrando uma capacidade notável de enfrentar desafios e
se adaptar a um mercado em constante mudança. Características resilientes, como aprendizagem
e capacidade de adaptação, provaram ser essenciais para a sobrevivência e crescimento dos
negócios.
Palavras-Chave: Resiliência psicológica, Resiliência de pequenas empresas, Resiliência
empreendedora, Impacto percebido, Efeitos da COVID-19 nas empresas.
ABSTRACT
The study aims to understand the resilience of small businesses in the smartphone sales segment
during the COVID-19 pandemic. This global crisis has caused economic imbalances, significantly
impacting the lives of small businesses. While the pandemic highlighted disparities, especially in
developing nations, resilience and adaptability have emerged as essential factors for business
survival. Analyzing interviews with small business owners in the smartphone segment in the city of
Manaus, we observed that psychological resilience played a crucial role in overcoming adversities.
Entrepreneurship and resilience have proven to be deeply interconnected, with entrepreneurs
demonstrating a remarkable ability to face challenges and adapt to a constantly changing market.
Resilient characteristics, such as learning and adaptability, have proven to be essential for the
survival and growth of businesses.
Key-words: Psychological resilience, Small business resilience, Entrepreneurial resilience,
Perceived impact, Effects of COVID-19 on business.
1 DOI: https://doi.org/10.5935/2763-9673.20230013
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1. INTRODUÇÃO
Ao longo da história, diversas catástrofes e pandemias têm influenciado
diretamente a dinâmica socioeconômica global. Dentre elas, a pandemia da
COVID-19 se manifestou como um desafio sem precedentes. O vírus foi
responsável pela morte de milhões de indivíduos globalmente, alterando de
maneira drástica e abrupta a rotina da população mundial. Até o final de 2021, o
número de mortes atribuídas à doença superou os quatro milhões (BELITSKI et
al., 2022).
Na tentativa de conter a propagação do vírus, medidas restritivas foram
implementadas, conduzindo a cenários de confinamento massivo, com impactos
especialmente severos no setor de serviços, onde a interação física é essencial à
operação. Notoriamente, pequenas e médias empresas, em comparação com
grandes corporações industriais, enfrentam maiores desafios neste contexto.
Em termos econômicos, estima-se que houve uma retração de 2,1% no
PIB global. Nos países desenvolvidos, essa retração foi de 2,5%, enquanto nas
nações de alta renda, a queda foi de 1,9%. De forma mais acentuada, em países
em desenvolvimento, o PIB experimentou declínios que, em determinados casos,
superaram a marca de 6,5%. Além disso, o comércio internacional sofreu com
uma redução de 2,5% em suas exportações (MALISZEWSKA et al., 2020).
No tocante às pequenas empresas, os efeitos da pandemia se mostraram
particularmente devastadores. Tais entidades, dadas a sua natureza e escala,
revelaram-se mais suscetíveis aos desafios econômicos, operacionais e
financeiros do período.
Nos Estados Unidos, estimativas indicam que aproximadamente 54% das
pequenas empresas estavam sob risco imediato ou de longo prazo durante a
pandemia da COVID-19. Esta situação colocou cerca de 48 milhões de empregos
em risco, sendo que 70% dessas empresas eram microempresas com menos de
dez funcionários (MOSSBERGER et al., 2023). Em relação ao encerramento de
empresas, estudos recentes revelaram um aumento significativo nas taxas de
fechamento (AMANKWAH-AMOAH; KHAN; WOOD, 2021; DÖRR; LICHT;
MURMANN, 2022). Para ilustrar, no segundo trimestre de 2019, 4,6% das
pequenas empresas encerraram suas atividades, número que saltou para 8,5%
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no segundo trimestre de 2020. Em contraste, para as grandes corporações, as
taxas de encerramento de 1, 3% no segundo semestre de 2019 para 2,7% no
mesmo período em 2020.
A pandemia intensificou as desigualdades globalmente, com países em
desenvolvimento sendo desproporcionalmente afetados (MALISZEWSKA et al.,
2020). No contexto brasileiro, houve uma retração de 9,7% no PIB no segundo
trimestre de 2020. Além disso, no início de 2020 registrou uma taxa de
desemprego de aproximadamente 13%. Segundo o Ministério da Economia,
houve um aumento de 4,9 milhões de desempregados até maio daquele ano
(Prates e Barbosa, 2020; Richter e Patel, 2022). Adicionalmente, de acordo com o
relatório da OCDE de 2020, as pequenas e médias empresas no Brasil
representavam 62% do emprego (RICHTER; PATEL, 2022)
Entretanto, mesmo com vários de desafios, alguns empreendedores se
destacam. O sucesso neste período adverso esteve muitas vezes atrelado à
habilidade dos empreendedores de identificar oportunidades, assumir riscos e
buscar soluções sustentáveis (WAN, 2023). A resiliência psicológica e a
capacidade de adaptação face às incertezas foram determinantes para a
continuidade dos negócios. Empresas que inovaram e se adaptaram durante a
pandemia não superaram desafios, mas também estabeleceram novos
padrões de serviços, inaugurando um “novo normal”. Esta agilidade em adaptar-
se ao ambiente em constante mudança é crucial para superar crises, reforçando a
essência da resiliência na sustentação dos negócios (RATTEN, 2020;
SEETHARAMAN, 2020). Durante períodos de crise, algumas empresas obtiveram
sucesso, e essa frequência está relacionada ao estudo da resiliência
organizacional (IBORRA; SAFÓN; DOLZ, 2020). No contexto da COVID-19, a
resiliência das pequenas empresas tornou-se um foco de investigação,
considerando que os gestores dessas entidades desempenharam um papel
crucial na manutenção e sobrevivência dos seus respectivos modelos de
negócios. Dada essa proximidade entre a estrutura da pequena empresa e as
decisões individuais do gestor, é pertinente analisar a resiliência sob uma ótica
psicológica. O indivíduo, nesse cenário, emerge como o principal objeto de
estudo, pois é intenso e diversificado, exigindo respostas otimizadas tanto físicas
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quanto mentais. Tal demanda foi ampliada pelo ambiente de instabilidade
predominante durante uma pandemia.
O impacto da pandemia na sobrevivência das empresas ressaltou a
importância da busca por informações relacionadas à resiliência, particularmente
à resiliência organizacional em empresas que enfrentam cenários de crise
(IBORRA; SAFÓN; DOLZ, 2020). O foco da presente pesquisa é a resiliência
psicológica, direcionando a análise para os proprietários de pequenas empresas e
explorando o processo de resiliência nessas entidades. Busca-se compreender
em que medida o processo de resiliência que influenciou as pequenas empresas
durante a pandemia. Adotamos uma abordagem qualitativa, investigando clientes
que atuaram em momentos anteriores, durante e após a pandemia. O esforço se
concentrou em discernir o papel dos proprietários nas pequenas empresas e
como sua capacidade de resiliência pode influenciar diretamente a saúde do
negócio (HADJIELIAS; CHRISTOFI; TARBA, 2022). Para tal, monitoramos
proprietários de pequenas empresas varejistas nos segmentos de eletrônicos e
smartphones em Manaus durante os meses de agosto e setembro de 2023.
No encaminhamento deste artigo, será conduzida uma revisão literária,
abordando diversas teorias sobre a resiliência psicológica. Esta revisão será
pautada em uma comparação entre diversos conceitos e estudos sobre a
resiliência aplicada ao contexto da pandemia. Além disso, as análises propostas
serão discutidas e as considerações finais sobre o tema abordado serão
apresentadas.
2. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO
O estudo apresentado por Hadjielias et al. (2022) e outras pesquisas
correlatas (como por exemplo Shafi et al. (2020) e Lu et al. (2020)) objetivaram
compreender os impactos da COVID-19 nas empresas. Essas análises visaram
identificar estratégias bem-sucedidas para a sobrevivência dos negócios em face
da significativa desestabilização econômica global gerada pela pandemia. A
repercussão da COVID-19 na economia mundial foi arrasadora. Conforme o vírus
se espalhava, as autoridades implementaram medidas para conter sua
propagação, políticas de isolamento social, encerramento de instituições
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educacionais, limitações laborais e restrições à mobilidade. Essas ações geraram
impactos econômicos diretos e significativos.
Segundo dados apresentados por Maliszewska et al. (2020), o Produto
Interno Bruto (PIB) global declinou vantajoso, com uma queda de 2% em relação
à linha de base, 2, 5% nos países em desenvolvimento e 1,8% nos países
industrializados. Tais dados econômicos, todavia, o abarcam a dimensão
humana da crise: até o final de junho de 2021, a pandemia havia ceifado a vida
de quatro milhões de indivíduos globalmente (BELITSKI et al., 2022). Os efeitos
adversos na economia, decorrentes da pandemia da COVID-19, estão
diretamente relacionados a choques econômicos. Compreender os canais mais
afetados torna-se essencial na busca por soluções (BRODEUR et al., 2021) à
medida que os mercados caem a riqueza das famílias se contrai, impacto direto
na confiança do consumidor. Este cenário mantém os consumidores reclusos e
cautelosos quanto ao mercado a longo prazo.
Além disso, geraram um impacto significativo na oferta. O avanço do vírus
perturbou a produção e, consequentemente, toda a cadeia de suprimentos. Essa
interrupção levou à paralisação de atividades produtivas e ao resultado em
demissões em grande escala (CARLSSON-SZLEZAK; REEVES; SWARTZ,
2020). A economia contemporânea experimentou repercussões sérias devido à
pandemia, desencadeando efeitos em cascata em um sistema econômico
profundamente interconectado (BRODEUR et al., 2021). Tais desdobramentos
abrangem empresas de diversos setores; o surto levou à insolvência de diversas
entidades, e marcas renomadas enfrentaram desafios consideráveis em meio à
crise instaurada (DONTHU; GUSTAFSSON, 2020). Estima-se que
aproximadamente 195 milhões de posições de trabalho foram eliminadas
(GARCÍA-SÁNCHEZ; GARCÍA-SÁNCHEZ, 2020), acarretando graves
consequências sociais.
Em particular, pequenas empresas em segmentos como hotelaria, varejo,
serviços pessoais, entretenimento e artes foram as mais prejudicadas (BELITSKI
et al., 2022), em contrapartida as empresas utilizaram as tecnologias e
responderam rapidamente ao mercado com inovação nos processos e nos
produtos. O setor de mídia e entretenimento promoveu um destaque notável na
audiência, particularmente no streaming de vídeo e na prática de jogos online,
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catalisando, consequentemente, o consumo e a comercialização de dispositivos
eletrônicos e smartphones. Paralelamente, o domínio educacional possivelmente
inovou nas metodologias de ensino e desenvolvimento de novos produtos
pedagógicos (SEETHARAMAN, 2020).
Diante de um contexto tão desafiador, torna-se imperativo entender os
matizes da resiliência, visto que as empresas que superaram maior resiliência se
mostram mais aptas a enfrentar o período subsequente à pandemia (BRYCE et
al., 2020). A resiliência é caracterizada pela habilidade de manter a
operacionalidade. Ao longo de períodos de crise, relatou-se um aumento na
investigação sobre resiliência, identificando diversos conceitos associados, tais
como resiliência empresarial, organizacional e empreendedora (CHHATWANI et
al., 2022; GIANIODIS et al., 2022; HADJIELIAS; CHRISTOFI; TARBA, 2022). No
entanto, ao direcionar a análise para as pequenas empresas, onde proprietário-
gestor, percebe-se o impacto direto que este teve. Em muitos cenários, o
proprietário-gestor foi o agente central que implementou estratégias e se adaptou
rapidamente diante dos desafios apresentados pela pandemia (CHHATWANI et
al., 2022). Esse papel foi importante para a sobrevivência e inovação das
empresas, especialmente considerando a relevância das pequenas empresas na
economia global, e mais notavelmente nas nações em desenvolvimento. Esse
contexto nos convida a revisitar o conceito de resiliência do indivíduo, com o
intuito de explorar, junto aos proprietários-gestores.
As organizações podem ser compreendidas como sistemas complexos,
compostos por diversos componentes que interagem em um ambiente dinâmico.
Este ambiente, sujeito a alterações frequentes, coloca em xeque a sobrevivência
empresarial de forma contínua (CHHATWANI et al., 2022). Muitas empresas, por
sua vez, apresentam uma capacidade notável de adaptação, reconfigurando-se
em resposta às variações ambientais que enfrentam. Adaptar-se e, mais
importante, superar as adversidades emergentes é essencial para o sucesso,
crescimento e inovação (HADJIELIAS; CHRISTOFI; TARBA, 2022). Esta
adaptabilidade promove o desenvolvimento de soluções inovadoras e uma busca
incessante por competitividade, especialmente em ambientes que são
simultaneamente desafiadores e mutáveis. É interessante observar que, em
momentos de crise, em contextos adversos, evidencia-se a importância da
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capacidade de adaptação, sustentação e resistência das organizações diante de
crises e ambientes contraditórios. Essa habilidade de se manter eficaz frente a
situações mutáveis e adversárias é conceituada como resiliência, sendo
entendida como a capacidade de um sistema ou organização de perseverar
diante de contradições e desafios (CUMMING et al., 2005).
A resiliência se manifesta de maneira mais saliente em contextos de crise.
Sem esta capacidade adaptativa, as manifestações de superação permaneceram
submersas. A estabilidade do sistema es comprometida quando uma
transição para um novo paradigma (CUMMING et al., 2005). Predominantemente,
a literatura científica aborda a resiliência no âmbito organizacional, com um
enfoque específico na resiliência empreendedora (SANTORO et al., 2021;
SHEPHERD; SAADE; WINCENT, 2020). Contudo, diante da crise desencadeada
pela COVID-19 e da crucialidade das pequenas empresas no tecido econômico, a
figura do proprietário-gestor emerge como objeto central de investigação. Esse
agente, imerso em uma série de dilemas decorrentes da pandemia, não teve
apenas sua resiliência pessoal testada, mas também teve que tomar decisões de
grande impacto para sua equipe. Uma conjuntura adversária, marcada por
pressões tanto físicas quanto psicológicas, serve como um terreno propício para
aprofundar o entendimento da resiliência individual. Além disso, este estudo visa
elucidar como as estratégias de inovação e sobrevivência obrigatórias pelo
fundador de pequenas empresas influenciam sua equipe, família e comunidade.
O conceito de resiliência tem sido extensivamente debatido na literatura,
com estudos que remontam desde o século XIX até os dias atuais (JACKSON;
FIRTKO; EDENBOROUGH, 2007). Esse conceito abrange características e
origens de áreas tão diversas quanto à física e à psicologia comportamental.
Fundamentalmente, a resiliência refere-se à capacidade de um indivíduo ou
entidade adaptar-se a situações extremas, demonstrando resistência a influências
externas adversárias. Ao longo da vida, os indivíduos frequentemente enfrentam
desafios e adversidades. Pesquisas indicam que, pelo menos uma vez na vida,
uma pessoa estará exposta a um evento potencialmente traumático (BONANNO;
MANCINI, 2008). As respostas a tais eventos variam significativamente entre os
indivíduos: enquanto algumas respostas de maneira adversa, outros apresentam
respostas positivas. Essa divergência nas respostas, particularmente a
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capacidade de manter uma postura positiva diante de traumas, direcionando a
atenção para o estudo da resiliência psicológica. Esse campo busca compreender
os motivos pelos quais certos indivíduos prosperaram apesar das adversidades
que enfrentaram (FLETCHER; SARKAR, 2013).
A investigação sobre a resiliência individual tem atraído cada vez mais
pesquisadores (CHHATWANI et al., 2022; HADJIELIAS; CHRISTOFI; TARBA,
2022). Embora sejam confrontados com adversidades, características específicas
têm sido identificadas nos indivíduos, incluindo temperamento, autoestima,
capacidade de planejamento e um ambiente de apoio intra e extrafamiliar. O
estudo da resiliência tem experimentado uma evolução em sua perspectiva. No
início dos anos 1990, a ênfase residia em identificar os fatores protetores que
caracterizavam um indivíduo resiliente. Com o avanço do tempo, expandiu-se o
escopo de análise, abrangendo a resiliência empresarial, educacional, militar, no
desempenho esportivo e nas comunidades. Estes variados domínios de estudo
ressaltam o desafio inerente à conceituação da resiliência. Diversos estudos têm
buscado sintetizar e unificar, mesmo que de forma abrangente (CHAUDHARY et
al., 2024; SU; JUNGE, 2023; TAGLIAZUCCHI et al., 2023).
A etimologia da palavra “resiliência” remonta ao termo latino resilire, que
significa “saltar para trás” (FLETCHER; SARKAR, 2013). Originalmente associado
aos domínios da ciência e da matemática, o conceito foi posteriormente aplicado
ao estudo dos seres humanos, principalmente no campo da psicologia. Nesse
contexto, diversas definições foram propostas, uma das quais se refere à
resiliência como os fatores que modificam, intensificam ou alteram a resposta de
um indivíduo às ameaças ambientais que poderiam levar a desenvolvimentos
desadaptativo (RUTTER, 1987).
Embora existam inúmeras definições para a palavra “resiliência”, um
consenso entre os estudos de que, para caracterizar resiliência, tanto a
adaptação quanto a adaptação positiva devem estar presentes. Frequentemente,
a resiliência está associada à ideia de adversidade, que é, em grande parte,
interpretada em um contexto negativo. No entanto, algumas pesquisas sugerem
que a resiliência pode estar relacionada a eventos positivos. Por exemplo, uma
promoção no trabalho, que não é tradicionalmente vista como uma adversidade,
pode refletir a habilidade de um empresário em se adaptar e superar desafios
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para alcançar tal reconhecimento. Para uma compreensão mais precisa desse
conceito, é imperativo considerar fatores socioculturais ao analisar a adaptação
do indivíduo diante de eventos traumáticos (SU; JUNGE, 2023).
Dentro da perspectiva da resiliência psicológica, isso é entendido como
um traço de personalidade que abriga características adaptativas face às
situações com as quais o indivíduo se confronta (CHHATWANI et al., 2022). No
entanto, tal resiliência não é estática, sendo mais especificamente conceituada
como um processo em constante evolução. A interação com o ambiente é crucial
para a compreensão da resiliência, considerando que o indivíduo es inserido
nesse contexto. Considerando os diversos conceitos associados à resiliência,
percebemos que estes, por vezes, não são conclusivos. É o contexto e os fatores
ambientais que determinarão a aplicação mais detalhada do conceito. A
resiliência pode ser segmentada em dois domínios principais: psicológico e
fisiológico. A resiliência fisiológica refere-se à maneira como nosso corpo se
adapta a diferentes ambientes, especialmente em situações de estresse. Por
outro lado, a resiliência psicológica está vinculada à habilidade do indivíduo de
superar adversidades de maneira positiva (CHHATWANI et al., 2022).
A adversidade é descrita como um estado de dificuldade e sofrimento,
frequentemente associado a um evento trágico (JACKSON; FIRTKO;
EDENBOROUGH, 2007). O conceito de resiliência psicológica refere-se ao
estudo da capacidade dos indivíduos de suportar ou prosperar diante das
pressões que enfrentam ao longo da vida (FLETCHER; SARKAR, 2013). Mais
especificamente, destaca a habilidade de uma pessoa de prosperar em meio ao
risco e adversidade (KONG et al., 2015).
O foco dos estudos sobre resiliência psicológica se volta para o
desempenho de pequenas empresas diante de cenários adversos, como crises
econômicas, desastres naturais e pandemias, tal como causados pelo COVID-19.
Tais contextos têm evidenciado a habilidade dessas empresas em adaptar-se e
aprender, demonstrando sua resiliência (BATTISTI et al., 2019), a capacidade do
indivíduo, especialmente do proprietário-gestor, de aprender e tomar decisões em
cenários adversos evidencia a resiliência das pequenas empresas. Essas
organizações se destacam pela aprendizagem ágil em situações desafiadoras,
especialmente quando comparadas às grandes empresas (BATTISTI et al., 2019).
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A aplicação do conceito de resiliência psicológica em pequenas empresas
ganha destaque, especialmente em cenários adversos como o provocado pela
COVID-19. Estas organizações promoveram uma capacidade notável de
adaptação, evidenciando-se como surpreendentemente resilientes. Um fator
crucial para que essa resiliência tenha sido a capacidade de aprendizagem.
Comparativamente, as pequenas empresas possuem uma vantagem de
adaptação rápida em relação às grandes corporações, o que tem contribuído para
o aprimoramento de seu desempenho ao longo dos anos (VOSSEN, 1998).
A aprendizagem, em sua origem, inicia sempre do nível individual. Neste
contexto, o gestor de pequenas empresas desempenha um papel crucial, visto
que as estratégias e ações de aprendizagem emanaram primordialmente dele
(DEAKINS et al., 2012). A postura e orientação das obrigações pelo proprietário-
gestor são determinantes para a habilidade da empresa em enfrentar cenários
variados, ressaltando a importância da busca constante por informações e do
aprimoramento contínuo. Quando os gestores se envolvem ativamente em
atividades de aprendizagem, eles assimilam recursos baseados em conhecimento
que são essenciais para elaborar novas soluções de negócios, métodos de
produção e abordagens para resolver problemas (BATTISTI et al., 2019). Neste
artigo, enfatizaremos a relevância da resiliência individual, apresentando
evidências tanto positivas quanto negativas sobre a resiliência de pequenas
empresas em situações adversas. Será examinado como as decisões tomadas
pelos gestores influenciando essas empresas e os consequentes impactos, com
especial atenção ao contexto da pandemia da COVID-19.
3 MÉTODOS DA PESQUISA
A pesquisa está estruturada em uma pesquisa qualitativa que é mais
adequado para o estudo comportamental das pequenas empresas, além disso o
estudo qualitativo transversal é importante para estudo frequentemente utilizado
para identificar mudanças em um único ponto para realizar a análise de diferentes
variáveis como o estudo da resiliência psicológica ao estudar os proprietários das
pequenas empresas.
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A pesquisa qualitativa foi aplicada pois um objetivo comum dessa forma
de pesquisa busca a compreensão, particularmente em área como poucas
pesquisas aplicadas para o tema, a busca de coleta com uma abordagem
construcionista, onde os relatos individuais de significados e experiências como
socialmente construídos e não apenas como um simples relato (KERR; NIXON;
WILD, 2010).
A pesquisa qualitativa é a mais adequada para responder questões do
tipo “Como” ao invés de “Quantos” (PRATT, 2009), buscando entender a visão da
perspectiva dos informantes. Além disso estudos transversais foram aplicados
onde, com as entrevistas pudéssemos melhor captar informações sobre como a
atitude do proprietário promoveu a resiliência das pequenas empresas durante a
pandemia do COVID-19.
Foi realizado pesquisa com objetivo de levantar informações relevantes
como indivíduos, como modelo de negócios que foram criados antes e
permaneceram em funcionamento, sobre a saturação das teóricas, entendemos
que ocorre quando nenhuma informação nova é obtida a partir de dados
qualitativos adicionais (KERR; NIXON; WILD, 2010), alcançamos assim a
saturação teórica.
O estudo desenvolveu pesquisa com proprietário de pequenas empresas
varejistas nos segmentos de eletrônicos e smartphones na cidade de Manaus/AM
durante o período de agosto a setembro de 2023. Realizamos entrevista com 5
gestores de pequenas empresas, foram entrevistas semiestruturadas, em
profundidade e presencial com os gestores.
Todos os envolvidos foram previamente informados sobre o objetivo da
entrevista, que foram gravadas e transcritas. Foi utilizado um questionário
semiestruturado como base com o objetivo de guiar as entrevistas em prol ao
objetivo da pesquisa permeando nos seguintes itens, (1) informações gerais sobre
os proprietários-gestores individuais e breve descrição dos seus modelos de
negócio. (2) dados sobre a empresa. (3) Dados de como estava a empresa antes
da pandemia. (4) Situação da empresa imediata durante a pandemia. (5) Quais
foram os impactos da pandemia na empresa. (6) Quais impactos da pandemia
nas vendas da empresa. (7) Estratégias utilizadas para enfrentar a pandemia. (8)
Fluxo de caixa e fatores agravantes durante a pandemia e como enfrentou essas
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adversidades. (9) Para o gestor qual seria o conceito de resiliência. (10)
Mudanças geradas pelo gestor para enfrentar a pandemia. (11) Utilizou de
tecnologia ou de ferramentas digitais utilizadas como enfrentamento a pandemia.
(12) Se houve alguma busca externa para enfrentamento as dificuldades geradas
pela pandemia. (13) Redes de contatos. (14) Valores fundamentais que
influenciaram nas decisões da empresa. (15) Como as equipes responderam aos
desafios. (16) Lições e perspectivas para o futuro da empresa pós-pandemia.
As pesquisas foram inicialmente feitas teste com 3 integrantes onde as
entrevistas foram conduzidas e aplicando melhoria para as entrevistas em
definitivo, após os testes, agendamos como os gestores-proprietários das
pequenas empresas, sendo 4 homens e 1 mulher, faixa de idade de 25 a 37 anos.
Seus estabelecimentos todos iniciaram as atividades antes da pandemia COVID-
19, as entrevistas ocorriam durante em média de 20 a 40 minutos. Aplicamos um
questionário semiestruturado para obter as informações dos entrevistados.
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO
O estudo coletou dados para fundamentar análises do processo de
resiliência das pequenas empresas durante o COVID-19. Após as entrevistas
reforçamos informações que relacionem em que medida o processo de resiliência
impactou as pequenas empresas no cenário do COVID-19. Realizando uma
revisão literária de artigos que referenciam a importância do estudo da resiliência
psicológica, voltando a atenção para proprietário-gestor.
Certo que a pandemia COVID-19 causou sérios danos ao equilíbrio
econômico global, o avanço repentino do vírus gerando um efeito negativo por
todo o mundo. As medidas que os países tomaram para frear, ou a mesmo
“ganhar tempo” para enfrentar o vírus, resultou no confinamento de milhares de
pessoas, sendo o isolamento da população, uma ação utilizada em diversos
países, como a solução inicial para o enfrentamento a proliferação viral, mesmo
sem ter a real noção dos impactos econômicos e sociais que acarretaria. Com as
medidas de confinamento, a reação em cadeia pegou o mundo que enfrentava
um choque devido milhares de pessoas que faleceram, causando pânico e
afetando a saúde mental, gerando insegurança e apresentou um cenário de
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instabilidade. Empresa fechando, demissões em massa, incerteza no mercado,
dava sinais de que o pior ainda estava por vir.
Mediante ao ocorrido a resiliência vem como importante objeto de estudo,
visto que antes da pandemia COVID-19, o mundo havia enfrentado situações
caóticas e a capacidade de perseverar as adversidades como um conceito de
resiliência, demostra traços a serem estudados visto que mesmo diante de tais
situações houve sim exemplos de rápida adaptação e novas formas de atuação
no contexto das pequenas empresas, na figura do proprietário-gestor.
Evidências que a pandemia causou temor e abalou psicologicamente os
proprietários fica claro ao expressar:
“Nessa época, tipo assim, era... A única coisa que pegou assim pra mim
foi na época da saúde mental” (Entrevistado 1).
A pandemia afetou a mente, o isolamento, a distância das pessoas do seu
círculo de amizade e para alguns proprietários-gestores a distância da família os
deixou muito debilitado e sendo um fator preocupante, que a sua saúde estava
em jogo, logo o funcionamento da empresa.
“É, confinamento, que, tipo, minha família não mora aqui, a gente fica
preocupado com eles no interior...” (Entrevistado 1).
A preocupação com a vida foi apresentada como um fator estressante
durante esse período, a doença e a falta de medidas de combate por ser um vírus
foi um dos fatores mais apontados como um dos principais pontos de
adversidade, difíceis de serem superados.
“Cara, a parada é que eu percebi... Não tem nada a ver com a empresa.
Percebi que a vida, pra acabar, é muito fácil, mano. É um sopro”
(Entrevistado 2).
Relatos de pessoas próximas, parentes perdendo a vida deixou abalado e
para os proprietários-gestores, que são os tomadores de decisão das pequenas
empresas, foi um dos apontamentos que levaram a repensar sobre o
funcionamento das empresas que a vida passou a ser mais valorizada
mediante a tal cenário. A COVID-19 levou a vida de milhares de pessoas.
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Mesmo diante as situações traumáticas e desafiadoras os traços de
resiliência foram apresentados em todos os relatos dos entrevistados, mesmo
com todo o abalo psicológico os proprietários-gestores superaram tais
dificuldades. Mesmo com o isolamento social houve uma mudança
comportamental, uma mudança rápida como forma de resiliência, ainda mais no
mercado de eletrônicos e smartphones, os pequenos proprietários viram a
necessidade e usaram isso ao seu favor.
“Ela não afetou. Não afetou. Na verdade, melhorou. A gente
trabalhava com entrega no virtual e melhorou. Aumentou a
quantidade de clientes querendo comprar” (Entrevistado 3).
As vendas online geraram uma demanda nova. A rápida adaptação e a
capacidade de aprendizado do proprietário das pequenas empresas demostram
que a resiliência foi determinante para o sucesso de alguns modelos de negócios
que não sofreram mediante a crise, isso de forma surpreendente. As empresas
parecem ter aprendido a sobreviver à crise desenvolvendo capacidades
inovativas como observado por Kyrdoda et al. (2023).
“Se duvidar até melhor que hoje” (Entrevistado 3).
Os gestores de pequenas empresas do segmento varejista de venda de
iPhones viveram um “boom” durante o período da pandemia, omero de cliente
que através das rescisões das empresas, incentivo que os que mantiveram no
mercado, as empresas tiveram que adaptar muitos funcionários a trabalharem em
suas residências, investindo em equipamentos, no caso smartphone e tablets,
além de que muitos receberam auxílio emergencial do governo federal assim
usavam esses valores e compravam smartphones. Esses resultados parecem
refletir as mudanças no uso de dispositivos móveis conforme relatado por
Katsumata et al. (2022).
“Usava o auxílio para comprar iPhone. Noiado aqui na rua, que nunca
trabalhou na vida e recebia 600 contos. [..] Moleque, faziam festa,
churrascada aí, eu acho que eles estavam nem preocupados com a
pandemia, não” (Entrevistado 4).
“O pessoal começou a receber aquele auxílio e queria comprar iPhone.
Queria gastar com iPhone” (Entrevistado 3).
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“É, muita gente aí, também muita gente que pagava com dinheiro que o
governo liberou o auxílio emergencial, muita gente comprou, usava o
auxílio emergencial pra pagar. Pra comprar” (Entrevistado 1).
Os gestores viram a oportunidade e atuaram rapidamente ofertando o que
o mercado exigia, isso demostra que a capacidade de estar atento as
oportunidades do mercado, foi um fator importante, demostra que a resiliência
destes foi fundamental, mesmo mediante a fatores contrários os proprietários
realizaram a leitura do mercado e se adaptaram para atender a demanda. Ou
seja, a percepção dos empreendedores no desempenho que a tecnologia estava
tendo durante a pandemia (JONNATAN et al., 2022). Suas ações
empreendedoras têm ligação direta com aspecto de resiliência, onde um indivíduo
com características empreendedoras desenvolve meios de estarem a frente no
mercado, as características resiliente são amplamente expostas, onde superar
desafios e se adaptar ao meio como uma importante característica
empreendedora.
Identificamos que a resiliência do proprietário-gestor, a do indivíduo, está
alinhado a forma de se manter competitivo e a adaptação rápida realizando
mudanças onde seu negócio tende a crescer mediante ao cenário imposto pela
pandemia, verifica-se a ligação a resiliência empreendedora, os traços da
resiliência psicológica do indivíduo, as características apresentadas pelos
entrevistados, a capacidade de aprendizagem, onde os gestores aumentam suas
bases de conhecimento, aprendem com as dificuldades encontradas e melhoram
seus desempenhos, melhorando sua própria capacidade, aumentando suas
competências, ajustam e formulam estratégias aliviando os impactos da crise
estabelecendo bases para o desenvolvimento de suas atividades
empreendedoras.
A resiliência empreendedora é uma extensão da resiliência psicológica ao
campo do empreendedorismo e é um processo de adaptação que apoia a
capacidade dos empreendedores de se recuperarem diante a dificuldades e
desafios, essa resiliência aumenta a capacidade dos empreendedores de adaptar
seus negócios em constante mudança a se manterem diante a choques internos e
externos, identificando oportunidades e lidarem como desafios. Identificamos que
a resiliência individual está diretamente ligada a resiliência empreendedora, ao
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relatarem que em diversos casos o proprietário-gestor viu a situação como forma
de oportunidade.
“Cara, eu trabalhava numa outra empresa, sou engenheiro eletricista. É,
sou engenheiro eletricista, e trabalhei cinco anos numa outra empresa,
durante o meu período de estudo e trabalhava e à noite fazia
faculdade. Tinha um dinheiro parado, e tinha feito um curso de
importação na época, e comecei. Comprei o primeiro e vendi. Durante
a pandemia, é. Porque foi bem no início mesmo, porque na época eu
estava em casa do trabalho, né? Estava em casa do trabalho, eu
trabalhava ali, mantinha meus pedidos normais” (Entrevistado 5).
As situações de instabilidade geraram desconfiança durante o período do
isolamento, a incerteza de como se manter, criou a necessidade de buscar uma
renda extra, estes proprietário-gestores, vendo que o seu pequeno negócio
estava dando retorno fez com que algo que aparentemente estava em crise torna-
se projeto fundamental para seu crescimento, escape e solução para seus
problemas e incertezas financeiras.
“A questão do empreendedorismo ali estava mais pra uma renda extra
mesmo, né? E aí... Só que aí foi ficando mais difícil a minha situação. E
eu tinha muita base do que eu aprendi lá, né? fazia muita coisa além
do que eu fazia, do que era a minha disciplina. E chegou um belo dia
que eu... estava... tinha crescido. Estava vendendo bem”
(Entrevistado 5).
“no começo, eu vendia perfume. que aí, no meio da pandemia, eu
achei que ia parar, porque estava muito complicado. Mas aí, em agosto,
eu comecei a vender iphone, abri uma loja no Instagram e deu tudo
certo. Foi de show bola” (Entrevistado 1).
“Eu fazia odonto. Sou formado. E eu pensei, pô, bicho, acho que não
vou querer vir aqui. Seguir essa área, não. comecei a ver o que tava
em alta, né?” (Entrevistado 2).
“E a gente começou em 2018, na época eu trabalhava de carteira
assinada e tal, daí chegou o final do ano, tava surtando do meu
trabalho, peguei o décimo terceiro, comprei um iPhone. A gente vendeu
um iPhone, comprou mais dois, vendeu os dois, comprou três, e assim
foi indo. Desde 2018 a gente aqui. Quando foi em 2020 eu saí do meu
emprego e a gente focou somente nas vendas de iPhone” (Entrevistado
4).
Vários estudos indicam que a resiliência empreendedora está relacionada
ao processo de superação das adversidades contemporâneas (CHHATWANI et
al., 2022; HEDNER; ABOUZEEDAN; KLOFSTEN, 2011; MARCAZZAN,
CAMPAGNOLO; GIANECCHINI, 2022; PURNOMO et al., 2021; WILLIAMS et al.,
2017).
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O ímpeto individual por melhorias no bem-estar gerou iniciativas que
levaram os empresários a saírem de sua zona de conforto, especialmente durante
uma pandemia. Esse intervalo temporal foi marcado por decisões significativas
que não apenas influenciaram a vida dos proprietários, mas também fortaleceram
seus empreendimentos. Para muitos entrevistados, suas pequenas empresas,
anteriormente vista como uma fonte de renda secundária, ganhou proeminência e
tornaram-se primordiais diante das incertezas e desafios enfrentados. Mesmo
com atividades principais pré-existentes, a alteração do cenário fez com que,
amparados por sua resiliência, a despeito de muitos possuírem atividades
principais, o cenário em mudança, aliado à sua resiliência inerente, os levou a
confiar em suas habilidades e a investir no desenvolvimento de seus negócios. A
experiência enfrentada pelos proprietários de pequenas empresas, provou ser
determinante para o sucesso de seus empreendimentos no contexto da pandemia
COVID-19. Em resposta aos desafios emergentes, estratégias foram delineadas,
enfatizando especialmente a realização de transações online via aplicativos
móveis e transações sem contato físico. Esta tendência proporcionou uma janela
de oportunidade notável para o mercado de smartphones, que experimentou um
crescimento robusto nesse período. De acordo com dados de um renomado portal
de estatísticas, o número total de usuários de smartphones superou a marca dos
760 milhões até o término de 2021 (SHARMA; RAUTELA, 2022).
Outro fator identificado nos relatos realizados diz a respeito do fluxo de
caixa, o fator financeiro foi algo que impactou bastante durante o período da
pandemia, o equilíbrio financeiro é fundamental para a boa saúde das pequenas
empresas, ainda mais quando os recursos são vitais para manutenção das suas
famílias, o aumento das dívidas e a falta de fomento por parte governamental
aumentaram mais ainda a preocupação dos proprietários. Nossos resultados vêm
ao encontro da necessidade de uma gestão adequada do fluxo de caixa, os
relatos confirmam que ocorreu uma queda significativa na demanda inicialmente o
que impactou nas pequenas empresas conforme observado por Ramli e Yekini
(2022).
“Porque... Caixa da empresa é aqui. É o que não se mexe. É o capital. E
nunca tive essa, pô. Tirava do capital pra pagar uma conta. Conta
pessoal e trabalhava junto. Misturava tudo. Não tinha muita projeção
nem planejamento. Só tinha força de vontade mesmo” (Entrevistado 3).
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A questão financeira foi um dos pontos de maior preocupação dos
gestores, a falta de controle e gestão das finanças, a falta de oferta de crédito
para a manutenção dos seus negócios ainda mais difícil por serem pequenas
empresas, demostram o quanto tiveram que ser resilientes para a sobrevivência
de suas empresas.
“A questão financeira. Quando a gente quebrou, pô.” (Entrevistado 2).
“As dívidas, mano. O descontrole financeiro daqui. De construir, de
investir, na verdade, né? De acreditar, mas aí... Os investimentos se
misturavam com o custo de vida pessoal. o cara fica meio balançado
aqui. Isso aqui eu gastei muito” (Entrevistado 3).
Mesmo diante a tais situações a questão familiar é exposta como um fator
de auxílio durante o período de adversidade, a família atua diretamente na
manutenção e no fomento para manter o negócio em condições de
funcionamento, por se tratar de algo que é comum para a sobrevivência, o
coletivismo resulta na ajuda ao proprietário-gestor.
“Eu tive uma ajuda do meu pai, e ele segurou as contas.” (Entrevistado
2).
“Meu pai me ajudou muito, sinceramente. Nesse sentido, ele me
prestava, eu fazia compra, vendia e depois...” (Entrevistador 4).
Identificamos a importância do membro das famílias, o uso de recursos da
família é de suma importância para a sobrevivência das empresas familiares em
situações difíceis, demostra o papel do gestor em captar recursos para a
manutenção dos negócios.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo buscou realizar uma análise do processo de resiliência das
pequenas empresas, apresentamos insight através de relatos de pequenas
empresas do segmento de venda de smartphones, e de que forma o processo de
resiliência durante a pandemia COVID-19 impactou nas pequenas empresas. A
pandemia da COVID-19 trouxe impacto devastador para o mundo, causando a
morte de milhões e causando desequilíbrio na economia global, medidas para
conter a disseminação causaram um grande confinamento, prejudicando,
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principalmente, o setor de serviços e afetando mais intensamente pequenas e
médias empresas em comparação com grandes corporações.
A crise exaltou as disparidades, especialmente em países em
desenvolvimento. Apesar dos desafios, a resiliência e a adaptabilidade
mostraram-se cruciais para a sobrevivência dos negócios. Estudos sobre a
resiliência psicológica foram o objeto principal desse estudo. A resiliência
psicológica e as decisões adotadas frente às incertezas podem ser fatores
cruciais para a continuidade e sucesso de um empreendimento. Durante o
período pandêmico, certos modelos de negócios demonstraram capacidade de
inovação e adaptação, alcançando resultados positivos mesmo em um contexto
amplamente desfavorável.
Ao analisarmos as informações obtidas através das entrevistas com os
proprietários das pequenas empresas podemos pontuar que os fatores adversos
que a pandemia causou afetou a estima e a parte física e principalmente mental
dos indivíduos, a demonstração que a resiliência foi fundamental na mudança de
atitudes, gerando atitudes positivas, para superação das situações de choques
enfrentados, a resiliência psicológica, onde pessoas mais motivadas, com
pensamentos favoráveis, tem sua relevância na sobrevivência do indivíduo e no
caso dos negócios dos proprietários.
O empreendedorismo e a resiliência estão profundamente interligados,
especialmente em tempos exigidos como os impostos pela pandemia. A
capacidade de um indivíduo empreendedor de demonstrar resiliência - uma
extensão da resiliência psicológica é evidente na forma como os
empreendedores enfrentam adversidades, adaptam-se e crescem no mercado.
A pesquisa indica que traços resilientes, como a capacidade de
aprendizado e adaptação, são essenciais para que os gestores aliviem os
impactos das crises e estabeleçam estratégias robustas para o crescimento de
seus empreendimentos. Esta adaptabilidade não apenas sustenta os negócios em
tempos de mudança, mas também permite que os empreendedores identifiquem
oportunidades emergentes em meio aos desafios. Fatores financeiros foram
apontados como um dos pontos que mais preocupou os proprietários das
pequenas empresas e podemos relacionar que a importância da relação dos
membros da família é inegável. A utilização de recursos familiares é crucial para a
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continuidade das empresas familiares em cenários adversos, evidenciando o
papel decisivo do gestor na mobilização desses recursos para sustentar o
negócio.
Para futuras pesquisas podemos realizar uma pesquisa qualitativa
longitudinal analisando os proprietários-gestores das pequenas empresas e
realizar comparações de informações atualmente obtidas cruzando dados para ter
uma análise da evolução financeira das empresas frente a atitudes resilientes dos
proprietários, verificar se houve aumento do mero de funcionários e apontar
características citadas nesse estudo em comparando as informações a fim de
compreender melhor os impactos da resiliência na vida dos proprietários e da
empresa.
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