Microsoft Word - 002 ... 7813-38846-1-CE


Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.


PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES
NA GESTÃO DE PESSOAS EM PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE

NOVA MUTUM - MT1

FEMALE PARTICIPATION IN AGRIBUSINESS: WOMEN'S CHALLENGE IN
PEOPLE MANAGEMENT ON RURAL PROPERTIES IN THE MUNICIPALITY OF

NOVA MUTUM – MT

LETÍCIA COSTA PRIGOL
Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT)

E-mail: leticia.prigol@unemat.br

PRESLINE BLUM
Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT)

E-mail: presline.blum@gmail.com

RESUMO
As mulheres vêm se destacando cada dia mais nas organizações, na gestão de suas propriedades
rurais, possuindo uma forma única e diferente de olhar os negócios e contribuir para o crescimento
de seus empreendimentos. Contudo, no ramo de gestão de pessoas ainda há limites a serem
superados, tendo em vista que ainda existem preconceitos quanto à sua participação nessa gestão
no campo. Assim, o presente trabalho teve como objetivo investigar os desafios enfrentados pelas
mulheres na gestão de pessoas em propriedades rurais no município de Nova Mutum–MT. A
pesquisa possui abordagem quantitativa e a coleta de dados se deu por meio de um questionário
estruturado, utilizando a técnica survey, aplicado às gestoras de proprietárias rurais. Mediante a
análise dos dados, foi possível verificar que as mulheres ainda enfrentam desafios e dificuldades
para serem inseridas ao cargo de gestão de pessoas como discriminação de gênero e falta de
conhecimento técnico, e conforme a visão delas ainda faltam algumas implantações dos processos
de gestão de pessoas em suas propriedades como oferecer mais benefícios aos seus colaboradores
e os mesmos conseguirem colocar em prática conhecimentos adquiridos em cursos e treinamentos.

Palavras-chave: Propriedades Rurais, Mulheres, Desafios, Gestão, Pessoas.

ABSTRACT
Women are increasingly standing out in organizations in the management of their rural properties,
having an unique and different caminho of looking at Business and contributing to the growth their
enterprises. But, however, in the field of people management there are still limits to be overcome,
considering that there are still prejudices regarding their participation in this management in the field.
Therefore, the present work aimed to investigate the challenges faced by women in managing people
on rural properties in the city of Nova Mutum – MT. The research has a quantitative approach and
data collection took place through a structured questionnaire, using the survey technique, applied to
rural managers and landowners. Through data analysis, it was possible to verify that women still face
challenges and difficulties in being placed in people management positions, such as gender
discrimination and lack of technical knowledge, and according to their view, there is still a lack of
implementation of people management processes. People in their properties how to offer more
benefits to their employees and enable them to put practice knowledge acquired in courses and
training.

Keywords: Rural Properties, Women, Challengers, Management, People, Gender.



1 DOI: https://doi.org/10.5935/2763-9673.20240002

42
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.


1. INTRODUÇÃO

No século XIX, o papel da mulher na sociedade era o de servir. As mulheres
foram criadas para servir seus maridos, para trabalhos domésticos, procriação e
criação dos filhos, por ser considerada “sexo frágil” o único provedor das
necessidades do lar era o homem (Silva, 2017). Assim, para elas não pertencia o
direito de exercer uma atividade fora de casa, principalmente se fosse remunerada
(Silva, 2017)

Nas últimas décadas, no entanto, a sociedade passou por mudanças
significativas que aumentaram as possibilidades de inserção feminina no mercado
de trabalho. Conforme o Dieese (2012), essas mudanças permitiram que as
mulheres atuassem em diferentes áreas profissionais, com maior presença em
espaços públicos de poder, como ministérios públicos e o Congresso Nacional,
além dos postos de trabalho anteriormente reservados aos homens.

No contexto mundial atual, o agronegócio tem se tornado cada vez mais
essencial para a economia brasileira. Ele pode ser definido como um conjunto de
atividades que garantem a produção, transformação, distribuição e consumo de
produtos agropecuários. Em 2022, a balança comercial do agronegócio registrou
um valor de US$ 73,10 bilhões em exportações, com o complexo da soja
representando mais de 50% dessas exportações (Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento - MAPA, 2022).

Com a expansão do agronegócio e as constantes mudanças tecnológicas,
há uma crescente demanda por mão de obra qualificada (Centro de Estudos
Avançados em Economia - CEPEA, 2018). De acordo com pesquisa do CEPEA
(2018), entre 2004 e 2015, o número de mulheres atuantes no setor cresceu 8,3%,
aumentando sua participação de 24,1% para 28%.

Diante desse cenário, surgiu a necessidade de compreender melhor a
perspectiva das mulheres sobre sua participação na gestão de pessoas em
propriedades rurais, bem como as dificuldades que enfrentam. Assim, esta
pesquisa se propôs a investigar: quais os desafios enfrentados pelas mulheres na
gestão de pessoas em propriedades rurais no município de Nova Mutum–MT?

43
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.

Tendo como objetivo geral, investigar os desafios enfrentados pelas mulheres na
gestão de pessoas em propriedades rurais no município de Nova Mutum – MT.

Este estudo visa analisar as dificuldades das mulheres na gestão de pessoas
em propriedades rurais, especialmente em um cenário agrícola predominante no
estado de Mato Grosso e no município de Nova Mutum. Segundo Lavoroagro
(2018), 70% dos empregos formais em Mato Grosso são gerados pelo agronegócio,
empregando diretamente 109,3 mil pessoas, com mais de 450 mil empregos
indiretos relacionados às atividades rurais.

A utilização de recursos que contribuam para uma melhor gestão do negócio
é essencial para a tomada de decisões nas propriedades rurais. Sznitowski et al.
(2018) argumentam que a gestão de pessoas é relevante para as organizações,
permitindo reter talentos e aumentar a competitividade. No entanto, essa prática
ainda é pouco utilizada nas propriedades rurais, apesar de sua importância.

Atualmente, a mão de obra feminina é considerada um diferencial devido à
sua maior disposição para trabalhar, persistência, participação, trabalho em equipe
e capacidade de solução de problemas (Oliari, 2017). Esse comportamento
assegura às mulheres a oportunidade de desenvolverem uma forma própria de
gestão feminina, distinta do padrão de gestão masculina (Oliari, 2017).

O artigo está estruturado e apresentado da seguinte forma: Introdução, que
é a seção 1, aonde apresenta o tema, a sua importância, os objetivos e o método
de pesquisa utilizado; a seção 2 é composta pelo referencial teórico incluindo os
principais conceitos utilizados; a seção 3 apresenta os aspectos metodológicos
para responder o que foi proposto; na seção 4 são ilustrados os resultados
encontrados através das pesquisa; e por fim, a seção 5 que é composta pelas
considerações finais sobre o projeto, incluindo sugestões e recomendações a
pesquisas futuras.


2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nesta seção serão abordados os aspectos teóricos em relação aos conceitos
e definição que a gestão de pessoas tem dentro da propriedade rural, suas
ferramentas, os conhecimentos e as práticas. Também serão abordadas a
participação feminina dentro dessa função de gestão de pessoas, como é realizada

44
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.

esses afazeres da forma delas, quais dificuldades enfrentam para realizar a função
e o que pode estar sendo melhorado e ampliado em um ramo que cresce muito em
todo o cenário rural.


2.1. Agronegócio

O conceito de "agronegócio" foi proposto pela primeira vez em 1957 por John
Davis e Ray Goldberg, conforme destacado por Batalha e Silva (2012). Esse
conceito engloba a soma das operações de produção e distribuição de suprimentos
agrícolas, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens derivados.
De acordo com essa perspectiva, a agricultura é abordada em conjunto com outros
agentes responsáveis por todas as atividades que garantem a produção,
transformação, distribuição e consumo de alimentos, integrando-a a uma extensa
rede de agentes econômicos.

Também denominado "agribusiness", o agronegócio pode ser conceituado
como a junção de todos os processos da cadeia produtiva, abrangendo desde a
fabricação de insumos, processos de transformação, logística, até a chegada do
produto ao consumidor final (Botelho, 2016).

Para representar esse elo entre o agronegócio e as cadeias produtivas,
Ramos (2016) sugere uma divisão do agronegócio em três partes, conforme
descrito no Quadro 01.


Quadro 01- Representação das partes que compõem o agronegócio.

Primeira Parte Segunda Parte Terceira Parte
Negócios a montante da
agropecuária, ou da "pré-
porteira", representados
pela indústria e comércio
que fornecem insumos
para a produção rural,
como, por exemplo, os
fabricantes de fertilizantes,
defensivos químicos e
equipamentos.

Negócios agropecuários
propriamente ditos, ou de
"dentro da porteira", que
representam os produtores
rurais, sejam eles pequenos,
médios ou grandes,
constituídos na forma de
pessoas físicas (fazendeiros
ou camponeses) ou de
pessoas jurídicas (empresas
rurais).


Atividades a jusante dos
negócios agropecuários, ou de
"pós-porteira", onde está à
compra, transporte,
beneficiamento e venda dos
produtos agropecuários até o
consumidor final.

Fonte: Adaptado Ramos (2016).

No Brasil, o agronegócio representa o maior ramo produtivo, recebendo
atenção especial devido à sua competitividade nos mercados globais como grande

45
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.

produtor e exportador de diversos produtos agrícolas (Batalha; Silva, 2013). Essa
atuação confere ao agronegócio um maior respeito tanto internamente, como um
ramo significativo de negócios, quanto externamente, ao se tornar uma ameaça à
competitividade de muitos países. Como resultado dessas mudanças e do contexto
dinâmico, o capital humano ganha cada vez mais importância e relevância, sendo
essencial para a busca de novas oportunidades de negócios e para o
gerenciamento das mudanças (Batalha; Silva, 2013).


2.2. Gestão de Propriedades Rurais

As propriedades rurais configuram-se como organizações inseridas em uma
complexa rede de relações a jusante e a montante, o que se soma à difícil tarefa
de gerenciamento de finanças incontroláveis, tais como fatores climáticos, fatores
biológicos e volatilidade do câmbio (Leitner, 2015).

Segundo Graf (2016), a gestão dessas propriedades caracteriza-se pelo
conjunto de atividades que promovem a tomada de decisões ao nível da unidade
de produção, com o objetivo de obter o melhor resultado econômico e manter a
produtividade da terra. Esse conjunto de atividades auxilia os produtores a tomar
decisões assertivas em relação a compras, logísticas, venda de insumos, entre
outros (Marchi, 2013).

Com o surgimento das organizações, a necessidade de geri-las torna-se
fundamental, considerando que os processos de gestão se tornam cada vez mais
complexos devido à ampliação do nível de exigência do mercado (Marchi, 2013).
Segundo Gil (2011 o mercado consumidor vem se tornando não apenas mais
sofisticado, mas também mais disposto a lutar por seus direitos. No caso do
processo de gestão rural, que envolve diversas culturas, o modelo de gestão
precisa ser eficiente para minimizar os custos e maximizar os lucros, trazendo
benefícios financeiros e sociais para as famílias envolvidas (Graf, 2016).

A complexidade e o nível de exigência de uma gestão rural, tanto nos
aspectos operacionais quanto nos níveis estratégicos, demonstram que as pessoas
à frente desses empreendimentos precisam possuir conhecimentos, habilidades,
competências e, sobretudo, um modelo de gestão diferenciado para atender a
todos os processos (Fleury 2013; Graf, 2016). Além disso, no que diz respeito ao

46
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.

modelo de gestão, a participação feminina na gestão de propriedades rurais
comprova que existem prerrogativas para modelos mais eficientes (Fleury, 2013).


2.3. Gestão de Pessoas nas Propriedades Rurais

Osaki (2012) menciona que, nas propriedades rurais, são considerados dois
tipos de empregados: os fixos e os temporários. Os trabalhadores fixos são
assalariados, recebendo mensalmente salários dos quais incidem encargos sociais
e provisionamentos, correspondentes a 45,6% do valor total. Em contrapartida, os
trabalhadores temporários são pagos com base no valor da diária da região (Osaki,
2012).

Além disso, os serviços terceirizados desempenham um papel crucial na
realização de diversas tarefas nas propriedades, tais como capina manual, colheita
manual, colheita mecânica, pulverização aérea, transporte da produção,
beneficiamento e armazenagem (Leitner, 2015).

As propriedades rurais desempenham um papel importante na economia do
país e, portanto, precisam crescer e desenvolver-se de maneira sustentável
(Pozzobon, 2006). No entanto, a imperícia na administração dos negócios pode
afetar negativamente seu desempenho. Portanto, buscar a melhoria na forma de
gestão é essencial, pois a adoção de técnicas de gestão eficientes possibilita um
melhor desempenho das atividades (Cyrne et al., 2017).

Dessa forma, as propriedades rurais não podem mais ser vistas apenas
como propriedades; elas passaram a ser consideradas empresas rurais,
necessitando gerenciar uma variedade de fatores que as transformam em
organizações empresariais (Cyrne et al., 2017). Diversas áreas precisam ser
administradas em uma propriedade, incluindo as áreas financeira, comercial,
tecnológica e de gestão de pessoas (Pozzobon, 2006).

Gerenciar seus processos e administrar de maneira eficiente a área de
gestão de pessoas pode se tornar um diferencial para as propriedades rurais (Cyrne
et al., 2017). No entanto, os produtores rurais ainda demoram a perceber que o
grande gargalo está na gestão de pessoas. Leitner (2015) menciona que a
utilização de práticas que contribuam para a motivação dos funcionários, assim

47
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.

como os estimulem a trabalhar em equipe para cumprir os objetivos e metas da
empresa, é um dos principais desafios na área de gestão de pessoas.

Para Kay (2014), trabalhar com outras pessoas constitui-se em um fator
essencial para o sucesso da operação. Sendo assim, a motivação, comunicação,
avaliação e treinamento de pessoal se tornam habilidades essenciais. A adoção de
práticas voltadas para a área de gestão de pessoas é um fator que pode contribuir
para o aumento da produtividade das propriedades rurais. Embora haja um
aumento no número de inovações tecnológicas, estas ainda dependem de pessoas
para operá-las, demonstrando a necessidade de investimentos contínuos em
capital humano (Chiavenato, 2014).


2.4. Inserção das Mulheres no Meio Rural

Historicamente, o agronegócio no Brasil tem sido dominado pela figura
masculina à frente das atividades no campo. Entretanto, apesar de serem exceções
à regra, algumas mulheres, tanto no passado quanto no presente, têm
desempenhado papéis importantes na direção de fazendas e negócios rurais
(Franceschini, 2007).

Embora ainda seja mais difícil para as mulheres assumirem cargos de maior
poder e prestígio, elas têm ampliado seu campo de atuação profissional e investido
cada vez mais em uma formação acadêmica de qualidade, buscando assim
maiores e melhores oportunidades no mercado de trabalho (Probst, 2015). Na
esfera privada, ainda que a maioria das mulheres continue a se sentir a principal
responsável pelos cuidados com a casa e a família, tem havido maior participação
masculina no lar, especialmente no que diz respeito aos cuidados com os filhos
(Rocha-Coutinho, 2003; Probst, 2015).

Araújo (2018 menciona que as mulheres sempre atuaram no campo, mas
nas últimas décadas conseguiram conquistar mais espaço e assumir cargos de
gestão e liderança no agronegócio brasileiro. Nesse sentido, as mulheres estão em
um processo de conquista no mercado de trabalho do agronegócio, enfrentando
diversas barreiras e preconceitos. Os desafios que as mulheres vêm enfrentando
envolvem a divisão social do trabalho e a produção de renda (Karpinski, 2017).

48
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.


2.5. Desafios Enfrentados pelas Mulheres em Cargos de Gestão

No meio rural, as mulheres estão conquistando seu espaço ao desenvolver
as competências necessárias para a gestão rural, destacando-se com
produtividades elevadas e qualidade superior. No entanto, dados de Fran6 (2016)
demonstram que as mulheres também enfrentam grandes desafios. A autora
observa que é comum as empresas dificultarem a flexibilização de horários para
mães, que muitas vezes precisam se ausentar para amamentar ou cuidar dos filhos.
Dessa forma, muitas organizações evitam a admissão de mão de obra feminina,
aumentando o índice de desemprego e a procura por trabalho.

Além disso, Diesse (2012 destaca que é indispensável que a sociedade
brasileira compreenda que a maternidade e a responsabilidade com os filhos é
dever de toda a família, cabendo aos homens dividir essa tarefa de forma igualitária
com as mulheres. Entretanto, segundo Temóteo (2013), o preconceito e o
machismo são os principais obstáculos que dificultam a ascensão feminina dentro
das empresas. Outro problema relatado é o constrangimento de alguns homens ao
serem liderados por mulheres (Temóteo,2013).

Tonani (2011) observou que as mulheres frequentemente sentem a
necessidade de provar sua competência individual e são alvos de comentários
jocosos, não recebendo o devido reconhecimento por seu trabalho. Muitas vezes,
suas habilidades são questionadas e sua capacidade de liderança é desvalorizada.
Executivas bem-sucedidas no agronegócio enfrentam grandes desafios em suas
áreas profissionais, e frequentemente encontram dificuldades em conciliar o lado
pessoal com o profissional. Apesar de atuarem ativamente na cadeia do
agronegócio, muitas não se identificam como profissionais do setor em si (Fran6,
2016).

Temóteo (2013) também destaca a existência de diferenças salariais entre
homens e mulheres, sendo que, quanto maior a renda, maior é a diferença. Esse
problema está relacionado ao exercício de poder e liderança dentro das empresas,
refletindo uma desigualdade de gênero persistente no meio rural.

49
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.


3. METODOLOGIA

Para investigar os desafios enfrentados pelas mulheres na gestão de
pessoas em propriedades rurais no município de Nova Mutum – MT, utilizou-se
uma abordagem quantitativa. Esta pesquisa centrou-se na objetividade, com coleta
de dados por meio de instrumentos padronizados e neutros. Segundo Appolinário
(2011), a pesquisa quantitativa é realizada com o intuito de resolver problemas ou
necessidades concretas e imediatas, o que a torna adequada para gerar
conhecimentos aplicáveis na prática e direcionados à solução de problemas
específicos.

A pesquisa foi de natureza aplicada, pois visou gerar conhecimentos para
aplicação prática, diretamente dirigidos à solução de problemas específicos.
Conforme Appolinário (2011), a pesquisa aplicada é conduzida com o propósito de
resolver problemas ou atender necessidades concretas e imediatas.

Quanto aos objetivos, a pesquisa foi caracterizada como exploratória.
Apesar de existirem inúmeros estudos sobre a gestão de propriedades rurais, o
foco específico nos desafios enfrentados pelas mulheres na gestão de pessoas em
Nova Mutum – MT, demandou uma investigação inicial para oferecer insights e
compreensão sobre o tema.

A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário utilizando o
método survey, autoadministrado via WhatsApp, aplicado a 34 mulheres atuantes
na gestão de propriedades rurais. Sendo assim, a pesquisa obteve êxito aonde
todas as entrevistadas responderam o que foi proposto, tendo-se assim 34
respostas para análises. O questionário foi composto por:

Dois questionamentos de controle relacionados ao objetivo geral da
pesquisa. Quinze afirmações relacionadas ao objetivo específico da pesquisa.
Cinco perguntas para caracterizar as respondentes e suas propriedades (cargo,
idade, cultura produzida, tamanho da propriedade e quantidade de colaboradores).

Quanto à amostragem, adotou-se uma abordagem não probabilística.
Oliveira, Almeida e Barbosa (2012) descrevem dois tipos principais de amostragem:
probabilística e não probabilística. A amostragem probabilística visa trabalhar com
dados estatísticos de maneira que os dados coletados sejam transformados em

50
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.

números, enquanto a amostragem não probabilística depende do pesquisador e da
interpretação dos dados coletados. Neste estudo, os dados foram interpretados
pelo pesquisador e apresentados em tabelas e quadros para facilitar a visualização
dos resultados.

Os dados coletados foram analisados quantitativamente, permitindo uma
interpretação objetiva dos resultados. A análise envolveu a transformação dos
dados em tabelas e quadros, proporcionando uma melhor visualização e
compreensão dos resultados obtidos.


4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1. Características das Propriedades

Três questões foram destinadas a identificar os perfis das propriedades
rurais pesquisadas. Dessa forma, observou-se que, a principal atividade nas
propriedades respondentes é a agricultura, a produção de grãos (milho e/ou soja)
com 82,40%. A cultura também predomina em todo o estado do Mato Grosso,
sendo a principal fonte de renda e um estado renomado por grandes exportações
de grãos para o resto do mundo.


Figura 1 - Principal atividade da propriedade.


Fonte: Elaborado pela autora (2023).

0,00%

100,00%

Algodão Grãos
(Milho

e/ou
Soja)

Feijão Peixes Suínos Aves Bovinos

2,90%

82,40%

0,00% 0,00%
2,90%

5,90% 5,90%

51
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.

A Figura 2 representa o tamanho das propriedades em forma de hectares,
conforme Landau et al. (2012) os imóveis rurais são classificados e definidos pela
Lei 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, que a classificação leva em consideração
não o tamanho da área, mas o módulo fiscal de cada município, as medidas são
fixadas pelo Incra onde se leva em consideração os tipos de exploração que
predominam no município e também as explorações não predominantes, que é
utilizado uma área ou uma renda bastante expressiva, e também leva em
consideração as próprias propriedades familiares. Dessa forma, às áreas de
propriedades rurais, são classificadas em pequena propriedade (1 a 4 módulos
fiscais de 100 a 400 há), média propriedade (4 a 15 módulos fiscais de 400 a 1500
há) e grande propriedade (superior a 15 módulos fiscais acima de 1500 há) (Landau
et al., 2012).

Predominando com 32,40% das respostas, pode-se observar que as
propriedades variam entre 401 há e 1.000 há, sendo assim classificadas como
médias. Além disso, o tamanho da propriedade tem influência direta para o
planejamento e tomada de decisões da propriedade, bem como quantidade de área
para plantar as culturas que podem variar conforme as safras.


Figura 2 - Tamanho da propriedade em hectares.


Fonte: Elaborado pela autora (2023).

Ligado também à cultura produzida e o tamanho da propriedade, tem a
quantidade de colaboradores que nelas trabalham, e com 70,6% das propriedades

0,00%

40,00%

De 1 a 100

De 101 a
400 há

De 401 a
1.000 há

De 1.001 a
3.000 há

De 3.001 a
6.000 há

Acima de
6.000 há

5,90%

11,80%

32,40%
29,40%

11,80%
8,80%

52
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.

tem de 1 a 20 colaboradores. Esse tipo de serviço depende do tempo e do clima,
há períodos com menos funções e não havendo necessidade de grandes
quantidades de funcionários, e quando há épocas corridas como plantio e colheita,
no caso de grãos, são contratados prestadores de serviço, para ajuda no período
e efetuado contrato de parceria.


4.2. Perfil das Mulheres Ligadas às Propriedades Rurais

A pesquisa contou com a participação de 34 mulheres envolvidas em
propriedades rurais, que fazem parte de um grupo de compras rural no município
de Nova Mutum – MT.

A Figura 3 mostra em forma de porcentagem e em destaque com 55,90%
que as respondentes são proprietárias e exercem a função de gestoras em suas
propriedades. E com menos enfoque, com 17,60% das proprietárias sem atividade
de gestão, pois são raros os casos no meio rural em que as mulheres não queiram
estar no meio de gestão e controle de seus empreendimentos.



Figura 3 - Cargo exercido pelas mulheres na propriedade rural.


Fonte: Elaborado pela autora (2023).

53
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.

Dados que compõem a pesquisa realizada, a maioria das mulheres tem faixa
etária de 26 a 35 anos, com 50% das respostas, mostrando que cada vez mais os
ensinamentos são passados mais cedo e trazem mais experiências vivenciadas.


4.3. Realização da Gestão de Pessoas na Propriedade Rural na Percepção
Feminina

Este bloco foi composto por perguntas com alternativas de discordo e
concordo, a fim de responder o primeiro objetivo específico da pesquisa, que se
trata de analisar como é a realizada a gestão de pessoas na propriedade rural na
percepção feminina, as perguntas contêm algumas competências que fazem parte
da atividade de gestão de pessoas dentro das empresas. Conforme apresentado
no Quadro 2 abaixo.


Quadro 2 - Competências da gestão de pessoas nas propriedades rurais na percepção feminina.

Perguntas Discordo % Concordo %
Existem estímulos a

participação dos
colaboradores nas

tomadas de decisão e
resolução de problemas.

0 5,9 26,5 41,2 26,5

Na propriedade, os
colaboradores e suas

chefias desfrutam da troca
constante de informações
para o bom desempenho

das funções.


0 5,9


20,6


29,4


44,1

Há oferecimento de
benefícios básicos (plano

de saúde, auxílio-
transporte, auxílio-
alimentação, etc).

11,8 11,8 8,8 32,4 35,3

Auxilio os colaboradores a
desenvolver as

competências necessárias
à boa realização das suas

funções (p. ex.
treinamentos, participação

em congressos, etc.).


8,8 8,8


11,8


29,4


41,2

Ofereço remuneração
compatível com as

competências e
formação/escolaridade.

2,9 2,9 14,7 32,4 47,1

54
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.

Os colaboradores
conseguem aplicar no

trabalho os
conhecimentos e
comportamentos
aprendidos nos

treinamentos/eventos de
que participam.


2,9 11,8


23,5


41,2


2,6

As instalações e as
condições físicas de

iluminação, ventilação,
ruído e temperatura do
local de trabalho são

adequadas e confortáveis.


2,9 0


20,6


26,5


50

Realização de avaliações
de desempenho e

competências
periodicamente.

2,9 8,8 23,5 32,4 32,4

O gerenciamento das
metas deixa a equipe

mais motivada para atingir
os objetivos.

0 8,8 8,8 26,5 55,9

A prática da gestão de
pessoas deixa o ambiente

mais harmonioso e
organizado, fluindo para
trazer bons resultados

com o empenho da mão
de obra qualificada.


0 8,8


5,9


35,3


50

Fonte: Elaborado pela autora (2023).

4.4. Desafios Enfrentados pelas Mulheres na Gestão de Pessoas em
Propriedades Rurais

Este bloco foi composto por 2 (duas) perguntas com diversas alternativas e
objetivou identificar os desafios e dificuldades enfrentados pelas mulheres na
gestão de pessoas em propriedades rurais, a Figura 4 apresenta os principais
desafios e suas porcentagens, tendo destaque o fato de ser mulher (discriminação
de gênero) com 26,50% das respostas.

Outro desafio também enfrentado é a falta de conhecimento técnico com
20,60% das respostas, a falta de treinamento tecnológico e preparação para as
necessidades atuais reflete nesses casos, apesar das várias evoluções na inserção
das mulheres em cargos de gestão, ainda é um desafio, pois a maioria das
respondentes são sucessoras das propriedades ou gestoras que foram inseridas
em outros cargos, pois o de gestão de pessoas já era exercido por um homem.

Observa-se que no ramo de gestão de pessoas ainda falta oportunidade para
as mulheres exercerem a função, devido à gestão de pessoa estar relacionada

55
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.

diretamente com os colabores, admissões e demissões que geralmente quem
exerce é o homem pelo fato de conhecer mais, na prática sobre a mão de obra o
perfil que busca para suas propriedades.


Figura 4 - Desafios enfrentados pelas mulheres na gestão de pessoas em propriedades rurais.


Fonte: Elaborado pela autora (2023).

Na Figura 5 abaixo, mostra em porcentagem as principais dificuldades como
mulher na gestão de pessoas ou na participação das decisões dessa gestão nas
propriedades rurais. A resistência dos homens quanto a sua participação nos
negócios liderou com 35,3%, podendo ver assim que nos cargos referentes à
gestão de pessoas ainda há muito a ser mudado, as faltas de oportunidade de
conquistar seus espaços nesse ramo deixam as mulheres limitadas em suas
funções e sem oportunidade de conquistar novos espaços.

Madruga et al. (2001) argumentam que, no campo da gestão, o modelo
predominante ainda é masculino. As oportunidades e as desigualdades de direitos
entre mulheres e homens nas organizações são algo que pode ser notado no
mundo todo e enfrentar este fenômeno se tornou uma das principais características
e desafios da Organização Mundial do Trabalho (OIT, 2008).

Figura 5 - Dificuldades enfrentadas pela mulher na gestão de pessoas ou na participação das
decisões dessa gestão na propriedade rural.

0,00% 40,00%

Outros

Confiança nas tomadas de decisões

O fato de ser mulher (Discriminação de Gênero)

Falta de apoio da familia para realizar essa função

Falta de experiência na área

Falta de conhecimento técnico

Falta de oportunidade de exercer a função

8,80%

11,80%

26,50%

2,90%

11,80%

20,60%

17,60%

56
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.


Fonte: Elaborado pela autora (2023).

Gammie et al. (2007) mencionam que uma forma de romper com isso é a
mudança na educação e na cultura da sociedade, para trabalhar a compatibilidade
dos compromissos de trabalho com os familiares. As mudanças que ocorreram
estão dentro do ambiente familiar tradicional, educacional e o impacto resultante
sobre a mobilidade, com uma ênfase reduzida no casamento e maternidade, e as
responsabilidades parentais partilhadas têm o potencial de diminuir as barreiras
atitudinais e contextuais. Que corrobora com os resultados obtidos, em que 17,60%
possuem dificuldade em acompanhar os avanços tecnológicos sobre gestão de
pessoas e 14,70% em conciliar o lado pessoal e profissional, sentindo-se às vezes
incapazes de realizar essa função dentro da propriedade.

Apesar dessas transformações, Gomes et al. (2009) comentam que o
ambiente organizacional é ainda majoritariamente masculino, mas destaca que o
jeito feminino de administrar deve ser complementar ao masculino, no qual homens
e mulheres possam contribuir com suas habilidades para o sucesso organizacional.
E que não se pode negar que o novo modelo de gestão das organizações modernas
parece exigir um perfil de profissional mais flexível, sensível e cooperativo (Gomes
et al., 2009).

0,00% 40,00%

Outros

Saber comandar o negócio

Conciliar os lados pessoais e profissionais

Acompanhar os avanços técnológicos

Habilidade de comunicação

Habilidades interpessoais (lidar com pessoas)

Resistência dos homens quanto sua participação…

Falta de conhecimento técnico

Estabilidade emocional

Capacidade para tomadas de decisões

Falta de conhecimento para novas ferramentas de…

0%
5,90%

14,70%
17,60%

5,90%

0,00%

35,30%
8,80%

8,80%

0,00%

2,90%

57
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.


5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo buscou responder à pergunta: “Quais os desafios enfrentados
pelas mulheres na gestão de pessoas em propriedades rurais no município de Nova
Mutum-MT?”. Para isso, foi necessário analisar como a gestão de pessoas é
realizada nas propriedades rurais sob a percepção feminina. Observou-se que as
atividades relacionadas à gestão de pessoas, que são parte fundamental do dia a
dia nessas propriedades, ainda enfrentam lacunas, especialmente no que tange à
oferta de treinamentos adequados e oportunidades para o desenvolvimento dos
colaboradores.

Os objetivos principais da pesquisa foram atingidos. O primeiro, “analisar
como é realizada a gestão de pessoas na propriedade rural sob a percepção
feminina”, revelou que, embora as mulheres estejam cada vez mais presentes na
administração dessas propriedades, ainda enfrentam dificuldades em implementar
práticas mais avançadas de gestão de pessoas. A pesquisa destacou a
necessidade de melhorar a capacitação dos colaboradores, oferecendo
treinamentos que permitam aplicar conhecimentos diretamente em suas funções,
contribuindo para o crescimento profissional e para a eficiência da gestão.

Outro objetivo foi descrever “os desafios enfrentados pelas mulheres na
gestão de pessoas”. Os dados mostraram que essas profissionais enfrentam uma
resistência significativa por parte dos homens, o que se manifesta em uma
relutância quanto à aceitação de mulheres em cargos de liderança. Essa resistência
é amplificada pela demanda crescente por competências tecnológicas que o cargo
exige, muitas vezes percebidas como uma barreira adicional. Esse contexto limita
as oportunidades para que as mulheres ocupem e consolidem seu espaço em
funções de gestão.

Entre os achados mais importantes, destaca-se que a resistência masculina
à liderança feminina ainda é um desafio substancial. Esse comportamento reflete
uma falta de confiança nas capacidades femininas, resultando em um ambiente de
trabalho que dificulta a inserção plena das mulheres em cargos de liderança. Além
disso, a inclusão tecnológica nas propriedades rurais foi percebida como uma área
onde as mulheres sentem a necessidade de constante atualização, o que, em

58
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.

alguns casos, reforça a percepção de que não estão preparadas para tais
mudanças.

Além disso, a pesquisa evidenciou a importância da capacitação e
treinamento contínuos. A falta de treinamentos adequados foi identificada como
uma das principais barreiras para o desenvolvimento de uma gestão de pessoas
eficiente. Tais treinamentos não apenas aumentariam a eficiência das atividades
nas propriedades, mas também ajudariam as gestoras a lidarem melhor com os
desafios diários da administração de equipes.

Como sugestão para estudos futuros, seria de grande relevância buscar
saber se esses resultados obtidos agora serão alterados e melhorados futuramente
com os avanços da inserção e a participação feminina cada vez mais presente na
gestão de pessoas das propriedades rurais.

Segunda sugestão seria de realizar a pesquisa com mais mulheres, pois
como dito anteriormente, a participação feminina tem sido cada vez mais presente
nesse ramo e assim tendo uma maior abrangência de funções no setor, podendo
ser realizada com maior número de mulheres para se obter maiores e melhores
resultados sobre o assunto e assim analisar e trazer mais resultados como práticas
para superar essas barreiras, e oferecer recomendações praticas para gestores e
políticas públicas.

Outra sugestão relevante, seria analisar a mesma problemática e objetivos
em outras regiões do país ou em outras cidades do estado do Mato Grosso, e fazer
uma comparação dos resultados de uma região a outra.

É importante reconhecer algumas limitações deste estudo. A amostragem
limitada, restrita a um número específico de mulheres em Nova Mutum-MT, impede
a generalização completa dos resultados. Estudos futuros que incluam um número
maior de participantes poderão oferecer uma visão mais ampla e precisa dos
desafios enfrentados pelas mulheres nesse setor.

Além disso, os resultados refletem as condições de uma região geográfica
específica. A realidade das propriedades rurais em Nova Mutum-MT pode não
representar totalmente os desafios enfrentados por gestoras em outras regiões do
país. Nesse sentido, a sugestão de realizar pesquisas em outras localidades,

59
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.

comparando os resultados entre diferentes regiões, permitirá identificar se os
obstáculos e oportunidades são semelhantes ou se variam conforme o contexto
local.

Por fim, a metodologia qualitativa utilizada neste estudo, baseada em
entrevistas e percepções subjetivas, limita a extrapolação dos dados para uma
população mais ampla. A percepção das mulheres entrevistadas pode ter sido
influenciada por suas experiências individuais e pelo contexto cultural específico da
região, o que pode não refletir de forma exata a realidade de outras gestoras em
diferentes locais.


REFERÊNCIAS

APPOLINÁRIO, F. Dicionário de Metodologia Científica. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2011. 295p.

ARAÚJO, N. F. Mulheres lutam para liderar e conquistar reconhecimento no
agronegócio., 2018. Online. Disponível em:
https://sfagro.uol.com.br/mulheresagronegocio/.

BATALHA, M. O.; SILVA, A. L. Gerenciamento de sistemas agroindustriais:
definições, especialidades e correntes metodológicas. In C. M. O. Batalha (Ed.),
Gestão agroindustrial (3. ed., pp. 2-62), 2012. São Paulo: Atlas.

BATALHA, M. O; SILVA, A. L. Gerenciamento de sistemas agroindustriais:
definições, especificidades e correntes metodológicas. In: Batalha, M. O. Gestão
Agroindustrial. 3. ed. Atlas, São Paulo, pp. 01-62. 2013.

BOTELHO, M. O. Gestão Agroindustrial: GEPAI: Grupo de Estudos e Pesquisas
Agroindustriais. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2016.

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA
(CEPEA/ESALQ). Mercado de Trabalho do Agronegócio, 2018. Disponível em:
https://www.cepea.esalq.usp.br/br/mercado-de-trabalho-do-agronegocio.aspx.
Acesso em: 12 ago. 2023.

CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas
organizações- 4. ed. - Barueri, SP: Manole, 2014.

CHIAVENATO, I. Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos: como
incrementar talentos na empresa – 7. ed. rev. e atual. – Barueri, SP: Manole, 2009.

CYRNE et al. Painel de Indicadores em Pequenas Propriedades Rurais. Acesso
em: 20 jul. 2023.

60
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.

DIEESE. A inserção das mulheres nos mercados de trabalho metropolitanos
e a desigualdade nos rendimentos. Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED):
Boletim de março de 2013.

FRAN6. Mulheres no Agronegócio: perfil da mulher do agronegócio brasileiro
– sumário executivo - Fase 1. 2016. Disponível em:
http://orbicolas.com.br/emailmkt8demarco/mulheres-no-agronegocio.pdf. Acesso
em: 17 mai. 2023.

FLEURY, M. T. L. Liderança feminina no mercado de trabalho. CE, Agora é com
elas. Vol. 12. GV Executivo, 2013.

FRANCESCHINI, A. A integração das mulheres no agronegócio. Agroanalysis,
2007. p.7-10.

GAMMIE, E.; GAMMIE, B.; MATSON, M.; DUNCAN, F. Women of ICAS reaching
the top: the demise of the glass ceiling. The Institute of Chartered Accountants
of Scotland, 2007.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

GOMES, A. F.; SANTANA, W. G. P.; ANTONIALLI, L. M.; CORREIA, E. L.
Trajetórias e estratégias de mulheres: um estudo conquistense. Revista de Gestão
USP, v.16, n.1, p.69-87, janeiro-março, 2009.

GRAF, L. V. Gestão da propriedade rural: um estudo sobre a autonomia do
jovem na gestão da propriedade rural. Lajeado, novembro de 2016.

GUARALDO, M. C. Mapa, Embrapa e IBGE apresentam os dados sobre
mulheres rurais. EMBRAPA, 2018. Disponível em: <https://www.embrapa.br>.
Acesso em: 22 jul. 2023.

KARPINSKI, B. 2017. A atuação das mulheres se consolida no agronegócio no
Brasil. Acesso em: 9 jul. 2023.

KAY, R. D. Gestão de propriedades rurais – 7. ed. – Dados eletrônicos. – Porto
Alegre: AMGH, 2014.

LANDAU. E. C. et al. Variação geográfica do tamanho dos módulos fiscais no
Brasil – Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2012.

LAVOROAGRO, 70% dos empregos formais do mato grosso são gerados pelo
agronegócio. 2018. Disponível em: <https://lavoroagro.com.br/noticias/70-
dosempregosformais-do-mato-grosso-sao-gerados-pelo-agronegocio/> Acessado
em: 24 de julho de 2023.

LEITNER, C. P. S. Estratégias de operações de propriedades produtoras de
grãos do Núcleo Oeste de Mato Grosso. São Carlos: UFSCar, 2015. Disponível
em:

61
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.

https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/7581/TeseCPSL.pdf?sequenc
e=1&isAllwed=y. Acesso em: 12 ago. 2023.

MADRUGA, L. R., GOMES, C. M., FLEIG, D. G., ALTÍSSIMO, J. C. e COSTA, V.
F. A Valorização da Mulher no Contexto do Trabalho: Contradições e
Evidências Identificadas na Realidade Atual. In: ENCONTRO NACIONAL DOS
PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, 2001. Campinas:
ANPAD, 2001.

MAPA 2022. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br. Acesso em: 5 jul.
2023.

MARCHI, R. O.; VACELLA, C. R.; BRESSAN, I. C. Estudo sobre a importância do
administrador rural – um estudo de caso na fazenda Rio Jordão, no município de
Sertaneja – PR. Diálogo e Interação, v. 7, n. 1, 2013.

NASCIMENTO, L. P. do. Elaboração de projetos de pesquisa: monografia,
dissertação, tese e estudo de caso, com base em metodologia científica-- São
Paulo: Cengage Learning, 2012.

OLIARI, T. B. P. O comportamento estratégico na gestão feminina de organizações
rurais: um estudo empírico. In: SEMINÁRIOS EM ADMINISTRAÇÃO – XX
SEMEAD, 20., 2017. São Paulo: FEAUSP, 2017. Acesso em 22 jun. 2023.

OLIVEIRA, K. D.; ALMEIDA, K. L. de; BARBOSA, T. L. Amostragens
probabilísticas e não probabilísticas: técnicas e aplicações na determinação
de amostras. 2012. Monografia – Pós-Graduação em Ciências Florestais,
Universidade Federal do Espírito Santo, 2012.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT). C apresenta a
campanha “A igualdade de gênero no coração do trabalho decente”. 2008.

Osaki, M. Gestão financeira e econômica da propriedade rural com
multiproduto. (Tese de doutorado). Universidade Federal de São Carlos, São
Carlos. 2012.
http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado//tde_busca/arquivo.php?codArq
uivo=5418. Acesso em: 14 ago. 2023.

POZZOBON, D. M.; LÖBLER, M. L.; SILVEIRA, V. C. P. O Processo de estratégia
em empresas agropecuárias: proposição de uma metodologia de formulação e
implementação. In: Congresso da Sociedade Brasileira de Economia e
Sociologia Rural, XLIV., 23-27 de julho de 2006, Fortaleza, Ceará, Brasil. Anais.
p. 1–20. Disponível em: http://www.ufsm.br/extrural/vicentepp/arquivospdf/o
processo de estrategia.pdf. Acesso em: 12 ago. 2023.

PROBST, E. R. A Evolução da Mulher no Mercado de Trabalho. RH Portal, 2015.
Disponível em: https://www.rhportal.com.br/artigos-rh/a-evoluo-da-mulher-no-
mercado-de-trabalho/. Acesso em: 23 set. 2023.

62
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.

RAMOS, M. O que é o agronegócio. 2016. Disponível em:
https://www.agron.com.br/publicacoes/mundoagron/curiosidades/2016/02/22/0474
56/o-quee-agronegocio.html. Acesso em: 03 ago. 2023.

ROCHA-COUTINHO, M. L. Novas opções, antigos dilemas: mulher, família, carreira
e relacionamento no Brasil. Temas em Psicologia da SBP, v. 12, n. 1, 2004.
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v12n1/v12n1a02.pdf. Acesso em:
14 set. 2023.

SILVA, Gleiciane Rosa da. A liderança feminina no mercado de trabalho. Vol. 1.
Revista digital de Administração Faciplac, 2017.

SZNITOWSKI, A. M. et al. Práticas de Gestão de Pessoas Adotadas em
Organizações Produtoras de Grãos. In: 56º CONGRESSO SOCIEDADE
BRASILEIRA DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL,
08/2018, Campinas. Anais 56º SOBER. Campinas: UNICAMP, 2018. Disponível
em: http://sober.org.br/congresso2018. Acesso em: 14 jun. 2023.

TEMÓTEO, A. Machismo e preconceito atrapalham mulheres dentro de
empresas. Correio Braziliense: 2013.

TONANI, Adriana Venturim. Gestão Feminina - Um diferencial de liderança mito
ou nova realidade. Agosto de 2011. VII Congresso Nacional de Excelência em
Gestão. ISSN 1984-9354.

63
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.

ANEXO 1: PESQUISA ESTRUTURADA E APLICADA AS PRODUTORAS
RURAIS

Prezada
A pesquisa a seguir foi elaborada pela acadêmica da Universidade do Estado

de Mato Grosso do Campus de Nova Mutum–MT, com intuito de identificar a visão
das mulheres residentes da cidade de Nova Mutum–MT, sobre os desafios
encontrados por elas na gestão de pessoas em suas propriedades rurais. Buscando
analisar se elas estão sendo reconhecidas pelo que estão fazendo, bem como
saber se, ao longo dos anos, houve evolução na participação delas em decisões
relacionadas às suas propriedades rurais no que diz respeito à gestão de pessoas.

No formulário, para cada afirmação, opte pelo seu grau de concordância ou
discordância. Todas as questões devem ser respondidas levando-se em
consideração sua interpretação sobre gestão de pessoas. Não há resposta certa
ou errada; o que se busca é a sua opinião.
Por ser uma pesquisa acadêmica, os dados são 100% sigilosos, não nomináveis e
não identificáveis. Desde já, agradeço a gentileza pelo tempo dispensado a
responder a esse questionário. Tempo médio estimado: 5 minutos.

1 - Quais os principais desafios enfrentados por você no que diz respeito a gestão
de pessoas da propriedade rural?

( ) Falta de oportunidade de exercer a função
( ) Falta de conhecimento técnico
( ) Falta de experiência na área
( ) Falta de apoio da família para realizar essa função
( ) O fato de ser mulher (Discriminação de Gênero)
( ) Confiança nas tomadas de decisões
( ) Outros


2 - Quais as suas principais dificuldades como mulher na gestão de pessoas ou na
participação das decisões dessa gestão na propriedade rural?

( ) Falta de conhecimento para novas ferramentas de gestão
( ) Capacidade para tomadas de decisões
( ) Estabilidade emocional
( ) Falta de conhecimento técnico
( ) Resistência dos homens quanto sua participação nos negócios
( ) Habilidades interpessoais (lidar com pessoas)

64
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.

( ) Habilidade de comunicação
( ) Acompanhar os avanços tecnológicos
( ) Conciliar os lados pessoais e profissionais
( ) Saber comandar o negócio
( ) Outros

3 - Dando segmento ao questionário, peço que, por favor, avalie cada uma das
afirmativas seguintes na coluna a direita, conforme a escala abaixo, indicando o
quanto você concorda ou discorda de cada uma delas, escolhendo o número (de 1
a 5) que melhor reflete a sua percepção em relação às políticas de recursos
humanos da sua propriedade.


1. Discordo Totalmente 2. Discordo Parcialmente 3. Indiferente

4. Concordo Parcialmente 5. Concordo Totalmente
1 2 3 4 5
BLOCO 1: PARTICIPAÇÃO DOS COLABORADORES NAS TOMADAS DE

DECISÃO
1 Existem estímulos a participação dos colaboradores nas

tomadas de decisão e resolução de problemas

2 Entendo com agilidade e facilidade estímulos a
participação dos colaboradores nas tomadas de decisão
e resolução de problemas


3 Na propriedade, os colaboradores e suas chefias
desfrutam da troca constante de informações para o bom
desempenho das funções.


BLOCO 2: BENEFÍCIOS E PLANOS DE CARREIRA
4 Há oferecimento de benefícios básicos (plano de saúde,

auxilio transportes, auxilio alimentação, etc.).

5 Auxilio os colaboradores a desenvolver as competências
necessárias à boa realização das suas funções (p. ex.,
treinamentos, participação em congressos, etc.).


6 Ofereço remuneração compatível com as competências e
formação/escolaridade.


BLOCO 3: VALORIZAÇÃO DO CAPITAL HUMANO
7 A propriedade investe no desenvolvimento e educação,

propiciando crescimento pessoal e profissional de forma
ampla (p. ex., patrocínio total ou parcial de graduações,
pós-graduações, cursos de línguas, etc.).


8 Os colaboradores conseguem aplicar no trabalho os
conhecimentos e comportamentos aprendidos nos
treinamentos/eventos de que participam.

65
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.

9 Na propriedade, as necessidades de treinamento são
levantadas
periodicamente.


BLOCO 3: COMPETÊNCIAS DA PROPRIEDADE
10 Ações e programas de prevenção de acidentes e

enfrentamento de incidentes.

11 As instalações e as condições físicas de iluminação,
ventilação, ruído e temperatura do local de trabalho são
adequadas e confortáveis.


12 Realização de avaliações de desempenho e
competências periodicamente.


BLOCO 4: COMPARTILHAMENTO DE DADOS E GERENCIAMENTO DAS
METAS DA EQUIPE

13 Compartilho informações com toda a equipe, a fim de
gerar maior engajamento e comprometimento com as
metas e os resultados da empresa.


14 O gerenciamento das metas deixa a equipe mais
motivada para atingir os objetivos.


15 A pratica da gestão de pessoas deixa o ambiente mais
harmonioso e organizado, fluindo de forma há trazer bons
resultados com empenho da mão de obra qualificada.



Perfil:

Respondente
( ) Gestora
( ) Proprietária e gestora
( ) Proprietária sem atividades de gestão

Faixa Etária
( ) De 18 a 25 anos
( ) De 26 a 35 anos
( ) De 36 a 45 anos
( ) De 46 a 55 anos
( ) Acima de 55 anos

Qual a principal cultura produzida em sua propriedade?
( ) Algodão
( ) Grãos (Milho e/ou Soja)
( ) Feijão
( ) Peixes
( ) Suínos
( ) Aves
( ) Bovinos

66
Letícia Costa Prigol e Presline Blum
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66,
jan./jun., 2024.


Qual o tamanho de sua propriedade?
( ) De 1 a 100 ha
( ) De 101 a 400 ha
( ) De 401 a 1.000 ha
( ) De 1.001 a 3.000 ha
( ) De 3.001 a 6.000 há
( ) Acima de 6.000 há

Quantos colaboradores a propriedade possui?
( ) De 1 a 20 colaboradores
( ) De 11 a 40 colaboradores
( ) De 41 a 60 colaboradores
( ) De 61 a 80 colaboradores
( ) Acima de 80 colaboradores

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2025 Letícia Costa Prigol, Presline Blum

Revista de Estudos em Organizações e Controladoria (REOC), ISSN 2763-9673, Setor de Ciências Sociais Aplicadas de Irati (SESA/I), Campus Irati - Rua Professora Maria Roza Zanon de Almeida, s/n. Bairro: Engenheiro Gutierrez - Caixa Postal 21 - CEP 84505-677 - Irati – Paraná/Brasil - Editora UNICENTRO