Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66, 
jan./jun., 2024. 
 
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES 
NA GESTÃO DE PESSOAS EM PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE 
NOVA MUTUM - MT1 
 
FEMALE PARTICIPATION IN AGRIBUSINESS: WOMEN'S CHALLENGE IN 
PEOPLE MANAGEMENT ON RURAL PROPERTIES IN THE MUNICIPALITY OF 
NOVA MUTUM – MT 
 
LETÍCIA COSTA PRIGOL 
Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) 
E-mail: leticia.prigol@unemat.br 
 
PRESLINE BLUM 
Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) 
E-mail: presline.blum@gmail.com 
 
RESUMO 
As mulheres vêm se destacando cada dia mais nas organizações, na gestão de suas propriedades 
rurais, possuindo uma forma única e diferente de olhar os negócios e contribuir para o crescimento 
de seus empreendimentos. Contudo, no ramo de gestão de pessoas ainda há limites a serem 
superados, tendo em vista que ainda existem preconceitos quanto à sua participação nessa gestão 
no campo. Assim, o presente trabalho teve como objetivo investigar os desafios enfrentados pelas 
mulheres na gestão de pessoas em propriedades rurais no município de Nova Mutum–MT. A 
pesquisa possui abordagem quantitativa e a coleta de dados se deu por meio de um questionário 
estruturado, utilizando a técnica survey, aplicado às gestoras de proprietárias rurais. Mediante a 
análise dos dados, foi possível verificar que as mulheres ainda enfrentam desafios e dificuldades 
para serem inseridas ao cargo de gestão de pessoas como discriminação de gênero e falta de 
conhecimento técnico, e conforme a visão delas ainda faltam algumas implantações dos processos 
de gestão de pessoas em suas propriedades como oferecer mais benefícios aos seus colaboradores 
e os mesmos conseguirem colocar em prática conhecimentos adquiridos em cursos e treinamentos. 
 
Palavras-chave: Propriedades Rurais, Mulheres, Desafios, Gestão, Pessoas. 
 
ABSTRACT 
Women are increasingly standing out in organizations in the management of their rural properties, 
having an unique and different caminho of looking at Business and contributing to the growth their 
enterprises. But, however, in the field of people management there are still limits to be overcome, 
considering that there are still prejudices regarding their participation in this management in the field. 
Therefore, the present work aimed to investigate the challenges faced by women in managing people 
on rural properties in the city of Nova Mutum – MT. The research has a quantitative approach and 
data collection took place through a structured questionnaire, using the survey technique, applied to 
rural managers and landowners. Through data analysis, it was possible to verify that women still face 
challenges and difficulties in being placed in people management positions, such as gender 
discrimination and lack of technical knowledge, and according to their view, there is still a lack of 
implementation of people management processes. People in their properties how to offer more 
benefits to their employees and enable them to put practice knowledge acquired in courses and 
training. 
 
Keywords: Rural Properties, Women, Challengers, Management, People, Gender. 
 
 
 
1 DOI: https://doi.org/10.5935/2763-9673.20240002 
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Letícia Costa Prigol e Presline Blum 
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM 
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT 
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jan./jun., 2024. 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
No século XIX, o papel da mulher na sociedade era o de servir. As mulheres 
foram criadas para servir seus maridos, para trabalhos domésticos, procriação e 
criação dos filhos, por ser considerada “sexo frágil” o único provedor das 
necessidades do lar era o homem (Silva, 2017). Assim, para elas não pertencia o 
direito de exercer uma atividade fora de casa, principalmente se fosse remunerada 
(Silva, 2017) 
Nas últimas décadas, no entanto, a sociedade passou por mudanças 
significativas que aumentaram as possibilidades de inserção feminina no mercado 
de trabalho. Conforme o Dieese (2012), essas mudanças permitiram que as 
mulheres atuassem em diferentes áreas profissionais, com maior presença em 
espaços públicos de poder, como ministérios públicos e o Congresso Nacional, 
além dos postos de trabalho anteriormente reservados aos homens. 
No contexto mundial atual, o agronegócio tem se tornado cada vez mais 
essencial para a economia brasileira. Ele pode ser definido como um conjunto de 
atividades que garantem a produção, transformação, distribuição e consumo de 
produtos agropecuários. Em 2022, a balança comercial do agronegócio registrou 
um valor de US$ 73,10 bilhões em exportações, com o complexo da soja 
representando mais de 50% dessas exportações (Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento - MAPA, 2022). 
Com a expansão do agronegócio e as constantes mudanças tecnológicas, 
há uma crescente demanda por mão de obra qualificada (Centro de Estudos 
Avançados em Economia - CEPEA, 2018). De acordo com pesquisa do CEPEA 
(2018), entre 2004 e 2015, o número de mulheres atuantes no setor cresceu 8,3%, 
aumentando sua participação de 24,1% para 28%. 
Diante desse cenário, surgiu a necessidade de compreender melhor a 
perspectiva das mulheres sobre sua participação na gestão de pessoas em 
propriedades rurais, bem como as dificuldades que enfrentam. Assim, esta 
pesquisa se propôs a investigar: quais os desafios enfrentados pelas mulheres na 
gestão de pessoas em propriedades rurais no município de Nova Mutum–MT? 
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Tendo como objetivo geral, investigar os desafios enfrentados pelas mulheres na 
gestão de pessoas em propriedades rurais no município de Nova Mutum – MT.  
Este estudo visa analisar as dificuldades das mulheres na gestão de pessoas 
em propriedades rurais, especialmente em um cenário agrícola predominante no 
estado de Mato Grosso e no município de Nova Mutum. Segundo Lavoroagro 
(2018), 70% dos empregos formais em Mato Grosso são gerados pelo agronegócio, 
empregando diretamente 109,3 mil pessoas, com mais de 450 mil empregos 
indiretos relacionados às atividades rurais. 
A utilização de recursos que contribuam para uma melhor gestão do negócio 
é essencial para a tomada de decisões nas propriedades rurais. Sznitowski et al. 
(2018) argumentam que a gestão de pessoas é relevante para as organizações, 
permitindo reter talentos e aumentar a competitividade. No entanto, essa prática 
ainda é pouco utilizada nas propriedades rurais, apesar de sua importância. 
Atualmente, a mão de obra feminina é considerada um diferencial devido à 
sua maior disposição para trabalhar, persistência, participação, trabalho em equipe 
e capacidade de solução de problemas (Oliari, 2017). Esse comportamento 
assegura às mulheres a oportunidade de desenvolverem uma forma própria de 
gestão feminina, distinta do padrão de gestão masculina (Oliari, 2017). 
O artigo está estruturado e apresentado da seguinte forma: Introdução, que 
é a seção 1, aonde apresenta o tema, a sua importância, os objetivos e o método 
de pesquisa utilizado; a seção 2 é composta pelo referencial teórico incluindo os 
principais conceitos utilizados; a seção 3 apresenta os aspectos metodológicos 
para responder o que foi proposto; na seção 4 são ilustrados os resultados 
encontrados através das pesquisa; e por fim, a seção 5 que é composta pelas 
considerações finais sobre o projeto, incluindo sugestões e recomendações a 
pesquisas futuras. 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
Nesta seção serão abordados os aspectos teóricos em relação aos conceitos 
e definição que a gestão de pessoas tem dentro da propriedade rural, suas 
ferramentas, os conhecimentos e as práticas. Também serão abordadas a 
participação feminina dentro dessa função de gestão de pessoas, como é realizada 
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esses afazeres da forma delas, quais dificuldades enfrentam para realizar a função 
e o que pode estar sendo melhorado e ampliado em um ramo que cresce muito em 
todo o cenário rural.  
 
2.1. Agronegócio 
 
O conceito de "agronegócio" foi proposto pela primeira vez em 1957 por John 
Davis e Ray Goldberg, conforme destacado por Batalha e Silva (2012). Esse 
conceito engloba a soma das operações de produção e distribuição de suprimentos 
agrícolas, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens derivados. 
De acordo com essa perspectiva, a agricultura é abordada em conjunto com outros 
agentes responsáveis por todas as atividades que garantem a produção, 
transformação, distribuição e consumo de alimentos, integrando-a a uma extensa 
rede de agentes econômicos. 
Também denominado "agribusiness", o agronegócio pode ser conceituado 
como a junção de todos os processos da cadeia produtiva, abrangendo desde a 
fabricação de insumos, processos de transformação, logística, até a chegada do 
produto ao consumidor final (Botelho, 2016). 
Para representar esse elo entre o agronegócio e as cadeias produtivas, 
Ramos (2016) sugere uma divisão do agronegócio em três partes, conforme 
descrito no Quadro 01. 
 
Quadro 01- Representação das partes que compõem o agronegócio. 
Primeira Parte Segunda Parte Terceira Parte 
Negócios a montante da 
agropecuária, ou da "pré-
porteira", representados 
pela indústria e comércio 
que fornecem insumos 
para a produção rural, 
como, por exemplo, os 
fabricantes de fertilizantes, 
defensivos químicos e 
equipamentos. 
Negócios agropecuários 
propriamente ditos, ou de 
"dentro da porteira", que 
representam os produtores 
rurais, sejam eles pequenos, 
médios ou grandes, 
constituídos na forma de 
pessoas físicas (fazendeiros 
ou camponeses) ou de 
pessoas jurídicas (empresas 
rurais). 
 
Atividades a jusante dos 
negócios agropecuários, ou de 
"pós-porteira", onde está à 
compra, transporte, 
beneficiamento e venda dos 
produtos agropecuários até o 
consumidor final. 
Fonte: Adaptado Ramos (2016). 
 
No Brasil, o agronegócio representa o maior ramo produtivo, recebendo 
atenção especial devido à sua competitividade nos mercados globais como grande 
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produtor e exportador de diversos produtos agrícolas (Batalha; Silva, 2013). Essa 
atuação confere ao agronegócio um maior respeito tanto internamente, como um 
ramo significativo de negócios, quanto externamente, ao se tornar uma ameaça à 
competitividade de muitos países. Como resultado dessas mudanças e do contexto 
dinâmico, o capital humano ganha cada vez mais importância e relevância, sendo 
essencial para a busca de novas oportunidades de negócios e para o 
gerenciamento das mudanças (Batalha; Silva, 2013). 
 
2.2. Gestão de Propriedades Rurais 
 
As propriedades rurais configuram-se como organizações inseridas em uma 
complexa rede de relações a jusante e a montante, o que se soma à difícil tarefa 
de gerenciamento de finanças incontroláveis, tais como fatores climáticos, fatores 
biológicos e volatilidade do câmbio (Leitner, 2015). 
Segundo Graf (2016), a gestão dessas propriedades caracteriza-se pelo 
conjunto de atividades que promovem a tomada de decisões ao nível da unidade 
de produção, com o objetivo de obter o melhor resultado econômico e manter a 
produtividade da terra. Esse conjunto de atividades auxilia os produtores a tomar 
decisões assertivas em relação a compras, logísticas, venda de insumos, entre 
outros (Marchi, 2013). 
Com o surgimento das organizações, a necessidade de geri-las torna-se 
fundamental, considerando que os processos de gestão se tornam cada vez mais 
complexos devido à ampliação do nível de exigência do mercado (Marchi, 2013). 
Segundo Gil (2011 o mercado consumidor vem se tornando não apenas mais 
sofisticado, mas também mais disposto a lutar por seus direitos. No caso do 
processo de gestão rural, que envolve diversas culturas, o modelo de gestão 
precisa ser eficiente para minimizar os custos e maximizar os lucros, trazendo 
benefícios financeiros e sociais para as famílias envolvidas (Graf, 2016). 
A complexidade e o nível de exigência de uma gestão rural, tanto nos 
aspectos operacionais quanto nos níveis estratégicos, demonstram que as pessoas 
à frente desses empreendimentos precisam possuir conhecimentos, habilidades, 
competências e, sobretudo, um modelo de gestão diferenciado para atender a 
todos os processos (Fleury 2013; Graf, 2016). Além disso, no que diz respeito ao 
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modelo de gestão, a participação feminina na gestão de propriedades rurais 
comprova que existem prerrogativas para modelos mais eficientes (Fleury, 2013). 
 
2.3. Gestão de Pessoas nas Propriedades Rurais 
 
Osaki (2012) menciona que, nas propriedades rurais, são considerados dois 
tipos de empregados: os fixos e os temporários. Os trabalhadores fixos são 
assalariados, recebendo mensalmente salários dos quais incidem encargos sociais 
e provisionamentos, correspondentes a 45,6% do valor total. Em contrapartida, os 
trabalhadores temporários são pagos com base no valor da diária da região (Osaki, 
2012). 
Além disso, os serviços terceirizados desempenham um papel crucial na 
realização de diversas tarefas nas propriedades, tais como capina manual, colheita 
manual, colheita mecânica, pulverização aérea, transporte da produção, 
beneficiamento e armazenagem (Leitner, 2015).  
As propriedades rurais desempenham um papel importante na economia do 
país e, portanto, precisam crescer e desenvolver-se de maneira sustentável 
(Pozzobon, 2006). No entanto, a imperícia na administração dos negócios pode 
afetar negativamente seu desempenho. Portanto, buscar a melhoria na forma de 
gestão é essencial, pois a adoção de técnicas de gestão eficientes possibilita um 
melhor desempenho das atividades (Cyrne et al., 2017). 
Dessa forma, as propriedades rurais não podem mais ser vistas apenas 
como propriedades; elas passaram a ser consideradas empresas rurais, 
necessitando gerenciar uma variedade de fatores que as transformam em 
organizações empresariais (Cyrne et al., 2017). Diversas áreas precisam ser 
administradas em uma propriedade, incluindo as áreas financeira, comercial, 
tecnológica e de gestão de pessoas (Pozzobon, 2006).  
Gerenciar seus processos e administrar de maneira eficiente a área de 
gestão de pessoas pode se tornar um diferencial para as propriedades rurais (Cyrne 
et al., 2017). No entanto, os produtores rurais ainda demoram a perceber que o 
grande gargalo está na gestão de pessoas. Leitner (2015) menciona que a 
utilização de práticas que contribuam para a motivação dos funcionários, assim 
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como os estimulem a trabalhar em equipe para cumprir os objetivos e metas da 
empresa, é um dos principais desafios na área de gestão de pessoas. 
Para Kay (2014), trabalhar com outras pessoas constitui-se em um fator 
essencial para o sucesso da operação. Sendo assim, a motivação, comunicação, 
avaliação e treinamento de pessoal se tornam habilidades essenciais. A adoção de 
práticas voltadas para a área de gestão de pessoas é um fator que pode contribuir 
para o aumento da produtividade das propriedades rurais. Embora haja um 
aumento no número de inovações tecnológicas, estas ainda dependem de pessoas 
para operá-las, demonstrando a necessidade de investimentos contínuos em 
capital humano (Chiavenato, 2014). 
 
2.4. Inserção das Mulheres no Meio Rural 
 
Historicamente, o agronegócio no Brasil tem sido dominado pela figura 
masculina à frente das atividades no campo. Entretanto, apesar de serem exceções 
à regra, algumas mulheres, tanto no passado quanto no presente, têm 
desempenhado papéis importantes na direção de fazendas e negócios rurais 
(Franceschini, 2007). 
Embora ainda seja mais difícil para as mulheres assumirem cargos de maior 
poder e prestígio, elas têm ampliado seu campo de atuação profissional e investido 
cada vez mais em uma formação acadêmica de qualidade, buscando assim 
maiores e melhores oportunidades no mercado de trabalho (Probst, 2015). Na 
esfera privada, ainda que a maioria das mulheres continue a se sentir a principal 
responsável pelos cuidados com a casa e a família, tem havido maior participação 
masculina no lar, especialmente no que diz respeito aos cuidados com os filhos 
(Rocha-Coutinho, 2003; Probst, 2015). 
Araújo (2018 menciona que as mulheres sempre atuaram no campo, mas 
nas últimas décadas conseguiram conquistar mais espaço e assumir cargos de 
gestão e liderança no agronegócio brasileiro. Nesse sentido, as mulheres estão em 
um processo de conquista no mercado de trabalho do agronegócio, enfrentando 
diversas barreiras e preconceitos. Os desafios que as mulheres vêm enfrentando 
envolvem a divisão social do trabalho e a produção de renda (Karpinski, 2017). 
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2.5. Desafios Enfrentados pelas Mulheres em Cargos de Gestão 
 
No meio rural, as mulheres estão conquistando seu espaço ao desenvolver 
as competências necessárias para a gestão rural, destacando-se com 
produtividades elevadas e qualidade superior. No entanto, dados de Fran6 (2016) 
demonstram que as mulheres também enfrentam grandes desafios. A autora 
observa que é comum as empresas dificultarem a flexibilização de horários para 
mães, que muitas vezes precisam se ausentar para amamentar ou cuidar dos filhos. 
Dessa forma, muitas organizações evitam a admissão de mão de obra feminina, 
aumentando o índice de desemprego e a procura por trabalho. 
Além disso, Diesse (2012 destaca que é indispensável que a sociedade 
brasileira compreenda que a maternidade e a responsabilidade com os filhos é 
dever de toda a família, cabendo aos homens dividir essa tarefa de forma igualitária 
com as mulheres. Entretanto, segundo Temóteo (2013), o preconceito e o 
machismo são os principais obstáculos que dificultam a ascensão feminina dentro 
das empresas. Outro problema relatado é o constrangimento de alguns homens ao 
serem liderados por mulheres (Temóteo,2013). 
Tonani (2011) observou que as mulheres frequentemente sentem a 
necessidade de provar sua competência individual e são alvos de comentários 
jocosos, não recebendo o devido reconhecimento por seu trabalho. Muitas vezes, 
suas habilidades são questionadas e sua capacidade de liderança é desvalorizada. 
Executivas bem-sucedidas no agronegócio enfrentam grandes desafios em suas 
áreas profissionais, e frequentemente encontram dificuldades em conciliar o lado 
pessoal com o profissional. Apesar de atuarem ativamente na cadeia do 
agronegócio, muitas não se identificam como profissionais do setor em si (Fran6, 
2016). 
Temóteo (2013) também destaca a existência de diferenças salariais entre 
homens e mulheres, sendo que, quanto maior a renda, maior é a diferença. Esse 
problema está relacionado ao exercício de poder e liderança dentro das empresas, 
refletindo uma desigualdade de gênero persistente no meio rural. 
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3. METODOLOGIA 
 
Para investigar os desafios enfrentados pelas mulheres na gestão de 
pessoas em propriedades rurais no município de Nova Mutum – MT, utilizou-se 
uma abordagem quantitativa. Esta pesquisa centrou-se na objetividade, com coleta 
de dados por meio de instrumentos padronizados e neutros. Segundo Appolinário 
(2011), a pesquisa quantitativa é realizada com o intuito de resolver problemas ou 
necessidades concretas e imediatas, o que a torna adequada para gerar 
conhecimentos aplicáveis na prática e direcionados à solução de problemas 
específicos. 
A pesquisa foi de natureza aplicada, pois visou gerar conhecimentos para 
aplicação prática, diretamente dirigidos à solução de problemas específicos. 
Conforme Appolinário (2011), a pesquisa aplicada é conduzida com o propósito de 
resolver problemas ou atender necessidades concretas e imediatas. 
Quanto aos objetivos, a pesquisa foi caracterizada como exploratória. 
Apesar de existirem inúmeros estudos sobre a gestão de propriedades rurais, o 
foco específico nos desafios enfrentados pelas mulheres na gestão de pessoas em 
Nova Mutum – MT, demandou uma investigação inicial para oferecer insights e 
compreensão sobre o tema. 
A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário utilizando o 
método survey, autoadministrado via WhatsApp, aplicado a 34 mulheres atuantes 
na gestão de propriedades rurais. Sendo assim, a pesquisa obteve êxito aonde 
todas as entrevistadas responderam o que foi proposto, tendo-se assim 34 
respostas para análises. O questionário foi composto por: 
Dois questionamentos de controle relacionados ao objetivo geral da 
pesquisa. Quinze afirmações relacionadas ao objetivo específico da pesquisa. 
Cinco perguntas para caracterizar as respondentes e suas propriedades (cargo, 
idade, cultura produzida, tamanho da propriedade e quantidade de colaboradores). 
Quanto à amostragem, adotou-se uma abordagem não probabilística. 
Oliveira, Almeida e Barbosa (2012) descrevem dois tipos principais de amostragem: 
probabilística e não probabilística. A amostragem probabilística visa trabalhar com 
dados estatísticos de maneira que os dados coletados sejam transformados em 
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números, enquanto a amostragem não probabilística depende do pesquisador e da 
interpretação dos dados coletados. Neste estudo, os dados foram interpretados 
pelo pesquisador e apresentados em tabelas e quadros para facilitar a visualização 
dos resultados. 
Os dados coletados foram analisados quantitativamente, permitindo uma 
interpretação objetiva dos resultados. A análise envolveu a transformação dos 
dados em tabelas e quadros, proporcionando uma melhor visualização e 
compreensão dos resultados obtidos.  
 
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 
 
4.1. Características das Propriedades 
 
Três questões foram destinadas a identificar os perfis das propriedades 
rurais pesquisadas. Dessa forma, observou-se que, a principal atividade nas 
propriedades respondentes é a agricultura, a produção de grãos (milho e/ou soja) 
com 82,40%. A cultura também predomina em todo o estado do Mato Grosso, 
sendo a principal fonte de renda e um estado renomado por grandes exportações 
de grãos para o resto do mundo. 
 
Figura 1 - Principal atividade da propriedade. 
 
Fonte: Elaborado pela autora (2023). 
 
0,00%
100,00%
Algodão Grãos
(Milho
e/ou
Soja)
Feijão Peixes Suínos Aves Bovinos
2,90%
82,40%
0,00% 0,00%
2,90%
5,90% 5,90%
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A Figura 2 representa o tamanho das propriedades em forma de hectares, 
conforme Landau et al. (2012) os imóveis rurais são classificados e definidos pela 
Lei 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, que a classificação leva em consideração 
não o tamanho da área, mas o módulo fiscal de cada município, as medidas são 
fixadas pelo Incra onde se leva em consideração os tipos de exploração que 
predominam no município e também as explorações não predominantes, que é 
utilizado uma área ou uma renda bastante expressiva, e também leva em 
consideração as próprias propriedades familiares. Dessa forma, às áreas de 
propriedades rurais, são classificadas em pequena propriedade (1 a 4 módulos 
fiscais de 100 a 400 há), média propriedade (4 a 15 módulos fiscais de 400 a 1500 
há) e grande propriedade (superior a 15 módulos fiscais acima de 1500 há) (Landau 
et al., 2012). 
Predominando com 32,40% das respostas, pode-se observar que as 
propriedades variam entre 401 há e 1.000 há, sendo assim classificadas como 
médias. Além disso, o tamanho da propriedade tem influência direta para o 
planejamento e tomada de decisões da propriedade, bem como quantidade de área 
para plantar as culturas que podem variar conforme as safras. 
 
Figura 2 - Tamanho da propriedade em hectares. 
 
Fonte: Elaborado pela autora (2023). 
 
Ligado também à cultura produzida e o tamanho da propriedade, tem a 
quantidade de colaboradores que nelas trabalham, e com 70,6% das propriedades 
0,00%
40,00%
De 1 a 100
há
De 101 a
400 há
De 401 a
1.000 há
De 1.001 a
3.000 há
De 3.001 a
6.000 há
Acima de
6.000 há
5,90%
11,80%
32,40%
29,40%
11,80%
8,80%
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tem de 1 a 20 colaboradores. Esse tipo de serviço depende do tempo e do clima, 
há períodos com menos funções e não havendo necessidade de grandes 
quantidades de funcionários, e quando há épocas corridas como plantio e colheita, 
no caso de grãos, são contratados prestadores de serviço, para ajuda no período 
e efetuado contrato de parceria.  
 
4.2. Perfil das Mulheres Ligadas às Propriedades Rurais 
 
A pesquisa contou com a participação de 34 mulheres envolvidas em 
propriedades rurais, que fazem parte de um grupo de compras rural no município 
de Nova Mutum – MT. 
A Figura 3 mostra em forma de porcentagem e em destaque com 55,90% 
que as respondentes são proprietárias e exercem a função de gestoras em suas 
propriedades. E com menos enfoque, com 17,60% das proprietárias sem atividade 
de gestão, pois são raros os casos no meio rural em que as mulheres não queiram 
estar no meio de gestão e controle de seus empreendimentos. 
 
 
Figura 3 - Cargo exercido pelas mulheres na propriedade rural. 
 
Fonte: Elaborado pela autora (2023). 
 
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PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM 
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT 
Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66, 
jan./jun., 2024. 
Dados que compõem a pesquisa realizada, a maioria das mulheres tem faixa 
etária de 26 a 35 anos, com 50% das respostas, mostrando que cada vez mais os 
ensinamentos são passados mais cedo e trazem mais experiências vivenciadas. 
 
4.3. Realização da Gestão de Pessoas na Propriedade Rural na Percepção 
Feminina 
 
Este bloco foi composto por perguntas com alternativas de discordo e 
concordo, a fim de responder o primeiro objetivo específico da pesquisa, que se 
trata de analisar como é a realizada a gestão de pessoas na propriedade rural na 
percepção feminina, as perguntas contêm algumas competências que fazem parte 
da atividade de gestão de pessoas dentro das empresas. Conforme apresentado 
no Quadro 2 abaixo. 
 
Quadro 2 - Competências da gestão de pessoas nas propriedades rurais na percepção feminina. 
Perguntas Discordo %   Concordo % 
Existem estímulos a 
participação dos 
colaboradores nas 
tomadas de decisão e 
resolução de problemas. 
0 5,9 26,5 41,2 26,5 
Na propriedade, os 
colaboradores e suas 
chefias desfrutam da troca 
constante de informações 
para o bom desempenho 
das funções. 
 
0 5,9 
 
20,6 
 
29,4 
 
44,1 
Há oferecimento de 
benefícios básicos (plano 
de saúde, auxílio-
transporte, auxílio-
alimentação, etc). 
11,8 11,8 8,8 32,4 35,3 
Auxilio os colaboradores a 
desenvolver as 
competências necessárias 
à boa realização das suas 
funções (p. ex. 
treinamentos, participação 
em congressos, etc.). 
 
8,8 8,8 
 
11,8 
 
29,4 
 
41,2 
Ofereço remuneração 
compatível com as 
competências e 
formação/escolaridade. 
2,9 2,9 14,7 32,4 47,1
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PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM 
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT 
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jan./jun., 2024. 
Os colaboradores 
conseguem aplicar no 
trabalho os 
conhecimentos e 
comportamentos 
aprendidos nos 
treinamentos/eventos de 
que participam. 
 
2,9 11,8 
 
23,5 
 
41,2 
 
2,6 
As instalações e as 
condições físicas de 
iluminação, ventilação, 
ruído e temperatura do 
local de trabalho são 
adequadas e confortáveis. 
 
2,9 0 
 
20,6 
 
26,5 
 
50 
Realização de avaliações 
de desempenho e 
competências 
periodicamente. 
2,9 8,8 23,5 32,4 32,4 
O gerenciamento das 
metas deixa a equipe 
mais motivada para atingir 
os objetivos. 
0 8,8 8,8 26,5 55,9 
A prática da gestão de 
pessoas deixa o ambiente 
mais harmonioso e 
organizado, fluindo para 
trazer bons resultados 
com o empenho da mão 
de obra qualificada. 
 
0 8,8 
 
5,9 
 
35,3 
 
50 
Fonte: Elaborado pela autora (2023). 
 
4.4. Desafios Enfrentados pelas Mulheres na Gestão de Pessoas em 
Propriedades Rurais 
 
Este bloco foi composto por 2 (duas) perguntas com diversas alternativas e 
objetivou identificar os desafios e dificuldades enfrentados pelas mulheres na 
gestão de pessoas em propriedades rurais, a Figura 4 apresenta os principais 
desafios e suas porcentagens, tendo destaque o fato de ser mulher (discriminação 
de gênero) com 26,50% das respostas. 
Outro desafio também enfrentado é a falta de conhecimento técnico com 
20,60% das respostas, a falta de treinamento tecnológico e preparação para as 
necessidades atuais reflete nesses casos, apesar das várias evoluções na inserção 
das mulheres em cargos de gestão, ainda é um desafio, pois a maioria das 
respondentes são sucessoras das propriedades ou gestoras que foram inseridas 
em outros cargos, pois o de gestão de pessoas já era exercido por um homem. 
Observa-se que no ramo de gestão de pessoas ainda falta oportunidade para 
as mulheres exercerem a função, devido à gestão de pessoa estar relacionada 
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Letícia Costa Prigol e Presline Blum 
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM 
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT 
Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66, 
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diretamente com os colabores, admissões e demissões que geralmente quem 
exerce é o homem pelo fato de conhecer mais, na prática sobre a mão de obra o 
perfil que busca para suas propriedades. 
 
Figura 4 - Desafios enfrentados pelas mulheres na gestão de pessoas em propriedades rurais. 
 
Fonte: Elaborado pela autora (2023). 
 
Na Figura 5 abaixo, mostra em porcentagem as principais dificuldades como 
mulher na gestão de pessoas ou na participação das decisões dessa gestão nas 
propriedades rurais. A resistência dos homens quanto a sua participação nos 
negócios liderou com 35,3%, podendo ver assim que nos cargos referentes à 
gestão de pessoas ainda há muito a ser mudado, as faltas de oportunidade de 
conquistar seus espaços nesse ramo deixam as mulheres limitadas em suas 
funções e sem oportunidade de conquistar novos espaços. 
Madruga et al. (2001) argumentam que, no campo da gestão, o modelo 
predominante ainda é masculino. As oportunidades e as desigualdades de direitos 
entre mulheres e homens nas organizações são algo que pode ser notado no 
mundo todo e enfrentar este fenômeno se tornou uma das principais características 
e desafios da Organização Mundial do Trabalho (OIT, 2008). 
Figura 5 - Dificuldades enfrentadas pela mulher na gestão de pessoas ou na participação das 
decisões dessa gestão na propriedade rural. 
0,00% 40,00%
Outros
Confiança nas tomadas de decisões
O fato de ser mulher (Discriminação de Gênero)
Falta de apoio da familia para realizar essa função
Falta de experiência na área
Falta de conhecimento técnico
Falta de oportunidade de exercer a função
8,80%
11,80%
26,50%
2,90%
11,80%
20,60%
17,60%
56 
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PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM 
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Fonte: Elaborado pela autora (2023). 
 
Gammie et al. (2007) mencionam que uma forma de romper com isso é a 
mudança na educação e na cultura da sociedade, para trabalhar a compatibilidade 
dos compromissos de trabalho com os familiares. As mudanças que ocorreram 
estão dentro do ambiente familiar tradicional, educacional e o impacto resultante 
sobre a mobilidade, com uma ênfase reduzida no casamento e maternidade, e as 
responsabilidades parentais partilhadas têm o potencial de diminuir as barreiras 
atitudinais e contextuais. Que corrobora com os resultados obtidos, em que 17,60% 
possuem dificuldade em acompanhar os avanços tecnológicos sobre gestão de 
pessoas e 14,70% em conciliar o lado pessoal e profissional, sentindo-se às vezes 
incapazes de realizar essa função dentro da propriedade. 
Apesar dessas transformações, Gomes et al. (2009) comentam que o 
ambiente organizacional é ainda majoritariamente masculino, mas destaca que o 
jeito feminino de administrar deve ser complementar ao masculino, no qual homens 
e mulheres possam contribuir com suas habilidades para o sucesso organizacional. 
E que não se pode negar que o novo modelo de gestão das organizações modernas 
parece exigir um perfil de profissional mais flexível, sensível e cooperativo (Gomes 
et al., 2009). 
0,00% 40,00%
Outros
Saber comandar o negócio
Conciliar os lados pessoais e profissionais
Acompanhar os avanços técnológicos
Habilidade de comunicação
Habilidades interpessoais (lidar com pessoas)
Resistência dos homens quanto sua participação…
Falta de conhecimento técnico
Estabilidade emocional
Capacidade para tomadas de decisões
Falta de conhecimento para novas ferramentas de…
0%
5,90%
14,70%
17,60%
5,90%
0,00%
35,30%
8,80%
8,80%
0,00%
2,90%
57 
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Este estudo buscou responder à pergunta: “Quais os desafios enfrentados 
pelas mulheres na gestão de pessoas em propriedades rurais no município de Nova 
Mutum-MT?”. Para isso, foi necessário analisar como a gestão de pessoas é 
realizada nas propriedades rurais sob a percepção feminina. Observou-se que as 
atividades relacionadas à gestão de pessoas, que são parte fundamental do dia a 
dia nessas propriedades, ainda enfrentam lacunas, especialmente no que tange à 
oferta de treinamentos adequados e oportunidades para o desenvolvimento dos 
colaboradores. 
Os objetivos principais da pesquisa foram atingidos. O primeiro, “analisar 
como é realizada a gestão de pessoas na propriedade rural sob a percepção 
feminina”, revelou que, embora as mulheres estejam cada vez mais presentes na 
administração dessas propriedades, ainda enfrentam dificuldades em implementar 
práticas mais avançadas de gestão de pessoas. A pesquisa destacou a 
necessidade de melhorar a capacitação dos colaboradores, oferecendo 
treinamentos que permitam aplicar conhecimentos diretamente em suas funções, 
contribuindo para o crescimento profissional e para a eficiência da gestão. 
Outro objetivo foi descrever “os desafios enfrentados pelas mulheres na 
gestão de pessoas”. Os dados mostraram que essas profissionais enfrentam uma 
resistência significativa por parte dos homens, o que se manifesta em uma 
relutância quanto à aceitação de mulheres em cargos de liderança. Essa resistência 
é amplificada pela demanda crescente por competências tecnológicas que o cargo 
exige, muitas vezes percebidas como uma barreira adicional. Esse contexto limita 
as oportunidades para que as mulheres ocupem e consolidem seu espaço em 
funções de gestão. 
Entre os achados mais importantes, destaca-se que a resistência masculina 
à liderança feminina ainda é um desafio substancial. Esse comportamento reflete 
uma falta de confiança nas capacidades femininas, resultando em um ambiente de 
trabalho que dificulta a inserção plena das mulheres em cargos de liderança. Além 
disso, a inclusão tecnológica nas propriedades rurais foi percebida como uma área 
onde as mulheres sentem a necessidade de constante atualização, o que, em 
58 
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alguns casos, reforça a percepção de que não estão preparadas para tais 
mudanças. 
Além disso, a pesquisa evidenciou a importância da capacitação e 
treinamento contínuos. A falta de treinamentos adequados foi identificada como 
uma das principais barreiras para o desenvolvimento de uma gestão de pessoas 
eficiente. Tais treinamentos não apenas aumentariam a eficiência das atividades 
nas propriedades, mas também ajudariam as gestoras a lidarem melhor com os 
desafios diários da administração de equipes. 
Como sugestão para estudos futuros, seria de grande relevância buscar 
saber se esses resultados obtidos agora serão alterados e melhorados futuramente 
com os avanços da inserção e a participação feminina cada vez mais presente na 
gestão de pessoas das propriedades rurais. 
Segunda sugestão seria de realizar a pesquisa com mais mulheres, pois 
como dito anteriormente, a participação feminina tem sido cada vez mais presente 
nesse ramo e assim tendo uma maior abrangência de funções no setor, podendo 
ser realizada com maior número de mulheres para se obter maiores e melhores 
resultados sobre o assunto e assim analisar e trazer mais resultados como práticas 
para superar essas barreiras, e oferecer recomendações praticas para gestores e 
políticas públicas. 
Outra sugestão relevante, seria analisar a mesma problemática e objetivos 
em outras regiões do país ou em outras cidades do estado do Mato Grosso, e fazer 
uma comparação dos resultados de uma região a outra. 
É importante reconhecer algumas limitações deste estudo. A amostragem 
limitada, restrita a um número específico de mulheres em Nova Mutum-MT, impede 
a generalização completa dos resultados. Estudos futuros que incluam um número 
maior de participantes poderão oferecer uma visão mais ampla e precisa dos 
desafios enfrentados pelas mulheres nesse setor. 
Além disso, os resultados refletem as condições de uma região geográfica 
específica. A realidade das propriedades rurais em Nova Mutum-MT pode não 
representar totalmente os desafios enfrentados por gestoras em outras regiões do 
país. Nesse sentido, a sugestão de realizar pesquisas em outras localidades, 
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comparando os resultados entre diferentes regiões, permitirá identificar se os 
obstáculos e oportunidades são semelhantes ou se variam conforme o contexto 
local. 
Por fim, a metodologia qualitativa utilizada neste estudo, baseada em 
entrevistas e percepções subjetivas, limita a extrapolação dos dados para uma 
população mais ampla. A percepção das mulheres entrevistadas pode ter sido 
influenciada por suas experiências individuais e pelo contexto cultural específico da 
região, o que pode não refletir de forma exata a realidade de outras gestoras em 
diferentes locais. 
 
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PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM 
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT 
Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66, 
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ANEXO 1: PESQUISA ESTRUTURADA E APLICADA AS PRODUTORAS 
RURAIS  
Prezada 
A pesquisa a seguir foi elaborada pela acadêmica da Universidade do Estado 
de Mato Grosso do Campus de Nova Mutum–MT, com intuito de identificar a visão 
das mulheres residentes da cidade de Nova Mutum–MT, sobre os desafios 
encontrados por elas na gestão de pessoas em suas propriedades rurais. Buscando 
analisar se elas estão sendo reconhecidas pelo que estão fazendo, bem como 
saber se, ao longo dos anos, houve evolução na participação delas em decisões 
relacionadas às suas propriedades rurais no que diz respeito à gestão de pessoas. 
No formulário, para cada afirmação, opte pelo seu grau de concordância ou 
discordância. Todas as questões devem ser respondidas levando-se em 
consideração sua interpretação sobre gestão de pessoas. Não há resposta certa 
ou errada; o que se busca é a sua opinião. 
Por ser uma pesquisa acadêmica, os dados são 100% sigilosos, não nomináveis e 
não identificáveis. Desde já, agradeço a gentileza pelo tempo dispensado a 
responder a esse questionário. Tempo médio estimado: 5 minutos. 
 
1 - Quais os principais desafios enfrentados por você no que diz respeito a gestão 
de pessoas da propriedade rural? 
( ) Falta de oportunidade de exercer a função 
( ) Falta de conhecimento técnico 
( ) Falta de experiência na área 
( ) Falta de apoio da família para realizar essa função 
( ) O fato de ser mulher (Discriminação de Gênero) 
( ) Confiança nas tomadas de decisões 
( ) Outros 
 
2 - Quais as suas principais dificuldades como mulher na gestão de pessoas ou na 
participação das decisões dessa gestão na propriedade rural? 
( ) Falta de conhecimento para novas ferramentas de gestão 
( ) Capacidade para tomadas de decisões 
( ) Estabilidade emocional 
( ) Falta de conhecimento técnico 
( ) Resistência dos homens quanto sua participação nos negócios 
( ) Habilidades interpessoais (lidar com pessoas) 
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Letícia Costa Prigol e Presline Blum 
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM 
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT 
Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66, 
jan./jun., 2024. 
( ) Habilidade de comunicação 
( ) Acompanhar os avanços tecnológicos 
( ) Conciliar os lados pessoais e profissionais 
( ) Saber comandar o negócio  
( ) Outros 
 
3 - Dando segmento ao questionário, peço que, por favor, avalie cada uma das 
afirmativas seguintes na coluna a direita, conforme a escala abaixo, indicando o 
quanto você concorda ou discorda de cada uma delas, escolhendo o número (de 1 
a 5) que melhor reflete a sua percepção em relação às políticas de recursos 
humanos da sua propriedade. 
 
1. Discordo Totalmente    2. Discordo Parcialmente     3. Indiferente 
4. Concordo Parcialmente     5. Concordo Totalmente 
    1  2 3  4 5 
BLOCO 1: PARTICIPAÇÃO DOS COLABORADORES NAS TOMADAS DE 
DECISÃO 
1  Existem estímulos a participação dos colaboradores nas 
tomadas de decisão e resolução de problemas 
          
2  Entendo com agilidade e facilidade estímulos a 
participação dos colaboradores nas tomadas de decisão 
e resolução de problemas 
          
3 Na propriedade, os colaboradores e suas chefias 
desfrutam da troca constante de informações para o bom 
desempenho das funções. 
     
BLOCO 2: BENEFÍCIOS E PLANOS DE CARREIRA  
4 Há oferecimento de benefícios básicos (plano de saúde, 
auxilio transportes, auxilio alimentação, etc.). 
          
5  Auxilio os colaboradores a desenvolver as competências 
necessárias à boa realização das suas funções (p. ex., 
treinamentos, participação em congressos, etc.). 
          
6 Ofereço remuneração compatível com as competências e 
formação/escolaridade. 
          
BLOCO 3: VALORIZAÇÃO DO CAPITAL HUMANO 
7 A propriedade investe no desenvolvimento e educação, 
propiciando crescimento pessoal e profissional de forma 
ampla (p. ex., patrocínio total ou parcial de graduações, 
pós-graduações, cursos de línguas, etc.). 
          
8  Os colaboradores conseguem aplicar no trabalho os 
conhecimentos e comportamentos aprendidos nos 
treinamentos/eventos de que participam. 
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Letícia Costa Prigol e Presline Blum 
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM 
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT 
Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66, 
jan./jun., 2024. 
9 Na propriedade, as necessidades de treinamento são 
levantadas 
periodicamente. 
          
BLOCO 3: COMPETÊNCIAS DA PROPRIEDADE 
10 Ações e programas de prevenção de acidentes e 
enfrentamento de incidentes. 
          
11  As instalações e as condições físicas de iluminação, 
ventilação, ruído e temperatura do local de trabalho são 
adequadas e confortáveis. 
          
12 Realização de avaliações de desempenho e 
competências periodicamente. 
          
BLOCO 4: COMPARTILHAMENTO DE DADOS E GERENCIAMENTO DAS 
METAS DA EQUIPE 
13 Compartilho informações com toda a equipe, a fim de 
gerar maior engajamento e comprometimento com as 
metas e os resultados da empresa.    
          
14  O gerenciamento das metas deixa a equipe mais 
motivada para atingir os objetivos.   
          
15 A pratica da gestão de pessoas deixa o ambiente mais 
harmonioso e organizado, fluindo de forma há trazer bons 
resultados com empenho da mão de obra qualificada. 
          
 
Perfil: 
 
Respondente 
( ) Gestora 
( ) Proprietária e gestora 
( ) Proprietária sem atividades de gestão 
 
Faixa Etária 
( ) De 18 a 25 anos 
( ) De 26 a 35 anos 
( ) De 36 a 45 anos 
( ) De 46 a 55 anos 
( ) Acima de 55 anos 
 
Qual a principal cultura produzida em sua propriedade? 
( ) Algodão 
( ) Grãos (Milho e/ou Soja) 
( ) Feijão 
( ) Peixes 
( ) Suínos 
( ) Aves 
( ) Bovinos 
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Letícia Costa Prigol e Presline Blum 
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AGRONEGÓCIO: DESAFIO DAS MULHERES NA GESTÃO DE PESSOAS EM 
PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE NOVA MUTUM - MT 
Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 41-66, 
jan./jun., 2024. 
 
Qual o tamanho de sua propriedade? 
( ) De 1 a 100 ha 
( ) De 101 a 400 ha 
( ) De 401 a 1.000 ha 
( ) De 1.001 a 3.000 ha 
( ) De 3.001 a 6.000 há 
( ) Acima de 6.000 há 
 
Quantos colaboradores a propriedade possui? 
( ) De 1 a 20 colaboradores 
( ) De 11 a 40 colaboradores 
( ) De 41 a 60 colaboradores 
( ) De 61 a 80 colaboradores 
( ) Acima de 80 colaboradores 
 
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