Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 67-87, 
jan./jun., 2024. 
 
PROGRAMAS DE QUALIDADE NO SETOR DE ALIMENTOS E BEBIDAS DA 
HOTELARIA EM PONTA GROSSA1 
 
QUALITY PROGRAMS IN THE HOTEL FOOD AND BEVERAGE SECTOR IN 
PONTA GROSSA 
 
 
GISLAINE GOMES PEREIRA ROSAS 
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) 
E-mail: gisarosas@gmail.com 
 
 
RUBIA GISELE TRAMONTIN MASCARENHAS 
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) 
E-mail: rubiatin@uepg.br 
 
 
RESUMO 
A atividade turística está em amplo crescimento e prevê a expansão das atividades para os próximos 
anos, a responsabilidade do setor hoteleiro com o fornecimento de refeições com qualidade 
sensorial aliada a qualidade higiênico-sanitária, está cada vez mais atrelada a sua imagem perante 
o hóspede, podendo ser positiva ou negativa, caso alimentos impróprios sejam consumidos. Neste 
contexto, realizou-se uma pesquisa exploratória através de revisões bibliográficas de normas, e 
legislações, seguido de questionário on-line, com intuito de identificar o cenário atual dos programas 
de qualidade do setor de Alimentos & Bebidas na hotelaria em Ponta Grossa. Dentre os resultados 
obtidos foi possível identificar que as equipes de trabalho são multiprofissionais, que os hotéis 
buscam por capacitação, em sua maioria com parcerias externas. O apontamento de programas 
baseados em controle de estoque ocorreu em maior índice pelos hotéis. Seguidos do programa de 
boas práticas de fabricação, o qual envolve uma gama maior de itens a serem implantados e 
seguidos. Métodos mais complexos, como APPCC, e a ISO foram poucos evidenciados, 
possivelmente pela demanda de maior investimento financeiro para implantar e manter os referidos 
programas. 
 
Palavras-chave: Qualidade, Segurança Alimentar, Hotelaria. 
 
ABSTRACT 
Tourism is growing rapidly and is expected to expand in the coming years. The responsibility of the 
hotel sector to provide meals with sensory quality combined with hygienic and sanitary quality is 
increasingly linked to its image in the eyes of guests, which can be positive or negative if unfit food 
is consumed. In this context, an exploratory study was conducted through bibliographic reviews of 
standards and legislation, followed by an online questionnaire, with the aim of identifying the current 
scenario of quality programs in the Food & Beverage sector in the hotel industry in Ponta Grossa. 
Among the results obtained, it was possible to identify that the work teams are multidisciplinary, and 
that hotels seek training, mostly through external partnerships. The indication of programs based on 
inventory control occurred in a higher rate by hotels. Followed by the good manufacturing practices 
program, which involves a wider range of items to be implemented and followed. More complex 
methods, such as HACCP and ISO, were rarely highlighted, possibly due to the demand for greater 
financial investment to implement and maintain these programs. 
 
Keywords: Quality, Food Safety, Hospitality.
 
1 DOI: https://doi.org/10.5935/2763-9673.20240003 
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Gislaine Gomes Pereira Rosas e Rubia Gisele Tramontin Mascarenhas 
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1. INTRODUÇÃO 
 
A consolidação do turismo regional, desde que planejado e organizado, 
tornou-se uma fonte de desenvolvimento econômico e social. Portanto, para que 
isso se concretize é necessário fundamentar o turismo em relação ao tripé: atrativo, 
alimentação e hospedagem. 
Devendo-se enfocar a alimentação do turista não só como uma fonte de 
restauração das energias vitais ou servir uma comida gostosa, mas principalmente 
como sendo uma alimentação segura do ponto de vista higiênico-sanitário. 
Requisito este, que torna ainda mais importante um sistema de segurança alimentar 
no setor de alimentos e bebidas de hotéis, uma vez que, alguns estabelecimentos 
apostam na gastronomia como diferencial e servem além do café da manhã, 
serviços de refeições no almoço, jantar e coffe break. 
Atualmente, nota-se que cada vez mais as pessoas permanecem fora de 
suas casas por determinado período de tempo, a negócios ou a passeio, ou por 
outros motivos. Seja qual for sua motivação de viagem, surgem necessidades em 
relação a seu repouso, higiene e alimentação, onde os equipamentos e serviços 
turísticos vem para suprir tais necessidades apresentadas acima. Assim, podemos 
considerar o viés da alimentação e turismo como oferta técnica, que trata o uso dos 
equipamentos de alimentação para atender a uma necessidade básica do 
organismo, a fome (Fagliarini, 2005). 
Entretanto, com a globalização, bem como com a disseminação da internet, 
o ser humano começou a ter um maior acesso a informações referentes aos 
produtos e serviços, o que o permitiu avaliar esses avanços e a ficar mais exigentes 
nas suas escolhas, devido às diversas opções de serviços, alimentação, 
acomodação e lazer existentes no mundo atual. 
De posse disso, iniciou a busca por produtos e serviços que ofereçam o 
maior nível de qualidade, a um preço compatível ao seu orçamento (Santos, 
Barbosa, Konishi, 2011). Com o intuito de atender com êxito tais expectativas dos 
turistas na prestação de serviços hoteleiros, deve-se trabalhar concomitantemente 
com os avanços tecnológicos que muitas vezes suprem o conforto, praticidade, 
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agilidade nos serviços, bem como a hospitalidade que está ligada ao “ser bem 
recebido”. 
Conforme menciona Castelli (2003): 
 
Embora o progresso tecnológico tenha trazido inovações e 
aperfeiçoamentos no seio da empresa hoteleira, o elemento humano 
continua sendo a peça fundamental. É dele que depende todo o processo 
de acolhida do cliente e, consequentemente, a própria rentabilidade da 
empresa. É do tratamento que o hóspede recebe no hotel que depende, 
em grande parte, a formação de uma imagem positiva ou negativa. 
 
Contudo, a qualidade dos serviços prestados não se resume apenas em 
conhecer as técnicas de atendimento com qualidade, mas sim, que sua prática seja 
constante. 
Acrescentando-se que todos os colaboradores devem estar 
capacitados/treinados para a excelência dos seus serviços. Esta questão é 
particularmente importante para o setor de Alimentos e Bebidas na hotelaria. Isso 
para garantir ao hóspede uma alimentação segura sob o ponto de vista higiênico-
sanitário, que seja preparada segundo normas e métodos de manipulação, 
promovendo assim a manutenção da saúde de quem a consome. Corroborando 
Castelli (2003), aborda que, a higiene deve estar presente em todos os ambientes 
do hotel, já a área de produção de alimentos requer um cuidado especial por 
interferir na saúde dos hóspedes. 
A aplicação de programas da qualidade em hotéis como um todo, 
especialmente no setor de Alimentos e Bebidas, visa buscar constantemente a 
segurança alimentar dos turistas. Isso possibilita que os mesmos desfrutem dos 
prazeres da sua viagem sem imprevisto, visto que toda a experiência de sua estada 
pode ser afetada caso o viajante fique doente em decorrência do consumo de uma 
alimentação imprópria. 
Segundo o World Tourism Organization – WTO (1991), a segurança 
alimentar deve ser uma das principais preocupações, sendo a maior 
responsabilidade de todo serviço de alimentação de estabelecimentos turísticos. 
Seguindo a premissa da importância do fornecimento de refeições seguras 
à saúde do consumidor, ressalta-se que existem legislações vigentes no país que 
orientam os estabelecimentos a implantarem as Boas Práticas. Assim, os que as 
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cumprem buscam garantir a segurança do alimento e, consequentemente, podem 
criar vantagens competitivas frente aos clientes que estão cada vez mais exigentes. 
Considerando-se que garantir a segurança alimentar dos turistas é 
fundamental, pois as consequências decorrentes do consumo de alimentos 
preparados sem a qualidade higiênico-sanitária necessária, poderia vir a 
comprometer a imagem do setor de alimentos e Bebidas, assim como, do hotel. 
Com isso, a proposta de pesquisa vem buscando a realização de um levantamento 
do panorama atual sobre os programas de qualidade no setor de Alimentos e 
Bebidas na hotelaria em Ponta Grossa/PR. 
 
2. HOTELARIA 
 
A hotelaria teve sua origem em paralelo ao desenvolvimento do comércio 
entre as cidades. As rotas comerciais na Ásia, Europa e África, na Antiguidade, 
originaram núcleos urbanos e o consequente surgimento de hospedarias para 
servir os viajantes que por ali passavam. A hospedagem, como atividade financeira, 
surge somente no final do século XVIII com a Revolução Industrial e o desenvolvimento 
do capitalismo, as primeiras redes hoteleiras surgiram na Europa e nos Estados Unidos 
(Sidônio, 2015). 
No Brasil, a atividade hoteleira começou no período colonial, os viajantes 
hospedando-se nos casarões das cidades, nos conventos, nas grandes fazendas 
e, principalmente, nos ranchos à beira da estrada. Durante o passar dos anos a 
atividade hoteleira veio crescendo, contudo, com o retorno dos incentivos fiscais, 
através da criação da Embratur2, e do Fungetur3 ocorreu uma nova ascensão no 
segmento, convergindo com a chegada das redes hoteleiras internacionais, nos 
anos 60 e 70 (Popp et al., 2007). 
O produto gerado pela hotelaria é estático, ou seja, o consumidor é quem 
deve ir até ele para dar início ao processo de consumo. Possui as funções de 
oferecer acomodação, alimentos, bebidas e lazer. Além disso, também tem seus 
espaços utilizados para a realização de eventos de diversos tipos. Continuando, o 
autor descreve que o Sistema Brasileiro de Classificação estabelece sete tipos de 
 
2 EMBRATUR – Empresa Brasileira de Turismo, criada em 18 de nov. 1966. 
3 FUNGETUR – Fundo Geral do Turismo, criado em 27 de out. 1971. 
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Meios de Hospedagem, para atender à diversidade da oferta hoteleira nacional 
(Hotel, Resort, Hotel Fazenda, Cama & Café, Hotel Histórico, Pousada e Flat/Apart-
Hotel) e utiliza simbologia de estrelas para diferenciar as categorias (Sinôdo, 2015). 
Dentre os tipos de hospedagem, a presente pesquisa utilizar-se a da 
definição de Castelli (1992): 
 
o hotel é um estabelecimento comercial de hospedagem, que oferece 
aposentos mobiliados, com banheiro privativo, para ocupação iminente ou 
temporária, oferecendo serviço completo de alimentação, além dos 
demais serviços inerentes à atividade hoteleira. 
 
As estruturas dos hotéis, basicamente são constituídas por áreas como: 
hospedagem, áreas sociais ou públicas, administração, área de serviço, área de 
alimentos e bebidas (A&B), setor de recreação/lazer. 
 
3. ALIMENTOS E BEBIDAS 
 
O setor de alimentos e bebidas, conhecido como A&B, constitui peça 
fundamental para o funcionamento de um hotel. Dependendo do tamanho das 
operações de A&B, a receita desse setor pode ser significante, podendo ser o 
segundo maior centro de receita dos hotéis. Corroborando os autores Sena e 
Lairsom (2008) citam que no contexto da receita global, o setor de alimentos e 
bebidas tem uma grande importância, por representar, “no mínimo, 25% da receita 
total do hotel e contribuir para atrair eventos que, por sua vez, acabam carreando 
hóspedes para o hotel” (Sena; Lairsom, 2008, p. 230). 
Existem tantas variedades de operação de A&B em hotéis quanto são os 
hotéis. Sidônio (2003), destaca algumas variedades como: variação de menu; de 
gourmet; de restaurante de especialidades; de coffee shop, que pode operar 24 
horas; de diversos bares; de salão de espetáculos; de room service de 24 horas; 
de banquetes; de convenções; de catering. 
Outro viés do referido setor, é mencionado por Castelli (2003), onde a 
exigência de mão-de obra qualificada e especializada é maior, e seu custo é cerca 
de 2,5 vezes mais alto do que nos outros setores do negócio. 
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Para fazer funcionar um setor de alimentos e bebidas em um hotel, algumas 
necessidades devem ser atendidas, como respeitar as normas e procedimentos 
estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária-ANVISA. Essa 
Agência é a instituição responsável por garantir a qualidade dos alimentos no Brasil 
preservando, assim, a saúde da população. A mesma, classifica os alimentos em 
preparados, cozidos e crus, para os quais determina, em sua Resolução de 
Diretoria Colegiada RDC nº. 216/2004, normas e procedimentos quanto aos 
cuidados de preparo, armazenamento, transporte, exposição, comercialização e 
consumo (Brasil, 2004) 
Sob a ótica que Alimento é saúde, nesse sentido, os produtos devem ser de 
qualidade, e a higiene e segurança devem seguir as imposições legais. Portanto, a 
responsabilidade do empreendimento acerca da qualidade e segurança dos 
alimentos servidos é total. 
A qualidade deixou de ser um diferencial e passou a tomar proporções 
essenciais para empreendimentos nas mais diversas áreas. Assim, hoje a 
qualidade é importantíssima para a sobrevivência de um empreendimento, sendo 
de suma importância na viabilidade dos negócios no setor da alimentação (Krause, 
2014). 
O atendimento de qualidade é fundamental, e sem uma boa equipe, não há 
hotel ou restaurante de sucesso. Portanto, é preciso investir na fidelização e no 
desenvolvimento de bons profissionais, por meio de treinamento, bom ambiente de 
trabalho e programas de incentivo (Sidônio, 2003). 
A hotelaria faz parte do setor de prestação de serviços, e se caracteriza como 
um produto intangível, que não se pode tocar, experimentar. Á vista disso, a 
confiança no serviço é a maior garantia do consumidor. 
 
4. PROGRAMAS DE QUALIDADE 
 
Para Organização Mundial do Turismo (2003, p.1) “qualidade é o conjunto 
de traços e características de um produto ou serviço para satisfazer as 
necessidades especificas ou implícitas do consumidor”. Além disso, a relação 
qualidade-preço, deve ser considerada, a fim, de buscar compreender as escolhas 
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dos destinos pelos turistas. Haja visto que no turismo, assim como, no setor de 
alimentação nos destinos turísticos, qualidade nem sempre é sinônimo de luxo. 
O atendimento a qualidade refere-se ao atendimento de desejos e às 
aspirações dos consumidores, incluindo os aspectos econômicos, de segurança e 
desempenho. O conceito da qualidade também se refere ao mais apropriado e não 
ao melhor ou ao mais caro (Fernandes, 2011). 
A produção de alimentos com qualidade assegurada, representa um desafio 
ao setor de alimentos e bebidas da hotelaria. Portanto, implementar ações para 
assegurar a qualidade exige muito comprometimento e envolvimento de todo o 
pessoal relacionado ao processo produtivo. 
Diversos são os instrumentos utilizados para atingir os objetivos referentes 
à qualidade do alimento oferecido ao consumidor e, um destes instrumentos é a 
adoção das Boas Práticas de Fabricação. 
Segundo Nascimento Neto (2005) a adoção das Boas Práticas de 
Fabricação (BPF) representa uma importante ferramenta para o alcance de níveis 
adequados de qualidade e, mais especificamente, de segurança alimentar. 
As Boas Práticas são práticas internacionais, tendo como base o Codex 
Alimentarius4, utilizadas em quase todos os países. A falta da implementação das 
Boas Práticas pode levar à contaminação dos alimentos, causando males aos 
indivíduos que os consumirem (Fontana, 2012). 
A Resolução RDC 216/2004, da ANVISA, (2014) dispõe sobre o 
Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação e foi criada 
para proteger a saúde da população contra doenças provocadas pelo consumo de 
alimentos contaminados. Suas diretrizes auxiliam comerciantes e manipuladores a 
prepararem, armazenarem e venderem os alimentos de forma adequada, higiênica 
 
4 Codex Alimentarius: Programa conjunto da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e 
a Alimentação – FAO – e da Organização Mundial da Saúde - OMS. Trata-se de um fórum 
internacional de normalização sobre alimentos, criado em 1962, e suas normas tem como 
finalidade proteger a saúde da população, assegurando práticas equitativas no comércio 
regional e internacional de alimentos, criando mecanismos internacionais dirigidos à remoção 
de barreiras tarifárias, fomentando e coordenando todos os trabalhos que se realizam em 
normalização (SENAC, [S.I.]). 
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e segura, com o objetivo de oferecer alimentos que não causem males a saúde dos 
consumidores. 
Castelli (2006, p. 355), traz a contribuição sobre a RDC nº 216/2004, em seu 
anexo C, o qual considera como Manual de Boas Práticas: 
 
O documento que descreve as operações realizadas pelo estabelecimento, 
incluindo, no mínimo, os requisitos higiênico-sanitários dos edifícios, a 
manutenção e higienização das instalações, dos equipamentos e dos 
utensílios, o controle da água de abastecimento, o controle integrado de 
vetores e pragas urbanas, a capacitação profissional, o controle da higiene 
e saúde dos manipuladores, o manejo de resíduos e o controle e garantia 
de qualidade do alimento preparado. 
 
A Portaria 1428 do Ministério da Saúde, Brasil (1993), define Boas Práticas 
de Fabricação como "normas e procedimentos que visam atender a um 
determinado padrão de identidade e qualidade de um produto ou serviço". A referida 
Portaria, prevê a descrição dos procedimentos de BPF5, onde as empresas que 
produzem, ou de serviços de alimentação, devem expressar a realidade da 
empresa de forma efetiva. 
A legislação prevê que alguns procedimentos contemplados pelas Boas 
Práticas sejam destacados com uma estrutura diferenciada em relação à descrição, 
ao monitoramento, à determinação de ações corretivas, registro e verificação. 
Esses procedimentos são os POP6 ou os PPHO7, cuja utilização, de um ou do outro, 
depende do setor a ser trabalhado, do órgão responsável pela fiscalização, 
Ministério da Saúde ou Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, e da 
consequente legislação (Senac, 2022). 
Os POP’s devem conter as instruções sequenciais das operações e a 
frequência de execução, assim como, o nome, o cargo e/ou a função dos 
responsáveis pelas atividades. Devem ser aprovados, datados e assinados pelo 
responsável do estabelecimento (Anvisa, 2004). Fontana (2012), menciona o POP 
como um documento que descreve o passo a passo de como executar as tarefas 
no estabelecimento, os responsáveis por fazê-la, os materiais necessários e a 
 
5 BPF – Boas Práticas de Fabricação. 
6 POP – Procedimento Operacional Padronizado. 
7 PPHO – Procedimento Padrão de Higiene Operacional. 
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frequência em que devem ser feitas, torna-se dever de cada manipulador, segui-lo, 
objetivando a inocuidade dos alimentos a serem disponibilizados para o consumo. 
Os PPHO (Procedimento Padrão de Higiene Operacional) são 
representados por requisitos de BPF considerados críticos na cadeia produtiva de 
alimentos. Para estes procedimentos, recomenda-se a adoção de programas de 
monitorização, registros, ações corretivas e aplicação constante de check-lists. 
Referentes às operações de higienização de instalações, equipamentos e móveis 
devem conter as seguintes informações: natureza da superfície a ser higienizada, 
método de higienização, princípio ativo selecionado e sua concentração, tempo de 
contato dos agentes químicos e ou físicos utilizados na operação de higienização, 
temperatura e outras informações que se fizerem necessárias (Anvisa, 2004). 
A metodologia de Análise dos Perigos e Pontos Críticos de Controle 
(APPCC), é o mais recente conceito de controle higiênico-sanitário em alimentação, 
responsável por avaliar a eficácia e efetividade dos processos, meios e instalações, 
bem como dos controles utilizados na produção, armazenamento, transporte, 
distribuição, comercialização e consumo de alimentos de forma a proteger a saúde 
do consumidor (Castelli, 2006). 
Portanto os programas PPHO, os POP e as BPF, darão o suporte necessário 
para que o sistema APPCC não desvie do seu objetivo de ser focal e, possa agir 
em pontos cruciais, onde as ferramentas anteriores não conseguiam atuar, porém, 
elas vão auxiliar muito na redução de custos e esforços (Ribeiro-Furtini; Abreu, 
2002). 
Segundo a OMT (2003) é recomendável que os estabelecimentos de 
restauração, adotem a filosofia e a prática da melhoria contínua da sua qualidade. 
Com as ferramentas e procedimentos adequados lhe possibilitará alcançar e 
manter a Qualidade Total de suas atividades no setor de turismo, independente da 
categoria, do tamanho ou da localização do estabelecimento. 
 
5. MATERIAL E MÉTODOS 
 
O projeto baseou-se na metodologia de pesquisa exploratória, através do 
uso de fontes primárias e secundárias. Dencker (2000), salienta que “a pesquisa 
exploratória procura aprimorar ideias ou descobrir intuições”. Ainda segundo 
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Oliveira (2007, p.65), esse tipo de pesquisa desenvolve estudos que dão uma visão 
geral do fenômeno estudado. 
Dentre os procedimentos metodológicos previstos estavam a pesquisa 
bibliográfica, com uma revisão de literatura no campo da hotelaria com foco para o 
setor de Alimentos e Bebidas, para elaboração conceitual. 
A pesquisadora realizou a busca em material bibliográfico, normas e 
legislações vigentes, encontrando informações em publicações da área de 
interesse, as quais vão de encontro ao embasamento necessário para o decorrer 
do trabalho. 
A investigação bibliográfica dentre os meses de out./2021 à fev./2022, foi 
fundamental para construção do marco teórico, livros, periódicos científicos, 
portarias, e normas da ABNT, assim como teses e dissertações que traziam em seu 
conteúdo a hotelaria, segurança alimentar, sistemas de gestão alimentar, e 
programas de qualidade foram fundamentais para o entendimento da importância 
do setor de alimentos e bebidas para hotelaria. 
Ainda em out./2021, foi realizado um levantamento de forma on-line, dos 
meios de hospedagem situados na cidade, com a finalidade de identificar potenciais 
estabelecimentos da hotelaria de Ponta Grossa, a serem envolvidos na pesquisa. 
As informações foram compiladas do site oficial da Secretaria Municipal de 
Turismo de Ponta Grossa, o qual apresenta hospedagens do tipo hotéis, pousadas 
e hostel, contudo para o decorrer da pesquisa somente os que possuem 
classificação como hotel foram considerados, totalizando 22 estabelecimentos. Em 
seguida consultou-se a página da internet do Ministério do Turismo, onde buscou-
se os meios de hospedagem tipo hotel que possuíam cadastro regular no Cadastur8 
e são situados em Ponta Grossa, sendo então identificados 13 prestadores desse 
serviço. 
Posteriormente, buscou-se informações nos sites dos estabelecimentos 
identificados, para confirmação se possuíam setor de Alimentos e Bebidas em sua 
estrutura. Após todas as informações coletadas, cruzaram-se os dados para 
 
8 CADASTUR: Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos, do Ministério do Turismo. Sendo o cadastro 
de pessoas físicas e jurídicas que atuam no setor turístico. 
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definição dos atores que seriam de interesse da pesquisa. Foram selecionados os 
meios de hospedagens tipo hotel, mencionados no site da Setur9, bem como com 
o Cadastro regular no Cadastur, que possuem serviço de alimentos e bebidas, 
totalizando então, um potencial de 13 hotéis, a serem abrangidos pela pesquisa. 
Em etapa subsequente, realizada entre os meses de abr./2022 há jul./2022, 
definiu-se o uso do questionário on-line pelo google forms, sua elaboração, e 
aplicação para a obtenção de informações acerca dos programas de qualidades do 
setor de alimentos e bebidas, junto aos hotéis pré-selecionados em etapa anterior. 
Sendo o questionário uma técnica usada para obtenção de informações sobre todo 
e qualquer dado que o pesquisador(a) deseja registar (Oliveira, 2007). Da 
amostragem de 13 hotéis, obteve-se uma devolutiva de 10 questionários. 
Para validação dos dados coletados, buscou-se implementar a estratégia de 
emparelhamento – emparelhar, que consiste em associar os dados obtidos a um 
modelo teórico. Conforme Laville e Dione (1999): 
 
Essa estratégia supõe a presença de uma teoria sobre o qual o 
pesquisador apoia-se para imaginar um modelo do fenômeno ou da 
situação em estudo. Cumpre-lhe em seguida verificar se há 
verdadeiramente correspondência entre essa construção teórica e a 
situação observável, comparar seu modelo lógico ao que aparece nos 
conteúdos, objetos de sua análise. 
 
Visando elucidar de forma estruturada e fundamentada, um levantamento do 
panorama atual dos programas de qualidade no setor de A&B da hotelaria, na 
cidade de Ponta Grossa/PR. 
 
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Diante dos objetivos traçados durante o planejamento do referido subprojeto, 
iniciou-se pelo levantamento dos meios de hospedagem da hotelaria de Ponta 
Grossa, a serem envolvidos na pesquisa, sendo identificados 13 hotéis, os quais 
atendiam os requisitos estabelecidos pela pesquisa. 
Por conseguinte, uma sondagem bibliográfica nas normas, portarias e 
legislações pertinentes à segurança alimentar foram realizadas, a fim de, 
 
9 SETUR: Secretaria Municipal de Turismo, parte da estrutura administrativa da Prefeitura da cidade de 
Ponta Grossa. 
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reconhecer programas, métodos e ferramentas que auxiliaram no cumprimento de 
tais exigências legais, que resultaram em alimentos seguros da ótica higiênico 
sanitária. 
Dentre algumas das Portarias do Ministério da Saúde com relevância para 
assunto, identificou-se a Portaria nº 326/97, que aprovou o regulamento técnico 
sobre as condições higiênico-sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para 
estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos (Brasil, 1997), 
também do Ministério da Saúde a Portaria nº 1.428/93, cujo conteúdo direciona e 
define os procedimentos de controle higiênico-sanitário de alimentos (Brasil, 1993). 
Continuando no âmbito de serviços de alimentação, a Anvisa publicou a 
Resolução – RDC nº 216, a qual aborda que todo Serviço de Alimentação deve 
conter um manual de Boas Práticas, documento que descreve as operações 
realizadas pelo estabelecimento, incluindo, no mínimo: os requisitos higiênico-
sanitários dos edifícios, a manutenção e a higienização das instalações, dos 
equipamentos e utensílios, o controle da água de abastecimento, o controle 
integrado de vetores e pragas urbanas, a capacitação profissional, o controle e a 
garantia de qualidade do alimento preparado. Ainda essa mesma legislação, 
aborda que todas as pessoas que trabalham na produção e distribuição de 
alimentos devem conhecer o manual de Boas Práticas e saber como aplicá-lo 
(Brasil, 2004). 
De posse das informações sobre os programas de qualidade, formulou-se 
um questionário on-line, com o objetivo de levantar algumas características e 
informações pertinentes para o estudo junto a hotelaria na cidade de Ponta Grossa. 
As respostas obtidas retratam o cenário de 10 estabelecimentos que 
atendem a classificação de hotel da rede hoteleira da cidade de Ponta Grossa em 
2022. Questionou-se sobre os tipos de serviços de alimentação, e quantidades de 
refeições. 
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Figura 1 - Tipos de serviço de alimentação. 
 
Fonte: Autora (2022). 
 
Os dados da figura 1 apontam, que 70% dos hotéis trabalham com as 
refeições principais (café, almoço e janta), e 40% possuem outros tipos de serviços 
como, café da tarde, coquetéis, coffe brake, indo de encontro com Sidônio (2003), 
o qual menciona sobre a variação de operação do setor de A&B em hotéis. 
Considerando que todos os pesquisados servem algum tipo de refeição, já 
podemos inferir que programas de qualidade serão necessários para que tais 
serviços de restauração não ofereçam riscos à saúde dos turistas. 
Dentre os serviços alimentação oferecidos, os estabelecimentos foram 
perguntados sobre a quantidade de pessoas atendidas com os serviços de 
restauração citados acima. 
 
Figura 2 - Quantidade de Pessoas servidas. 
 
Fonte: Autora (2022). 
 
Pode-se observar na figura 2, que 80% dos hotéis pesquisados atendem em 
média entre 101 a 151 pessoas por dia. Já os que apontaram média diária acima 
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de 151 clientes representaram 10%, índice de igual valor foi encontrado nos 
estabelecimentos que servem entre 10 a 50 clientes. Apesar de, ambos os 
percentuais serem idênticos, trata-se dos extremos em questão de quantidades de 
serviços prestados. Com isso, são apropriadas as contribuições da OMT (2003), a 
qual menciona que independente da categoria, do tamanho ou da localização do 
estabelecimento, o objetivo deverá ser de alcançar o melhor nível de qualidade nos 
serviços oferecidos. 
Segundo Castelli (2003), o setor de A&B possui particularidades, onde a 
exigência de mão-de obra qualificada e especializada é maior, e seu custo é cerca 
de 2,5 vezes mais alto do que nos outros setores do negócio. O estudo retratou o 
cenário de composição das equipes do setor de A&B, dos envolvidos na pesquisa 
conforme figura 3. 
Figura 3 - Composição das equipes do setor de A&B. 
 
Fonte: Autora (2022). 
 
De fato, as respostas da figura 3 mostram a composição da equipe por mão 
de obra qualificada em diferentes níveis. Nota-se formações acadêmicas de curso 
nível superior a cursos técnicos (nível de ensino médio), assim como qualificação 
profissional de cursos profissionalizantes (garçom, cozinheira). Podendo com isso, 
gerar um custo de valor agregado maior que em outros setores. Contudo, todo o 
processo de acolhida do cliente (hospitalidade), assim como a busca por satisfazer 
as expectativas do turista e, por consequência, a rentabilidade da empresa, 
dependem muito do elemento humano: “A demanda é humana e a oferta depende 
fundamentalmente do elemento humano” (Castelli, 2003, p. 36). 
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Nas figuras 4 e 5, buscou-se informações sobre os 
treinamentos/qualificações, e suas periodicidade. 
 
Figura 4 - Tipos treinamento. 
 
Fonte: Autora (2022). 
 
A figura 4, aponta que 100% dos hotéis realizam algum tipo de treinamento 
com os funcionários do setor de A&B. Onde 60% dos treinamentos são realizados 
por instituições externas (Sebrae, Senac, Consultorias). Indo de encontro com 
recomendações da OMT (2003, p. 150) em seu Manual de Qualidade, o qual 
menciona ser uma “excelente prática que o estabelecimento restaurador, contrate 
serviços profissionais, ou de empresas especializadas, ou ainda, envie seus 
funcionários a cursos e oficinas promovidas por tais instituições”. 
Ainda sobre esse tópico, o entrevistado N01 apontou o Programa de 
Alimento Seguro, desenvolvido pelo SENAC. 
 
Figura 5 - Periodicidade dos treinamentos. 
 
Fonte: Autora (2022). 
 
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Já na figura 5, encontrou-se o percentual de 60%, para os hotéis que 
realizam capacitações conforme necessidade identificada, e 40% informaram 
realizar dois treinamentos por ano. Sendo essa uma boa prática apontada pela 
OMT (2003), a qual menciona que um dos melhores investimentos que uma 
empresa de restauração possa realizar, está no uso de recursos econômicos, e de 
tempo, na capacitação para melhorar a qualidade, a higiene e a inocuidade dos 
alimentos. 
A OMT (2003), aponta ser prudente que um estabelecimento de restauração 
“eduque” e capacite seus colaboradores, assim como, adote, a filosofia, e a prática 
da melhoria contínua. Com isso, estabelecer um cronograma com quantidades de 
capacitações possa vir a ser um ponto de melhoria na busca pela Qualidade Total. 
Contudo os assuntos abordados possam manter a flexibilidade de “conforme 
necessidade”, até mesmo para atender mudanças nas legislações, ou demandas 
momentâneas. 
Por conseguinte, a figura 6 mostra os programas de qualidade no setor de 
alimentos e bebidas dos hotéis que participaram do estudo. 
 
Figura 6 - Programas de Qualidade. 
 
Fonte: Autora (2022). 
 
De acordo com a figura 6, os dados mostram que dos hotéis que participaram 
da pesquisa, possuem um ou mais programas de qualidade que estavam dentre as 
opções. A ferramenta PEPS (Primeiro Entra Primeiro Sai), ou também conhecido 
como PVPS (Primeiro Vence Primeiro Sai), obteve o índice de 100%, sendo 
utilizados por todos os estabelecimentos, possivelmente por estar associado aos 
controles de estoques do setor de A&B. Estoques que, se bem geridos, inibem 
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perdas de produtos devido a data de validade estar fora do padrão, além de, 
bloquear que tais produtos sem inocuidade possam ser servidos ao turista ou 
cliente. Com isso, evitam possíveis perdas econômicas, sejam elas pelo estoque 
ou pelo risco de servir alimento que cause mal à saúde do comensal. 
Já o programa BPF apresentou um índice de 70%. Fontana (2012) aponta 
que, com a elaboração do Manual de Boas Práticas para o setor de restauração 
dos meios de hospedagem, haverá um maior controle e rigor com relação à 
produção dos alimentos, garantindo a segurança alimentar e consequentemente, 
uma qualidade assegurada para os consumidores. 
Obtiveram o índice de 60%, os programas de procedimento operacional 
padrão (POP), fichas técnicas, e procedimento padrão de higiene operacional 
(PPHO), os quais abrangem os documentos que trazem as descrições das 
atividades, os responsáveis por fazê-la, os materiais necessários e a frequência 
(Fontana, 2012). Tendo por objetivo a padronização dos serviços, e dos produtos 
servidos. Observou-se também que o POP contempla alguns itens do manual de 
boas práticas, sendo um pouco mais abrangente que os PPHO. 
Dos hotéis que aceitaram a pesquisa, 10% apontaram os programas de 5S, 
ISO 9000, e APPCC. Os dois primeiros, apresentam características de “ganhos” 
indiretos aos processos do setor de A&B, mas ainda assim importantes. 
Embora tenha obtido o menor percentual, o programa APPCC tem sido 
recomendado por órgãos de fiscalização, por ter como filosofia a prevenção, 
racionalidade e especificidade para controle dos riscos que um alimento possa 
oferecer, principalmente, no que diz respeito à qualidade sanitária, segundo 
Ribeiro-Furtini e Abreu (2006). A complexidade para implantação da ferramenta, 
assim como, o investimento requerido, podem ainda não gerar significado custo-
benefício positivo, para os olhos das administrações hoteleiras. 
Por fim, observou-se que, com a implementação de programas de qualidade 
no setor de alimentos e bebidas dos meios de hospedagem, o empreendimento 
terá um diferencial a ser oferecido aos seus clientes, uma vez que, cada vez mais 
os turistas tem buscado por alimentos seguros, em um ambiente adequado ao seu 
grau de exigência, necessidades e desejos. 
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6. CONCLUSÃO/CONCLUSÕES 
 
Ao final desse estudo, cujo objetivo foi identificar os programas de qualidade 
do setor de alimentos e bebidas na hotelaria em Ponta Grossa, vindo de encontro 
com o hábito cada vez mais frequente das pessoas, alimentarem-se em locais 
diferentes de suas residências pelos motivos mais diversos, deste trabalho a 
viagens de lazer. Aliado a questão de doenças causadas por alimentos 
contaminados, constituírem um dos problemas sanitários difundidos mundialmente. 
A preocupação constante com os problemas causados à saúde em razão do 
consumo de alimentos sem inocuidade tem contribuído de forma considerável para 
que os serviços de hospedagem que atuam com alimentação, estejam cada vez 
mais preocupadas com a qualidade do serviço oferecido ao setor turístico. Uma vez 
que, caso o hotel tenha casos de enfermidades transmitidas por alimentos há seus 
hóspedes, perdas econômicas, e o desgastes de sua imagem no trade turístico 
será inevitável. Podendo levar em casos mais graves o estabelecimento a falência. 
Os programas de qualidade devem ser elaborados e implantados como um 
requisito inicial para meios de hospedagens com setores de A&B. 
Em vista disso, as discussões no texto sobre os custos do setor de alimentos 
e bebidas serem de ordem mais elevadas que os demais, podem ser justificados e 
de real importância. Haja visto, a necessidade de contratação de mão de obra 
qualificada, e seu treinamento continuado. Apesar de, a pesquisa apontar 
colaboradores com grau de instruções em diferentes níveis, e qualificações o que 
denota ser uma boa prática. Na questão dos treinamentos, a falta de uma 
periodicidade pré-determinada de treinamentos, poderia ser a vir um elo fraco 
nessa cadeia. Já que as capacitações oferecem o conhecimento, para que os 
colaboradores possam colocar na prática, com foco de tornar-se um hábito. 
Mediante o exposto, sobre as ferramentas que os hotéis possuem 
implantados observou-se que, os programas básicos exigidos pelos órgãos de 
fiscalização estão em uso. Contudo, sob os olhos da melhoria contínua métodos 
como o APPCC, poderiam estar presentes em mais meios de hospedagem. Porém, 
cabe ressaltar que, poderia se realizar um estudo para avaliação se os hotéis já 
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não realizam as ações para o referido programa, mas de forma não estruturada 
dentro dos requisitos necessários para se formalizar o programa. 
Concluiu-se com esta pesquisa que com os programas de qualidade já 
implementados no setor de alimentos e bebidas dos meios hospedagem na cidade 
de Ponta Grossa, proporcione um maior controle e rigor com relação à produção 
dos alimentos servidos aos hóspedes e clientes de um modo geral, garantindo a 
segurança alimentar e consequentemente, uma qualidade assegurada para os 
consumidores. 
Por fim, ressalta-se a importância de melhoria continua na área da qualidade 
da hotelaria, sobretudo com relação ao serviço de alimentos e bebidas e a 
segurança na alimentação. 
 
REFERÊNCIAS 
 
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