Revista de Estudos em Organizações e Controladoria - REOC, ISSN 2763-9673, UNICENTRO, Irati-PR, v. 4, n. 1, p. 88-114,
jan./jun., 2024.
FATORES QUE INFLUENCIAM NO GERENCIAMENTO DAS MICRO E
PEQUENAS EMPRESAS NO MUNICÍPIO DE PRUDENTÓPOLIS - PARANÁ1
FACTORS THAT INFLUENCE IN THE MANAGEMENT OF MICRO AND SMALL
COMPANIES IN THE MUNICIPALITY OF PRUDENTÓPOLIS - PARANÁ
MATHEUS PRATES KLUBER
Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro)
E-mail: matheusprates9788@hotmail.com
FLÁVIO RIBEIRO
Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro)
E-mail: flavioribeiro@unicentro.br
WILLSON GERIGK
Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro)
E-mail: wgerigk@unicentro.br
RESUMO
É notória a expressão das micro e pequenas empresas (MPE´s) no cenário econômico nacional e
regional, devido à enorme quantidade de empreendimentos deste porte, também por representarem
desenvolvimento por meio da geração de empregos e do valor adicionado ao PIB do país. Neste
sentido, entender as características dessas empresas é relevante para compreender como ocorre
a gestão nessas organizações. Nesta perspectiva, o estudo em questão tem por objetivo identificar
quais são os fatores que exercem maior influência no gerenciamento de MPE’s da área central da
cidade de Prudentópolis, Paraná. Para a execução da pesquisa foi aplicado questionário composto
por questões fechadas e abertas, entregue a 61 empresas, destes 47 empreendimentos retornaram
o instrumento de pesquisa respondido. Em relação a análise dos dados, o trabalho utilizou-se da
técnica de estatística descritiva e da análise fatorial. Os resultados apontam que os micro e
pequenos empreendimentos da região central da cidade de Prudentópolis, Paraná, consideram o
fator Planejamento como uma variável preponderante para a gestão da organização. Sendo assim,
identificam-se como empreendimentos preocupados com a preparação de todas as suas atividades,
para que quando executadas possam desenvolver-se de maneira que a gestão seja consequência
do planejamento anteriormente elaborado, a fim de levar a empresa ao sucesso organizacional.
Palavras-chave: Micro e Pequenas Empresas, Contabilidade Gerencial, Gestão Empresarial.
ABSTRACT
The expression of micro and small companies (MSCs) in the national and regional economic scenario
is notorious, due to the large number of enterprises of this size, also because they represent
development through the creation of jobs and the value added to the country's GDP. In this sense,
understanding the characteristics of these companies is importat to understand how the
management performed in these organizations occurs. In this perspective, the study in question aims
to identify which factors have the greatest influence on the management of MSCs in the central area
of Prudentópolis city, Paraná. For the execution of the research was aplicatequestionnaire was made
up of closed and open questions, delivered to 61 companies, of these 47 enterprises returned the
completed survey instrument. Regarding data analysis, the study used the descriptive statistics
1 DOI: https://doi.org/10.5935/2763-9673.20240004
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technique and factor analysis.The results indicate that micro and small enterprises in the central
region of Prudentópolis city, Paraná, consider the factor Planning as a preponderant variable for the
organization management. Thus, they identify themselves as enterprises concerned with the
preparation of all their activities, so that when executed they can develop in a way that management
is a consequence of planning previously prepared, in order to lead the company to organizational
success.
Keywords: Micro and Small Enterprises, Management accounting, Business management.
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Matheus Prates Kluber, Flávio Ribeiro e Willson Gerigk
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1. INTRODUÇÃO
As micro e pequenas empresas (MPE’s) são responsáveis por grande parte
da movimentação da economia nacional, devido a sua quantidade exercem papel
importante para o desenvolvimento econômico do país e das regiões em que
atuam. De acordo com o Sebrae (2014), as micro e pequenas empresas, no último
estudo realizado em 2011, contribuíram com 27% do PIB do Brasil, essa
participação se deve ao seu elevado número de empresas, no mesmo ano eram de
8,9 milhões de empreendimentos, que por sua vez geravam 52% dos empregos
com carteira assinada no país.
Na proporção em que crescem se desenvolvem e cumprem sua importância
para a economia nacional, é possível notar em contrapartida que muitas das micro
e pequenas empresas sofrem com um alto índice de mortalidade nos primeiros
anos de funcionamento, conforme dados do Sebrae (2016), as microempresas, no
ano mais atualizado da pesquisa 2012, apresentavam 45% de mortalidade nos dois
primeiros anos de constituição, e as empresas de pequeno porte 2%.
Tavares, Ferreira e Lima (2009) afirmam que é de se estranhar que a maioria
das técnicas que são indicadas para a administração de pequenas empresas, são
resultados de adaptações de métodos similares aos que são utilizados pelas
grandes organizações, sem considerar as características particulares, tão pouco a
utilidade que terão no contexto das pequenas empresas, e ainda, por existirem
diferenças culturais, regionais e formais entre tais organizações.
Para compreender a importância das micro e pequenas empresas, um
aspecto essencial é a realização de estudos que auxiliem a entender as
características empresariais presentes nessa categoria de empreendimento, para
tornar mais clara a compreensão de como funciona a gestão das micro e pequenas
empresas, especialmente, análises que envolvam fatores individuais que são
diferenciados de empresa para empresa, ou seja, cada empreendimento possui
fatores específicos de influência na gestão (Neitzke; Oliveira, 2014).
As micro e pequenas empresas, por meio de suas características
particulares, principalmente de porte e cultura, são mais flexíveis às dificuldades
empresariais relacionadas à gestão (Souza; Qualharini, 2007). Segundo Santos e
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Souza (2009) a gestão de uma empresa deve ser realizada de modo não só a
identificar a situação presente da empresa, mas também prever ações que poderão
se realizar no futuro, a fim de estruturar as melhores estratégias, e analisar todos
os fatores que possam impactar no gerenciamento da organização.
Observa-se então que os gestores das micro e pequenas empresas
assumem um papel importante, pois, suas estratégias e a forma de gestão podem
impactar diretamente o desenvolvimento da economia regional.
Para Tavares, Ferreira e Lima (2009) são compreensíveis, neste contexto,
que o gerenciamento de forma centralizada, aliada a dificuldade e a pressão
ambiental sofrida pelos empresários, ensejem sistemas de gestão familiar, com
pouca formalidade. Pelo modo estrutural das pequenas empresas, sendo flexível,
e por ter decisões centralizadas em uma única pessoa, os proprietários, fazem com
que o custo diminua, possibilitando assim, respostas ágeis com relação as
mudanças externas. Porém, tal modo de gestão, não tem garantias de que seja o
ideal para as MPE’s, mas possibilita a compreensão da gestão realizada pelos
empresários.
Os desafios para o gestor de uma MPE são inúmeros e variados, devendo o
mesmo estar atento a todas as informações do mercado e aos fatores que norteiam
as atividades operacionais e negociais da empresa. Nesta perspectiva, o presente
estudo é norteado pela seguinte questão de pesquisa: Quais os fatores que
influenciam no gerenciamento das micro e pequenas empresas do município
de Prudentópolis?
De forma específica o estudo pretende: (i) Qualificar as micro e pequenas
empresas que atuam na área central da cidade de Prudentópolis-PR; (ii) Obter a
quantidade de fatores que influenciam na gestão das MPE’s estudadas e; (iii)
ranquear os fatores de influência no processo de gestão das MPE’s pesquisadas.
Após a presente introdução é apresentado o referencial teórico, na
sequência tem-se a metodologia da pesquisa, na quarta seção os resultados do
estudo são apresentados e discutidos e na última as considerações finais são
evidenciadas.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
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Neste tópico serão abordados de forma descritivas conceitos e funções
relacionadas a contabilidade gerencial e sua ligação ao processo de gestão
empresarial, inter-relacionando a este processo o gerenciamento de micro e
pequenas empresas.
2.1. Contabilidade Gerencial
Sabe-se que o objetivo da Ciência Contábil, é auxiliar os administradores
das organizações na tomada de decisão por meio das informações contábeis
disponibilizadas das mais variadas formas, como por exemplo, os demonstrativos
contábeis. Segundo Silva (2008), a contabilidade atua na tomada de decisão como
uma estruturação formal do processo decisório, baseando-se em princípios,
funções e definições, que tem por principal objetivo auxiliar os gestores da
organização a optarem pelas melhores alternativas.
Uma das especificidades da Ciência Contábil é a contabilidade gerencial,
que tem por objetivo subsidiar os gestores com informações que auxiliem no
gerenciamento da organização. Essas informações podem ser tanto padronizadas
como específicas para atender certa necessidade informacional. Atkinson et al.
(2000, p. 36) definem a contabilidade gerencial como um processo para “[...]
identificar, mensurar, reportar e analisar informações sobre os eventos econômicos
das empresas”.
Portella e Treter (2018) afirmam que a contabilidade gerencial está
diretamente relacionada às áreas de controle e gerenciamento de uma
organização, com o intuito de fornecer aos administradores informações que
possibilitem aos mesmos gerirem os negócios de maneira eficiente.
A contabilidade gerencial atua dentro da empresa com a função de
proporcionar variedades de informações. Os gestores das empresas terão a tarefa
de tomar decisões relativas à produção, vendas, orçamentos, planejamento e sanar
as demais necessidades do meio empresarial. O competitivo campo empresarial
necessita de informações gerenciais relevantes sobre os seus custos efetivos e
precisam serem avisados se houver necessidade de melhorias em qualidade,
eficiência e rapidez nas operações de produção (Almeida, 2013, p.7).
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2.2. Gestão Empresarial Aliada a Contabilidade Gerencial
Silva (2008) cita que o a utilização da contabilidade gerencial é um dos
principais instrumentos que a gestão empresarial precisa para que a organização
obtenha sucesso nas fases de planejamento, controle e na execução de todas as
atividades operacionais, negociais e administrativas.
Couten (2018) afirma que “[...] para que a organização cresça é necessário
que os seus gestores tomem decisões, sendo que estas devem ser embasadas em
informações fundamentadas em relatórios contábeis e gerenciais”. Padoveze e
Benedicto (2005, p. 5) afirmam que “[...] o processo de gestão, também
denominado de processo decisório, compreende as fases do planejamento,
execução e controle da empresa, de suas áreas e atividades”.
Baseando-se na função da contabilidade gerencial, sob a ótica de
auxiliadora no processo de gestão empresarial, Almeida et al. (2013) descrevem
que as habilidades de cada gestor em utilizar-se das informações contábeis
gerenciais serão capazes de contribuir fortemente para o sucesso da entidade.
Gomes (2011, p. 48) sustenta que “[...] concomitantemente às estratégias e
ao planejamento como requisito para o sucesso empresarial, a administração
desempenhada dentro desses empreendimentos envolve elementos essenciais
para o desenvolvimento do negócio”. Neste contexto, é que o processo de gestão
se torna indispensável para o sucesso empresarial, pois sem gerir as estratégias e
planejamentos traçados, não se torna possível o alcance aos objetivos e metas
definidas.
Petry e Nascimento (2009) definem o processo de gestão como sendo um
método ou uma forma de se realizarem, de maneira harmônica, ações conjuntas,
tendo o objetivo de atingir um determinado fim organizacional. Tal fim desejado
deve estar pautado por definições a todos os envolvidos na gestão da empresa,
promovendo, assim, uma interação necessária para que os objetivos possam ser
atingidos.
A contabilidade gerencial, por sua vez, fornece aos administradores,
informações dos mais diversos setores e níveis de atuação dentro da empresa,
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informações estas que, sendo utilizadas pelos gestores, podem auxiliar na gestão
empresarial, tanto das grandes como das micro e pequenas empresas.
2.3. Micro e Pequenas Empresas
As micro e pequenas empresas representam uma grande parte da economia
nacional, são fortes geradoras de emprego e atuam de forma regionalizada
tornando aquecida a economia de uma região, e por consequência a economia do
país.
Gráfico 1 - Valor Adicionado das MPE’s no Brasil.
Fonte: Adaptado de Sebrae (2015).
A explicação da importância das micro e pequenas empresas dá-se pela
representação da participação do Valor Adicionado das MPE’s no PIB nacional,
conforme evidenciado no Gráfico 1, pode-se verificar que no triênio analisado a
participação no Valor Adicionado manteve-se constante, com uma média de 27%.
Segundo Couten (2018) as MPE’s estão em constante evolução, mostrando
ser peças fundamentais para o desenvolvimento do país, por meio de sua
participação ativa num cenário de mercado extremamente competitivo. Gomes
(2011, p. 49) afirma que “[...] as MPEs representam uma parcela expressiva dos
empreendimentos existentes no Brasil, o que gera uma concorrência acirrada entre
elas desafiando os empresários a utilizar sua criatividade e formas para se
manterem no mercado”.
Carvajal Júnior e Kawamoto Júnior (2017) relatam que os gestores de uma
empresa, devem assegurar por meio de suas habilidades e competências, a
9,0% 9,5% 8,6%
27,1%
9,3% 9,2% 8,3%
26,7%
10,0% 9,1% 7,8%
27,0%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
Serviços Comércio Indústria Total Micro e Pequenas
Empresas2009 2010 2011
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longevidade empresarial, fazendo com que a empresa gere resultados positivos,
suficientes para que possa crescer no mercado.
Segundo Petry e Nascimento (2009) os laços familiares estão reunidos em
torno das crenças e valores, sendo assim, caracterizam-se por serem
determinantes na definição dos modelos de gestão relacionado as micro e
pequenas empresas, pois além dos objetivos empresariais traçados pelo gestor,
deve ser levado em consideração as necessidades familiares, isso faz com que o
processo de gestão seja aplicado de maneira distinta de empresa para empresa.
2.4. Fatores que Influenciam na Gestão das Micro e Pequenas Empresas
Aliado a forma de gerir uma organização, o gestor precisa atentar-se para os
mais diversos fatores que podem caracterizar-se como influenciadores para suas
tomadas de decisões, bem como suas práticas de gestão no âmbito geral da
empresa.
Os estudos atuais envolvendo pesquisas organizacionais buscam identificar
junto as organizações, num contexto ambiental expandido, os fatores do ambiente
interno e externo que influenciam na gestão das pequenas empresas (Gardelin;
Rossetto; Verdinelli, 2013).
Tavares, Ferreira e Lima (2009) citam que as questões culturais, regionais e
formais que determinam as relações com o Estado, também são fatores de
influência na gestão, uma vez que são distintas de nação para nação, bem como,
de região para região dentro do país.
Para Gardelin, Rossetto e Verdinelli (2013) cada organização possui um
determinado ambiente real, que pode ser mensurado e que se caracteriza por ser
externo a empresa, tendo em vista estes fatores advindos do ambiente externo da
organização, podem ser impostas algumas limitações acerca da prática de gestão
e tomada de decisão dos gestores de uma empresa de menor porte.
Carvajal Júnior e Kawamoto Júnior (2017) descrevem como fatores internos
à gestão das micro e pequenas empresas a relação dos custos com a formação de
preço, fator importante para saber quanto foi o lucro da empresa em determinado
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período. Também, o fator da manutenção do foco no cliente, ou seja, trabalhar com
práticas de gestão e tomadas de decisão que visem o cliente.
Na literatura contábil alguns estudos como os de Neitzke e Olivera (2014),
Gardelin, Rossetto e Verdinelli (2013) e Tavares, Ferreira e Lima (2009) procuraram
identificar os fatores que influenciam a gestão de micro e pequenas empresas.
Neitzke e Oliveira (2014) investigaram os fatores que influenciam o processo de
gestão de MPEs localizadas na região sul do Rio Grande do Sul. Os resultados
indicaram que as empresas analisadas possuem pouca estrutura de planejamento,
o que incorre na falta de definição de objetivos e metas de ação de curto e longo
prazos.
No estudo de Gardellin, Rosseto e Verdinelli (2013) buscou-se identificar a
relação entre o comportamento estratégico e a incerteza ambiental na percepção
dos gestores da cidade de Tapejara no Rio Grande do Sul. Os resultados obtidos
revelaram que os gestores em sua maioria consideram estar num ambiente com
baixa incerteza, e que a maioria das empresas adotam no comportamento do seu
gestor uma postura prospectora.
Na pesquisa de Tavares, Ferreira e Lima (2009) que investigou as práticas
gerenciais propostas pela teoria administrativa no processo de decisão, tendo por
base o nível de complexidade e de adequação da gestão relacionada ao ambiente
de negócio, em micro e empresas de pequeno porte na Zona da Mata em Minas
Gerais. Os resultados indicaram que há a necessidade de reformulação de
conceitos por parte dos gestores dessas empresas.
3. METODOLOGIA
A pesquisa se caracteriza quanto ao objetivo de forma descritiva. No que se
refere ao procedimento utilizado classifica-se como bibliográfica e de levantamento
ou survey e em relação ao problema se caracteriza como quantitativa.
Busca-se pela presente pesquisa levantar os fatores que influenciam na
gestão das micro e pequenas empresas da área central da cidade de Prudentópolis
(PR), de forma a descrever como tais fatores se relacionam como o processo de
gestão das organizações pesquisadas.
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O levantamento foi realizado por meio de questionário estruturado com
perguntas fechadas e abertas, e visou captar os fatores que influenciam na gestão
das MPE’s da área central da cidade de Prudentópolis (PR).
Tal instrumento foi estruturado em três seções:
1) a primeira tratou os dados demográficos da pesquisa, sendo: o gênero, a
idade, a escolaridade do gestor e o ramo de atividade que atua a MPE, o objetivo
dessa seção é qualificar os gestores e o empreendimento, foram analisadas com a
utilização de estatísticas descritivas;
2) a segunda parte abordou os fatores de influência na gestão de micro e
pequenas empresas, foram segmentadas nos seguintes grupos: Planejamento;
Clientes; Pessoas; Fornecedores; Qualidade e Produtividade e; Ponto de Venda,
podendo responder: (i) não possui/não utiliza/não realiza; (ii) utiliza, mas
esporadicamente; e (iii) utiliza/possui/realiza determinado fator em seu
empreendimento; essa seção é baseada nos fatores da pesquisa de Neitzke e
Oliveira (2014), e foram analisados mediante análise fatorial; e
3) a terceira seção do questionário, contou com três questões abertas
(discursivas), para que os gestores pudessem relatar ou descrever outros fatores
de influência não elencados nos grupos de fatores apresentados na segunda seção
do instrumento de coleta dos dados; também descrever suas percepções quanto
as dificuldades de fazer a gestão do seus empreendimentos e, ainda, o que
consideram como determinante para realizar um gerenciamento eficaz em uma
empresa, nessas foi aplicada análise de conteúdo.
Quanto a segunda seção do instrumento de coleta dos dados a intenção
principal é possibilitar a de um ranking e identificar os fatores que exercem maior
influência na gestão das micro e pequenas empresas na área central de
Prudentópolis e compará-los aos fatores identificados na pesquisa de base,
realizada por Neitzke e Oliveira (2014). E com as preguntas abertas buscou-se
indicar os fatores específicos relacionados às empresas que atuam na área central
de Prudentópolis (PR), fatores esses não contemplados no estudo de Neitzke e
Oliveira (2014).
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Assim, a pesquisa se caracteriza como quantitativa, pois o objetivo do
trabalho é identificar quais são os fatores que influenciam na gestão da MPE’s de
Prudentópolis, de forma a mensurá-los com técnicas estatísticas de análise
descritivas, fatorial e de conteúdo, possibilitando o escalonamento dos fatores
encontrados.
A população da pesquisa foi constituída pelas micro e pequenas empresas
do setor comercial localizadas na área central da cidade de Prudentópolis (PR),
compreendida por 61 empreendimentos. E a amostra da pesquisa foi constituída
por 47 empresas que responderam ao questionário, isso representou 77% de
retorno.
4. ANÁLISE DOS DADOS
Nesta seção são apresentados os resultados obtidos pela pesquisa, tanto no
que diz respeito à análise descritiva dos dados, referentes as respostas do
questionário aplicado, como na identificação dos fatores que influenciam a gestão
das micro e pequenas empresas da área central da cidade de Prudentópolis/PR.
4.1. Análises Descritivas
Pode-se destacar na análise o fato de que 70% dos respondentes é do
gênero feminino. Outro aspecto relevante é a questão da idade dos gestores, 38%
(18 dos respondentes) disseram estarem na faixa entre 26 a 35 anos. Cabe
ressaltar a questão sobre a escolaridade dos gestores analisados, que
responderam em 51% (24), possuírem ensino superior completo, quando
comparado a questão idade com escolaridade, tem-se que dos 25 gestores que
disseram possuir 35 anos ou menos, 17 deles possuem ensino superior completo.
Os gestores que possuem ensino médio representaram 30% dos respondentes
(14), com ensino superior incompleto foram 11% dos respondentes, 4% indicaram
ter ensino fundamental e 2% disseram ter ensino fundamental incompleto, outros
2% não informaram a escolaridade.
Por fim, a última questão é relacionada ao ramo de atividade dos
empreendimentos estudados, o mais significativo na pesquisa é o de vestuário,
representado por 38% da amostra, 18 empresas. Ainda sobre essa informação, dos
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18 empreendimentos de vestuário, 15 deles tem a gerência feminina, o que indica
que as mulheres predominam na gestão desse ramo nas empresas analisadas.
A Tabela 1 apresenta as respostas dos gestores relacionadas ao
planejamento do empreendimento.
Tabela 1 - Questões vinculadas ao planejamento.
Questões
Não
possuo/
Não utilizo/
Não
realizo
%
Utilizo,
mas
esporadicamente
%
Possuo/
Utilizo/
Realizo
%
P
la
n
e
ja
m
en
to
Planejamento de curto e longo
prazo
6 13% 18 38% 23 49%
Estabelecimento de objetivos
e metas
3 6% 14 30% 30 64%
Dimencionamento de mercado 10 21% 16 34% 21 45%
Mapeamento da concorrência 14 30% 16 34% 17 36%
Fonte: Dados da pesquisa (2020).
A Tabela 1 evidencia que a maioria dos gestores, 49% dos respondentes,
utilizam o planejamento de curto e longo prazo na sua empresa. O que se pode
notar é que tal planejamento é aplicado na operacionalidade dessas empresas na
forma de objetivos e metas, uma vez, que o percentual de gestores que se utiliza
desses métodos é de 64%. Para o item dimensionamento do mercado os
respondentes afirmaram em 45% que possuem conhecimento sobre as
informações sobre os acontecimentos de mercado para seu determinado ramo de
atividade.
Um equilíbrio nas respostas se mostra evidente na questão relacionada ao
mapeamento da concorrência, onde praticamente 1/3 dos respondentes relatam
não conhecer seus concorrentes, neste sentido outro terço dos respondentes não
possuem informações específicas sobre sua concorrência de modo a conhecê-la
completamente, e o terço final com percentual de 36% relata conhecer a
concorrência.
Para as questões vinculadas aos clientes, os resultados constam da Tabela
2. Os respondentes que alegaram possuir conhecimento sobre a localização de
suas clientes totalizaram 51%. O conhecimento evidenciado pelo mapeamento da
clientela, faz com que os gestores tenham uma base de dados com informações
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cadastrais de seus clientes, num percentual de 68%, tal cadastro favorece os
gestores no sentido de possibilitar o contato efetivo com seus clientes, podendo-se
aproveitar disso para alavancar seus negócios.
Tabela 2 - Questões vinculadas aos clientes.
Questões
Não possuo/
Não utilizo/
Não realizo
%
Utilizo,
mas
esporadicamente
%
Possuo/
Utilizo/
Realizo
%
C
li
en
te
s
Mapeamento de clientes 10 21% 13 28% 24 51%
Cadastro de Clientes 5 11% 10 21% 32 68%
Expectativas de compra 4 9% 12 26% 31 66%
Priorização de Prazo de
entregas
11 23% 4 9% 32 68%
Fonte: Dados da pesquisa (2020).
Com relação ao item expectativas de compras, 66% dos gestores relataram
que os clientes manifestam seus interesses e desejos em relação aos produtos
oferecidos pelas empresas, isso pode fazer com que a empresa que atenda tal
demanda seja valorizada pelo cliente e, consequentemente, continue a adquirir
produtos da mesma, além de tornar-se promotora da empresa para outras pessoas,
em decorrência de sua satisfação.
Neste sentido, 68% dos respondentes afirmaram ter responsabilidade sobre
o prazo de entregas das mercadorias acordadas com seus clientes, tal fato se
reflete no bom relacionamento adquirido entre empresa e cliente, uma vez que a
priorização no prazo de entrega está diretamente relacionada com a questão de
relação estabelecida entre as partes.
Na Tabela 3 evidenciam-se as respostas das questões vinculadas as
pessoas, 87% dos gestores afirmaram possuir equipe de vendas para atender os
clientes, esse percentual demonstra que grande parte das empresas analisadas
possuem funcionários trabalhando de forma integral na organização; 45% dos
respondentes relataram que a necessidade de treinamento dos funcionários é
esporádica, ou seja, aplicada em algumas situações, esse mesmo percentual se
reflete na aplicação do treinamento aos colaboradores, por entenderem que
somente em algumas situações verificadas é preciso disponibilizar treinamentos.
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Tabela 3 - Questões vinculadas às pessoas.
Questões
Não possuo/
Não utilizo/
Não realizo
%
Utilizo,
mas
esporadicamente
%
Possuo/
Utilizo/
Realizo
%
P
e
s
s
o
a
s
Equipe de vendas para
atendimento aos clientes
5 11% 1 2% 41 87%
Necessidade de
treinamento
7 15% 21 45% 19 40%
Treinamento de
funcionários
10 21% 21 45% 16 34%
Estabelecimento de
objetivos e estratégias de
ação
8 17% 16 34% 23 49%
Definição de metas de
vendas
6 13% 14 30% 27 57%
Conhecimento da
Legislação Trabalhista
4 9% 13 28% 30 64%
Fonte: Dados da pesquisa (2020).
No que diz respeito ao item estabelecimento de objetivos e estratégias de
ação, 49% dos respondentes salientam possuir tais métodos aplicados aos seus
funcionários, e que 57% dos gestores delegam metas de vendas aos
colaboradores, por meio de tais estratégias gerenciais. Acerca da legislação
trabalhista, 64% dos gestores afirmam conhecer as leis que regem a relação entre
o empregado e o empregador.
Os resultados da Tabela 4 apontam que 81% dos respondentes possui
constante busca por novos fornecedores, para assim possibilitar a diversificação de
empresas que forneçam o mesmo produto. Pode-se salientar também que 68% dos
respondentes afirmaram possuir um cadastro de fornecedores ativo.
Com maior igualdade entre as respostas, se evidencia a questão relacionada
à ponderação do desempenho dos fornecedores, entretanto a maioria das
empresas, representadas por 43%, relatam possuir registro da capacidade dos
seus fornecedores em questões ligadas, principalmente, ao prazo de entrega dos
produtos e quanto à agilidade de atendimento de seus fornecedores.
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Tabela 4 - Questões vinculadas aos fornecedores.
Questões
Não
possuo/
Não utilizo/
Não
realizo
%
Utilizo,
mas
esporadicamente
%
Possuo/
Utilizo/
Realizo
%
F
o
rn
ec
ed
o
re
s
Diversificação de
fornecedores
4 9% 5 11% 38 81%
Cadastro de fornecedores 8 17% 7 15% 32 68%
Ponderação do
desempenho dos
fornecedores
13 28% 14 30% 20 43%
Fonte: Dados da pesquisa (2020).
Com relação as questões vinculadas à qualidade e a produtividade da
empresa (Tabela 5), 68% dos gestores relataram possuir conhecimento sobre
mecanismos de cálculo que mensurem o desempenho de produtividade da
entidade. Ainda, 64% dos respondentes advogaram ter em suas empresas padrões
definidos em suas atividades para a maximização de qualidade e agilidade.
Entretanto, mesmo a maioria das empresas possuindo padronização de
atividades, a avaliação perante os clientes é identificada como um meio de se ter
feedback sobre tais atividades, pois 51% dos gestores afirmaram questionar seus
clientes sobre a qualidade e agilidade com que estão sendo atendidos, e se ambas
as condições suprem suas expectativas.
Tabela 5 - Questões vinculadas à qualidade e produtividade.
Questões
Não
possuo/
Não utilizo/
Não realizo
%
Utilizo,
mas
esporadicamente
%
Possuo/
Utilizo/
Realizo
%
Q
u
al
id
ad
e
e
P
ro
d
u
ti
vi
d
a
d
e
Mecanismos de cálculo da
produtividade da empresa
6 13% 9 19% 32 68%
Padronização para a
qualidade e agilidade
6 13% 11 23% 30 64%
Avaliação da qualidade
perante as expectativas dos
clientes
8 17% 15 32% 24 51%
Fonte: Dados da pesquisa (2020).
Os resultados da Tabela 6, indicam que 47% dos gestores utilizam-se do
marketing para promover seu ponto de venda, com a finalidade de aumentá-las;
neste sentido, 62% revelaram realizar promoções para atrair clientes, diretamente
relacionado ao fato de se realizar o marketing do ponto de venda, pois uma vez
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divulgada a empresa e seus produtos, as promoções são identificadas como uma
ação para que as vendas sejam efetivadas.
Tabela 6 - Questões vinculadas ao ponto de venda.
Questões
Não
possuo/
Não utilizo/
Não
realizo
%
Utilizo,
mas
esporadicamente
%
Possuo/
Utilizo/
Realizo
%
P
o
n
to
d
e
V
en
d
a
Marketing PDV 15 32% 10 21% 22 47%
Realização de promoções 4 9% 14 30% 29 62%
Conhecimento de fatores
que influenciam as decisões
de compra dos clientes
1 2% 13 28% 33 70%
Percepção de promoções
adequadas
4 9% 14 30% 29 62%
Informar clientes sobre
promoções
4 9% 7 15% 36 77%
Fonte: Dados da pesquisa (2020).
Questionados a respeito do conhecimento dos fatores que influenciam as
decisões de compras dos clientes, 70% dos gestores afirmaram possuir contato
informal com seus clientes para buscar identificar quais são os fatores que motivam
a compra de produtos; 62% dos respondentes indicaram que conseguem identificar
o momento adequado de se realizar promoções. E em relação as promoções
realizadas, 77% dos gestores relataram informar seus clientes sobre a realização
das mesmas.
Cabe salientar que os gestores na maioria das vezes responderam possuir,
utilizar ou realizar determinada questão em seu negócio, isso denota que os fatores
a eles expostos exercem influência na gestão de seus empreendimentos.
4.2. Análise Fatorial
Como primeiro passo para aplicação da análise fatorial, é preciso identificar
se existem valores significativos de variáveis que possam justificar a aplicação da
técnica, para isso utiliza-se do teste de esfericidade de Bartlett, complementada
pelo teste de Kaiser-Meyer-Olkin – KMO. Hair et al. (1998) afirmam que os valores
do teste KMO que forem iguais ou inferiores a 0,50 representam que utilizar-se da
análise fatorial é inadequado, e que valores superiores a 0,50 apontam a
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possibilidade de utilização dessa técnica estatística. Conforme Tabela 7, pode-se
observar os testes de Bartlett e KMO.
Tabela 7 - Testes de Bartlett e Kaiser-Mayer-Olkin (KMO).
Teste de Kaiser-Mayer-Olkin para Adequação dos Dados 0,5761
Teste de Esfericidade de
Bartlett
Qui-Quadrado 561,995
Df 276
Sig. 0,000
Fonte: Dados da pesquisa (2020).
O teste KMO apresentou valor igual a 0,5761, o que torna, conforme o
conceito de Hair et al. (1998), a análise fatorial passível de aplicação. Com relação
ao teste de esfericidade de Bartlett, nota-se que o mesmo apresentou um valor de
0,000, evidenciando que existe correlação entre as variáveis analisadas. Os
componentes principais extraídos da análise fatorial, conforme se observa na
Tabela 8.
Tabela 1 - Extração dos componentes principais.
Somas de extração de carregamentos ao
quadrado
Somas rotativas de carregamentos ao
quadrado
Componente Total % de variância % cumulativa Total % de variância % cumulativa
1 6,226 25,942 25,942 2,935 12,229 12,229
2 2,884 12,016 37,958 2,775 11,564 23,793
3 2,094 8,726 46,684 2,766 11,526 35,319
4 1,874 7,809 54,493 2,477 10,322 45,641
5 1,749 7,286 61,780 2,340 9,751 55,392
6 1,249 5,204 66,983 2,153 8,970 64,362
7 1,022 4,259 71,242 1,651 6,880 71,242
Fonte: Dados da pesquisa (2020).
Com relação a Tabela 8, podem ser verificados os autovalores para cada um
dos fatores calculados, bem como, os respectivos percentuais de variância,
individual e cumulativa. O critério para o tratamento dos dados foi considerar
apenas os fatores que apresentassem valores superiores a 1, neste sentido, foi
possível identificar 7 fatores, com valor superior a 1, dos 24 analisados. Estes 7
fatores explicam 71% das variâncias das medidas originais (Figura 1).
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Figura 1 - Relação valores e componentes.
Fonte: Dados da pesquisa (2020).
Os 7 fatores de maior representatividade são apresentados na Tabela 9, com
as respectivas questões vinculadas a cada fator de influência. Posteriormente ao
agrupamento das questões pode-se identificar a similaridade entre os fatores e as
questões vinculadas. Considerando essa similaridade, o Fator 1 é denominado
Planejamento; o Fator 2 = Política de Fornecedores; o Fator 3 = Gestão de
Pessoas; o Fator 4 = Mapeamento de Mercado e Clientes; o Fator 5 = Informações
Mercadológicas; o Fator 6 = Estratégia de Marketing, e o Fator 7 = Análise de
Clientes.
Tabela 2 – Agrupamento das questões por fator de influência.
Fator 1 Fator 2 Fator 3 Fator 4 Fator 5 Fator 6 Fator 7
Planejamento
Política de
Fornecedores
Gestão de
Pessoas
Mapeamento de
Mercado e
Clientes
Informações
Mercadológicas
Estratégia
de
Marketing
Análise de
Clientes
Estabelecimento
de objetivos e
metas
Diversificação de
fornecedores
Cadastro de
Clientes
Planejamento de
curto e longo prazo
Expectativas de
compra
Realização
de
promoções
Conhecimento
de fatores que
influenciam as
decisões de
compra dos
clientes
Estabelecimento
de objetivos e
estratégias de ação
Cadastro de
fornecedores
Priorização de
Prazo de
entregas
Dimensionamento
de mercado
Avaliação da
qualidade perante
as expectativas dos
clientes
Percepção
de
promoções
adequadas
Definição de metas
de vendas
Ponderação do
desempenho dos
fornecedores
Equipe de
vendas para
atendimento aos
clientes
Mapeamento da
concorrência
Marketing PDV
Mecanismos de
cálculo da
produtividade da
empresa
Necessidade de
treinamento
Mapeamento de
clientes
Padronização
para a qualidade
e agilidade
Treinamento de
funcionários
Conhecimento
da Legislação
Trabalhista
Fonte: Dados da pesquisa (2020).
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Pode-se dizer que o principal fator que influência na gestão das micro e
pequenas empresas de Prudentópolis/PR é o Planejamento, que representa
12,229% da variância, conforme Tabela 8. Neste sentido, as MPE’s estudadas
consideram tal fator como sendo preponderante para a gestão de suas
organizações. O segundo fator de maior influência é o de Política de Fornecedores,
o mesmo abrange 11,564% da variância (Tabela 8). Identifica-se com base nas
análises realizadas que o fator: Fornecedores, exerce grande influência na gestão
das MPE’s investigadas, tais empresas levam em conta a política e o
relacionamento que exercem com seus fornecedores.
O terceiro fator do ranking é o de Gestão de Pessoas, compreende 11,526%
da variância. O quarto fator de maior relevância é o de Mapeamento de Mercado
e Clientes, representando 10,322% da variância. O ranking dos fatores indica o
quinto fator de maior relevância como sendo o de Informações Mercadológicas,
representando 9,571% da variância. Em relação ao sexto fator da pesquisa, pode-
se verificar como sendo Estratégia de Marketing, com a representação de 8,970%
da variância. O sétimo e último fator é o de Análise dos Clientes, que apresenta
6,880% da variância, conforme apresentado na Tabela 8.
Pode-se evidenciar, portanto, que de maneira geral há uma similaridade
entre os fatores identificados na pesquisa de Neitzke e Oliveira (2014) e os fatores
identificados nesta pesquisa, mas com diferentes posições no ranking de fatores
(Quadro 1).
Quadro 1 - Comparação entre os estudos.
Neitzke e Oliveira (2014) Klüber, Ribeiro e Gerigk (2019)
Local: Região Sul do Rio Grande do Sul Local: Região Central do município de
Prudentópolis-PR
Fator 1 – Gestão de Pessoas Fator 1 – Planejamento
Fator 2 – Estratégia de Marketing Fator 2 – Política de Fornecedores
Fator 3 – Mapeamento de Clientes e
Fornecedores
Fator 3 – Gestão de Pessoas
Fator 4 - Planejamento Fator 4 – Mapeamento de Mercado e Clientes
Fator 5 – Estratégia de Atendimento aos
Clientes
Fator 5 – Informações Mercadológicas
Fator 6 – Informações Mercadológicas Fator 6 – Estratégia de Marketing
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Fator 7 – Política de Fornecedores Fator 7 – Análise de Clientes
Fonte: Elaborado pelos autores (2020).
A presente pesquisa identificou também um fator diferente da pesquisa base,
a Análise de Clientes, relacionada a satisfação dos clientes quando da decisão de
compra dos mesmos. Outro fator que apresenta diferença de um estudo para outro
é o Mapeamento de Clientes, que na pesquisa de Neitzke e Oliveira (2014) esteve
em conjunto com o Mapeamento de Fornecedores, e por sua vez na atual pesquisa
o Mapeamento de Clientes se agrupou ao Mapeamento de Mercado.
Neste sentido, entende-se que as micro e pequenas empresas sofrem
influências de diversos fatores, independentemente da região que se localizam no
país, considerando sempre que cada região possui suas particularidades, e que
isso pode ser notado pela diferença da ordem no ranking em que se encontram os
fatores da pesquisa de Neitzke e Oliveira (2014) e a do presente estudo, também
por esta pesquisa identificar novos fatores não identificados nas empresas
estudadas no Rio Grande do Sul.
4.3. Análise Questões Abertas
Neste item foram tratadas as análises das questões abertas propostas no
questionário. Para esse tópico foi utilizado o Software Itamuteq, que procedeu
análise de conteúdo das respostas dos gestores para destacar as palavras que
representam suas respostas de maneira conjunta. Os resultados apresentados nas
Figuras 2, 3 e 4.
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Figura 2 – Demais fatores de influência.
Fonte: Dados da pesquisa (2020).
A Figura 2 está relacionada à primeira questão aberta realizada aos gestores
das micro e pequenas empresas estudadas. Tal questionamento solicitou aos
respondentes a descrição de demais fatores que exercem influência na gestão de
seus empreendimentos, que não haviam sido listados nas questões fechadas.
Pode-se observar que as palavras em destaque têm relação com as
questões de maior influência respondidas pelos gestores, conforme descrito na
análise fatorial, pois os itens Cliente e Planejamento, destacados nessa questão,
ocupam a quarta e primeira posição no ranking fatorial, respectivamente. Ou seja,
os respondentes compactuam das questões analisadas no tópico da análise
fatorial, não citando outros fatores de maior relevância que não foram citados nas
questões fechadas.
Neste sentido, entende-se que tais empresas são extremamente
preocupadas com os fatores relacionados a atendimento de qualidade aos clientes
e à organização de planejamento estratégico.
A segunda questão respondida pelos gestores das MPE’s analisadas, está
relacionada com as dificuldades de se fazer a gestão do empreendimento,
conforme suas percepções (Figura 3). A principal dificuldade enfrentada pelos
gestores das micro e pequenas empresas da região central de Prudentópolis é a
Concorrência. Ou seja, possuem dificuldades na gestão de seu negócio, por conta
de algum fator relacionado aos seus concorrentes.
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Figura 3 – Dificuldade em se fazer gestão.
Fonte: Dados da pesquisa (2020).
Destaca-se também algumas palavras expostas a figura, que possuem
relação com o fator Gestão de Pessoas, como por exemplo as palavras
“funcionário” e “motivação”, levando a entender que outra dificuldade enfrentada
pelos gestores dessas empresas é manter os funcionários motivados em suas
funções.
Há de se considerar também que questões relacionadas aos produtos, que
são fatores de dificuldade na gestão, tendo em vista, que tal palavra aliada a
compra e venda (Figura 3), sugere que esses gestores consideram realizar a
gestão de compra e venda do produto, como um fator de dificuldade na gestão.
Por fim, a última questão aberta indagou os gestores das MPE’s, quais são
os determinantes para realizar uma boa gestão nas empresas deste porte,
especificamente, no município de Prudentópolis.
A Figura 4 evidencia que os gestores das empresas estudadas entendem
como determinante para realizar a gestão dos empreendimentos de micro e
pequeno porte, relacionar-se com seus Clientes, identificado pela relação da
atratividade do preço e pela qualidade oferecida no atendimento, bem como, pela
agregação de novos clientes devido à qualidade de seus produtos.
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Figura 4 – Fator determinante para a gestão em Prudentópolis/PR.
Fonte: Dados da pesquisa (2020).
Novamente o fator Planejamento ficou em destaque, identificando, portanto,
que segundo os gestores respondentes é um fator determinante para realizar-se a
gestão em micros e pequenos empreendimentos.
Em síntese, quando analisadas as três questões abertas, pode-se dizer que
as mesmas são consoantes às questões apresentadas na Análise Fatorial,
corroborando, portanto, com o ranking dos fatores que influenciam a gestão das
MPE’s investigadas.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo investigou os fatores que influenciam o gerenciamento de micro e
pequenas empresas no município de Prudentópolis-PR. Neste sentido, para
delimitar as análises, a investigação pautou-se na importância da região central da
área urbana do município, selecionando como amostra os micro e pequenos
empreendimentos localizados em tal região.
Inicialmente, identificou-se que das 47 empresas que responderam a
pesquisa a maioria dos empreendimentos são do ramo de vestuário, representando
por 38% das empresas participantes da pesquisa. Cabe destacar ainda, que das
47 organizações respondentes, 70% dos gestores são mulheres.
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Com relação aos estudos realizados na análise fatorial, foi possível
identificar o agrupamento das questões aplicadas no questionário, levando a
possibilidade de se identificar quais são os fatores que influenciam a gestão das
micro e pequenas empresas pesquisadas. Sendo assim, foram identificados sete
fatores de influência, podendo ser ranqueados conforme os percentuais de
variância na análise fatorial, de forma a evidenciar que o fator de maior influência
nas MPE’s estudadas é o Planejamento, o segundo fator é Política de
Fornecedores, o terceiro é Gestão de Pessoas, o quarto fator é Mapeamento de
Mercado e Clientes, o quinto é Informações Mercadológicas, o sexto fator é
Estratégia de Marketing e por fim, o sétimo fator do ranking é Análise de Clientes.
Com base nos resultados apresentados, pode-se considerar que as micro e
pequenas empresas da região central da cidade de Prudentópolis-PR, enfatizam
questões relacionadas ao Planejamento da organização, levando a entender que
essas empresas estão preocupadas com o modo de como planejam seus ideais de
negócio e mercado, pensando na eficiência da gestão organizacional de modo que
esta seja consequência de um bom planejamento, anteriormente realizado.
Destaca-se ainda, que as empresas analisadas são criteriosas com relação
aos produtos que compram, pois, o fator Política de Fornecedores é o segundo do
ranking, identificando assim, que esses empreendimentos verificam a procedência
e qualidade dos produtos oferecidos pelos fornecedores, tendo em vista que
desejam oferecer a mesma procedência e qualidade aos seus clientes.
Outro fator que denota importância para as MPE’s estudadas é a questão
dos Clientes, pois, principalmente nas questões abertas, uma das palavras que tem
maior destaque é Clientes. Com isso, pode-se presumir que os empreendimentos
estudados consideram a satisfação de seus clientes como um fator de relevância
para o desenvolvimento de seu negócio.
Pode-se dizer que os micro e pequenos empreendimentos estudados
possuem fatores que influenciam a gestão similares as MPE’s ao do estudo de
Neitzke e Oliveira (2014), mas que por sua vez, também possuem características
diferentes das empresas gaúchas.
Conclui-se, portanto, que as micro e pequenas empresas que tem seus
empreendimentos localizados na região central da cidade de Prundentópolis,
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estado do Paraná, apesar de possuírem todas as dificuldades que qualquer micro
e pequeno empreendimento enfrenta, consideram diversos fatores para a tomada
de decisão e que o gerenciamento de seus negócios é pautado essencialmente em
planejamento, fato que pode levar essas empresas a longevidade organizacional,
pois, conforme preconiza a literatura relativa às pequenas organizações com fins
lucrativos, um dos principais motivos da mortalidade de micro e pequenas
empresas é a falta de planejamento, algo que conforme o presente estudo está
sendo levado em conta para a realização da gestão nos empreendimentos
analisados.
A limitação deste estudo, está ligada ao seu desenvolvimento somente no
município de Prudentópolis (PR), isso faz com os resultados se limitem a cultura
organizacional das MPE’s da cidade estudada e não de uma região mais ampla.
Para futuras pesquisas sugere-se verificar os fatores de influência de uma
determinada região, para que se possa compreender a realidade de um maior
número de empreendimentos.
REFERÊNCIAS
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à sobrevivência das micro e pequenas empresas. XIV Congresso Brasileiro de
Custos. João Pessoa, PB, Anais... CBC, 2007.
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empresarial. 2013. Curso de Ciências Contábeis das Faculdades Integradas de
Três Lagoas, Três Lagoas, 2013.
ATKINSON, A. A. et al. Tradução André Olimpo. Contabilidade Gerencial. São
Paulo: Atlas, 2000.
CARVAJAL JÚNIOR. C. J.; KAWAMOTO JÚNIOR. L. T. Empreendedorismo: Uma
análise dos fatores a serem considerados no desenvolvimento de novos negócios.
Revista de Micro e Pequenas Empresas e Empreendedorismo da Fatec
Osasco. Osasco, v. 3, n. 1, p. 80-96, jan./jun. 2017.
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gestao-para-a-tomada-de-decisoes-de-micro-e-pequenas-empresas/89306.>
Acesso em: 18 ago. 2020.
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FATORES QUE INFLUENCIAM NO GERENCIAMENTO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO MUNICÍPIO DE
PRUDENTÓPOLIS - PARANÁ
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Matheus Prates Kluber, Flávio Ribeiro e Willson Gerigk
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