Política de autores e morte do homem: Notas para uma genealogia da crítica cinematográfica

Eduardo Pellejero

Resumo


Da provocativa canonização de alguns diretores norte-americanos pelos Cahiers du Cinéma à intervenção forense do estruturalismo triunfante dos anos sessenta, é curioso constatar que praticamente tudo o que touca a figura do autor é polêmico. A diversidade de pontos de vista sobre o autor implica uma espécie de guerra de linguagens, na ausência, não só de uma teoria definida, mas inclusive de uma retórica consensual. O presente artigo procura assinalar alguns elementos imprescindíveis para estabelecer a genealogia dessa história recente; tenta reconstruir o fundamental dessa disputa a partir de um corpus parcial, mas não arbitrário, composto na sua maior parte por textos da crítica cinematográfica da época. O resultado é, menos um diagnóstico fechado da situação crítica atual e da sua história imediata, que a abertura ou a recapitulação de algumas perspectivas que poderiam constituir hipóteses de trabalho fecundas. Um conjunto – para retomar a fórmula de Mallarmé popularizada por Derrida – sem outra novidade que um espaçamento da leitura.


Palavras-chave


Autoria; crítica cinematográfica; Cahiers du cinema; cânone

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