Godot/Clarice: Jazz em Fúria

Mabiana Camargo, Daniel de Oliveira Gomes

Resumo


O presente artigo parte de uma abordagem filosófica comparativa entre a obra de Samuel Beckett, especificamente En Attendant Godot, e as ressonâncias escriturais de Clarice Lispector. Será visto as semelhanças e as diferenças que esses autores possuem entre si. A linguagem de Clarice compõe uma escritura menor, sempre vinda do improviso, criando assim um percurso fora da idéia tradicional de obra. Já Beckett esgota o possível, sua obra é carente de palavras, possui séries exautivas, está em pleno movimento estático. Mas, assim como Lispector, Beckett também improvisa. Clarice e Godot quando se entrelaçam formam um refrão jazzístico. E os dois, ainda, criam uma voz, quase muda, que vai em busca de pronunciar a palavra suplementar, através das perguntas e principalmente do silêncio. Desta forma, usa-se como principais bases filosóficas Maurice Blanchot e Gilles Deleuze, ligados a autores como Simone Curi, estudiosa de Lispector, Jacques Derrida, Michel Foucault entre outros. Busca-se, então, fazer uma circunferência, assim ligada aos planos melódicos, torneando a textualidade desses dois autores.


Palavras-chave


Improviso; Esgotamento; Godot; Lispector

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