UM PERCURSO PELA NOÇÃO DE DISPOSITIVO

Nádia Régia Neckel, Carla Süssenbach

Resumo


Este artigo pretende discutir a noção de dispositivo percorrendo as principais formulações da filosofia contemporânea a respeito dessa noção. Dispositivo enquanto constructo teórico, enquanto modo de organização social e vida política, dispositivo enquanto processo analítico, enquanto modo de leitura/interpretação das produções simbólicas. Buscaremos discutir com Foucault, Deleuze, Agamben, Pêcheux e Orlandi, as diferentes formulações a respeito do dispositivo. E, nessa passagem do filosófico ao discursivo, pensaremos o dispositivo para a análise do discurso como o funcionamento da prática analítica, talvez aí, a noção do dispositivo como perspectiva metodológica, dada todas as ressalvas quanto ao uso desse termo. Podemos inferir que, quando a AD monta seu dispositivo teórico analítico, ela é afetada por demais dispositivos que estão na ordem/organização dos discursos da contemporaneidade. Esse modo de pensar essa noção ajuda a compreender como o dispositivo é trabalhado pela análise do discurso enquanto uma relação constitutiva teórica e analiticamente. Pois ao trabalharmos com recortes, nacos da situação discursiva (ORLANDI, 1984), trabalhamos com modos de inscrições em arquivos. Dito de outro modo, para AD, essa relação arquivo/dispositivo, de alguma forma toca nos dispositivos focaultianos e agambianos que determinam certos arquivos.


Palavras-chave


Dispositivo 1. Sociedade 2. Discurso 3.

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