Casamento e machismo em O morgado de Fafe em Lisboa (1861), de Camilo Castelo Branco: algumas considerações

Andréia Riconi, Edson Santos Silva

Resumo


O presente trabalho tem como objetivo analisar a questão do casamento e do machismo na obra O morgado de Fafe em Lisboa (1861), de Camilo Castelo Branco. Para tanto, dividimos a discussão em dois momentos: no primeiro, trazemos uma reflexão geral a respeito da questão do casamento no seio da sociedade portuguesa da época. No segundo, discutimos propriamente a obra, apontando questionamentos acerca da questão do casamento de Leocádia, buscando demonstrar a faceta machista dos arranjos conjugais que não levam em consideração a vontade e a liberdade feminina. Para fundamentar tal discussão, valemo-nos, especialmente, das reflexões de Simone de Beauvoir, nos dois volumes de O segundo sexo (1967-1970), mas outros aportes também aparecem para sustentar nossas afirmações. Concluímos que, por meio da sátira, Camilo Castelo Branco consegue provocar reflexões que vão ao encontro dos debates que são promovidos contemporaneamente no tocante à construção social de gênero.

Palavras-chave


O morgado de Fafe em Lisboa; Casamento; Machismo; Século XIX

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