A adesão à malandragem pelo narrador de "Malagueta, Perus e Bacanaço", de João Antônio

José Luis Bubniak

Resumo


Este artigo propõe uma análise de “Malagueta, Perus e Bacanaço”, conto que dá título ao livro lançado em 1963 por João Antônio. No conto, o narrador onisciente parece aderir profundamente ao ponto de vista de três jogadores de sinuca, apresentando uma conduta própria da malandragem por meio da exposição das regras do jogo e do comportamento de personagens. Narrador e personagens se aproximam no plano psicológico e linguístico, já que o narrador demonstra compreensão e aceitação da conduta malandra ao mesmo tempo em que utiliza um vocabulário cheio de gírias e expressões populares, sem abdicar da norma padrão da língua portuguesa. O narrador, enfim, apresenta ao leitor as regras da sinuca e da malandragem e adere ao ponto de vista da malandragem colocando-se ao lado de seus protagonistas, encurtando assim as distâncias entre narrador e matéria narrada, e por consequência, entre escritor e jogadores.

Palavras-chave


João Antônio; Malagueta, Perus e Bacanaço; Narrador; Malandragem

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