PODE UM SOROPOSITIVO FALAR? CORAGEM DA VERDADE E O ESTIGMA NAS RELAÇÕES DE PESSOAS VIVENDO COM HIV

Joseeldo da Silva Júnior

Resumo


Este artigo intenta analisar os enunciados produzidos por pessoas vivendo com HIV/aids sob a noção de coragem da verdade em um grupo privativo no WhatsApp. Como se sabe, desde os primeiros tempos da epidemia de HIV/aids, os portadores do vírus ou doença carregam forte estigma em razão de sua condição, cuja consequência recaem nos modos de existência desses sujeitos, muitas vezes vivendo numa conjuntura constituída pela clandestinidade e anonimato. O medo da exposição é a regra, haja vista a incidência de certo pânico moral nessas relações sociais. Nas análises, empreendidas em um corpus constituído por cinco séries enunciativas, constatamos uma vontade de verdade produzida pelas pessoas que vivem com HIV/aids (PVHA), contudo fulminada em razão do receio da rejeição e das investidas preconceituosas cujo desfecho recai no afastamento e sofrimento dela. Metodologicamente, a presente pesquisa se caracteriza por ser de cunho qualitativa com viés descritiva-interpretativa e toma como base teórica a arqueogenealogia de Michel Foucault.


Texto completo:

PDF