“PAPAI, EU QUERO UMA EMBAIXADA”: SOBRE A INDICAÇÃO DE EDUARDO BOLSONARO E AS RELAÇÕES ENTRE O JÁ-DITO E O EFEITO DE NOVIDADE

Daléxon Sérgio da Silva, Éderson Luís Silveira

Resumo


Este artigo promove um gesto de leitura e de interpretação, por meio da análise discursiva de um vídeo intitulado “Papai, eu quero uma embaixada”, publicado no dia 14 de julho de 2019, no 26º episódio de “Isso a Globo Não Mostra”, um quadro de humor do Fantástico, em referência à indicação de Eduardo Bolsonaro para ser embaixador do Brasil nos Estados Unidos, feita pelo seu pai, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Nessa conjuntura social, esse vídeo se inscreve como materialidade discursiva, que parodia, numa rede de memórias, favorecendo uma releitura da música “Papai, eu quero me casar”, dos Trapalhões. Assim, baseado no dispositivo teórico-analítico da Análise do Discurso de linha francesa (AD), alicerçado nas formulações de Pêcheux, considerando a reterritorialização dessa disciplina de interpretação por Orlandi no Brasil e a continuidade por demais estudiosos, este artigo se propõe a mobilizar os conceitos de sujeito, ideologia, memória e formações discursivas para analisar como sujeito e sentido se constituem mutuamente, a partir do já-dito e do efeito de novidade, por meio do lugar social que os sujeitos ocupam e da ideologia que interpela indivíduos em sujeitos, inscritos numa formação discursiva que determina o que pode e o que deve ser dito.


Palavras-chave


Bolsonarismo. Sujeito. Ideologia. Memória discursiva. Formação discursiva.

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