O PESADELO DO CELTA: UMA TRADUÇÃO REVISIONISTA DA HISTÓRIA DE ROGER CASEMENT

Davi Gonçalves

Resumo


Neste artigo, partindo de alguns pressupostos dos estudos periféricos pós-coloniais e de gênero e sexualidade, discuto se, e de que maneira, podemos entender O sonho do celta (LLOSA, 2011) como uma tradução revisionista da história do diplomata Roger Casement – que, apagado da memória popular, é finalmente resgatado pelo romance supracitado. Marcado pelo estigma da pedofilia e da homossexualidade, pensados, inclusive, de maneira análoga, Casement nunca recebera o crédito merecido; e nunca foi julgado sob uma ótica capaz de dar conta de sua complexidade. Sem a ambição de reaver uma historicidade concreta de uma obra literária e, portanto, fictícia, a análise busca apenas sugerir que personagens históricos também podem ser traduzidos e retraduzidos através da arte – recebendo uma nova roupagem e compartilhando, com novos públicos, identidades bem mais fluídas do que a fixidez com a qual aprendemos a nos acostumar.

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