AO PÓ RETORNEMOS: ARQUEOLOGIA EM DARK, UM ADÃO SEGUNDO A VONTADE DE EVA

Felipe Soares

Resumo


Ao cercear as condições de produção histórico-discursivas acerca do cristianismo, neste cenário de intercâmbios culturais e linguísticos, competindo pela veracidade da criação do homem estão, de um lado, as escrituras sagradas bíblicas, do outro, os tabletes de barro mesopotâmicos. Em ambos, verifica-se a discursivização do Gênesis interpretados pelas figuras de Adão e Eva, outrora conhecidos na Mesopotâmia como Enkídu e Shámhat. Não obstante, frente a circulação/manutenção das “verdades sagradas”, percebe-se, atualmente, o campo político brasileiro atravessado pelo discurso religioso. Ademais, as escrituras sagradas têm ocupado não só o espaço constitucional, mas também aqueles midiáticos, como o Twitter ou a plataforma Netflix. Pretendo, com este artigo (filiado à Análise de Discurso) lançar uma investigação arqueológica mobilizando os conceitos “enunciado”, “arquivo” e “verdade”, tomando como objeto/acontecimento o mito bíblico de Adão e Eva (revisitado, hoje, pela série de TV Dark) para evidenciar o processo de fabricação de ‘verdades’ no interior das próprias escrituras sagradas/míticas/midiáticas. Para tanto, embaso meu gesto analítico no aparato teórico-metodológico de Michel Foucault, bem como o alinho às frentes teórico-históricas de Blainey, Greenblatt e Ferraz, igualmente requeridas ao desenvolvimento desta discussão.

Palavras-chave


Cristianismo. Dark. Foucault. Gilgámesh

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