PROCESSO DE (IN)SIGNIFICAÇÃO DE CORPOS PRETOS NO ESPAÇO DIGITAL

Thiago da Silva Lima, Débora Massmann

Resumo


O corpo preto no Brasil passa a ser significado por meio de condições de produção que produzem equívocos sobre sua existência e aspectos relativos à sua cultura e estilo, por exemplo. Nessa perspectiva, o presente trabalho visa analisar o processo de (in) significação de corpos pretos no/pelo espaço digital, que provoca diferentes formas de significação dos sujeitos individuados por instituições outras, segundo Dias (2018), a partir do vídeo “como um preto pode ficar rico no Brasil”, veiculado no canal do YouTube thiagofonseca. Para executar esse gesto analítico, recorremos aos pressupostos teórico-metodológicos da Análise de Discurso, formulada por Michel Pêcheux e Eni Orlandi, que trabalha com o discurso como objeto teórico de estudo em intrínseca relação com questões sócio-históricas, ideológicas e políticas visando compreender diferentes processos de significação por meio da linguagem, de acordo com Orlandi (1984; 2017). Para isso dialogamos com Orlandi (2006; 2007; 2008), Pêcheux (2014), Moreira (2019), Kilomba (2019), Almeida (2018), dentre outros/as. Mediante esse aporte teórico, nos debruçamos sobre o material analisado e interrogamos os usos de recursos visuais e os dizeres do sujeito como uma forma de questionar o apagamento de traços subjetivos de si e de seu público para se ajustar ao lugar social da riqueza. Compreendemos que esse apagamento de aspectos subjetivos participa de um jogo discursivo de manutenção dos ideais do colonizador e apagamento de formas de vida dissidentes. Assim, buscamos des-superficializar a falsa consciência de verdade que interpela os corpos pretos no digital e verificar os sentidos em performance.


Palavras-chave


análise de discurso; corpo; espaço digital

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