NOTAS SOBRE A DUALIDADE DE CARÁTER NO CONTO “O NEGRO BONIFÁCIO”, DE JOÃO SIMÕES LOPES NETO

João Claudio Arendt, Hellen Carla dos Santos Cesário

Resumo


O presente ensaio debruça-se sobre a análise do conto “O Negro Bonifácio”, um dos textos mais impactantes presentes na obra Contos gauchescos, de João Simões Lopes Neto, publicada em 1912. Dividido em duas seções principais, a primeira procura situar brevemente a produção do autor no sistema literário brasileiro, especialmente na vertente regionalista, surgida durante o Romantismo pela mão de José de Alencar. A segunda seção recai sobre as personagens Negro Bonifácio e Tudinha, que revelam, ao longo do enredo, uma inquietante dualidade de caráter: enquanto aquele reúne, ambiguamente, atributos positivos e negativos do gaúcho, esta revela, sob a aparência bela e frágil, o horror da violência passional. O recorte temático da dualidade de caráter embasa-se na ideia de Antonio Candido (1987) de que a literatura possui uma função humanizadora, ao colocar o leitor em contato com o bem e o mal que são intrínsecos ao ser humano. O aporte crítico sobre a obra simoniana advém, especialmente, de Augusto Meyer (1943) e Flávio Loureiro Chaves (2001).

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