LITERATURA TESTEMUNHAL NA DITADURA MILITAR: CONEXÕES ENTRE HISTÓRIA E LITERATURA

João Sinhori, Cerize Aparecida Nascimento Gomes

Resumo


O artigo tem como objetivo analisar, juntamente com a Nova História Cultural, a composição do imaginário social no final da década de 1960 no Brasil, ou seja, durante o regime militar. Para isto, utilizo como objeto de estudo os livros “O que é isso companheiro?”, de Fernando Gabeira (1979) e “1968: o ano que não terminou”, de Zuenir Ventura (1988) que testemunham e discutem a política, a clandestinidade e o comportamento dos jovens agentes da época. Este trabalho se torna importante ao modo que as duas obras, mesmo sendo lançadas em momentos distintos, inserem-se em um contexto de censura televisiva, comportamental e principalmente documental. É abordado o tema da Literatura Testemunhal, juntamente com Márcio Seligmann-Silva para delinear as características deste gênero que constitui as obras dos dois autores; testemunhas, agentes, sujeitos e espectadores dos eventos históricos que narram. Através desta discussão o artigo explora os diálogos que ocorrem entre História e Literatura, estes que se iniciaram nos anos 1960, basicamente pensando a realidade além de empírica, simbólica. Os teóricos que participam deste debate são Hyden White, Antonio Celso Ferreira, Nicolau Sevcenko, Ligia Chiappini e Durval Muniz de Albuquerque Junior, os quais incentivam os estudos comparativos entre escrita da história e escrita literária, questionando as fronteiras entre arte e ciência; ficção e verdade; gêneros literários; narrativa histórica e narrativa literária.


Palavras-chave


Literatura Testemunhal; Nova História Cultural; História e Literatura; Ditadura Militar

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